2.1 Instituto Nacional da Mata Atlântica

ENDEREÇO:
Av. José Ruschi, Nº 4, Santa Teresa – ES.
CAPACIDADE:
Grupos de até 45 alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça-feira a domingo, de 8h às 17h.
Visitas mediadas de terça a sexta-feira, de 8h às 17h. Tempo médio: 2 horas.
MAIS INFORMAÇÕES:
Telefax: (27) 3259-1182 / (27) 3259-1696 / (27) 3259-2100
http://www.museudebiologiamelloleitao.gov.br/index.asp
e-mail: agendamento@inma.gov.br

Imagem: Larissa Merízio de Carvalho

O antigo Museu de Biologia Melo Leitão (MBML), atualmente Instituto Nacional da Mata Atlântica, está situado no Município de Santa Teresa, na Região de Montanhas do Estado do Espirito Santo. Possui 77.000 metros quadrados de área, sendo a maior parte deles arborizada com espécies nativas da Mata Atlântica. O Instituto possui viveiros, jardins e edificações que dão suporte a visitas mediadas, atividades administrativas e de pesquisa. Entre seus objetivos institucionais destaca-se a promoção de ações educativas e
de difusão da Ciência.

O MBML foi criado em 26 de junho de 1949, por Augusto Ruschi, pesquisador local de grande renome nacional. O nome é uma homenagem a Cândido Firmino de Mello Leitão, professor e amigo de Ruschi, que iniciou os contatos do pesquisador capixaba com o Museu Nacional (RJ). A instituição esteve vinculada ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), órgão federal do Ministério da Cultura. Por força da Lei 12.954/2014, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, em 5 de fevereiro de 2014, o Museu Mello Leitão foi transferido do Ministério da Cultura para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, passando a receber a denominação de Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA).

Lei 12.954/2014, Art. 2o “Fica transferido, da estrutura do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM para a estrutura básica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Museu de Biologia Professor Mello Leitão, bem como alterada a sua denominação para Instituto Nacional da Mata Atlântica”.

O INMA tem, como objetivos principais, colecionar espécimes de animais e plantas para fins de estudos científicos, desenvolver a pesquisa científica, especialmente relacionada à Mata Atlântica e à biodiversidade, promover ações educativas e de difusão científica e também contribuir para a preservação da memória de Augusto Ruschi. A sede administrativa atual é uma das primeiras casas construídas em Santa Teresa (datada de 1875) e foi residência de Augusto Ruschi durante 49 anos.

No INMA são realizadas ações educativas voltadas para a conscientização ambiental para estudantes e público em geral, por meio de visitas guiadas e organização e exposições de trabalhos. Possui uma ampla coleção de espécimes da flora e da fauna de Mata Atlântica, uma biblioteca aberta ao público com mais de 21 mil exemplares de obras e periódicos voltados às áreas de biologia, ecologia, ambiente e cultura.


Desde o ano de sua fundação, edita o periódico “Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão”, distribuído para várias instituições do Brasil e de outros países, divulgando os resultados de pesquisas científicas em diversos ramos da Biologia.


Nos últimos cinco anos, recebeu, em média, 65.000 visitantes por ano, sendo os meses de julho e setembro os de maior procura. Em 2013, a Secretaria de Educação do Estado do Espirito Santo (SEDU) registrou 28 pedidos de escolas para transporte de alunos para o Instituto, sendo o segundo espaço de educação não formal mais procurado pelos professores da rede estadual, atrás apenas do planetário da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES).

Fonte: http://www.museudebiologiamelloleitao.gov.br/museuVisitaVirtual.asp

O INMA está aberto à visitação pública semanalmente, de terça-feira a domingo, inclusive feriados, no horário de 8:00h às 17:00horas. As visitas guiadas, com grupos de no máximo 40 alunos (divididos em dois grupos de 20 durante a visita) devem ser agendadas previamente pelo site http://www.inma.gov.br ou pelo telefone (27) 3259-1182, e acontecem de terça-feira a sexta-feira, com entrada gratuita.


Pavilhão de Botânica

Fotos: Josilene Erlacher Werneck Machado

O Pavilhão de Botânica foi concebido inicialmente com o intuito de ser um local destinado
especificamente para exposição de amostras de plantas originárias da Mata Atlântica.

Atualmente, ele abriga exposições itinerantes, de temas variados, como foi o caso da exposição “Evolução Humana”, do Museu de Ciências da Vida, e a exposição fotográfica “Redescobrindo a Mata Atlântica”, do Instituto Últimos Refúgios. Como as exposições são itinerantes, o professor deve buscar tais informações com antecedência.


Jardim Rupestre

Fotos: Josilene Erlacher Werneck Machado

O Jardim Rupestre é um espaço que reproduz ambientes pedregosos. Podem ser encontradas plantas nativas da Mata Atlântica do Estado do Espirito Santo, adaptadas para a sobrevivência em ambientes rochosos e ensolarados, e sujeitas a muitas variações de temperatura e umidade, onde podem ser exploradas as características morfológicas e fi siológicas que permitem a sobrevivência dessas plantas nesse tipo de ambiente, bem como os mecanismos evolutivos que levaram à seleção de tais características.


Viveiros/Ofi diário

Foto: Josilene Erlacher Werneck Machado

O Instituto possui amplos viveiros, que abrigam animais, principalmente aves, apreendidos em ações de fiscalização ou entregues voluntariamente pela população. Alguns desses animais não conseguem se readaptar a viver no ambiente natural e permanecem no local. Já os que são capazes de voltar ao seu estado selvagem são devolvidos à natureza, ou entregues a centros de triagem especializados. O Viveiro das Cobras (ofidiário) permite que o visitante observe e conheça algumas das principais espécies de serpentes brasileiras.


Casa das Epífitas

Fotos: Josilene Erlacher Werneck Machado

A Casa das Epífitas oferece a oportunidade de estar em contato com uma coleção viva de plantas nativas da nossa Mata Atlântica, como samambaias, cactus, bromélias e orquídeas de diferentes tamanhos, cores e formas. As epífitas são plantas que utilizam outras plantas como suporte, sem prejudicá-las. O espaço permite explorar as relações ecológicas harmônicas entre diferentes espécies de seres vivos, além de ser uma interessante experiência sensorial (formas, cores e aromas).


Pavilhão de Ornitologia

Fotos: Kleber Roldi
Fotos: Josilene Erlacher Werneck Machado

A ornitologia é a parte da zoologia que estuda as aves. No Pavilhão de Ornitologia, estão expostas diversas espécimes da avifauna brasileira e também alguns exemplares de mamíferos. Esses animais, geralmente, são encontrados mortos e taxidermizados (vulgarmente chamados de “empalhados”) para serem utilizados como peças de exposição. Além de visualizar os animais taxidermizados, o professor pode levar os alunos a uma reflexão sobre as possíveis causas da morte desses animais (atropelamentos, perda de habitat, caçada, morte natural etc).


Bosques

Fotos: Kleber Roldi

Durante a caminhada pelos espaços do Instituto, os visitantes mantêm contato constante com a natureza, transitando entre áreas arborizadas e tendo a oportunidade de interagir com o ambiente. O Instituto também é responsável pela administração da Estação Biológica de Santa Lúcia e a Estação Biológica de São Lourenço, áreas naturais onde são desenvolvidos diversos estudos sobre biodiversidade. As visitas a essas estações são mais restritas e dependem de autorização prévia.

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Redescobrindo a Mata Atlântica”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na etapa de problematização, sugerimos que os alunos leiam o texto “Era uma vez a Mata Atlântica” e assistam ao documentário “Redescobrindo a Mata atlântica”, com duração de 20 minutos. Ao final dessas duas atividades, o professor deve lançar algumas questões com a finalidade de problematizar sobre a Mata Atlântica, sua destruição e preservação. Entre as perguntas que podem ser feitas, sugerimos algumas: O que pode ter causado essa enorme diminuição da Mata Atlântica? Será possível preservar o que resta da nossa Mata Atlântica? Quais seriam os motivos para tentar preservá-la? Essas atividades podem ser feitas em duas aulas.

Documentário “Redescobrindo a Mata atlântica”
Sinopse: O documentário “Redescobrindo a Mata Atlântica” é uma narrativa visual que exalta as belezas da Mata Atlântica, tendo como personagem principal o Muriqui, o maior macaco das Américas. Dentro deste contexto, o documentário mostra a visão de pesquisadores, professores e estudantes que participaram do Programa Difusão da Biodiversidade. O Programa Difusão da Biodiversidade da Mata Atlântica estimula, em crianças e adolescentes, o interesse pela ciência da biodiversidade e a introdução desses jovens em temas relacionados ao conhecimento e conservação da Mata Atlântica.

Duração: 20 minutos
Produção: Instituto Últimos Refúgios
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TjYAwYJJoy4&hd=1

Nas quatro aulas seguintes, tendo iniciado a etapa de organização do conhecimento, o professor fará aulas expositivas dialogadas. Nas duas primeiras, tendo como objetivo o reconhecimento das diferentes estratificações do bioma Mata Atlântica conforme sua localização geográfica e suas características morfológicas, o professor deve caracterizar as diferentes formações florestais da Mata Atlântica (vegetação ombrófila densa, mista e aberta, vegetação estacional decidual e semidecidual) e ecossistemas associados (restingas, manguezais e campos de altitude). Nessas aulas sugerimos, a utilização de imagens de satélite, fotografias aéreas e mapas, a fim de facilitar a compreensão do conteúdo. Nas duas aulas seguintes, tendo como objetivo a identificação dos elementos vivos e não vivos de um ambiente e as relações que estabelecem entre si para a garantia de sobrevivência e reprodução, o professor deve abordar o conteúdo de Ecologia (habitat e nicho ecológico, fatores bióticos e abióticos, cadeias e teias alimentares, relações ecológicas). Nessas aulas, sugerimos a utilização de recursos audiovisuais.

Em seguida às aulas expositivas dialogadas, os alunos deverão fazer uma pesquisa no Laboratório de Informática da escola sobre o histórico de ocupação do solo no Estado do Espirito Santo, os principais imigrantes que chegaram, em qual região se instalaram e os principais tipos de alimentos cultivados na época. O objetivo dessa aula é que sejam analisados os processos históricos do uso e ocupação do solo, especialmente nas regiões de ocorrência da Mata Atlântica. Essa atividade tem duração de duas aulas.

A fim de que os alunos conheçam diferentes linguagens artísticas e obras de arte relacionadas ao tema Mata Atlântica, sugerimos que, em uma aula, pesquisem imagens fotográficas do tema e façam a análise e leitura de imagens de instalações artísticas de Franz Krajcberg.



A fim de sistematizar os conhecimentos construídos ao longo da SD, os alunos serão conduzidos ao Laboratório de Informática da escola, para que, em grupos, e utilizando o Movie Maker, produzam um documentário sobre o INMA com duração de até cinco minutos. Serão disponibilizadas duas aulas para esse momento. No caso do grupo não conseguir terminar o trabalho nessas aulas, poderão finalizá-lo em casa.
Por fim, na última aula da SD, os grupos irão apresentar seus documentários e debater sobre os temas abordados.



2.2 Reserva Biológica Duas Bocas

ENDEREÇO:
Está situada na área rural do Município de Cariacica, entre as coordenadas de 20º14’04’’ e 20º18’30’’ S e 40º28’01’’ e 40º32’07’’ W, distante 27 km da capital do Estado
CAPACIDADE:
Grupos de 30 alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Terça, quarta e quinta-feira, de 8h30min às 11h30min, e de 13h às 16h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3636-2586
rebiodb@iema.es.gov.br

Foto: Elaine Cristina Rossi Pavani

A Reserva Biológica de Duas Bocas representa um importante fragmento florestal de Mata Atlântica em bom estado de conservação e abriga fauna rica e diversificada, com espécies raras e ameaçadas de extinção. Com área aproximada de 2.910 hectares, localiza-se na área rural do Município de Cariacica. A designação consagrada na tradição local, advém do encontro dos rios Panelas e Naiá-Açú (palmeira grande no idioma Tupi), cuja desembocadura deu origem ao topônimo: Duas Bocas. Oficialmente, trata-se da Reserva Biológica Paulo Fraga Rodrigues (Lei Estadual nº 8488 de 19 de Abril de 2007).

Em 1894 foram iniciadas as primeiras captações de água nos rios Pau Amarelo, Panela e Naia-Assú, para abastecer a população das áreas urbanas que se proliferavam em torno da capital do Estado do Espirito Santo a Cidade de Vitória. No governo de Jerônimo de Souza Monteiro (1908-1912), ocorreram as primeiras desapropriações (cerca de 30 propriedades), na região de Duas Bocas, no Município de Cariacica, para fins de captação no manancial do rio Pau Amarelo, com a construção da primeira represa.


A construção da segunda represa de Duas Bocas ocorreu entre 1909 e 1912 e prosseguidas nos governos posteriores, sendo a principal fonte abastecedora de Vitória, Cariacica e da Cidade de Vila Velha até o início da década de 1950. Neste período, a água era enviada para as casas em estado bruto, sem tratamento.


No início da década de 1950, continuaram as desapropriações (cerca de 90 propriedades). Em virtude do crescimento dos centros urbanos e o aumento das demandas de abastecimento foi necessária a construção da terceira barragem de Duas bocas, com uma área muito maior que as duas primeiras. As desapropriações na região foram concluídas pelo governo de Jones dos Santos Neves e foi construído o novo reservatório ainda em operação, embora não desempenhe mais papel tão primordial no abastecimento da Região Metropolitana da Grande Vitória como outrora, mas com oferta de água para consumo da população de Cariacica.


A Reserva de Duas Bocas foi criada em 1965, inicialmente como Reserva Florestal. Em 1991, por meio da Lei Estadual nº 4.503, teve sua categoria redefinida para Reserva Biológica. A Reserva Biológica é uma das mais restritas unidades de conservação. Por isso, há o limite de alunos para utilização do espaço.

Na primeira metade da década de 1990, com a recategorização da antiga reserva florestal para Reserva Biológica e a consolidação de seu Plano de Manejo, são construídas estruturas físicas financiadas com recursos de instituições financeiras internacionais, como o Banco da Reconstrução (Alemanha), o Banco Mundial e o Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), dentro das diretrizes do Plano Nacional de Meio Ambiente (PNMA).


Sua área sofreu alterações antrópicas pelo cultivo de banana, café e atividades de pastoreio. Nesta reserva, está localizada a Represa de Duas Bocas, inaugurada pelo presidente Getúlio Vargas, e abastecida pelos rios Pau Amarelo, Panelas e Naia-Assú, como pode ser observado no mapa. A unidade faz parte do Corredor Ecológico Duas Bocas – Mestre Álvaro. As principais atividades desenvolvidas na Reserva referem-se à recepção de escolas e às pesquisas científicas. A Represa de Duas Bocas é responsável pelo abastecimento de 15% de toda água consumida em Cariacica.



Infraestrutura do local: Barragem, estação de captação de água, recepção, banheiros, auditório, museu, laboratório, biblioteca, trilhas ecológicas, alojamento e estacionamento; não dispõe de refeitórios e lanchonetes. Tudo a ser consumido deve ser levado pelos educandos e professores. A entrada é gratuita e são agendadas apenas duas visitas por semana.


O número de alunos por grupo deve ser de no máximo 20. É permitido o uso de máquinas fotográficas e filmadora em toda área da reserva. O estacionamento comporta dois ônibus.

Reserva possui recepção, auditório, museu (com acervo de diferentes perfis de solos, casas de João de Barro, animais da Mata Atlântica taxidermizados), laboratório, biblioteca e trilhas, oferecendo visita: à barragem e à estação de captação de água.


Foto: Manuella Villar Amado

Os educandos são recepcionados pelo mediador e conduzidos até o auditório, equipado com 42
carteiras, computador, data show e quadro branco. A palestra inicial apresenta a instituição e o histórico da área, com uma duração de 15 a 20 minutos. Ao lado do auditório encontram-se dispostos banheiros e bebedouro. Caso seja de interesse dos professores, é realizado uma visita à biblioteca.


Centro de Visitantes

Foto: Manuella Villar Amado
Foto: Manuella Villar Amado
Foto: Manuella Villar Amado

No museu, estão expostos alguns registros em argila de pegadas de onça-parda, fotografada na área da reserva, couro de veado, casa de João de Barro, gaiolas e objetos humanos encontrados na mata, colmeia, fotos de diferentes locais dentro da reserva, perfis de solo, coleções de sementes de espécies típicas de Mata Atlântica, coleções de insetos e animais taxidermizados, dentre outros objetos. Em 30 minutos, é possível explorar satisfatoriamente esse ambiente.


Laboratório

Foto: Elaine Cristina Rossi Pavani

O laboratório pode ser utilizado para realização de pesquisas acadêmicas, mas precisa de projeto previamente aprovado para sua utilização. Este espaço conta com bancada, 15 cadeiras, duas pias, balança eletrônica, lupa e toda parte de vidraria.


Biblioteca

Foto: Elaine Cristina Rossi Pavani

A biblioteca dispõe de variado acervo para consulta no local. Os livros não podem ser emprestados e não há equipamentos para reprodução do material no local.


Trilhas

Fotos: Elaine Cristina Rossi Pavani e Manuella Villar Amado

Para percorrer a trilha ecológica interativa é necessário que todos estejam devidamente trajados e com calçados fechados. O percurso tem 7 km, ida e volta. Durante a caminhada, existem algumas regras a serem cumpridas, como silêncio para não espantar os animais, não andar na frente do guia e prestar muita atenção onde pisa. Na trilha, podemos conhecer a formiga 12 horas, orelha de pau, joaninhas e outros.

No percurso inicial da trilha também existem muitas jaqueiras (Artocarpus heterophyllus) espécie exótica que remonta à civilização Harappana, que floresceu na Ásia, entre o Paquistão e o Noroeste da Índia, no período entre 2500 a 1000 a.C, introduzida no Brasil pelo Nordeste, em meados do século XVII. Embora as jaqueiras estejam presentes numa área de vegetação secundária em regeneração na Reserva Biológica de Duas Bocas, ocupam área total de 19,45 ha, representando 0,67% da Reserva. Nesse contexto, o professor pode evidenciar sobre as possibilidades de uma espécie exótica se tornar uma espécie invasora em longo prazo e abordar a implantação de medidas para sua erradicação.


Fotos: Manuella Villar Amado

O mediador realiza a dinâmica das folhas para explicar sobre a biodiversidade. Em uma área de Mata Atlântica preservada, o professor divide a turma em grupos e pede para que eles recolham diferentes tipos de folhas da serrapilheira (camada ou cobertura existente sobre o solo de uma mata). Em outro ponto de observação no Jaqueiral dos Pereira, o mediador repete a mesma atividade e começa a questionar o grupo quanto à quantidade de folhas diferentes que eles coletaram ali e na primeira parada: onde há mais espécies? Por que nessa outra área tem menos espécies? O que é biodiversidade? Dessa forma, ele estabelece uma relação indireta do número de espécies com a diversidade de folhas coletadas em cada um dos locais. Nas outras paradas da trilha são observados fungos, mata ciliar, diferentes espessuras da
serrapilheira, presença de bananeiras e cafezais, nascentes, até chegar a segunda represa construída em Duas Bocas, em 1909.


Após a realização da trilha, os educandos podem repousar nas sombras das árvores e observar a beleza da mata preservada nos topos dos morros e a imensidão de água na represa. Outras explicações são realizadas na barragem e na estação de captação de água.


Nas aulas de campo na reserva, comumente, os professores adotam o seguinte roteiro de atividades: primeiro, ouvem a palestra no auditório; depois seguem para a visitação ao museu, que pode ser explorado por cerca de 30 minutos e fazem uma breve visita à biblioteca. Antes de iniciar a trilha, é realizada uma pausa de 15 minutos, para o lanche, e os alunos são orientados a ir ao banheiro e tomar água. A trilha interativa tem 3,5 Km (totalizando 7 km ida e volta), mas os professores podem optar por fazer apenas a metade do percurso até a Jaqueira dos Pereira e não chegar à barragem antiga.


Outros ambientes também podem ser encontrados na reserva, como as barragens, estação de captação de água, alojamento, e barcos que fazem a fiscalização da reserva por meio de vias fluviais.



Propomos, como sugestão, uma SD que tem, como Temática: “De onde vem a água que abastece as nossas casas?”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos solicitar que os alunos tragam para a sala de aula uma conta de água de sua residência. Após uma análise inicial das contas, explorar as informações registradas nestes talões e questionar os alunos sobre a quantidade de água consumida mensalmente em suas casas, propor cálculos para descobrir o consumo diário/por pessoa, comparar o valor da água fornecida pelas empresas de abastecimento com o valor das garrafas de água mineral, listar os diferentes usos da água e questionar de onde vem a água que abastece nossas casas.

Na aula seguinte, os alunos podem ser levados ao Laboratório de Informática para realizar pesquisas na Internet a fim de descobrir e registrar as principais informações sobre o abastecimento de água do Município onde residem. Interessante levantar questionamentos como: qual é a empresa que fornece água para sua residência? Quais são os rios onde essa empresa capta a água? Qual é estação elevatória mais próxima de sua casa? Quais os processos pelas quais essa água passa desde a captação nos rios até chegar à sua residência? Quais são os programas ambientais desenvolvidos pela empresa de captação de água para preservação deste recurso natural? E outras mais.

Em outra aula, sugerimos a exibição do documentário sobre a Reserva de Duas Bocas, a fim de prepará-los e motivá-los a participar da aula de campo. Para a realização da aula de campo, recomendamos, no mínimo, cincos aulas (uma manhã ou uma tarde inteira) para que possam ser realizadas as visitas aos espaços e pelo menos um trecho da trilha.

A área de Duas Bocas reserva aos estudantes e pesquisadores um importante fragmento florestal de Mata Atlântica em bom estado de conservação e abriga fauna rica e diversificada, com espécies raras e ameaçadas de extinção. Além das áreas mais preservadas, ainda podem ser estudadas aquelas degradadas pela ação antrópica, com plantações de café, bananeiras e jaqueiras, além de utilizadas como pastagens do gado bovino das fazendas desapropriadas para serem integradas à área da reserva.

Outro elemento que pode ser observado pelos educandos e pesquisadores são as áreas em estágio de recuperação, onde a Mata Atlântica está se regenerando. É possível diferenciar e estabelecer relações entre os três estágios (conservado, degradado e em regeneração) em um curto espaço de caminhada (cerca de 3,5 Km) na trilha.

Além da fauna e da flora que compõem o ecossistema de Mata Atlântica, outras atividades podem ser desenvolvidas no local, tais como palestra, visita ao museu e à biblioteca, conhecer a barragem e a estação de captação de água.

Após a aula de campo, o professor de Biologia pode preparar uma aula com apresentação de slides utilizando as fotos da aula de campo para trabalhar os conteúdos: biodiversidade da Mata Atlântica, reino Fungi e relações harmônicas e desarmônicas entre os seres vivos. O professor de Geografia pode exibir o documentário da Globosat sobre o ecossistema da Mata Atlântica, ou outro de sua preferência, para a organização do conhecimento sobre este ecossistema.

O professor de Geografia pode aplicar uma dinâmica sobre a importância dos elementos, realizada da seguinte forma: o professor cola cartazes em diferentes pontos da sala de aula antes dos alunos chegarem. Em cada cartaz aparecerá uma imagem do ambiente e o título (recursos hídricos/foto dos rios; Mata Ciliar/foto da trilha; perfil de solos/fotos dos perfis no museu; Serrapilheira foto e título). Nesta etapa, pede-se que os alunos se agrupem próximo a cada elemento. Cada grupo vai escrever um cartaz sobre a importância deste elemento e escolher um representante para apresentar. Sugerimos que as socializações ocorram com as carteiras dispostas em “U”, de forma a afixar o cartaz e deixar o representante expressar
as idéias do grupo.

Na aula de História, o professor pode utilizar duas estratégias diferentes para montar um resgate histórico sobre o abastecimento de água na cidade em estudo; a primeira, por meio de pesquisas na Internet, livros e revistas; e, a segunda, elaborando e aplicando uma entrevista aos familiares dos educandos.

Na aula de Arte, o professor pode utilizar as fotografias e desenhos realizados durante a aula de campo para produzir telas, exposições fotográficas e relatos de experiência.

Sugerimos, como atividade final, que todos os professores que participaram da elaboração e desenvolvimento desta SD levem os alunos para o Laboratório de Informática, a fim de montarem um breve documentário (entre 5 e 10 minutos) sobre todos os conteúdos.

Interessante que, na finalização, toda a escola se mobilize para a exibição dos resultados dos estudos realizados pelos educandos, por meio de uma exposição aberta a toda comunidade escolar.

Apresentamos no quadro a seguir a SD já descrita, de forma estruturada, contendo seus objetivos específicos, conteúdos a serem mobilizados e as atividades de aprendizagem referentes a cada aula.



2.3 Parque Municipal da Fonte Grande

ENDEREÇO:
Rodovia Serafi m Derenzi, S/N – Bairro Grande Vitória
CAPACIDADE:
Grupo de até 30 alunos para as trilhas
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça a domingo, das 8h às 16h40min.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3382-6576 ou 3381-3521

Foto: Cristiane Ramos Teixeira

O Parque da Fonte Grande localiza-se na Área de Proteção Ambiental (APA) do Maciço Central da Ilha de Vitória e possui 218 hectares de área. Sua posição geográfica possibilita a visualização panorâmica de todo o Município de Vitória e dos Municípios limítrofes por meio de mirantes. O topo do morro da Fonte Grande situa-se a 308 metros de altitude, sendo o ponto mais alto do Município. Existem fontes e bicas em suas encostas e possui um Centro de Educação Ambiental na sede. É um espaço de passeios por trilhas, que podem ser agendados por telefone para grupos de até 30 pessoas. São oferecidas visitas monitoradas, durante as quais é possível a observação de uma fauna variada (répteis, invertebrados, pequenos mamíferos e aves) e vegetação característica da Mata Atlântica.

O Parque Estadual da Fonte Grande é a maior área de proteção ambiental do Maciço Central da Ilha de Vitória. A importância dos seus mananciais deu origem ao nome do Parque, local de abastecimento de água no período colonial.

Na década de 1980, devido a manifestações populares, da comunidade científica e ao parecer técnico da Secretaria Estadual de Agricultura, essa foi decretada como área de preservação permanente de 257 hectares. Posteriormente, a Lei Estadual nº 3.875 de 1986 confirmou a proteção da área, com a criação do Parque que teve sua área reduzida para 218 hectares.

Essa Unidade Estadual de Conservação é a maior área de proteção integral da APA do Maciço Central, tendo todos os seus limites de atuação como zona de amortecimento de impactos. Em 1996, foi assinado um convênio entre o Município de Vitória e o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Espirito Santo (IDAF), dando início a sua gestão municipal, tal qual é atualmente.


Fonte: GRIFFO e SILVA, 2013

O Parque, também conhecido como Mirante das Torres de TV, devido à presença de aproximadamente 23 torres de comunicação próximas ao seu ponto culminante, e dispõe de cinco mirantes, sete trilhas, portaria central de informações, sede administrativa com auditório e Centro de Educação Ambiental (CEA) possui também um plano de manejo, elaborado em 1996, ainda não atualizado.


As características geológicas representam os condicionantes da rede hidrográfica do parque. Os cursos d’água são de pequena extensão, formados por nascentes e fontes, algumas intermitentes. Atualmente, os limites do parque estão protegidos por diferentes formações florestais, como rupestre, campos e estágios inicial, médio e médio-avançado de regeneração da Mata Atlântica. Em aspectos gerais, o plano de manejo classifica a vegetação do parque como Floresta Ombrófila Densa, submontana de influência eólica (GRIFFO e SILVA, 2013).

O parque é circundado por ocupações urbanas. Apesar das alterações provocadas por essas ocupações, ainda apresenta uma fauna representativa do ecossistema. Esse processo de ocupação urbana foi reduzido. Porém, em alguns locais, ainda ocorre de forma desordenada, decorrente do baixo número de agentes de fiscalização e da falta de uma política habitacional do Município.

Infraestrutura do local: área expositiva ampla, elevador de acesso, banheiros (incluindo de acessibilidade), bebedouro, cantina da universidade e estacionamento.

A visita monitorada é acompanhada pelos educadores ambientais do parque, que recepcionam os visitantes, direcionando-os ao auditório, na Sede Administrativa. No auditório, os visitantes assistem a um vídeo com duração média de 15 minutos, com informações sobre o Parque, como sua história, fundação, fauna, flora, tamanho e trabalhos desenvolvidos na área de Educação Ambiental. Ao final do vídeo, os monitores explicam aos alunos a dinâmica da visita, e estes são orientados a irem ao banheiro e a beber água antes de iniciar as trilhas.



Nesses espaços, os professores e alunos podem interagir com os monitores fazendo perguntas e colocações sobre os assuntos abordados.


No auditório, os visitantes também podem observar algumas espécies da fauna, encontradas mortas no Parque.



No Parque Estadual da Fonte Grande, o visitante tem a oportunidade de percorrer diversas trilhas. É importante observar a extensão delas e considerar o nível de exigência de cada uma, atendendo os diferentes públicos e os objetivos apontados pelos grupos que visitam este lugar.
O monitor aborda, ao passar por estas trilhas, a localização destas de acordo com os pontos cardeais, ou colaterais, tendo como referência a bússola ou a posição dos astros, no caso o Sol, solo, vegetação e incidência de luz, já que se trata de uma mata.


Características de algumas trilhas do Parque:

Trilha dos Pau’s D’Alho (Sul) Extensão de 320 metros – Nessa trilha, é possível observar algumas árvores popularmente denominadas como Pau d’Alho, atingindo alturas de até 25 metros. Seu tronco, de casca dura, um pouco rugosa, possui glândulas produtoras de uma essência com aroma semelhante ao do alho. O professor orienta os alunos a explorarem através da sensibilização pelos órgãos do sentido, vedando os olhos de alguns, para que eles percebam as características da árvore, seu tronco e o aroma emitido por elas, explicando que essas árvores são utilizadas como plantas medicinais para o tratamento de reumatismo, gripes e para banhar.. Pode-se propor uma pesquisa sobre as possibilidades de uso desta espécie, apontando para a necessidade de sua preservação e do seu uso sustentável.



Trilha da Pedra da Batata (Sul) Extensão 320 metros – Durante a trilha, os alunos podem visualizar uma grande rocha em forma de uma batata. O monitor aborda questões de desmatamento nesse momento da visita, e o professor poderá trabalhar a respeito da constituição dessa “pedra”, cuja formação se caracteriza por ser rocha magmática, de formação granítica, muito presente no Estado do Espírito Santo e no parque como um todo, já que ele se localiza no Maciço Central.



Essa trilha leva ao Mirante do Sumaré. Situado sobre um grande bloco rochoso, tem-se uma visão panorâmica em 280 graus, com visão do Porto de Vitória até o Mestre Álvaro.


O professor poderá explorar a questão da urbanização e a importância do porto, o Mestre Álvaro como ponto importante para a localização dos portugueses quando aqui chegaram e também a constituição granítica do monte. Também é possível observar os limites geográficos dos Municípios circunvizinhos a Vitória. Com a utilização de uma bússola, é possível abordar os pontos cardeais e o conceito de campo magnético da Terra. Sabendo-se que a Terra comporta-se como um grande imã, cujo polo norte magnético está localizado na região sul geográfica e cujo polo sul magnético está localizado na região norte geográfica. A agulha imantada de uma bússola se orienta segundo as linhas do campo magnético da Terra, permitindo assim localizar os pontos cardeais.



Vista do Mirante do Sumaré


Trilha do Sagui-da-Cara-Branca (Sul) – 450 metros – O professor poderá explorar a questão da fauna presente no parque e a importância da preservação dessa espécie. Ele é endêmica no Brasil, no Estado do Espírito Santo e no Estado de Minas Gerais.


Trilha do Caracol (Sul) – 390 metros – Nessa trilha, após percorrer 25 minutos, em meio a florestas e palmeiras nativas, chega-se ao Mirante da Cidade, uma beleza rara. Dele é possível visualizar o manguezal da Baía Noroeste, toda a região continental do Município de Vitória, até o Porto de Tubarão. É importante lembrar que Vitória é uma das raras cidades do mundo cujo porto pode ser visto próximo à área urbana.



Vista do Mirante da Cidade


Trilha da Caverna dos Morcegos (Norte) 3.220 metros – Essa trilha possui aproximadamente 960 metros e é a de maior interesse, do ponto de vista ecológico, pois a vegetação é constituída de Mata Atlântica secundária, em estágio avançado de regeneração, com vários representantes da fl ora original. A trilha é fechada pela copa das árvores, podendo ser observados, durante o trajeto, indivíduos de grande porte de espécies nativas, incluindo um espécime do gênero Aderne, com cerca de 20 metros de altura, coberto de epífitas de várias espécies. Uma laje de pedra forma, em conjunto com outros matacões, uma espécie de gruta, abrigando pequenos mamíferos. Existe ainda um pequeno córrego, que serve de bebedouro aos animais da floresta. A Trilha da Caverna inicia-se no vale central, próximo ao recanto da floresta e não oferece dificuldades de percurso, que pode ser realizado em uma hora de caminhada. Necessita ser complementada para permitir o retorno por outro trajeto.


Trilha do Vale dos Deuses (Norte) 1.760 metros – Inicia-se no vale central e encontra-se, em grande parte, em área fora do Parque. Em alguns trechos, a floresta apresenta-se com dossel alto e, em outros, em estágio inicial de regeneração. O Vale dos Deuses é uma formação de rochas dispersas, com vegetação primitiva rupestre, abrigando pequeno lago em seu interior, com cerca de 300 metros quadrados de superfície, em fase adiantada de colmatação. Apresenta lâmina d’água com espécies aquáticas vegetais e animais. Esse é um local de beleza panorâmica que deverá ser incorporado ao Parque. É uma das trilhas mais significativas da APA do Maciço Central, com presença de vários mirantes naturais formado por afloramentos rochosos.


Também há a trilha do Alpinista (Norte) – 2.020 metros, destinada à prática de rapel.



A localização privilegiada no Maciço Central e a sua altitude tornaram o local ideal para a instalação de antenas de telecomunicações. Atualmente, com 23 torres de recepção e transmissão de sinais de rádio e televisão, o espaço proporciona abordar os conceitos físicos de campo e ondas eletromagnéticas, seus tipos e suas aplicações.


As antenas são dispositivos destinados a transmitir ou receber ondas eletromagnéticas. Quando ligadas a um transmissor (de rádio, TV, radar etc.), convertem os sinais elétricos em ondas eletromagnéticas. Quando ligadas a um receptor, captam essas ondas e as convertem em sinais elétricos, amplificados e decodificados pelo aparelho receptor (de rádio, televisão, radar, etc). De acordo com a aplicação, as antenas terão formas diferentes. Essas instaladas na área do Parque Fonte Grande permitem a abordagem dos diferentes usos e aplicações tecnológicas.


Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Qual é o nosso espaço na cidade?” A ideia da problematização dessa SD surgiu a partir de uma atividade prática, na qual foi utilizado um terrário para observação da sobrevivência ou não de plantas e animais. Ao serem questionados por que algumas plantas e animais sobreviveram e outros não, os estudantes chegaram à conclusão, de que o espaço físico e ambiental do terrário limitava a vida de algumas espécies e propiciavam a vida de outras.

Transpondo essa prática para a realidade vivida pelos alunos, ao se sentirem incomodados com os problemas ambientais e sociais que os circundam na escola, fizeram a pergunta:

“Constatamos os limites ambientais de alguns seres vivos, mas e os nossos limites, quais são? Qual é o nosso espaço na cidade?” A proposta é para que conheçamos os espaços em que moramos, os trajetos que fazemos diariamente, os problemas ambientais e sociais desses espaços vividos pelas pessoas. Como os bairros e as cidades se formaram, suas características, seus históricos e seus limites territoriais.


As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

O professor pode começar a primeira aula da SD levando os alunos a pensarem sobre os problemas ambientais e sociais, vivenciados por eles na escola e no bairro onde moram. Nesse momento, serão levantados os conhecimentos prévios dos alunos, que serão trabalhados e aprofundados ao longo da SD. Possivelmente os problemas relatados serão: lixo nas ruas, esgotos e bueiros abertos, barulho, lotes vagos, indústrias, fumaça dos ônibus e carros, região de tráfico de drogas e assaltos etc. Após a explanação oral dos alunos sobre os problemas, sugerimos pedir que eles façam um desenho do percurso de suas casas até a escola, destacando os locais dos problemas relatados.

Na segunda aula, com o objetivo de organizar os conhecimentos, buscaremos explicações para justificar os problemas ambientais e sociais relatados. Em aula expositiva dialogada o professor apresentará gráficos e mapas, demonstrando o processo de industrialização e urbanização por regiões do Brasil, com explicação para os problemas de ocupação populacional, transformando as cidades em pólos atrativos de crescimento econômico. Estes gráficos e mapas podem ser pesquisados no site da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Na terceira aula, os alunos serão conduzidos até o Laboratório de Informática, onde utilizarão a
ferramenta Google Maps para refazerem o caminho de suas casas até a escola, retomando a atividade da primeira aula (desenho), buscando assim investigar mais detalhadamente adensamentos urbanos, favelização, regiões remanescentes de mata ou floresta na cidade, vias de circulação e limites entre os Municípios. E, em grupos, o trajeto anterior (casa-escola) será ampliado para o caminho até o Parque da Fonte Grande, observando, anotando ou desenhando os mesmos problemas ambientais, sociais e características citados nos percursos e abordagens anteriores.


Nas quarta e quinta aulas, propomos uma investigação em grupos sobre a história de formação dos bairros dos alunos, primeiramente, destacando um exemplo através do documentário “Lugar de toda pobreza” disponível em https://www.youtube.com/watch?v=QyK-yusEtaY.


Na sexta aula, o professor inicia um debate com os alunos sobre vídeo, propondo-os relacionar o conteúdo do vídeo com a história de formação do bairro onde moram. Os alunos farão uma pesquisa/ entrevista sobre a história de formação do bairro onde eles moram com os seus moradores mais antigos.

Nas perguntas da entrevista, deverão constar questionamento dos estudantes baseados na história do documentário da aula anterior: Como surgiu o bairro? O que havia na região antes das pessoas chegarem? Quem eram estas pessoas? De onde vinham? Vinham com qual objetivo? Estes objetivos foram alcançados por elas? Como aconteceu o processo de urbanização? Ainda há algum remanescente do que existia antes no local? Como você vê é o bairro hoje? Propor aos estudantes a construção de um livro documentando a história de surgimento dos bairros, com registros de fotos, entrevistas, relatos e os mapas que produziram.

A sétima aula é a visita ao Parque da Fonte Grande, mediada por educadores ambientais do parque. Sugerimos dividir a turma em dois grupos e distribuir o roteiro de observação com questionamentos a respeito: Grupo 1 – características da Mata Atlântica e do mangue; Grupo 2 – adensamentos urbanos das áreas verticalizadas, trânsito, poluição (ar, sonora, solo e água), limites territoriais das cidades observadas nos mirantes. Também podem ser incluídos em ambos os roteiros questões como a utilização da bússola e reconhecimento dos pontos cardeais e observação das antenas de rádio e TV.

SUGESTÃO DE QUESTIONAMENTOS QUE PODEM CONTER NOS ROTEIROS DE OBSERVAÇÃO E
REGISTRO
Faça o registro por meio de anotações e fotografia dos seguintes tópicos:
• Qual a primeira impressão que você teve do Parque da Fonte Grande?
• Respira fundo… Como é o ar aqui? E o som? Onde você se sente melhor? Por quê?
• Tamanho das árvores, copas das árvores;
• Distanciamento entre as árvores, presença de cipós;
• A mata é primária, secundária ou nativa?
• Características das folhas e troncos;
• Presença de líquens? E de fungos? Onde?
• A matéria orgânica do solo, descreva…
• Incidência solar e temperatura;
• Áreas de concentração da vegetação;
• Presença de rochas ou solo;
• Animais observados;
• Dos mirantes, quais são os Municípios observados?
• Quais rios, lagos e mares conseguiram ver?
• Quais as características do manguezal podem ser observadas daqui de cima?
• Onde se concentram as áreas verticalizadas; elabore uma explicação para o fato.
• Você observou se na área do Parque tem algum tipo de moradia?
• Observação dos pontos cardeais (quais são?) e limites territoriais;
• Utilize a bússola para definir os pontos cardeais de cada Município identificado no mirante.
• Explique porque as antenas estão localizadas no meio do parque.
• Compare o espaço do Parque com seu bairro e com o bairro da escola; quais as semelhanças e diferenças? Encontre uma explicação para elas.
• O que mais te chamou atenção e por quê?

Voltando da visita, na aula seguinte, utilizaremos o roteiro de observação e registro para a sistematização dos trabalhos por meio de aula dispositiva dialogada abordando os conceitos trabalhados sobre as características da fauna e flora da Mata Atlântica, adensamentos urbanos, áreas verticalizadas, geologia do solo, limites e características territoriais, pontos cardeais dos Municípios limítrofes ao da capital, Vitória. A visita faz uma interligação com todo o conteúdo abordado nas aulas anteriores, associada à história da realidade vivenciada pelos estudantes em seus bairros.

No encerramento da SD, para a aplicação do conhecimento, retomamos a proposta da construção de um livro no qual os alunos relatarão suas experiências construídas ao longo das aulas. São elas: entrevista feita aos moradores contando a história dos seus bairros, desenhos e mapas produzidos, observações e fotos da visita ao Parque da Fonte Grande. Posterior à organização e confecção do livro, faremos uma festa para lançamento do mesmo, convidando toda a comunidade escolar a participar.



2.4 Parque Estadual Paulo César Vinha

ENDEREÇO:
Rodovia ES-060, km 37,5, Setiba, Guarapari.
CAPACIDADE:
Grupos de até 40 pessoas por turno
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Aberto diariamente, das 8h às 17h. Visitas monitoradas, às 8h e 13h, com duração aproximada de 3 horas.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 99727-6295; (27) 3242-3665
E-mail: pepcv@iema.es.gov.br
Agendamento: Tel.: 3636 2522 / Agendamento com no mínimo de 5 dias de antecedência

Foto: Kleber Roldi

O Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV), localizado no Município de Guarapari, está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba. É uma unidade de conservação de proteção integral de restinga, sendo permitido seu uso indireto para pesquisa, recreação e lazer, representando também um importante espaço de educação ambiental.

O PEPCV, inicialmente chamado de Parque Estadual de Setiba, foi criado pelo decreto Estadual Nº 2.993-N/90. Por meio da lei Estadual Nº 4.903/94, denominou-se Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, em homenagem ao biólogo e ambientalista Paulo César Vinha. Ele liderava uma campanha pela preservação das áreas de restinga e combatia a construção de prédios à beira-mar, nas regiões do Município de Vila Velha e do Município de Guarapari. Sua atitude perseverante, inclusive junto aos órgãos públicos, era vista como um empecilho para empresários do ramo de extração de areia e da construção civil. Por defender as questões ambientais e impedir a retirada ilegal de areia, o biólogo vinha recebendo diversas ameaças, mas não parou com seu trabalho, sendo assassinado no dia 28 de abril de 1993, na Praia d’Ulé, em Guarapari.


O PEPCV está inserido no bioma Mata Atlântica, possuindo vários ecossistemas associados como, por exemplo, a grande reserva de restinga, além de ambiente costeiro, áreas de alagado e lagoas. A APA possui uma extensão de 12.000 hectares, compreendendo, além da parte continental, a área marinha, na qual estão localizadas as Três Ilhas, famosas pela sua elevada biodiversidade. O PEPCV possui, aproximadamente, 1500 hectares. O espaço tem grande potencialidade pedagógica para trabalhar conceitos relacionados à ecologia (relações ecológicas, diferenciação entre ambientes aquáticos e terrestres, adaptações dos vegetais a diferentes condições ambientais, como salinidade, ventos e disponibilidade de água), conceitos de geomorfologia (diferenças entre os tipos de solo, histórico de formação dos ambientes), além de questões sociais, econômicas e históricas, visto que o local possui conflitos em relação à retirada de recursos minerais (areia) e espécies da fauna e da flora, tráfego de veículos nas praias e vegetação, contaminação do lençol freático e deposição de lixo, além de ser uma região de grande interesse imobiliário.

O parque é uma área de conservação de proteção integral, sendo permitido seu uso indireto para pesquisa, recreação e lazer. E realiza importantes projetos de educação ambiental descritos sucintamente abaixo.

Biblioteca itinerante: através desse projeto, escolas no entorno do parque têm a oportunidade de receber a biblioteca itinerante durante um mês. Nesse período, além das atividades de leitura realizadas pelos alunos, semanalmente, uma mediadora vai até a unidade escolar realizar contação de histórias, teatro e dinâmicas, dentre outras atividades relacionadas ao parque.

Projeto Sagui: realizado anualmente pelo PEPCV, seu objetivo é capacitar alunos de ensino médio, técnico e de graduação, para atuarem como mediadores durante a visitação de escolas. O projeto é realizado, com cerca de 40 estudantes e, para trabalhar como mediador no parque, é necessário ter mais de 18 anos de idade.

Trilha cidadã: através desse projeto, são oportunizadas visitas a pessoas que, habitualmente, não frequentam o parque, como idosos moradores de asilos, alunos com necessidades especiais (oralauditivos, cegos, cadeirantes) e toxicômanos. O PEPCV possui uma cadeira de rodas especializada para o circular na areia e materiais sensoriais, como mapa do parque em Braille e pasta de pegadas de animais em alto relevo.

Comemoração de datas relacionadas ao meio ambiente: com programações especiais ou levando ao ambiente escolar palestras relacionadas ao tema, o PEPCV realiza ações de educação ambiental nas escolas do entorno.

Infraestrutura do local: o parque possui sede administrativa, centro de vivência para os visitantes, área para lanche com mesas e bancos, estacionamento para automóveis de pequeno porte, bebedouros, banheiros masculino e feminino.

O parque possui um livro intitulado “PEPCV – Preservando o nosso quintal”, no qual constam importantes informações a respeito do local. O livro esta disponível para download no site do Instituto Estadual do Meio Ambiente (IEMA), através do link: https://iema.es.gov.br/pepCV



A sede administrativa possui biblioteca e três salas pequenas nas quais são resolvidas questões
burocráticas relacionadas à administração do parque. O Centro de Vivência é utilizado para exibição do vídeo institucional do parque (aproximadamente 5 minutos) e para esclarecimento de dúvidas e passagem de orientações para a visitação. Na área externa ao Centro de Vivência, há mesas e bancos disponíveis para lanche e descanso. Entretanto, o Centro de Vivência encontra-se desativado no momento, necessitando de revitalização.



A Trilha da Clúsia até a praia possui aproximadamente 1,5km de extensão e, nesse percurso, o professor pode trabalhar uma variedade de assuntos, como relações ecológicas (parasitismo, epifitismo, sociedade e mutualismo, entre outras), diferentes características da formação da restinga (formação aberta de clúsia, floresta periodicamente alagada, floresta permanentemente alagada, mata seca de restinga, brejos), característica e diferenciação do tipo de solo (arenoso, lodoso, argiloso), importância das áreas de conservação e abordar ainda os problemas socioambientais enfrentados pelo parque.



Chegando à praia, percorrendo mais 1km à direita, chega-se ate a Laguna de Caraís, mais conhecida como “Lagoa da Coca Cola”, totalizando 2,5km de caminhada. Nesse ambiente, o professor pode abordar a questão da coloração marcante da água, causada pela decomposição de raízes. Ainda pode diferenciar os três tipos de formação – lagoa, laguna e lago – e elencar as diferenças entre os ambientes aquáticos marinhos e dulcícolas. É importante ressaltar a característica lodosa e instável do solo de lagoas e lagunas, o que pode acarretar a presença de desníveis mais profundos, dependendo da época do ano e do regime de chuvas. Desta forma, o professor deve estar atento e alertar os estudantes sobre tais características antes do banho na Laguna de Caraís.

Atenção: o banho na laguna só é permitido mediante o acompanhamento de guarda-vidas, que pode ser solicitado na Secretaria de Saúde do Município de Guarapari, através dos contatos: tel.: (27) 3361-4970 ou 99776-1202; e-mail: gabsaude@guarapari.es.gov.br.



No mirante, é possível obter uma visão panorâmica da lagoa, bem como da formação de restinga de maior porte. Os mediadores do parque estão implantando uma trilha pela laguna, com utilização de caiaques. Para essa atividade, é necessário um número menor de alunos (máximo de 12), além do pagamento de um valor extra para utilização dos equipamentos. Até o fim do presente ano, essa opção estará disponível para os visitantes.

Geralmente, ao visitar o parque, os professores são recepcionados pelo mediador e vão ao Centro de Vivência, onde permanecem por aproximadamente 15 minutos. Antes da trilha, os alunos vão ao banheiro, passam protetor solar, repelente e abastecem a garrafa de água. A trilha completa, ida e volta, até a lagoa dura aproximadamente três horas.

VISITAÇÕES
O PEPCV está aberto à visitação pública diariamente, inclusive domingos e feriados, no horário de 8:00h as 17:00h. As visitas podem ser guiadas por mediadores ambientais capacitados e devem ser agendadas previamente pelo site do IEMA. Os guias trabalham com grupos de, no máximo, 30 alunos.

Atenção: a contratação do mediador ambiental deve ser realizada pelo professor. Na página de agendamento, há nome e telefone de mediadores capacitados pelo PEPCV através do projeto Sagui realizado anualmente pelo parque com estudantes da região. O preço da monitoria deve ser combinado previamente entre professor e mediador.

Como sugestão, propomos uma SD que tem como temática: “Os conflitos socioambientais do Parque Estadual Paulo César Vinha: a luta de um ambientalista”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro a seguir:

No início da SD, na etapa de problematização, sugerimos que os alunos assistam ao documentário “Mataram irmã Dorothy”. Como o filme tem duração de 94 minutos, o ideal é que seja assistido durante uma aula geminada. Ao final do documentário, o professor pode levantar algumas questões, a fim de problematizar sobre problemas ambientais e interesses econômicos e políticos existentes. Entre as perguntas, sugerimos algumas: Por que mataram a irmã Dorothy? O que faz um ambientalista? Esses casos acontecem somente do Estado do Pará? Você conhece algum caso semelhante que aconteceu no Estado do Espírito Santo?



Na terceira aula, ainda prosseguindo com a problematização, o professor pode levar os alunos para a Sala de Informática da escola, para que pesquisem sobre as possíveis causas da morte do biólogo Paulo César Vinha, abordando o contexto de brigas em torno da extração de areia da restinga e sobre o histórico de formação do Parque Estadual Paulo César Vinha. “Os alunos devem ser orientados a anotar as informações principais. Algumas perguntas norteadoras poderão ser realizadas para aguçar a curiosidade dos alunos, como: Quais os principais recursos extraídos da região?”; “Há outros interesses econômicos e políticos envolvidos além da extração de recursos naturais?” O objetivo dessa atividade é que os alunos reconheçam os principais motivos que levaram à morte do biólogo Paulo César Vinha, bem como identificar
os principais conflitos ainda existentes na região do parque e da APA.

Na quarta aula, será iniciada a etapa de organização do conhecimento. Nesse momento, o professor propõe uma aula expositiva dialogada, abordando o conceito de ecologia, a caracterização dos ambientes costeiro, restinga e laguna e a diferenciação de lago, lagoa e laguna, por meio da utilização de recursos audiovisuais. Nessa aula, os alunos poderão conhecer mais profundamente os ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica como restinga, ambiente costeiro e laguna.

Na quinta aula, o professor, ainda por meio de aula expositiva dialogada, pode abordar o conceito de espécies de fauna e flora das diferentes regiões encontradas no parque, os conceitos de comunidade e população e as relações ecológicas harmônicas e desarmônicas. Ao final da aula, os alunos serão capazes de identificar as categorias taxonômicas dos seres vivos encontrados na reserva. Na aula seguinte, os alunos são levados para uma aula de campo, no Parque Estadual Paulo César Vinha. No local, poderão visualizar as características da restinga, ambiente costeiro e laguna, além de colher informações sobre os principais conflitos que ocorrem no entorno do parque. O professor pode aproveitar o momento para conversar com seus alunos sobre a importância das áreas de conservação (pesquisa, recreação, lazer), sustentabilidade e manejo sustentável. Na aula seguinte à aula de campo, os alunos serão orientados a ler reportagens sobre as queimadas que ocorrem na região da reserva. Após a leitura dos textos, o professor deverá realizar uma discussão sobre a reação de combustão, causas e efeitos das queimadas na reserva, influência das queimadas no ambiente e interesses econômicos e políticos existentes na região, que poderiam motivar a realização de queimadas. Para a discussão, o professor poderá abordar os conceitos de combustão completa e incompleta, produção de gases poluentes, efeito estufa e aquecimento global. Ao final da aula, os alunos serão capazes de identificar as possíveis causas e efeitos das queimadas na reserva, diferenciar os tipos de combustão, além de discutir sobre o aquecimento global.

1) Área queimada no Parque Estadual Paulo César Vinha é de 100 hectares: http://www. folhadacidade.inf.br/ler.asp?cod_materia=7632#.U7ILa5RdVu4

2) Incêndio queimou 599 hectares de parque no ES, conclui relatório: http://g1.globo.com/ espirito-santo/noticia/2014/04/incendio-queimou-599-hectares-de-parque-no-es-concluirelatorio.html

3) Iema conclui relatório sobre incêndio no Parque Paulo César Vinha: http://www.es.gov.br/ Noticias/169329/iema-conclui-relatorio-sobre-incendio-no-parque-paulo-cesar-vinha.htm

Na oitava aula, inicia-se a etapa de aplicação dos conteúdos. Os alunos podem ser divididos em grupos, cada um sendo responsável pela construção de um mapa conceitual sobre um determinado tema. Como sugestão de temas, podem ser trabalhados assuntos como extração ilegal de areia, queimadas, condicionantes da concessionária Rodosol e poluição do ambiente. Com isso, serão debatidos os principais conflitos socioambientais que ocorrem no entorno do Parque Estadual Paulo César Vinha, bem como será possível sistematizar os conhecimentos construídos ao longo da SD.

Na última aula, os grupos apresentam os mapas conceituais produzidos e montam um painel integrado com as temáticas discutidas e vivenciadas durante a SD, tendo o Parque Paulo César Vinha como tema central. Com essa atividade, será possível sistematizar os conhecimentos construídos ao longo da SD.



2.5 Afonso Cláudio: Pico dos Três Pontões e Museu das Grandes Guerras

ENDEREÇO:
Comunidade de Três Pontões, distante 9 km da sede do Município de Afonso Cláudio.
CAPACIDADE:
Grupos de 20 a 40 alunos
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De acordo com a demanda da escola. O horário ideal de visitação é de 8h às 12h.
MAIS INFORMAÇÕES:
Verificar taxa de entrada. É possível contratar serviço de alimentação (café e almoço) na Pousada Cantinho dos Três Pontões, por um valor acessível. (27) 99914-0290
E-mail: cantinho3pontoes@gmail.com

Foto: Elaine Cristina Rossi Pavani

No Município de Afonso Cláudio, na Região de Montanhas do Estado de Espírito Santo, encontramos dois espaços próximos: O Pico dos Três Pontões e o Museu das Grandes Guerras, podendo ser visitados em um mesmo dia, de forma a aproveitar a saída da escola. O Pico ou Pedra dos Três Pontões possui 1.300 metros de altitude, sendo um símbolo do município de Afonso Cláudio e um cenário de rara beleza. A formação rochosa pode ser vista a quilômetros de distância.

O Município de Afonso Cláudio está localizado na macrorregião Metropolitana e na microrregião Sudoeste Serrana, apresentando abundância de recursos hídricos, o que garante a agricultura e revela a beleza do local.

O principal ícone desta região é a Pedra dos Três Pontões. Esse pico tem uma rampa natural para voo livre, além de estar preparado para a prática do rapel e escaladas. Afonso Cláudio vive num contexto tipicamente rural, a economia se baseia na agropecuária ou nas pequenas atividades caseiras como, agroindústrias, agroturismo e produção de artesanato.

O Museu das Grandes Guerras, também localizado em Afonso Cláudio, é uma iniciativa particular e se mantêm por meio da visitação. Os proprietários residem na mesma propriedade em que está localizado o museu e seu acervo foi importado, peça a peça, da Europa. Rolf Hoffmam montou todos os cenários, com auxílio da esposa Dalva Kempin, e do filho, Nilson. Seu avô participou da Primeira Guerra Mundial e o seu pai, da Segunda.

O Museu possui um acervo que retrata parte da primeira metade do século XX, em especial as duas grandes guerras. Conta com mais de 1.500 peças; Objetos que estavam no campo de batalha, hoje estão no museu: fardas, medalhas e armas, em meio a artigos da época, somam-se os cenários de guerra. São mais de 60 bonecos uniformizados, incluindo personagens, como Hitler e Napoleão.

Infraestrutura do local: na pousada Cantinho dos Três Pontões, de onde partem as trilhas para o Pico dos Três Pontões, os proprietários põem à disposição dos grupos um amplo refeitório, banheiros e estacionamento para ônibus. No Museu das Grandes Guerras estão disponíveis banheiros, bar, loja de souvenires, áreas de exposição abertas e fechadas. Não há local para estacionamento, devido à sua localização, à margem da ES-165, o que dificulta o desembarque e embarque dos alunos.

Os espaços educativos do Pico dos Três Pontões e do Museu das Grandes Guerras possuem muitas potencialidades educativas, dentre elas, a diferenciação da vegetação de Mata Atlântica de acordo com a altitude e a ocupação antrópica; o turismo rural ou agroturismo; diferentes processos erosivos: físicos, químicos e biológicos; espécie endêmica; aves; paineiras; relevo; serrapilheira; Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial.

Ao elencarmos estes dois espaços com uma proposta de trabalho integrada, levamos em consideração a proximidade e a organização dos tempos/espaços para um melhor aproveitamento da saída dos alunos da escola. As visitas podem ser agendadas em parceria com o Cantinho dos Três Pontões e o Museu das Grandes Guerras. Na parte da manhã, é possível estudar os aspectos físicos, químicos, biológicos e geográficos no Pico dos Três Pontões, após o almoço, os aspectos históricos no Museu das Grandes Guerras. As atividades realizadas são intensas e precisam de disposição e engajamento para aproveitar ao máximo as potencialidades educativas destes espaços de educação não formais.



A pousada conta com amplo refeitório, de onde partem as caminhadas pelas trilhas que levam ao Pico dos Três Pontões. A capacidade para alojamento é de aproximadamente 20 pessoas nos chalés e dispõem também de ampla área para camping. O local possui cobertura de telefonia móvel e internet.



A caminhada é feita por uma trilha em trechos de formação rochosa e trechos de mata nativa até o Pico dos Três Pontões. Com cerca de 6 km (ida e a volta), a trilha começa na sede da pousada com uma altitude de 820 metros e se encerra no alto da pedra em uma altitude de 1.110 metros acima do nível do mar. A caminhada dura aproximadamente quatro horas, pois são muitas paradas para contemplação da paisagem, fotos e descanso.

Durante a trilha, podem ser observadas as mudanças na vegetação, o relevo da região, processos erosivos, espécies de fauna e fl ora da Mata Atlântica (bromélias, musgos, liquens, paineiras, pássaros, calangos e cabritos selvagens, dentre outros).



O Museu das Grandes Guerras pertence a Rolf Hoffman e sua família – esposa, fi lho e cachorro (pastor alemão), que só obedece aos comandos em alemão, e que é uma atração à parte. Os alunos podem contemplar os cenários de guerra, objetos que Hoffman colecionou a vida toda e organizou em cenas de acordo com a ordem cronológica dos conflitos. Qualquer duvida sobre os objetos e cenários da exposição é só perguntar a Hoffman ou sua esposa, Dalva. Neste espaço, o mediador deve ser o professor responsável pelo grupo.

Propomos, como sugestão, uma sequência didática que tem como Temática: “Pico dos Três Pontões e Museu das Grandes Guerras: produzindo um documentário”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

Os educandos do 3º ano do Ensino Médio estão vivendo um momento de grande apreensão em suas vidas, pois, ainda muito jovens, têm de se deparar com escolhas que nortearão seus futuros profissional e pessoal. A escolha de qual curso superior irá realizar os deixam muito tensos e indecisos, o que pode dificultar o processo de assimilação de certos conteúdos, que, de alguma forma, já foram vistos ao longo dos 12 anos de escolarização a que foram submetidos.

A realização de uma aula de campo multidisciplinar pode ajudá-los a rever muitos destes conteúdos e torná-los conhecimentos práticos adquiridos. A problematização dos conteúdos deverá ser realizada em duas aulas, no Laboratório de Informática da escola, onde, por meio de sites previamente selecionados pelos professores, os educandos irão responder às questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e de vestibulares na Área das Ciências Humanas e Ciências da Natureza.

Observadas as propostas de avaliações destes sistemas, os professores de Biologia, Geografia, História e Sociologia podem trabalhar de forma articulada para relembrar conceitos importantes, como a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, os diferentes processos erosivos, a diferenciação da vegetação de Mata Atlântica de acordo com a altitude e as relações estabelecidas entre os seres humanos e o ambiente.

O professor de Biologia vai apresentar os conteúdos: Mata Atlântica e a biodiversidade; espécies endêmicas e bioindicadores da qualidade do ar, por meio de uma aula expositiva com auxílio de slides. Na aula de Geografia, o professor utilizará o livro didático para trabalhar os assuntos: processos erosivos; relevo e ecossistema da Mata Atlântica de altitude. Na aula de Sociologia, os alunos vão assistir ao filme “O livro de Eli” e as discussões serão orientadas pelo professor.

O professor de História deve revisar os conteúdos relacionados à Primeira e a Segunda Guerras Mundiais por meio de uma aula expositiva com apresentação de slides. As orientações sobre a realização da aula de campo fica a cargo de todos os professores envolvidos na SD, bem como as autorizações e o recolhimentos dos recursos referentes ao transporte, alimentação e ingresso no museu.

A aula de campo é o ponto alto desta SD. Os educandos ficam exaustos e felizes com as descobertas empíricas realizadas no decorrer do dia. Os trabalhos começam às sete horas da manhã, com a organização dos alunos para sair da escola com destino a Afonso Cláudio. Na Pousada Cantinho dos Três Pontões, o guia Itamar passa as orientações, os alunos lancham e se inicia a caminhada em direção ao Pico dos Três Pontões. A aula de campo contribui para uma melhor compreensão dos conteúdos ao relacionar a teoria proposta em sala de aula com os estudos e análises práticas das paisagens do ambiente observado, ampliando os horizontes ao ir além dos textos e fotografias do livro didático. Ao permitir o desenvolvimento de diversas habilidades nos alunos, tais como identificar, distinguir e ampliar o conhecimento adquirido nas instituições de ensino, comparando-o com a realidade do lugar em que os envolvidos estão habituados, as aulas de campo favorecem, portanto, uma experiência com o complexo.

Na trilha, é possível observar o relevo e a vegetação, conhecer a paineira e também uma espécie de bromélia endêmica dessa região. Geralmente, é possível ver grupos de cabritos selvagens que correm sobre as pedras. Em um trecho mais íngreme, é necessário o auxílio de cordas para subir. Podemos observar de perto, e até mesmo tocar, exemplos de erosão diferencial e de esfoliação esferoidal.

O caminho de volta é ainda mais interessante: passa por um trecho de Mata Atlântica de altitude bem fechada, com a presença de musgos e líquens, bioindicadores da qualidade do ar. e várias espécies de bromélias, cipós, flores e cactos. A trilha passa por uma rampa de parapente e uma grande antena de TV. Após realizar, a trilha os educandos retornam à pousada, almoçam e descansam.

Após o almoço, a aula de campo prossegue no Museu das Grandes Guerras, bem próximo à pousada, cerca de 30 minutos de ônibus. No Museu, os alunos contemplam os cenários de guerra montados pelo alemão Rolf Hoffman, que apresenta os objetos expostos. O professor de História atua como mediador entre os cenários e as histórias das guerras. Todos os momentos da aula de campo devem ser registradas pelos alunos e professores por meio de fotografias, filmagens e anotações para utilizar estas informações na produção dos documentários.

De volta à escola, as aulas seguintes devem ser direcionadas para a composição dos grupos de três a cinco alunos e a escolha dos temas de cada documentário: 1) Mata Atlântica; 2) Processos erosivos; 3) Primeira e Segunda Guerra Mundiais; 4) As relações entre as pessoas e o meio ambiente; 5) Compacto da Aula de Campo. Os alunos são levados para o Laboratório de Informática e orientados sobre os programas existentes para a produção de pequenos vídeos. Após essa orientação inicial, os educandos terminam de realizar essa tarefa em casa e, na data marcada para a exibição, os professores promovem na escola uma “Mostra de Curtas” sobre as temáticas estudadas.

Segue o planejamento detalhado por aulas da SD, intitulada “Pico dos Três Pontões e Museu das Grandes Guerras: Produzindo um documentário”.



2.6 Ecossistema Manguezal dos Rios Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim, Aracruz

ENDEREÇO:
Rodovia ES-010 – Santa Cruz, Aracruz / ES
CAPACIDADE:
Grupos de 30 alunos para as trilhas e passeio de escuna.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De segunda a sexta, das 7h às 16h.
MAIS INFORMAÇÕES:
Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMAM
(27) 3296-7515
Passeio de Escuna Viking:
(27) 3250-6260 / 9-9914-3941 ou
email: vikingecoturismo-nautico@yahoo.com.br
Para passeio de escuna também tem a opção de contactar Luiza Turismo pelo telefone (27) 3250-1941 / 9-9985-1964 ou
email: luizaturismopdm@hotmail.com

Foto: Helania Mara Grippa Rui

O Ecossistema Manguezal dos rios Piraquê-açú e Piraquê-mirim está localizado na localidade de Santa Cruz, Distrito do Município de Aracruz. O ecossistema faz parte da Reserva Ecológica de Desenvolvimento Sustentável dos Manguezais Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim, com aproximadamente 1.650 hectares. É considerado um local de lazer, educação ambiental e preservação ambiental permanente com restrições de uso.

A área de manguezal do Município de Aracruz é navegável em quase toda sua extensão, com profundidades que variam de 2m até mais de 15m, possuindo águas salobras ricas em espécies marinhas e terrestres. Esta área é considerada o maior manguezal do Estado do Espírito Santo, avançando aproximadamente 13km continente adentro, se tratando também da maior penetração de maré do Estado. Na reserva, são encontradas diferentes espécies de animais e também uma flora que se desenvolve sobre substrato lodoso – mistura de lama e areia. Apresenta espécies da flora manguezal dos três tipos de mangue (vermelho, preto e branco). Entretanto, existe predominância do mangue vermelho, o que pode ser observado na trilha do manguezal e durante o percurso no passeio de escuna.

O ecossistema manguezal forma uma imensa biodiversidade de grande importância para as comunidades em seu entorno, pois sobrevivem dos seus recursos, como pesca artesanal, coleta de mariscos e fabricação de artesanatos.


Infraestrutura do local: O ponto de partida para o passeio de escuna, tem estacionamento para ônibus e banheiros.

A reserva possui um local apropriado para trilha no manguezal e passeios de escuna particulares, com valor de visitação por pessoa, tendo local de estacionamento de ônibus.



O ponto de referência para se chegar ao Mangue é próximo ao Hotel Praia de Coqueiral, em frente à Polícia Rodoviária Estadual, onde o ônibus pode ficar estacionado. A trilha do manguezal fica próxima ao local do estacionamento. O mediador pode aproveitar esse espaço para trabalhar de forma dialogada com seus alunos questões pertinentes, como, por exemplo: Qual é a importância do rio para o Município e o Estado?; Quais tipos de espécies de fauna e fl ora encontramos no mangue?; Qual a importância econômica, cultural do manguezal para o Município?; Quais atitudes devem ser realizadas para manter a preservação daquele espaço; O que é uma reserva desenvolvimento sustentável? Qual é a diferença de parque para reserva? O lixo encontrado aqui faz parte do ambiente natural?

No manguezal, o mediador pode realizar uma atividade de investigação para reconhecimento das espécies de caranguejo presentes. Para perceber a diferença, pode-se observar a coloração, revestimento do corpo, formato dos buracos que utilizam, número de patas e, apêndices, dentre outras características visuais perceptíveis.

Para cada caranguejo observado é importante que se mostre mais do que um exemplar. O mediador pode solicitar aos alunos que, durante a visita, façam seus registros percebidos do local, e, por meio da interação do diálogo, percebam sobre habitat, reprodução, alimentação e distribuição geográfica das espécies do mangue.



Durante este percurso no manguezal, o mediador poderá encontrar, junto com seus alunos, caranguejouçá (Ucides cordatus), goiamum (Cardisoma), aratu (Aratus pisonii), siri-açú (Callinectes danae), sururu (Mytella sp) e, principalmente, as ostras do mangue (Crassostrea rhizophorae), presentes em grandes quantidades, sendo chamadas “ostras da maré”, as quais os pescadores capturam para comerem cruas ou assadas na brasa e com farinha.

Lembrando: é importante o mediador deixar um tempo livre para os alunos terem uma maior percepção do local sendo visitado.

As informações registradas poderão ser complementadas com pesquisas no retorno para escola, sendo trabalhadas de forma interdisciplinar com as diferentes disciplinas.



É possível realizar uma trilha ecológica no mangue próximo à aldeia Tupiniquim, no sítio arqueológico indígena, cerca de 10 minutos do posto de guarda rodoviário estadual. Recomendam-se grupos de no máximo, 30 alunos para a realização da trilha. Essa trilha pode proporcionar um maior aprofundamento sobre o ecossistema manguezal e estimular os alunos a atingir um nível elevado de percepção do ambiente. A caminhada na trilha dura em torno de 40 minutos aproximadamente.

É importante observar e evidenciar que o mangue está localizado em região estuarina. O estuário é um ambiente aquático de transição entre um rio e o mar. Nesse ambiente, podemos observar plantas de mangues com raízes escoras e diferentes tipos de plantas típicas do manguezal, entre elas: manguevermelho (Rhizophora mangle), mangue-preto, siriúba ou sereíba (Avicennia shaueriana), mangue-branco ou tinteira (Laguncularias). Também encontramos, como parte da fl ora, capoeira, gravatá, sapê, caraguatá, cipó, samambaia, taquara, capim e bromélias.

Vale lembrar que o mediador pode explorar informação sobre a predominância do mangue-vermelho (Rhizophora mangle), também conhecido como sapateiro, espécie típica desse manguezal. Ela recebe esse nome pois, quando sua casca é raspada, apresenta coloração avermelhada, característica da espécie.

A respiração das plantas de mangue é realizada por meio de raízes (pneumatóforas). A espécie reproduzse através de sementes (propágulos), que germinam ainda presas à planta-mãe, aumentando as chances de se propagar.

Em relação à fauna, temos predominância de diversidades de peixes, aves (araponga, guará, anu, xexéu, garças) e crustáceos, como aratu, siri, guaiamu e poti (camarão). Também ressaltamos ser possível encontrar tartarugas e mamíferos como sagui, coati e botos, dentre outros.

O mediador consegue intensificar as percepções da turma, solicitando que, durante o trajeto, os alunos façam silêncio. O silêncio e a escuta atenta possibilita-os sentir as diferentes impressões que o ambiente pode proporcionar, estabelecendo, assim, maior contato com toda a riqueza do local e potencializando suas curiosidades e conhecimentos a serem adquiridos e compartilhados por todos.



O passeio de escuna em meio à reserva do manguezal inclui um tour de uma hora e meia, com parada em um fl utuante, para apreciar as belezas do local. O roteiro conduz um passeio pelos rios Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim que se bifurcam logo após a ponte de Santa Cruz, sendo navegável pelo rio Piraquê-mirim, com largura e profundidade adequada para o trajeto até o ancoradouro do flutuante. O professor precisa previamente entrar em contato com uma das empresas de turismo que fazem o passeio de escuna e acertar o valor por aluno.

Durante o percurso, são realizadas paradas para explicações e explanações pelo responsável da escuna, sobre o manguezal em questão, dando ênfase também às curiosidades do entorno e da região. O mediador pode aproveitar esse momento para aprofundar determinados temas relacionados ao manguezal, detalhando certas curiosidades para seus alunos.



Durante 30 minutos, a embarcação fi ca parada em um ancoradouro, conhecido como Mangue Bar, onde os alunos podem visualizar e apreciar a beleza do estuário, localizado no meio do mangue. Lá, é possível apreciar a visão da Pedra Piraquê-mirim, além de toda a extensão do manguezal. O professor pode liberar o banho no estuário para os alunos, desde que fi quem no cordão do isolamento determinado pelo responsável da escuna.

Na visita à reserva, geralmente, adotamos, enquanto professor, o seguinte roteiro de atividades: primeiro, visitamos o manguezal no sítio arqueológico indígena, onde os alunos realizam a trilha no mangue por 40 min; em seguida, retomamos para o passeio de escuna, localizado como ponto de referência próximo ao hotel de praia de Coqueiral, em frente à Polícia Rodoviária Estadual. Próximo à embarcação da escuna, há banheiros que podem ser utilizados.

Dentro da escuna, fazemos um lanche. Como são crianças do ensino fundamental, a escuna oferece água. Também durante o passeio, são realizadas paradas para explicação do estuário, feita pelo próprio responsável da embarcação. Após toda a programação da visita, os alunos retornam à escola.

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “O Ecossistema Manguezal rico em Biodiversidade” As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos que os alunos realizem a dinâmica ”Reconhecendo as espécies do manguezal”. Os alunos deverão receber por grupo 10 imagens coladas em papel cartão, contendo paisagens de diferentes ecossistemas e terão que retirar cinco imagens que o grupo acredita reconhecer serem características pertencentes ao ecossistema manguezal, fazendo o registro no caderno das características que o grupo consideram ser relacionadas ao mangue.

Em seguida, sugerimos uma aula orientada no Laboratório de Informática, no site da Prefeitura do Município de Aracruz, no link conheça Aracruz, título Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim, em busca das seguintes respostas: Qual a localização do manguezal. Quais as principais características que determinam o ecossistema manguezal. Tipos de espécies de fauna e flora encontradas? Importância desse ecossistema?

Após a pesquisa, é importante que o mediador confronte as ideias registradas no caderno pelos alunos sobre as características escritas do manguezal e as características pesquisadas. É importante ressaltar que o uso da informática, nesse momento, pode ser ferramentas importante para motivar e facilitar a compreensão de um determinado tema e apresentar o conteúdo de forma mais interativa para os alunos.

O principal objetivo desta etapa da SD é articular os temas abordados com o cotidiano do aluno e fazer com que o próprio educando seja conduzido a estruturar relações integrada de saberes, entre as situações reais com o seu dia a dia, além de despertar uma curiosidade mais abrangente para um novo conhecimento. Ressaltamos que esse conhecimento integrado, está sugerido nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Já no segundo MP, organização do conhecimento, os conceitos escolhidos como imprescindíveis para a compreensão dos temas e da problematização inicial são ordenadamente estudados, com o apoio do mediador.

Sendo assim, com os alunos realizamos uma visita ao Manguezal Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim, onde o mediador aproveita o espaço local para trabalhar de forma dialogada com seus alunos questões pertinentes sobre o manguezal conforme relato descritos nos instantes de 1 a 5. Neste momento, já no manguezal, perfazendo a trilha, são aproveitadas oportunidades para desenvolver percepção, e observação dos alunos para com o ambiente, além de promover questionamentos instigando-os. Em vários momentos durante a trilha, o mediador contribui com informações relevantes sobre o tema, sempre no intuito de provocar e ampliar as reflexões.

Já na escola, o mediador, em uma aula expositiva, coloca nos slides fotos da visita ao Ecossistema Manguezal. Nesse momento, o mediador da disciplina de Ciências/Biologia aproveita para aprofundar e explorar conteúdos sobre o tema como habitat, reprodução e crescimento os filhotes de vários espécies, matéria orgânica, respiração aeróbia e anaeróbia dos seres vivos no mangue, poluição ambiental, estruturas adaptativas, unidades de conservação, diversidade de fauna e flora, preservação ambiental, sustentabilidade entre outros.

Também buscando uma interdisciplinaridade com o mediador da disciplina de Geografia, este apresenta slides e vídeos explicando a localização geográfica do ecossistema visitado, diferenças e similaridades particulares das características de outros ecossistemas, aproveitando para fazer um paralelo geral do ecossistema visitado, enfocando economia, social, cultura, riquezas e artesanatos e a subsistência presentes nesse ambiente, reserva de desenvolvimento sustentável e de preservação.

Ainda no segundo MP, dentro de uma proposta integrada com a disciplina de Língua Portuguesa, são produzidos textos, história em quadrinhos e relatório da visita, de modo a promover a ampliação de conhecimento sobre a importância do ecossistema manguezal para o Município e o Estado, visando a formação de um aluno dentro de uma perspectiva CTSA, buscando a reflexão, discussões pertinentes, problematização e contextualização com o cotidiano.

No terceiro MP, aplicação do conhecimento, almeja-se que este momento vá além de simplesmente capacitar os educandos ao emprego do conhecimento. Desta forma, propõe-se a confecção e aplicação do jogo sustentável, e também de um painel integrado produzido pelos próprios alunos, de modo que estes vinculem a informação que obtiveram de diferentes maneiras dentro de uma abordagem interdisciplinar, com a construção de um saber que priorize a compreensão da importância do ecossistema manguezal para o Município e nosso Estado.

Nessa etapa, buscamos entender como o aluno se apropriou dos conhecimentos adquiridos e trabalhados durante as atividades. Sendo assim, procuramos oportunizar que este coloque em prática os assuntos abordados durante o processo. Então, o mediador solicita que, em pequenos grupos, de cinco alunos cada, estes elaborem e produzam jogos de trilha com materiais reutilizáveis. Após a confecção dos jogos, o mediador oportunize momentos para que os alunos possam brincar e socializar, promovendo um ambiente escolar de alegria e conhecimento.

É interessante que o mediador solicite aos alunos que estes aproveitam a oportunidade e desenvolvam cada vez mais a imaginação, criando suas próprias regras, normas, para jogar o jogo da trilha sustentável, tendo como imagem de fundo da trilha, por exemplo, uma foto ampliada da visita realizada no manguezal.

Após os trabalhos desenvolvidos, para concluir essa etapa, solicitamos aos alunos, em dupla, que façam desenhos livres sobre o tema em questão e, depois de todo trabalho realizado, o mediador, junto com os seus alunos, expõe os desenhos, montando um painel integrado para ser visualizado e socializado com toda a escola os diferentes conhecimentos adquiridos e produzidos.



2.7 Parque Estadual Pedra Azul

ENDEREÇO:
Rodovia Angelo Girardi (Rota do Lagarto), Km 2 – Pedra Azul – Domingos Martins.
CAPACIDADE:
10 a 30 integrantes.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Terça-feira a domingo, das 08:00 h às 17:00h O acesso às trilhas é de 08:00h às 14:30h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3248-1156 / (27) 99846-3489
Site: pepaz@iema.es.gov.br
email: luizaturismopdm@hotmail.com

Foto: Josilene E.Werneck Machado

O Parque Estadual Pedra azul teve seu decreto de criação datado em 1991, com objetivo de preservação da Mata Atlântica e da exuberante formação geológica local. É considerado um espaço de lazer, esporte e educação ambiental e a área total compreende 1.240 hectares, localizando-se nos Municípios de Domingos Martins e Vargem Alta.


O Parque Estadual Pedra Azul surgiu como iniciativa de proteger a biodiversidade da Mata Atlântica e da formação geológica, e possui opções de trilhas guiadas com fi ns de lazer e educação ambiental.

A flora da região é composta por espécies nativas da Mata Atlântica e apresenta-se em diferentes estágios e sucessão ecológica, visto que alguns locais sofreram a ação humana de desmatamento.

A fauna é composta por animais da Mata Atlântica, sendo que alguns podem ser observados nas trilhas. Também possui espécies endêmicas, como anfíbio de coloração alaranjada, em processo de pesquisa.

Infraestrutura do local: Além dos espaços naturais como trilha; o parque conta com módulo de exposição de espécies taxidermizadas, jogos educativos, banheiros, área livre com espaço para contemplação e área aberta para recepção de grupos, com bebedouro com água da nascente.

Após a chegada dos imigrantes no Brasil, algumas dessas populações vieram para o Estado do Espírito Santo e adentraram e ocuparam as regiões serranas. Dentre estas, Domingos Martins, que possui clima semelhante os quais estavam acostumados nas terras natal.

A principal ocupação econômica das pessoas, na época, era o trabalho com a terra, e, como a região era coberta por mata, utilizaram técnicas de desmatamento para criar os espaços de produção agrícola.

Esse impacto, somado com a construção da BR-262, ligando o Estado do Espírito Santo ao Estado de Minas Gerais, contribuíu para diminuir a área total de Mata Atlântica.

Com o aumento da população na região, e a crescente preocupação com o desmatamento das áreas naturais, principalmente relacionadas à Mata Atlântica, foi necessário à criação de espaços de preservação do bioma, considerado de grande importância ecológica, por causa da biodiversidade da fauna e flora. É nesse contexto de preservação da Mata Atlântica, somado a beleza da formação geológica, que surge o Parque Estadual de Pedra Azul.

Todo o parque é um convite ao conhecimento. Em seus principais ambiente podem ser desenvolvidas diversas ações educativas. No espaço de recepção de grupos, em área aberta ou coberta, que conta com quadro e mapa da região, os guias do parque explicam sobre os limites do parque e suas particularidades da fauna e fl ora. O espaço conta com disponibilidade de água mineral e um livro de presença.



O modulo de Educação Ambiental, conta com exposição de animais taxidermizados, quebra baça gigante, fixado na parede, imagem da Pedra Azul e jogo sobre animais da Mata Atlântica. Há ainda, banheiros masculino e feminino.



A área livre do parque conta com bancos de contemplação da paisagem da região e um painel onde é possível interagir para retirar fotos simulando ser um animal da Mata Atlântica. Os professores podem aproveitar esse espaço para realização de dinâmicas e realizar um lanche coletivo.



As duas trilhas são para observação da fauna e fl ora da Mata Atlântica, e nessa atividade, o professor pode aproveitar para reforçar conceitos biológicos e geológicos, além de atentar para a importância da atividade física em oposição ao sedentarismo; incentivar a técnica de fotografar e exercitar, junto aos alunos, a apreciação da natureza.

Existe a necessidade do professor atentar-se ao grupo de alunos, pois a trilha das piscinas naturais exige um pouco de esforço, em especial, na subida em uma pedra com auxílio de corda e também no caminho que apresenta partes com desnível, com risco de queda.

Um dos pontos fortes da visita ao parque é a caminhada nas trilhas. São duas: uma em direção às piscinas naturais na Pedra Azul, considerada de nível médio para difícil; e, a outra, em direção ao Mirante da Região Serrana, de nível fácil.

As duas trilhas são para observação da fauna e fl ora da Mata Atlântica, e nessa atividade o professor pode aproveitar para reforçar conceitos biológicos e geológicos, além de atentar para a importância da atividade física em oposição ao sedentarismo; incentivar a técnica de fotografar, e exercitar junto aos alunos, a apreciação da natureza.



Existe a necessidade do professor atentar-se ao seu grupo de alunos, pois a trilha das piscinas naturais, exige um pouco de esforço, em especial, na subida em uma pedra, com auxílio de corda, e também no caminho, que apresenta partes com desnível e com risco de queda.

Como sugestão para a aula no Parque Estadual de Pedra Azul, segue uma proposta de SD interdisciplinar, com enfoque CTSA, intitulada “No rastro do lagarto”. As etapas, o número de aulas e a descrição das atividades estão no quadro a seguir:

Esse espaço educativo permite desenvolver diversos assuntos, tanto em abordagem mais específica como interdisciplinar. Nessa SD, optamos por conferir abordagem interdisciplinar no contexto de prática investigativa na forma de um jogo em equipes na trilha do cedro sentado e das piscinas no Parque Estadual da Pedra Azul.

Na primeira aula, ao apresentar o tema aos alunos, o professor fala um pouco sobre o contexto do parque. Em linhas gerais, aborda seu histórico, localização e importância para a região. Assim também destaca a sua biodiversidade no contexto da formação ombrófila densa, do afloramento rochoso em gnaisse do pico e processos de intemperismo e ciclo das rochas. Também discute os conceitos de preservação e conservação relativos à unidade de conservação a ser visitada.

O professor também propõe a realização de uma aula de campo. Discute com os alunos a realização de um jogo no Parque Estadual da Pedra Azul. Este jogo tem por objetivo tornar a visita atrativa e engajar os alunos nas atividades propostas de forma lúdica, aproximando-os na prática de conteúdos teóricos à medida que avancem pelas trilhas.

Como se trata de prática investigativa, o professor oferecerá alguns elementos para instrumentalizar o trabalho. No entanto, é ideal que os alunos construam estratégias, interpretem as pistas e busquem resolver as questões propostas correlacionando teoria e prática.

Para tanto, é importante que os alunos agrupem-se em quatro equipes e recebam um kit de investigação contendo as instruções e roteiro para o jogo e os mapas para instrumentalizar o trabalho, o qual estão a seguir:

Depois de cumpridas, as tarefas serão entregues aos professores para registrarem a pontuação.

Na aplicação do conhecimento, nas duas últimas aulas da SD, os professores divulgam a pontuação e abrem espaço para discussão sobre a experiência vivida. Depois, solicitam aos alunos que, individualmente, escrevam um texto jornalístico a respeito de alguma espécie do parque ou de algum fenômeno observado.

Os texto serão expostos em um jornal-mural na escola junto a algumas fotografias.

Na aula 1, na problematização, o professor de Biologia apresenta fotos para os alunos sobre o Parque, levanta questionamentos sobre as características da Pedra do Lagarto e introduz conceitos básicos da ecologia, como, por exemplo, relações ecológicas, biodiversidade, habitat, nicho, fatores bióticos e abióticos, plantas exóticas etc.

Na aula 2, o professor de Geografia explica a aula de campo no Parque e introduz conceitos de geologia e relevo, utilizando projetor de slides.

Nas aulas 3 a 7, serão no Parque por meio do jogo de trilha sem tabuleiro; os alunos recebem o roteiro do jogo e as equipes, com auxilio do guia local, realizam as tarefas de fotografar e registrar informações.

Na aula 8, os alunos debatem sobre as informações coletadas no jogo, a fim de organizar as ideias, tirar dúvidas e, com auxílio do professor, apontar os conceitos de biogeografia trabalhados. O professor pode levar algumas palavras misturadas em um saquinho e ir tirando aos poucos, revelando os conceitos mais importantes utilizados no jogo.

Na aula 9, o professor de Lingua Portuguesa demonstra os principais elementos presentes no gênero texto jornalístico e incentiva os alunos na construção de texto para uma exposição.

Na aula 10, os professores organizam, com os alunos, uma exposição sobre os textos produzidos, junto com material fotográfico produzido.



2.8 Museu Aberto das Tartarugas Marinhas

ENDEREÇO:
Av. Oceano Atlântico s/n, lado norte, Guriri
São Mateus –ES.
CAPACIDADE:
50 pessoas por visitação.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Atende grupos escolares com agendamento prévio, de segunda a sexta, das 8 às 17:30 horas. Eventualmente, abre para o público em geral, em datas comemorativas de meio ambiente e soltura de filhotes de tartarugas.

MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 99600-9248.
E-mail: kelly.bonach@icmbio.gov.br
www.icmbio.gov.br

Foto: Emerson Nunes da Costa Gonçalves

A Base Avançada do Centro TAMAR/ICMBio, de Guriri, também registrada como Museu Aberto das Tartarugas Marinhas, está localizado a 17 minutos do centro da Cidade de São Mateus, no Norte do Estado do Espírito Santo, e se apresenta como um referencial no trabalho de estudos e preservação ambiental, mas, principalmente, como espaço de Educação Ambiental nessa região.

O Projeto TAMAR tem a missão de conservação das tartarugas marinhas envolvendo as comunidades costeiras diretamente no seu trabalho socioambiental, desenvolvendo atividades de pesquisa, conservação e manejo de cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, ameaçadas de extinção, ao longo de 1.100km do litoral brasileiro – cabeçuda ou mestiça (Caretta caretta); de pente ou legítima (Eretmochelys imbricata); de couro ou gigante (Dermochelys coriácea); verde ou Aruanã (Chelonia mydas); e Oliva (Lepidochelys olivácea).

Além das tartarugas marinhas, o Centro TAMAR/ICMBio também está envolvido com o monitoramento da biodiversidade do bioma marinho costeiro no Mar do Leste brasileiro e dos impactos de empreendimentos e demais atividades antrópicas, além de auxiliar com manejo e criação das Unidades de Conservação federais.

O Projeto Tamar está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses animais, no litoral e ilhas oceânicas, em nove Estados brasileiros. No Estado do Espírito Santo está presente em Guriri, no Município de São Mateus; Pontal do Ipiranga, Povoação e Regência, no Município de Linhares; e na capital, Vitória; além da Ilha de Trindade, no Oceano Atlântico.

A base do TAMAR de Guriri é gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e da Biodiversidade Marinha do Leste, com administração do Centro TAMAR/ICMBio. Além do Governo Federal, tem sido auxiliada pelo Ministério do Meio Ambiente por meio do Programa GEF-Mar, pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (IEMA), através da Área de Preservação Ambiental (APA) do Município de Conceição da Barra por meio de condicionantes ambientais e projetos, e pela Justiça Federal, por meio de recursos oriundos do cumprimento de penas criminais.

A sua implantação, em Guriri, se deu em 1988, numa sede provisória, no Centro do balneário, mudando-se para a sede atual em 1992, com o Centro de Visitação, apresentando-se como um referencial nos trabalhos de Educação Ambiental juntos às escolas de São Mateus e dos Municípios vizinhos, recebendo cerca de 70 mil visitantes por ano.


A ilha de Guriri, no Município de São Mateus, no Norte capixaba, possui, aproximadamente, 12 mil moradores, apresentando-se como um balneário de veraneio, podendo apresentar até 100 mil pessoas no período de alta temporada. Tem a peculiaridade de possuir praias conservadas, adequando-se quanto à iluminação e a construção quiosques nas áreas de desovas de tartaruga marinha.

A manutenção e permanência do Centro TAMAR/ICBio de Guriri é de fundamental importância para os trabalhos educativos que ela desenvolve, pelas carências de espaços potencialmente educativos como esse no Norte do Estado do Espírito Santo.

Suas instalações possuem bebedouros com água potável, sanitários masculinos e femininos. Tem, como principais atrativos, aquário e três tanques de observação de tartarugas, sala de vídeo e exposição de réplicas e silhuetas em tamanho natural das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no litoral Brasileiro.

Uma característica dessa base como um espaço educativo é sua capacidade de interatividade com a natureza, que se justifica pela sua localização estratégica e de fácil acesso à restinga de Guriri, além de, na temporada reprodutiva, durante o verão, possibilitar acompanhamento pelos visitantes, da soltura de filhotes nos finais de tarde.



Bem à vista dos visitantes, o Projeto Tamar de Guriri é fácil de ser localizado, tendo, já na recepção, a oportunidade de serem recebidos com as primeiras orientações sobre a base. Vale ressaltar que, atualmente, o espaço só é aberto para o atendimento do público escolar e, eventualmente, em datas comemorativas de meio ambiente e soltura de tartarugas marinhas, sendo desenvolvido trabalho direcionado à Educação Ambiental, não contando mais com tartarugas em tanques.



Tradicionalmente, os monitores desenvolvem a trilha explicativa, um curto caminho onde os alunos são apresentados ao trabalho realizado pelo Projeto, com informações orientando sobre atividades de pesquisa e outras gerais que situem os alunos sobre a realidade da instituição no Brasil e no mundo. É composto de banners ilustrativos, dos quais os estudantes podem coletar e anotar informações que julguem relevantes sobre o que foi exposto.


É importante ressaltar que, atualmente, essa prática tem sido substituída por outras propostas
pedagógicas com a mesma finalidade informativa e adequadas de acordo com as limitações estruturais da base, sendo recomendado que, no momento do agendamento da visita, sejam realizados esclarecimentos sobre as possibilidades das atividades a serem desenvolvidas.



O aquário é um espaço onde sempre foram apresentados aos alunos os primeiros exemplares de tartarugas marinhas, aguçando a curiosidade e favorecendo a interatividade com os animais de uma forma a evidenciarem seus hábitos pela observação, na parte inferior, protegido por um vidro.



Possui três tanques de observação, sendo um deles, o maior, onde os mediadores do museu faziam uma abordagem sobre as principais características dos exemplares expostos. A presença dos animais sempre foi uma atração e tornava o espaço rico para obtenção de informações que o professor podem explorar com os alunos, incentivando-os a serem questionadores, além de lhes remeter a outros momentos de aprendizado pelos quais já tenham passado, fazendo inferências que contribuam para a construção significativa de conhecimentos sobre os temas abordados. Atualmente, sem os exemplares vivos, os tanques são utilizados como espaços de desenvolvimento de outras práticas didáticas com fins informativos para os visitantes.



Nos três tanques menores, ocorrem apresentações sobre educação ambiental.



A maquete do ninho de tartaruga marinha é outra atração à disposição dos visitantes, ilustrando como é sua composição e o momento da eclosão dos ovos, demonstrando-se o deslocamento das tartaruguinhas recém-nascidas para o mar. Uma dica interessante será a exploração, pelo professor, nesse espaço, das características gerais de reprodução dos répteis e a importância de peculiaridades evolutivas do ovo amniótico para a adaptação desses grupos de animais ao ambiente terrestre, dentre outras informações relevantes para sua adaptação atual às condições climáticas do nosso planeta. Pesquisar com os alunos como o aumento da temperatura terrestre nas últimas décadas influencia o maior número de tartarugas fêmeas ou machos pode tornar muito rico a exploração desse espaço disponível na visitação.



O Museu da Tartaruga Marinha de Gurirí possui sala de vídeo. O espaço é equipado com aparelho de televisor e DVD, sendo possível a conexão de cabo HDMI. Durante a visita, são apresentados curtas documentários sobre a história do Projeto Tamar e sua ação educativa junto às comunidades pesqueiras. Dependendo do tempo disponível para permanência dos alunos no museu, o professor pode combinar previamente com os mediadores um momento de ressignificação das informações obtidas, promovendo uma discussão sobre o temas abordados ao longo das apresentações.



O Projeto Tamar Guriri possui material biológico – cascos e esqueletos de tartarugas apreendidos ou encontrados na praia, além de ovos, que ficam expostos num espaço atrás da sala de vídeos e numa tenda para demonstração aos visitante. É um ambiente propício à exploração de informações pelos alunos sobre algumas espécies de tartarugas, principalmente por perceberem, por exemplo, dentre outras características, a textura dos cascos expostos, o tamanho dos ovos e de filhotes.



Estão dispostas no espaço aberto do Projeto silhuetas de madeira e réplicas em resina de exemplares de tartarugas marinhas que motivam os alunos, chamando-os à atenção para o tamanho que podem atingir esses animais. É um espaço que sugere a exploração das peculiaridades dos animais e seu potencial migratório, além dos dados sobre as pesquisas desenvolvidas pelo Projeto Tamar Guriri.



Área de lazer, com mesas para acomodação dos alunos em momento de lanches ou outras atividades propostas pelo professor; tenda interativa, onde geralmente são realizadas atividades lúdicas com os visitantes; e um playground completam a estrutura.

O Museu Aberto da Tartaruga Marinha – Projeto Tamar Guriri possui uma estratégia de apresentação diferenciada ao receberem grupos de visitação, turmas de alunos do Ensino Básico, por exemplo, promovendo a interação entre todos os espaços apresentados, numa exploração da base que se dá geralmente entre 40 minutos a uma hora, de acordo com o interesse e participação dos grupos.

Os alunos são recebidos pelos mediadores já na chegada, recebendo as primeiras orientações sobre os procedimentos que devem adotar em relação as tartarugas marinhas à medida que forem conhecendo os espaços do Projeto. São imediatamente direcionados por uma breve trilha, onde são apresentados dados gerais sobre do Projeto Tamar em aspectos nacionais e locais, até chegarem no aquário, o primeiro espaço de observação das tartarugas marinhas, passando em seguida aos tanques de observação, onde são explicadas as principais características desses animais, seus hábitos e importância ecológica.

Na sala de vídeo, é apresentado documentário que, dentre outras informações, conta da importância do Projeto junto às comunidades de pescadores e do trabalho de conscientização desenvolvido em relação à preservação da tartaruga-marinha.

Após o documentário e as inferências dos monitores que acompanham a turma, são apresentados as réplicas em resina e as silhuetas de madeira em tamanho real das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, expostas em espaço aberto do Projeto, além do material biológico (cascos e esqueletos de tartarugas obtidos em apreensões ou encontrados na praia), apresentado numa tenda informativa.

Geralmente, após essas etapas, os alunos ficam à vontade no espaço de lazer, onde os visitantes podem lanchar, além de descontrair no playgroud da base.

Principais Atividades Desenvolvidas
Numa proposta inovadora, a Museu oferece também trilha na restinga próxima à área da base, a Trilha do Sagui, finalizando na praia com a sensibilização sobre a conservação das tartarugas marinhas. Também possui trilha para a vivência sensorial, na qual os visitantes, vendados, poderão ter contato com a natureza por meio do tato, olfato, paladar e audição. A prática mais conhecida é o Tour TAMAR, que, como já apresentado, é onde os visitantes conhecem de perto as peças do Museu Aberto das Tartarugas Marinhas.

A base do Centro TAMAR de Guriri oferece, também, oficinas de educação ambiental ao público escolar, desenvolvendo trabalho lúdico com brincadeiras, teatros, músicas, gincanas, produção de materiais, caminhadas em trilhas, tudo baseado em temas que envolvem o ambiente costeiro-marinho (deposição de lixo e poluição ambiental, restinga, água, caça, prevenção e combate a incêndios, pesca, impactos ambientais provocados por empreendimentos costeiros e biodiversidade marinha)

Propõe-se, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Por que preservar?” As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

Essa SD tem o intuito de familiarizar os alunos das séries finais do ensino fundamental com o conceito de biodiversidade, a partir do reconhecimento de elementos da fauna brasileira e principalmente, do Estado do Espírito Santo que se apresentam em risco de extinção.

É sugerida na tentativa de criar espaço de diálogo sobre o tema buscando uma estratégia de reflexão sobre as problemáticas ambientais, vislumbrando, a partir dos trabalhos de preservação e conservação das espécies da fauna brasileira desenvolvidos por institutos e projetos nacionais, a sensibilização dos alunos e a formação de futuras gerações conscientes sobre as questões ambientais.

Vale ressaltar que “preservar” e “conservar” são termos que geram, ainda, confusão entre os discentes do ensino básico, de forma que vale ao professor esclarecer essas possíveis dúvidas, estimulando os alunos no entendimento dos seus conceitos.

Nas duas primeiras aulas, sugere-se a motivação dos alunos a partir do vídeo “Biodiversidade Brasileira”, do Instituto Chico Mendes, com duração de 10:47 minutos, onde são apresentados de forma sucinta os biomas do Brasil e alguns dados sobre a situação da sua biodiversidade e os trabalhos de pesquisa realizados por todo o país nos seus centros de apoio. Caberá ao professor instigar os alunos sobre o que entendem por biodiversidade direcionando uma reflexão sobre o tema e após o vídeo abordá-los com o questionamento: “Porque preservar a biodiversidade brasileira? ”.

O próximo passo é relevante no estímulo aos alunos para se sentirem participativos do processo de construção do conhecimento sobre o tema, de forma que será pertinente ao professor motivá-los a investigarem sobre quais são os trabalhos de pesquisa de preservação e conservação ambiental desenvolvidos no Brasil, levantando dados que possam suscitar uma discussão a partir da sua apresentação numa mesa redonda (terceira aula). A investigação poderá ocorrer com formação de grupos com, no máximo, cinco alunos, no Laboratório de Informática, com auxílio da Internet.

A realização de uma mesa redonda com alunos é uma estratégia que lhes oferece voz para exporem suas descobertas. Sugere-se que o professor seja o mediador, comandando falas curtas e estimulando o debate entre os grupos.

Para a SD proposta, a interatividade com alguma instituição ou projeto de conservação é importante para o processo de apropriação das informações pesquisadas. Dessa forma, sugere-se dois momentos: uma palestra com integrantes da Polícia Ambiental (quarta aula), explorando-se a importância dos órgãos de fiscalização ambiental e uma visita técnica à um instituto ou projeto de pesquisa (quinta aula), nesse caso, o Museu Aberto das Tartarugas Marinhas, Base Tamar Guriri.

Pensando a realidade Norte capixaba, o Projeto Tamar da Praia de Guriri, em São Mateus, é uma opção riquíssima para realização dessa visitação, por todo o contexto que o envolve na temática desenvolvida nessa SD. Caberá, porém, ao professor, pensar essa prática como um momento de consolidação do conhecimento construído até esse momento do desenvolvimento da SD estimulando os alunos a serem participativos e questionadores durante a visita.

Considera-se importante que os alunos entendam a missão do Projeto, a forma como desenvolvem o trabalho de conservação das tartarugas marinhas como um animal da fauna brasileira, quais são as principais espécies que frequentam o litoral capixaba e do Município de São Mateus, e a importância das suas pesquisas para efetivação dessa proposta.

É importante que o professor conheça bem o espaço de visitação a que se propõe com os alunos. Geralmente, um primeiro reconhecimento antes de levar o grupo é recomendado. Porém, nem sempre é possível, por toda peculiaridade da rotina desse profissional. Sendo assim, os espaços e a prática educativa do Museu Aberto da Tartaruga Marinha de Gurirí foram descritos nesse capítulo no intuito de familiarizar o professor que pretende levar seus alunos a essa base, adiantando esse passo no planejamento dessa visitação.

Nas duas últimas aulas dessa SD, sugere-se a elaboração de uma redação pelos alunos, na qual possam relatar sobre a visita técnica ao Projeto Tamar, relacionando as informações obtidas e o conhecimento construído desde a primeira aula sobre os temas abordados e, a partir desse trabalho, a elaboração de folhetos informativos que divulguem a ideia de preservação da fauna brasileira e do Estado do Espírito Santo.

O processo ensino-aprendizagem deve ocorrer de forma holística e relacional (MORIN, 2007; HERNÁNDEZ, 1998; HERNANDEZ; VENTURA, 1998), provendo o diálogo entre os diferentes conteúdos e disciplinas curriculares. Dessa forma, é primordial para o sucesso dessa SD a interatividade entre as diversas áreas de conhecimentos as quais estão submetidos os alunos nas escolas.



2.9 Centro de Educação Ambiental Jacuhyl

ENDEREÇO:
Rodovia do Contorno, Km 275, Carapina – Serra/ES.
CAPACIDADE:
Grupos de até 40 pessoas/alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De segunda à sexta, de 8h30 às 16h30
Visitas Mediadas: 08h30 às 11h30 e de 13:30 às 16:30 h
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3318 0438 – CEA | (27) 3291 2400 – PMS/SEMMA
contato.ceajacuhy@gmail.com
t_avieira@alphaville.com.br

Foto: CEA Jacuhy

O Centro de Educação Ambiental Jacuhy (CEA), localizado no Município de Serra, Estado do Espírito Santo, funciona em uma estrutura física de 345 m², construída de forma sustentável e integrada à vegetação remanescente que o circunda. É um espaço voltado para a educação patrimonial e ambiental, onde a sustentabilidade é o foco na teoria e na prática, sendo uma administração compartilhada entre a Fundação Alphaville e a Prefeitura Municipal da Serra.

O CEA tem como objetivo propiciar à comunidade um local para realização de Cursos de Capacitação e Exposições Itinerantes, além da educação patrimonial e ambiental, onde se possa discutir sobre sustentabilidade, estimulando o convívio social, além de ser, também, um espaço aberto a visitações e eventos de cunho ambiental.

A construção do CEA partiu do empreendimento imobiliário Residencial Alphaville Jacuhy, no km 275 da Estrada do Contorno, no Município de Serra, que apresentava, no seu entorno, uma região que viria a ser a Área de Proteção Ambiental (APA) Manguezal Sul. Além disso, na avaliação do local, foram detectados fragmentos históricos caracterizando a existência de sítios arqueológicos. Esses fatos favoreceram a construção do CEA, tem como objetivo resguardar e expor esses resquícios arqueológicos, bem como, desenvolver, atividades voltadas para a educação ambiental e patrimonial. O CEA foi entregue a Prefeitura Municipal da Serra e inaugurado no dia 23 de junho de 2012, local onde funciona a sede, tem gestão compartilhada entre setor público e setor privado.

O CEA desenvolve projetos para a comunidade estudantil do seu entorno, entre eles, o Programa Jovem Sustentável, que teve início em 2013, com a formação de duas turmas, com média de 35 alunos cada e com a duração de quatro meses. O projeto atende jovens matriculados na rede pública de ensino, com faixa etária entre 13 e 15 anos. Divididos em quatro módulos, os temas abordados são: ambiente, cultura, economia e arte, além das aulas de educomunicação, que permeiam todo o curso. O objetivo do programa é formar jovens multiplicadores de sustentabilidade, que possam atuar em suas comunidades.

Outro projeto desenvolvido é o Curumim Sustentável, que tem como objetivo oferecer, para os alunos de séries iniciais, visitas ao CEA, que enfatizem os quatro elementos da natureza (Terra, Ar, Fogo e Água), por meio de brincadeiras e contação de histórias. Ainda é desenvolvido no CEA o projeto Professor Sustentável, com objetivo de capacitar professores por meio da abordagem das temáticas cidadania e sustentabilidade integral.

Infraestrutura do local: Recepção; banheiros masculino e feminino, ambos com espaços exclusivos para cadeirantes; auditório equipado; sala de exposição arqueológica; espaço para exposição artística/artesanatos; sala de múltiplos uso; sistema de captação de água de chuva; eletroposto (veículos elétricos) e estacionamento.

Os alunos iniciam a visita sendo recepcionados pelos mediadores do CEA no miniauditório. Eles apresentam uma palestra sobre um assunto que está sendo trabalhado pelo professor relacionado com o espaço ou com a EA (temas sugeridos: manguezal, consumismo, água, sustentabilidade, desperdício de alimentos, alimentação saudável, jogos cooperativos e sustentabilidade integral), que deve ser previamente acordados no momento de agendar a visita. Em seguida, os alunos são levados para o Espaço de Exposição Artística e visitam as obras de arte expostas. A seguir, para a Sala de Exposição Arqueológica Permanente, onde podem observar os objetos presentes, acompanhados por som ambiente retratando os cantos das aves locais.

Na sequência, os mediadores organizam o grupo e se dirigem para o eletroposto, onde podem entender a respeito dos carros elétricos e sua forma de abastecimento por meio da energia elétrica. Em seguida visitam o sistema de captação de água de chuva e conversam sobre a importância dessa atividade nos dias atuais. Após a visita, o mediador do CEA conduz os alunos pela trilha ecológica. Uma pausa para o lanche coletivo na varanda do espaço é realizada em seguida. Finalizando a visita, é realizada uma atividade interativa que dependerá do tempo e do interesse do professor, podendo ser a oficina de reaproveitamento de materiais ou um ecojogo.

Para realizar as visitas, é necessário fazer o agendamento para grupos maiores de cinco pessoas. A duração das visitas é de no máximo três horas. Todavia, dependerá das atividades que o professor e/ou visitante deseja realizar e dos espaços que deseja visitar. Em caso de chuva, a visita não será cancelada, porém, as atividades sofrerão alterações. Caso a escola ou grupo de visitantes considerar inviável a visita nos dias chuvosos, a mesma deverá ser remarcada via e-mail, ou telefone.


Auditório – O espaço possui auditório equipado com capacidade para até 50 pessoas. O CEA oportuniza a utilização desse auditório para palestras, que podem ser ministradas pela equipe do centro. O auditório também pode ser utilizado para o desenvolvimento de atividades com alunos e ou professores, tais como oficinas e seminários, dentre outras.



Sala de exposição arqueológica permanente – O CEA Jacuhy conta com sala de exposição arqueológica, espaço com ambientação e comunicação visual, cujo objetivo é trazer o visitante para o universo da atividade arqueológica desenvolvida na região da Baía de Vitória durante as pesquisas. Na sala, encontram-se peças retiradas do solo capixaba, retratando a história do local, além de Mapa de Sítios Arqueológicos da região, linha do tempo, estratigrafia de solos, ilustração de sepultamento e acessórios e ferramentas utilizadas por arqueólogos. A mostra é permanente e está aberta ao público e às escolas.



Exposições itinerantes – O CEA realiza, em média, três exposições itinerantes durante o ano, com o objetivo de apresentar obras de arte e artesanato, divulgando a cultura regional e enfatizando as produções artísticas da comunidade local.



Trilha ecológica – O CEA é circundado por trilhas ecológicas que podem ser percorridas para demonstração e reconhecimento de espécies vegetais e animais características do ecossistema manguezal, possibilitando a vivência dos alunos com a biodiversidade. O percurso é acompanhado por mediadores do centro.



Oficina de reaproveitamento e ou jogos sustentáveis – os alunos das escolas visitantes participam de oficinas de reaproveitamento de materiais, conhecendo as possibilidades de sua reutilização. São aplicados, ainda, jogos sustentáveis, propiciando a aquisição de novos conhecimentos a partir de atividades lúdicas.



Durante a visita, os presentes recebem instruções sobre a mobilidade elétrica, diante de um totem instalado pela (EDP), o qual encontra-se em via pública, em frente à edificação, possibilitando a recarga de veículos elétricos (carros, motos e/ou bicicletas). Os alunos têm, ainda, a oportunidade de visualizar e conhecer melhor a placa de energia solar, também instalada no local. Com o objetivo de demonstração, a placa alimenta bomba que movimenta uma cascata d`água, a qual é ativada no momento da explanação sobre este mecanismo.

Outras possibilidades de atividades:
Eventos Pontuais – Em comemoração às datas relativas ao meio ambiente, o CEA mantém o calendário ecológico, enfatizando as ações de sustentabilidade junto à comunidade. Como exemplo, podem ser citados o Dia da Água, comemorado em 22 de março, o Dia do Meio Ambiente, em 5 de junho e o Dia da Árvore, comemorado em 21 de setembro.



Com o intuito de utilizar os espaços não formais de educação para trabalhar a temática ambiental de forma lúdica, motivadora e diversificada, é apresentada uma SD (Quadro I), intitulada “Trilhando os caminhos do manguezal”.

Essa SD é uma sugestão para o professor que pretende trabalhar conteúdos curriculares de forma interdisciplinar com a inclusão das questões ambientais, sociais e históricas, estimulando, no aluno, a importância de se conhecer e preservar o ecossistema existente na sua comunidade.

Aula 1
Neste primeiro momento, sugerimos que o professor apresente aos alunos a proposta das atividades que serão realizadas. Em seguida, realize um debate sobre o ecossistema manguezal para diagnosticar os conhecimentos prévios dos alunos.

Aulas 2 e 3
Sugerimos a exibição do filme “Os sem Floresta”, escolhido por apresentar uma situação ambiental de fácil analogia à temática abordada e ao espaço não formal Jacuhy, localizado próximo a um condomínio residencial. No final da aula, os alunos recebem um roteiro de perguntas relativas às questões ambientais apresentadas no filme, para responderem em casa, com o objetivo de organizar as informações obtidas com a atividade proposta e fomentar um debate posterior.

Aula 4
Sugerimos iniciar a aula com um debate, deixando os alunos se expressam em relação ao filme “Os sem floresta”, para discutirem as situações apresentadas pela trama, expondo suas ideias em relação às questões ambientais que os mesmos conseguirão identificar. Logo em seguida, com o intuito de fomentar uma discussão crítica em relação às questões implícitas e aquelas que não forem elucidadas pelos alunos, poderá ser realizado um segundo momento de discussão, agora, a partir das questões do roteiro de estudo respondido em casa.

Aulas 5 e 6
Sugerimos solicitar aos alunos que façam, no diário de bordo, um desenho sobre o manguezal, com o intuito de conhecer a concepção que os mesmos têm sobre o ecossistema. Em seguida, pode-se realizar uma aula dialogada no auditório da escola, por meio de exibição de slides, apresentando os aspectos geográficos do ecossistema manguezal, elucidando as intervenções humanas, a importância deste ecossistema para a vida e para todo o sistema planetário, destacando as características do ecossistema manguezal a ser visitado pelos mesmos. No final da aula, sugerimos realizar um pré-campo com orientações para organizar a visita ao espaço não formal.

Aula 7
Sugerimos que o professor de Ciências trabalhe, alguns conceitos pertinentes, como o de biodiversidade, enfatizando as características do manguezal; de espécie, população, comunidade e ecossistema; e equilíbrio e desequilíbrio ambientais. Os alunos podem fazer as anotações no diário de bordo.

Aulas 8 e 9
Sugerimos que o professora de História ministre aula discutindo, com os alunos, o processo de
formação de um bairro situado próximo a uma área de manguezal, destacando os aspectos históricos, sociais, políticos e ambientais dessa comunidade. Em seguida, sugerimos entregar aos alunos, uma folha com uma proposta de entrevista que estes realizarão com um morador antigo de um bairro situado numa área próxima de um ecossistema manguezal. No segundo momento, o professor poderá mediar um debate em que os alunos apresentarão os dados de sua pesquisa e discutirão os assuntos relacionados com a temática proposta.

Aulas 10, 11, 12 e 13
Aqui se inicia a visita ao CEA Jacuhy. No primeiro momento da visita, sugerimos uma palestra no auditório sobre o ecossistema manguezal, com enfoque para APA Manguezal Sul, onde o CEA está localizado. Os alunos podem fazer as anotações em seu diário de bordo, relatando a visita e descrevendo as suas observações acerca do centro.

O segundo momento da visita pode ser a trilha ecológica do manguezal, que precisa ser realizada com o acompanhamento da educadora ambiental do CEA. Durante o percurso, a educadora ambiental geralmente aponta as principais características do ecossistema, assim como as intervenções humanas no ambiente.

No terceiro momento da visita, o CEA realiza uma oficina de reaproveitamento de materiais ou de jogos educativos, de acordo com o tempo ou pretensão da escola.

Aula 14
Nesta aula, sugerimos realizar uma conversa abordando as questões referentes à visita ao CEA Jacuhy, para que os alunos apresentem as suas sensações, curiosidades e aprendizados em relação às temáticas trabalhadas na aula de campo.

Aulas 15 e 16
Nesta aula, sugerimos que seja realizado um debate com um catador de caranguejo, com o intuito de conhecerem a sua história de vida, ofício e conhecimentos sobre o manguezal. Em seguida, deverá ser realizada uma entrevista com o catador. Sugerimos, também, uma atividade semelhante com uma associação comunitária ligada ao ecossistema manguezal (artesãs, ceramistas, paneleiras, etc).

Aula 17
Nesta aula, os alunos podem se organizar em grupos para confeccionar um desenho ampliado em uma folha de papel A3 do ecossistema manguezal, sendo orientados a discutir, em grupo, sobre tudo aquilo que foi apresentado em relação à temática e, após a discussão, realizarão um desenho para ser exposto na atividade de encerramento.

Aula 18
Momento de encerramento da SD, no qual, os alunos poderão apresentar seu desenho, compartilhando, com os demais colegas, os frutos das discussões e dos momentos que participaram durante todo o desenvolvimento das atividades.



2.10 Parque Botânico da Vale

ENDEREÇO:
Avenida dos Expedicionários, s/n, Jardim Camburi, Vitória-ES
CAPACIDADE:
40 alunos e dois professores para as trilhas
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça a domingo, das 9h às 17h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3333-6200
visitas.es@vale.com

Foto: www.vale.com.br

O Parque Botânico da Vale em Vitória possui 33 hectares de área, sendo considerado um espaço de lazer, cultura e de educação ambiental, tendo como um de seus principais objetivos formar um cinturão verde por meio de restauração da cobertura florestal e preservação de remanescentes de Mata Atlântica.

A empresa Vale foi fundada no Governo de Getúlio Vargas, no ano de 1942, e foi privatizada em 1997. Suas atividades se concentram em pesquisa, extração, produção e comércio de minerais, em especial o minério de ferro.

Além dessas atividades, a Vale oferece serviços de transporte ferroviário, geração de energia e serviços portuários. Todas essas atividades, de alguma forma, geram impactos ambientais e, como medida mitigatória para tais problemas, realiza atividades sócioambientais.

Uma das iniciativas socioambientais da empresa é o Parque Botânico da Vale, criado em 2004, com o objetivo de formar um cinturão verde, que funciona como uma rede e que diminui a saída do pó de minério de ferro, levado pelas correntes de ar em direção aos bairros do entorno da empresa.

Essa ação de criação do Parque Botânico visa cumprir a legislação ambiental nacional (Lei 9985/2000- Art.36), que determina que toda empresa que gera impactos no ambiente compense a sociedade de alguma forma, para minimizar os danos socioambientais.

Infraestrutura do local: além dos espaços naturais, como trilhas, jardins e orquidário o parque conta com infraestrutura composta por anfiteatro, parque infantil, lanchonete, módulos para exposição, auditório, salas para oficinas e cursos, biblioteca, banheiros, estacionamento, ônibus de trajeto industrial e área livre.

A empresa Vale construiu o parque com uma infraestrutura que permite ao professor o desenvolvimento de diferentes práticas pedagógicas, auxiliando alcançar melhor resultado na aprendizagem.



O anfiteatro é utilizado para apresentações, como palestras, teatro e concertos musicais. No chão do anfiteatro, é possível visualizar um mapa do Brasil, evidenciando seus principais ecossistemas. O professor pode aproveitar esse amplo espaço para trabalhar, de forma lúdica, com seus alunos, por meio de um jogo ou gincana.



O orquidário apresenta espécies de orquídeas que compõem a fl ora da Mata Atlântica brasileira e o professor pode utilizar o espaço para introduzir e/ou discutir conceitos de biodiversidade, plantas exóticas, plantas nativas e biopirataria. Para o desenvolvimento de atividades nesse espaço, o professor precisa atentar-se para o horário, pois está aberto apenas de 10:00 às 11:00 horas do período da manhã.



Um dos pontos fortes da visita ao Parque Botânico é a caminhada nas trilhas para observação da fauna e flora da Mata Atlântica. Nessa atividade, o professor pode aproveitar para reforçar conceitos biológicos, atentar para a importância da atividade física em oposição ao sedentarismo, incentivar a técnica de fotografar e exercitar junto aos alunos a apreciação da natureza.

Flora que compõe o parque é composta por mais de 140 espécies de árvores, como, por exemplo, pau-brasil, jacarandá e ipê, além de espécies nativas da Mata Atlântica. A fauna do Parque é formada por animais silvestres, como caticocos, gambás, saguis e várias espécies de aves, que podem ser vistas nas trilhas ecológicas disponíveis para visitação.

O professor precisa atentar-se aos horários da trilha na hora de planejar o roteiro da aula, a fi m de usufruir o máximo possível com os alunos das atividades propostas e alcançar os objetivos pedagógicos da aula em espaço de educação não formal.

Os horários devem ser agendados previamente por telefone ou e-mail da empresa. No momento da marcação, é importante verificar e organizar o tempo de maneira que seja possível realizar a trilha e a visita de ônibus na área industrial.



A área industrial compreende a parte da aula onde será possível conhecer o processo realizado pela empresa para produção de pelota de minério de ferro, consumida tanto nacionalmente como internacionalmente.

Na área industrial, o professor, junto ao mediador, pode apresentar aos alunos as etapas que fazem parte do processo industrial, e estimulá-los a questionar sobre os impactos ambientais nos processos industriais, sobre a legislação ambiental e efi ciência nas ações realizadas a respeito dos impactos gerados pela empresa frente aos lucros que produz.

No planejamento, o professor precisa orientar os alunos a respeito das normas de segurança dentro da empresa e as consequências que podem ocasionar caso sejam desobedecidas. Além disso, o professor pode elaborar um roteiro de questões a serem esclarecidas durante o trajeto, como, por exemplo, contemplar a parte histórica da industrialização no Brasil.



O jardim recebeu este nome por possibilitar a exploração dos sentidos, já que plantas possuem diferentes cores, cheiros e texturas. Além disso, estão em ambiente com som de água. O professor pode aproveitar o espaço para trabalhar a percepção ambiental nos alunos direcionando para cada sentido.

No jardim sensorial, é possível observar plantas que podem ter propriedades aromatizantes, ornamentais, alimentícias, medicinais e cosméticas. Todas as espécies estão identificadas com placas que contam com a linguagem em braile, nome popular, nome científico da espécie, família taxonômica e principal uso para o ser humano.

Neste sentido, o professor pode aproveitar o espaço para problematizar sobre questões relacionadas à saúde e automedicação, valorizar conhecimentos populares que fazem parte da vida do aluno e introduzir conceitos científicos sobre botânica. Em apenas 30 minutos, é possível explorar satisfatoriamente esse ambiente.

Segue um quadro para auxiliar em informações básicas sobre algumas plantas encontradas no jardim:

No Parque, existem outros espaços com potencial educacional, como o anfiteatro, que recebe palestrantes de vários locais do país; exposição da Mata Atlântica; exposição do processo industrial de pelotização e salas para desenvolvimento de oficinas e cursos oferecidos por educadores.

Neste sentido, o professor deve acessar o site ou pedir informações pelo telefone, para garantir que o seu planejamento possa ser cumprido e os objetivos para aprendizagem dos alunos alcançados.

Dessa forma, para aperfeiçoar o tempo da aula, os professores do Ensino Médio podem planejar o seu roteiro, iniciando com lanche reforçado e, pontualmente às 8 horas da manhã, visitar o jardim sensorial por 30 minutos; em seguida, a trilha guiada por uma hora; depois a área industrial com o ônibus por cerca de mais uma hora; e, para finalizar, durante 30 minutos, visita ao orquidário.

Caso a visita seja no turno vespertino, os professores podem optar em iniciar pelo jardim sensorial às 13 horas, após, fazem um lanche reforçado e seguem para a trilha das 14 horas, com duração de uma hora, e, depois visitam a área industrial, às 15 horas, encerrando as 16:30 horas com alguma atividade na sala de oficina, considerado que o orquidário só abre de manhã.

Quando são crianças do Ensino Fundamental, menores de seis anos, pode-se substituir a trilha por atividade no parque infantil e visita à área industrial por atividades nas salas de oficinas. Por isso, é importante o professor conhecer a programação disponível para o dia da aula.

Como sugestão para utilizar o Parque Botânico da Vale como espaço de educação não formal, segue uma proposta de SD, interdisciplinar, com enfoque CTSA, intitulada: “Existe solução para o pó preto que suja as casas de Vitória?”.

A SD auxilia o professor a se organizar com um conjunto de atividades com objetivos pedagógicos específicos, proporcionando a inclusão de questões socioambientais relevantes. Além disso, a SD foi organizada nos três momentos pedagógicos: problematização, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento. E também dedica-se a desenvolver os conteúdos procedimentais e atitudinais, sem deixar de apontar conceitos que auxiliem na alfabetização científica dos alunos.

Na problematização, o professor pode iniciar exibindo uma reportagem sobre o pó preto lançado sobre a cidade de Vitória, (existem vários vídeos na Internet), estimulando a participação dos alunos com levantamento de questões como: O que é o pó preto que os moradores de Vitória reclamam? Qual a origem do pó? Quais os principais problemas causados pelo pó preto? Que tipos de soluções podem auxiliar na diminuição dos problemas com o pó preto?

a organização do conhecimento que inicia na aula 2, o professor aproveita as informações da aula anterior e apresenta aos alunos doenças que afetam o sistema respiratório humano, utilizando slides com imagens do sistema respiratório; se possível, imagens animadas.

Na aula 3, o professor apresenta um vídeo sobre a Mata Atlântica, debate sobre os aspectos de ocupação do espaço natural pelo ser humano ao longo da história e relaciona os impactos que o bioma sofreu e os fragmentos que são remanescentes desse processo histórico.

Na aula 4, os alunos visitam a trilha ecológica e o Parque Botânico da Vale, utilizando as potencialidades educativas desses espaços. No final do capítulo, segue uma proposta de guia que pode ser referência para o aluno na visita.

Na aula 5, o professor pode trabalhar com uma prática experimental onde se permite enxergar linhas magnéticas com limalhas de ferro. Para isso, precisará de limalhas de ferro, imã e cartolina. O procedimento da atividade consiste em colocar um imã debaixo da cartolina (14 cm de distância aproximadamente), depois, jogar a limalha de ferro na parte de cima, e deslocar o imã, observando-se o que aconteceu.

Interessante o professor provocar os alunos com questionamentos como: Por que a limalha de ferro sofre ação do imã? Por que são formadas linhas quando colocamos a limalha de ferro sobre a cartolina? Em que época da história os humanos descobriram essa capacidade magnética do imã? Como funciona um imã? Qual a relação do imã e do minério de ferro com o planeta?

Na organização do conhecimento que começa na aula 6, sugerimos separar os alunos em dois grupos, para que argumentem sobre pontos de vista diferentes em relação à presença de uma mineradora em área urbana. Para isso, o professor necessita mediar o debate de forma que os alunos possam ouvir e falar de maneira organizada. No fim do debate, pode-se pedir para que os alunos construam um texto argumentativo sobre o tema.

Na aula 7, o professor de Português pode apresentar aos alunos diferentes gêneros textuais (quadrinho, charge, poesia) e, a partir de toda a vivência na SD, os alunos podem construir seus textos de acordo com um gênero textual escolhido, como por exemplo, charge ou quadrinhos. Pode-se organizar uma última aula para a apresentação dos textos aos colegas.





Compartilhe nas suas redes sociais!