4.1 Circuito Anchieta

ENDEREÇO:
Praça do Santuario, 240 | Centro, Cidade de Anchieta, Espírito Santo 29230-000, Brasil
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Museu: de segunda a segunda; das 8h às 17h
Igreja: de segunda a segunda; das 8h às 20h
MAIS INFORMAÇÕES:
(28) 3536-1251
e-mail: contato@santuarioanchieta.com
www.santuarioanchieta@gmail.com

Foto: Josilene E. Werneck Machado

O Circuito Anchieta é formado por vivências no Museu Nacional São José de Anchieta e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Papagaios (no contexto do Projeto “Conhecendo o Benevente”). Juntos permitem abordar aspectos naturais e culturais do lugar. Localizados no litoral Sul do Estado do Espírito Santo, no Município de Anchieta, esses dois espaços de ambiente costeiro encontram-se muito próximos um do outro, o que permite o trajeto entre eles ser feito por rápida caminhada, além de, ambos, se completarem.

O espaço educativo apresenta grande possibilidades para se realizar um trabalho interdisciplinar. É possível realizar abordagens dos pontos de vistas histórico, biológico, geográfico, matemático e outros mais. Como, também, abordar aspectos da arte e literatura, o que poderá variar de acordo com objetivo da visita.

Como primeira parte do circuito, temos o Museu Nacional São José de Anchieta, em um ponto estratégico da cidade. Este museu, criado em 1965, em homenagem ao Padre Anchieta que, junto aos índios puris e tupiniquins, construiu, no século XVI, o primeiro núcleo de adoração e de ensino religioso da região, na Aldeia de Reritiba, o que corresponde hoje à Cidade de Anchieta, sendo um marco de urbanização para a cidade. O acervo do museu apresenta peças de arte sacra e arqueológicas, além de material referente ao Padre Anchieta, como sua história, obras e documentos, è o próprio prédio além de conjunto jesuítico tombado em 1943, pelo Instituto do Padrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).



O Santuário Nacional e o Museu localizam-se em uma encosta chamada de Morro do Benevente, permitindo vista panorâmica de parte da cidade, mar e região da foz do rio.

A compreensão do processo de urbanização da região passa pela história do jesuíta José de Anchieta, que, segundo informações do museu, mediou conflitos entre os autóctones e portugueses, em uma época em que o Brasil era colônia de exploração de Portugal.

A Aldeia de Reritiba (atual Anchieta) localizava-se às margens de um rio, mais precisamente em sua foz, em um lugar considerado parte da bacia hidrográfica do Rio Benevente. Hoje, mais de quatro séculos depois, confi gura-se como área densamente povoada, pois é polo de atração populacional devido aos grandes investimentos industriais. O impacto da urbanização e seus efeitos nas mais diversas formas de ocupação e apropriação fi zeram surgir problemas ambientais por toda a região, mitigados com a criação de unidades de conservação.

Na região de foz do Rio Benevente, foi criada a (RDS), de Papagaios. Nessa reserva é desenvolvido o Projeto Conhecendo o Benevente, pela colônia de Pescadores, Z4 Marcílio Dias de Anchieta. Com sede própria junto ao cais do pequeno porto, a colônia de pescadores liderada pelo Sr. Jaldemar, conduz os visitantes por uma incrível visita à Reserva.



A visita à (RDS), de Papagaios está organizada da seguinte forma: ao chegar à sede da colônia, os visitantes são recebidos pelos pescadores em um auditório. Um vídeo de seis minutos aborda brevemente a caracterização geral do espaço e também normas de segurança são apresentadas. Após o vídeo, um tempo é dedicado a uma conversa informal com o grupo. A visita completa dura entre duas horas e duas horas e meia, com trajeto de barco e caminhada até as ruínas. Antes de sair, sugere-se que todos usem o banheiro e carreguem garrafi nhas de água. No passeio de barco, o uso dos coletes salva-vidas é obrigatório.



Ao sair do porto, a embarcação navega pelo Rio Benevente e alguns afluentes, em especial, o Rio Salinas. No percurso, o manguezal pode ser facilmente observado nas duas margens. À medida que se avança rio acima, é possível notar a transição da vegetação. Em um ponto estratégico do Salinas, a embarcação atraca, os visitantes podem sair e uma caminhada de minutos os leva as Ruínas do Rio Salinas. É um local misterioso, em especial pela sua origem. O conjunto de ruínas é tombado como Monumento de Valor Histórico e Cultural.



Esta pequena caminhada do barco até as ruínas é feita em uma passarela de madeira que passa sobre um sambaqui, um sítio arqueológico, local que permite refletir sobre a pré-história brasileira e inferir sobre a organização e os costumes destes povos que habitaram o litoral brasileiro.

Em síntese, na imagem abaixo, apresentamos um mapa do espaço educativo, indicando os trajetos a serem percorridos e a infraestrutura do local.



Os espaços e a estrutura disponíveis no Município de Anchieta são excelentes opções para práticas pedagógicas de aula de campo. Estes ambientes reforçam a importância da vivência e da convivência como meios de desenvolver uma metodologia de aprendizagem significativa. Para organizar as aulas de campo, é de fundamental importância a participação dos alunos envolvidos em grupo de interesse comum.

Os professores de Ciências do Ensino Básico necessitam de suporte teórico, prático e metodológico para atuarem em aulas de campo. É importante que o professor tenha conhecimento sobre a diversidade dos ecossistemas regionais a serem explorados, para caracterizar e analisar o potencial educacional e interdisciplinar da região.


Uma infinidade de conhecimentos pode ser trabalhada a partir deste espaço educativo. Nesta SD, optamos por trabalhar de forma interdisciplinar a apropriação e transformação deste local pela sociedade ao longo dos tempos.


A fase de problematização já começa com a apresentação do tema. Ao apresentá-lo aos alunos, o professor já pode solicitar que, tentem inferir sobre o assunto a ser tratado nas próximas aulas. É importante que, desde o início, fique claro que esta será uma prática investigativa em campo, que todos os percursos dos momentos pedagógicos serão permeados pela investigação que farão no espaço em questão e também em consulta à literatura. E que, ao término do trabalho, apresentarão o resultado deste trabalho na forma de um relatório e um pequeno vídeo em Stop Motion.

Dois trechos de reportagem são apresentados aos alunos para que se desenvolvam as perguntas problema e as hipóteses. São trabalhos relativos à primeira década do séc. XXI, sobre a utilização de recursos hídricos da Bacia do Rio Benevente e entraves sociais decorrentes desse processo. É importante que, neste momento, já comece a organização dos grupos de investigação (plano de trabalho), para que busquem, na literatura, informações biogeográficas e históricas sobre o local que irão visitar e também planejar as estratégias que utilizarão na investigação em campo.


Neste momento, é importante que o professor também auxilie, sugerindo alguma estratégia. Caso os alunos não apresentem a ideia, é conveniente que o professor solicite a elaboração de um croqui, no sentido de construir um mapa de campo e a construção de um teodolito para auxiliar na coleta de dados que serão importantes na construção dos resultados.



O momento da organização do conhecimento compreende a aula de campo no Circuito Anchieta. Partindo da premissa que o espaço geográfico é construído por todas as relações entre humanidade e natureza, começar a investigação no museu da cidade e nele realizar uma leitura crítica é muito enriquecedor. Desta forma, o professor entrega aos grupo um guia de visita para colaborar na coleta de dados:



Após a visita ao museu, o grupo é conduzido à zona de pesca, que fica na foz do Rio Benevente. Depois de assistir a um vídeo institucional, o responsável pelo projeto “Conhecendo o Benevente” fala dos impactos ambientais da região e também a respeito da relação da comunidade com a natureza e o que tem sido feito para minimizar esses problemas.

O grupo é convidado a se organizar para fazer o trajeto de barco e traçam a rota e os pontos de parada para realizar as medidas, coletar amostras de sedimentos, fazer anotações e registros fotográficos para a futura produção do vídeo. O roteiro abaixo servirá de apoio.



Na aplicação dos conhecimentos, depois dos dados coletados e organizados, é importante que o grupo desenvolva um breve relatório sobre as conclusões obtidas em resposta às perguntas iniciais. As imagens capturadas servirão para desenvolver um vídeo curto usando a técnica de stop motion. A revista Nova Escola traz orientações de como fazer estas animações. Está no link http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/como-fazer-animacoes-stop-montion-643173.shtml. É interessante que os vídeos sejam apresentados em uma “roda de vídeo e conversa”, em uma atividade interclasse, para socialização do conhecimento.



4.2 Comunidade Quilombola Monte Alegre

ENDEREÇO:
Distrito de Pacotuba, Município de Cachoeiro de
Itapemirim – ES
CAPACIDADE:
Grupos de 10 a 40 visitantes (a combinar).
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Todos os dias da semana, a partir das 8h, com possibilidade de estadia e trilha noturna.
MAIS INFORMAÇÕES:
Tel: 28 99917 0842 – Leonardo;
E-mail: bichodomatoma@hotmail.com
Site:https://www.facebook.com/ComunidadeQuilombola-DeMonteAlegreBichoDoMato

Foto: os Autores

A Comunidade Quilombola de Monte Alegre está próxima a uma área localizada no Distrito de Pacotuba, Município de Cachoeiro de Itapemirim – Sul do Estado do Espírito Santo. Os moradores convivem de forma integrada na zona de amortecimento da Floresta Nacional (FLONA) de Pacotuba, e desenvolvem relevante trabalho de conservação ambiental da floresta e de suas conexões de fragmentos florestais, contribuindo para a formação dos corredores ecológicos no Sul do Estado Capixaba.


As Comunidades quilombolas são caracterizadas através do decreto 4887/031, como grupos étnicoraciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específi cas e com ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. O nome da Comunidade Quilombola de Monte Alegre é originário da Fazenda de Monte Alegre. A comunidade se formou “por negros já alcançados pela Lei Áurea, que tornava extinta a escravidão em todo o território nacional em 13 de maio de 1888” (ATAYDE, 2013/2014, p.6).

A Comunidade Quilombola de Monte Alegre localiza-se em uma região de bioma Mata Atlântica,
que possui os únicos remanescentes florestais significativos do Município, tendo cobertura vegetal predominante de Floresta Estacional Semidecidual, conhecida como Corredor Ecológico Burarama-Pacotuba-Canfundó, que integra as oito Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) reconhecidas no Estado do Espírito Santo. Próximo a ela encontra-se a RPPN Cafundó, com 517ha e distante apenas 2km da Floresta Nacional (FLONA) de Pacotuba. Mais amplamente, podemos considerar que este espaço possui uma vasta biodiversidade com um dos maiores números de plantas arbóreas do mundo, sendo um centro de endemismo considerável para borboletas e vertebrados.

Os próprios membros da comunidade organizam roteiros de visitação ao espaço, variando para crianças, alunos, visitantes e pesquisadores, mas que buscam, sempre, priorizar e destacar os preceitos da sua cultura afro-brasileira e da relação comunidade e ecossistema do entorno. Dos trabalhos desenvolvidos durante a visita, um dos mais significativos é a preservação da história oral, onde há a valorização dos conhecimentos que passam de geração em geração por meio da oralidade.

Assim, uma visitação à Comunidade Quilombola de Monte Alegre pode ser bastante enriquecedora para alunos da educação básica, tanto como oportuna para professores, principalmente se considerarmos que a Lei 10.639/032 estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, como também a instituição do Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), em homenagem à data da morte do líder quilombola negro Zumbi dos Palmares. Com base no currículo, temas como a luta dos negros no Brasil, o negro na formação da sociedade nacional e sua contribuição para as áreas sociais, econômicas e políticas, plantas medicinais afro-indígenas podem ser trabalhados a partir da visitação.

Essa comunidade também é conhecida por participação e composição do grupo “Bicho do Mato”, no qual membros fizeram um curso de formação de condutores em ecoturismo, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), desenvolvendo um trabalho de educação ambiental na região com ênfase no turismo pedagógico, na perspectiva da sustentabilidade. Nessa conduta, foram criadas três trilhas temáticas: Trilha do Escravo Adão (noturna), Trilha do Mangula e Trilha das Árvores Centenárias. As trilhas funcionam como ferramenta capaz de aproximar os visitantes dos elementos naturais da floresta em integração com elementos culturais.

Curiosidade: Recentemente, em 25.06.2013, o grupo “Bicho do Mato” produziu, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Cachoeiro de Itapemirim, o Guia de Aves da Floresta, composto por 78 espécies. Trabalho resultante de fotos tiradas por membros da comunidade, incluindo crianças. Fotos flagradas em vários ambientes naturais no interior da mata e em áreas de reflorestamento do Micro Corredor Ecológico Burarama-Pacotuba-Cafundó.

SEDE ADMINISTRATIVA
A sede da comunidade Quilombola de Monte Alegre conta com espaço para recepção dos visitantes constituído de área gramada, com pequeno lago, e restaurante, com mesas e cadeiras, onde o responsável realiza relato oral sobre a importância do resgate da identidade cultural do povoado. O valor para a visitação, refeições e apresentações culturais deve ser combinado previamente durante o agendamento da visita.


TRILHA DAS ÁRVORES CENTENÁRIAS
Próximo à sede da comunidade quilombola, encontra-se a Floresta Nacional de Pacotuba (FLONA de Pacotuba), na qual é possível cruzar trilha ecológica denominada Trilha das Árvores Centenárias, com aproximadamente 1.200 metros. Outra alternativa é percorrer 300 ou 800 metros, dependendo da disponibilidade do grupo. Durante o percurso, a visita é mediada pelo professor e pelo guia, que conta histórias dos antigos moradores da região, ainda da época da escravidão, e aponta o uso dos recursos naturais utilizados, como madeira para construção civil e plantas de uso medicinal. Pelo caminho, são avistadas algumas espécies de árvores nativas com cerca de 500 anos de idade. É possível também observar diversas espécies da fauna e ouvir o som de alguns primatas, como o macaco bugio.


CULINÁRIA
O restaurante da sede, denominado Cozinha de Senzala, oferece culinária típica utilizando ingredientes vindos da própria região. É oferecido almoço com cardápio variado, constituído de pratos como xinxim de galinha, pela égua, mamão verde refogado, frigideira de carne-seca, moqueca, frango com urucum, angu de abóbora, angu de banana verde com peixe seco e feijoada, dentre outros. O lanche da tarde conta com variados tipos de bolos, biscoitos, sucos, leite, frutas e outros. O cardápio fi ca a critério do estabelecimento, levando em consideração a disponibilidade de ingredientes para a preparação dos alimentos. Ao mesmo tempo que oferece alimentação previamente agendada, este é um espaço onde, sugerimos ao professor, pode ser feita sobre os produtos utilizados na preparação do alimento oferecido, alguns dos quais são
retirados diretamente da horta orgânica. Tal apontamento pode ser despertado através da disciplina de Ciências, sobre saúde e alimentação e Geografia, com olhar sobre uso do espaço, e de História, sobre aspectos culturais da comida servida.


APRESENTAÇÃO CULTURAL
Visando o resgate da cultura afro-brasileira, pode-se solicitar previamente uma apresentação de dança, realizada por crianças e jovens da comunidade, que ensaiam o Jongo, ou Caxambu, de origem africana, dançada ao som de tambores. A apresentação cultural pode ser introduzida com alguns temas para despertar o interesse dos alunos, como uso das vestimentas, cores e dança, através da disciplina de Artes, e Matemática, no que tange às formas geométricas dos tecidos indo além, direcionar o olhar através da disciplina de História, para o Jongo no Estado do Espírito Santo.


AGRONEGÓCIO
Na região de Monte Alegre, é possível encontrar propriedades que produzem hortaliças no sistema de hortas orgânicas, com variedades de alface, cebolinha, pimentão, salsa e outros, sem uso de agrotóxicos, e com a utilização de plantas naturais para controle de pragas. Encontramos na região propriedades que fazem consórcio com outros moradores, utilizando espaços particulares para a produção das hortaliças. Algumas hortas já possuem certificado de orgânico emitido pelos órgãos competentes e outras encontram-se em processo de adequação para recebimento do selo de produção orgânica.


Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “A comunidade quilombola e a floresta: entre trilhas e lendas”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:


Essa SD foi elaborada como base para realização de aula de campo no que cabe um projeto pedagógico, visando contribuir para utilização e divulgação dos espaços de educação não formais.

As temáticas cultural e ambiental podem ser trabalhadas a partir da interação com a comunidade quilombola e o uso que ela faz dos recursos naturais, incluindo as trilhas guiadas, como possibilidades potencialmente educativas numa visão interdisciplinar.

Estamos sugerindo ao professor que, através da aula de campo, trabalhe os conteúdos curriculares de forma atrativa, correlacionando teoria e prática com a inclusão das questões ambientais, sociais, históricas e científicas. Assim, pretende-se estimular nos alunos a importância de valorização dos saberes, respeito e cidadania, implantando noções de proteção ambiental, trabalho comunitário e vivência cultural, agregando criticidade e significado ao conhecimento.

Nas duas primeiras aulas, propomos apresentação de imagens da fauna e flora, impactos ambientais (uso do solo, desmatamento, queimadas, fragmentação da floresta etc.) e mapas da localização da Mata Atlântica, com sua área de ocupação no início da colonização e atualmente, a fim de problematizar a situação quanto à biodiversidade e o processo de preservação. Além disso, rever conceitos que busquem os conhecimentos, prévios tais como: O que é Mata Atlântica? Qual a importância de se preservar a Mata Atlântica? Como o Governo brasileiro protege áreas naturais? É possível usar a floresta de forma sustentável?

Na aula seguinte, sugerimos apresentação do “Anuário da Mata Atlântica 2012”, para trabalhar questões conceituais, localização, espécies, biodiversidade, sustentabilidade e preservação, com a possibilidade de debate sobre o papel da sociedade nesse processo. O professor pode utilizar relatos de exemplos e experiências do entorno da escola para motivar os alunos, assim como o material de pesquisa que os alunos fizeram em casa.

A quarta e quinta aulas podem ser utilizadas para localizar a Mata Atlântica na realidade do Estado do Espírito Santo, e no contexto da comunidade Quilombola de Monte Alegre, iniciando com a apresentação do documentário “Redescobrindo a Mata Atlântica” (20 min.)3, do Instituto Últimos Refúgios. Na sequência, pode ser realizado novo debate para sensibilização sobre a importância da preservação/conservação do meio ambiente. Depois, no Laboratório de Informática, os alunos podem visitar a página da “Comunidade Quilombola de Monte Alegre”4 e promover uma leitura dinâmica (intercalada entre os alunos) da apresentação inicial, de forma a abrir espaço para que eles possam refletir e interagir com o site frente a um questionamento: como essa comunidade pode intervir no uso e preservação/conservação dos recursos naturais?

Na sexta e sétima aulas, sugerimos a exibição de um filme, que fica à escolha do professor (vide sugestões), podendo tratar de diferentes assuntos como: preservação ambiental, unidades de conservação (com ênfase nas Florestas Nacionais) e uso sustentável da floresta pelas comunidades tradicionais. Atentamos que, independentemente da escolha, esse seria bom momento para ressaltar a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da nossa sociedade, visto que, antes contextualizamos a comunidade quilombola na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, buscando valorizar, portanto, o pensamento e ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.

Na oitava aula, o professor, junto à equipe pedagógica, pode promover um momento para interação entre a comunidade escolar e o tema proposto. Nesta ocasião, pretende-se apresentar informações básicas sobre a temática “comunidade quilombola e a preservação da Mata Atlântica”, através de uma palestra, utilizando como vídeo introdutório o episódio cinco da série “Raízes – A história do Espírito Santo”, que conta a história dos negros africanos que chegaram ao Brasil durante a colonização.

Posteriormente, na nona aula, ocorre a visita à comunidade quilombola de Monte Alegre com o
objetivo de relacionar o conhecimento adquirido em contraste com o cenário observado. A partir deste momento, sugerimos que os alunos registrem, por meio de fotos e vídeos, a unidade de conservação, mais especificamente a Floresta Nacional de Pacotuba, a relação da comunidade com a mata, a conservação e biodiversidade da unidade, além da história e cultura afro-brasileira presentes neste contexto.

Para a finalização das atividades, sugerimos dois momentos. No primeiro, denominado “café reflexivo”, os alunos deverão correlacionar os conteúdos entre sociedade, sustentabilidade, cultura, arte, biodiversidade e preservação através de uma exposição dos materiais e registros coletados na aula em campo. No segundo, denominado “Café Quilombola”, produzido em estande temáticos (cultura afro-brasileira), com apresentações artísticas e gastronômicas, envolvendo escola e comunidade.

Assim, segue o planejamento detalhado por aulas da SD, intitulada “A comunidade quilombola e a floresta: entre trilhas e lendas”.



4.3 Aldeias Indígenas de Aracruz

ENDEREÇO:
Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AITG) Aldeia Caieiras Velha.
FUNAI – Local Caieiras Velha
CAPACIDADE:
A definir com cacique.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
A definir com cacique
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3250-2358
As visitas às aldeias deverão ser agendadas diretamente com os caciques. O telefone acima poderá auxiliar neste primeiro contato.

Foto: Patrícia Regina Carvalho Ottz

As Terras Indígenas (TI) Tupiniquim, Guarani e Comboios estão localizadas no Município de Aracruz, Estado do Espírito Santo, distante do Município de Vitória cerca de 80 km. A TI Tupiniquim e Guarani possui área de 14.282ha, está localizada mais ao Sul, limitada pelo estuário do rio Piraquê-Açú e é formada por quatro aldeias Tupiniquim (Caieiras Velha, Pau-Brasil, Irajá e Areal) e quatro aldeias Guarani (Boa Esperança, Três Palmeiras, Piraquê-Açú e Olho d’Água). A TI Comboios, situada às margens do rio Comboios, Riacho e Santa Joana, possui área de 3.872ha e conta com duas aldeias Tupiniquins (Comboios e Córrego do Ouro).
(ECI/VALE, 2013).

Originalmente, a área ocupada pelas terras Indígenas apresentava cobertura vegetal de Mata Atlântica com alta diversidade ecológica. Com o passar do tempo, estas áreas naturais foram substituídas pelo cultivo de eucalipto, para produção de celulose, atividades de pecuária extensiva, ocupação imobiliária e obras como gasodutos e oleodutos. Hoje, as áreas naturais restantes ocupam 31,24% das terras Indígenas. A monocultura do eucalipto (em diversos estágios) ocupa 53,20% e as áreas cultiváveis representam 3,51% das terras ocupadas.

Ainda assim, mesmos os trechos onde foram retirados os eucaliptos, a sucessão ecológica encontra dificuldade de acontecer de forma natural, devido ser uma espécie exótica, de grande competição com as espécies nativas, impedindo sua germinação. Além disso, de forma geral, os remanescentes de Mata Atlântica apresentam muitos sinais de degradação, baixa diversidade de espécies e invasão de espécies exóticas. A TI Comboios apresenta uma particularidade na sua cobertura vegetal por apresentar extensa área de restinga em estado razoável de conservação.

A história do Município de Aracruz, antes da chegada dos portugueses, é caracterizada pela presença dos nativos goitacaz, tupiniquim e botocudo, próximo ao rio Piraquê-Açú e Riacho. Aos poucos, com a invasão dos portugueses, aldeias jesuíticas foram sendo criadas, os povos indígenas foram sendo dizimados, restando apenas os tupiniquins no litoral Norte do Estado do Espírito Santo. As terras indígenas foram progressivamente tomadas por fazendeiros e posseiros que, nas décadas de 1960 e 1970. Venderamnas para uma fábrica de celulose. Nessa época, chegaram os guaranis, vindos do Sul, que ajudaram os tupiniquins na luta pela recuperação da posse das terras de seus ancestrais. Esse movimento de demarcação das terras Indígenas Tupiniquim e Guarani em Aracruz durou 30 anos.

Atualmente, o município de Aracruz tem, em seu território, duas etnias – tupiniquim (que habita a TI Tupiniquim e Guarani e a TI Comboios) e Guarani (que habita a TI Tupiniquim e Guarani). Nas 10 aldeias indígenas formadas em Aracruz, existem 3.268 índios organizados em 898 famílias. Do total, 305 pertencem à etnia Guarani e 2.963, à etnia Tupiniquim.

Quanto à moradia, as casas são, em sua maioria, de alvenaria mas ainda encontram-se algumas construídas com estuque. Nos quintais, há pequenas hortas, nas quais cultivadas hortaliças e plantas medicinais, pomares variados, roças de mandioca, cana e feijão. Há criação de aves, bovinos e equinos em algumas aldeias. Os limites entre os vizinhos são definidos por cercas, árvores e caminhos.

As aldeias indígenas contam com abastecimento de água por meio de captação em poço artesiano comunitário ou nascente. A maioria direciona o esgoto para fossa sanitária. Algumas aldeias começam a receber tratamento de esgoto domiciliar, como a de Caieiras Velha atendida pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Piraquê-Açú, situada na aldeia Três Palmeiras. O sistema utilizado são as chamadas “lagoas de estabilização”. A coleta de lixo é realizada pela Prefeitura, que o deposita no aterro sanitário.

Segundo o setor de Educação Indígena de Aracruz (2014), as aldeias Guarani contam com escolas indígenas. Uma delas está localizada na aldeia Três Palmeiras e oferece turmas de 1º ao 9º ano. Na aldeia Boa Esperança, há uma pequena escola indígena que oferece turmas do 1º ao 3º ano. Os estudantes das aldeias de Boa Esperança e Olho d’Água dão continuidade aos estudos na escola de Três Palmeiras.

Nas aldeias Tupiniquim, em Caieiras Velha, há um Centro Municipal de Educação Infantil Indígena (CEMEI) e uma escola de ensino fundamental, com turmas de 1º ao 9º ano, que atende também alunos de Areal e Irajá, sendo a maioria de seus professores indígenas. Em Pau-Brasil e Irajá, existem duas escolas que possuem turma de Educação Infantil de 4 e 5 anos e oferecem ensino de 1º ao 5º ano. Nestas aldeias, os estudantes dão continuidade aos estudos na escola de Caieiras Velhas e na Cidade de Aracruz. A aldeia de Comboios possui escola que atende do 1º ao 9º ano. Também possui turma de Educação Infantil de quatro e cinco anos. A continuidade dos estudos é feita nas escolas de Vila do Riacho, distrito mais próximo.

Algumas particularidades de cada aldeia serão apresentadas a seguir, tendo em vista promover e estimular estudos e atividades educativas em defesa do patrimônio natural e cultural das terras indígenas e dos ecossistemas a elas articulados. Outro ponto a destacar, durante a visita, é a valorização dos saberes indígenas quanto à compreensão da natureza. Estes são transmitidos exclusivamente pela memória oral dos mais velhos e lideranças locais. Neste sentido, este espaço oportuniza o diálogo entre culturas de forma crítica e criativa, a fim de enriquecer o ensino e aprendizagem da escola. Para isso, o professor que deseja levar seus alunos nestes espaços precisa ter planejamento com objetivos bem definidos e claros, uma vez que as aldeias não contam com roteiros de visitação pré-definidos, sendo necessário um contato prévio com as lideranças indígenas.

Serão apresentadas, a seguir, primeiramente, as aldeias de etnia Tupiniquim e, em seguida, as Guarani.



É a maior aldeia Tupiniquim: conta com 1.314 indígenas, organizados em 372 famílias (Censo,2013). Nela, encontra-se a Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AITG), situada à margem da rodovia ES 456. Trata-se de uma instituição indígena responsável em gerir os recursos repassados à TI, como também um espaço político de organização e tomada de decisões sobre a vida da comunidade. Mais recentemente, foi criada a Associação de Pescadores e Catadores Indígenas de Caieiras Velhas (APECI), para qualificar e agregar valor na entrega dos mariscos, caranguejos e peixes ao consumidor. A organização em associações, como forma de oportunizar espaço para o diálogo e fortalecimento na comunidade, e tema de discussão para o professor na sala de aula.



Localiza-se próximo à sede da Cidade de Aracruz e possui 507 indígenas. O manguezal é apontado como fonte de subsistência de diversas famílias de pescadores artesanais. Nas épocas permitidas pela legislação ambiental, é possível comprar o caranguejo ao longo da rodovia ES-456, que atravessa a aldeia. O professor pode aproveitar para conhecer a Reserva Ecológica dos Manguezais Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim e buscar, entre os catadores, informações sobre o ciclo reprodutivo do caranguejo-uçá (Ucides cordatus), espécie de grande valor comercial. Além disso, pode-se investigar na comunidade os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais que envolvem esta relação entre o catador, o manguezal e o caranguejo.



Aldeia mais próxima da sede do Município, conta com 117 indígenas, organizados em 37 famílias. Cultivam mandioca, milho, feijão, abóbora, cana em meio aos tocos de eucalipto dos antigos plantios da fábrica de celulose. Os rios Sahy e Morobá passam próximo a aldeia estão impróprios para a pesca, devido, principalmente, à poluição por esgoto doméstico. Outro agravante é a presença de um aterro sanitário próximo à cabeceira do rio Morobá. O espaço oportuniza ao professor a discussão de temas ligados às questões socioambientais, como, por exemplo, a diminuição de populações de peixes ao longo dos anos, ausência da mata ciliar ao longo do curso dos rios, lançamento de esgotos urbanos e industriais sem tratamento e impactos ambientais de um aterro sanitário.



A aldeia está localizada entre os rios Sahy e Guaxindiba. Também sofre com os impactos ambientais causados pelo plantio do eucalipto e lançamento de esgotos urbanos e industriais sem tratamento. Possuem 516 indígenas, organizados em 143 famílias. O acesso é pela rodovia ES-257, no trecho que liga a sede do Município à fábrica de celulose e ao Distrito de Barra do Riacho. Os tupiniquins vivem da pesca e do cultivo da mandioca, café e abacaxi. A produção de farinha é frequente nas casas de farinha (quitungo), individuais ou comunitárias, além de outros derivados (goma, tapioca, polvilho). A coaba é uma bebida fermentada a partir do aipim macerado elaborado pelos tupiniquins. Este espaço oportuniza a valorização das contribuições indígenas na alimentação e o diálogo entre o conhecimento indígena e científico na sociedade, em relação a aspectos como: reprodução vegetal, diversidade biológica, hábitos alimentares e biotecnologia indígena.



Distantes da sede do Município cerca de 40 km, ficam localizadas, no litoral próximo ao Distrito de Vila do Riacho. Para chegar às aldeias, é preciso seguir pela rodovia ES-257 e, depois, na ES-010, com sentido ao distrito, a aldeia Córrego do Ouro está localizada mais ao Sul da TI Comboios. Já o acesso à aldeia Comboios, localizada as margens do rio Comboios, acontece pela entrada principal, através da utilização de pequenos barcos. Vivem em Comboios cerca de 509 índios, organizados em 125 famílias. A aldeia está localizada em TI que possui um solo arenoso, com vegetação predominantemente de restinga. Na época dos frutos da aroeira, planta adaptada à restinga, a comunidade se organiza em torno da sua coleta e venda para a produção de cosméticos. Ao Norte, a aldeia faz limite com a Reserva Biológica de Comboios, onde existe uma base do Projeto Tamar. O professor pode verificar junto às lideranças indígenas a possibilidade de fazer uma trilha em meio à restinga e aproveitar para explorar temas socioambientais, como: impactos ambientais das indústrias ao redor, extração de areia, corredor ecológico, adaptações da flora e fauna e ciclo reprodutivo de espécies em extinção, dentre outros.



Os Guaranis que habitam as terras Indígenas Tupiniquim e Guarani formam uma população de 305 indígenas, distribuídos em quatro aldeias: Boa Esperança (Tekoa Porá), Três Palmeiras (Boapy Pindó), Piraquê-Açú e Olho d’Água. As três primeiras estão localizadas próximas à foz do rio Piraquê-Açú e a última localizada mais ao norte da TI. O acesso às aldeias pode ser feito pela rodovia ES-010, próximo ao bairro Coqueiral de Aracruz. Os artesanatos produzidos pelos Guaranis são feitos, principalmente, de bambu e taquara, constituem uma das principais fontes de renda. Nestas aldeias, encontram-se as áreas com remanescentes de Mata Atlântica mais preservadas. Neste sentido, o professor pode verificar, junto às lideranças indígenas, a possibilidade de realização de trilhas em meio à vegetação. Em seguida, estabelecer comparação entre ambientes com e sem interferência humana. Próximo ao rio Piraquê-Açú, foi construída uma aldeia temática guarani, Tekoa Mirim, que pertence a todas as três aldeias, local que poderá ser incluído no roteiro da visita.

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Da mandioca a farinha”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No momento da problematização, sugerimos que o professor de Ciências, a fim de despertar a curiosidade e interesse dos alunos pelo tema da SD, proponha um diálogo com a turma em torno da letra da música ‘‘Farinha’’ do compositor e cantor Djavan. Em seguida, solicite que, em grupos pequenos façam, uma entrevista com um familiar mais idoso, sobre sua experiência com a fabricação da farinha e consumo de mandioca no passado.

Na segunda aula, o professor de História poderá assistir, com seus alunos, a reportagem exibida pelo programa Globo Rural (2003) ‘‘O Reino da mandioca’’ que apresenta as características desta planta, suas variedades e utilidades, além de buscar a valorização da contribuição indígena na domesticação do tubérculo. Outro recurso, que poderá ser utilizado como suporte, é a cartilha ‘‘Mandioca, a Raiz do Brasil’’ produzida pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), ressaltando em forma de poemas a importância histórica, cultural, econômica e nutricional da mandioca.

Na terceira aula, os mesmos grupos poderão investigar as propriedades nutricionais da farinha de mandioca, a partir de busca de informações em rótulos de alimentos e livros didáticos. Ao final, pedir a elaboração de conclusões quanto à classificação da farinha de mandioca quanto ao grupo de alimentos. Para aproximar os alunos das pesquisas científicas na área de melhoramento genético, sugerimos que o professor, de Ciências oportunize, ao final a discussão, o texto de divulgação científica a ‘‘Mandioca vitaminada’’(anexo).

Na quarta aula, os professores de Ciências e História levam seus alunos a uma aldeia indígena, a fim de conhecer a plantação de mandioca e as etapas de fabricação da farinha. É importante que seja combinado previamente com as lideranças indígenas o objetivo da visita ao local, para que possa ser verificado o dia e horário que será produzida a farinha. Os grupos deverão registrar, por escrito e em fotografias, as etapas observadas na plantação de mandioca e na de casa de farinha. Na quinta e sexta aula, no Laboratório de Informática da escola, os grupos selecionam algumas fotos para serem utilizadas na exposição ‘‘Da mandioca a farinha’’. Todas as fotos deverão trazer um texto-legenda descrevendo ou acrescentando algo mais à imagem.

Na aula de História, o professor poderá, após a visita, oportunizar debate entre os grupos que são a favor e contra as casas de farinha. Os alunos poderão, primeiramente, discutir em pequenos grupos suas ideias a partir do que observaram na visita aquele espaço, como também poderão buscar outras opiniões a respeito do assunto, antes de participarem do debate na sala de aula que será mediado pelo professor. Alguns aspectos importantes que podem ser levantados pelos grupos são: valorização das farinhas artesanais, valorização das tradições, fonte de renda, segurança alimentar e questão de qualidade.

No momento de aplicação do conhecimento, o professor de História poderá orientar o seminário “A farinha da mandioca no prato brasileiro.” Cada grupo poderá fazer o levantamento de comidas típicas feitas à base de farinha de mandioca por região brasileira. Será solicitado que cada grupo faça uma receita para o momento de confraternização ‘‘Farofas e pirões’’. Neste momento, também será apresentado a exposição de fotografias ‘‘Da mandioca a farinha’’ e o relato de experiências de alguma pessoa entrevistada pelos grupos.




4.4 Patrimônios de Vila Velha

ENDEREÇO:
Parque da Prainha, Vila Velha/ES
CAPACIDADE:
Grupos de até 40 alunos
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Área resguardada pelo Exército, aberta para visitação todos os dias. Os pontos históricos do sítio possuem horários específicos de atendimento.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3149-7200 – PMVV – Site: http://www.vilavelha.es.gov.br

Foto: Michele Pires Carvalho

O Município de Vila Velha é o mais antigo do Estado do Espírito Santo, conhecida como a cidade capixaba mais populosa, litorânea, localizada ao Sul da capital, o Município de Vitória. Suas estruturas urbanas destruíram a maior parte de seus elementos naturais, consolidando ambiente fragilizado, onde as paisagens naturais foram alteradas em função de uma paisagem construída.

A cidade possui o maior centro comercial do Estado e também um grande porte Industrial. São 32 quilômetros de litoral recortado por praias, constituindo importantes símbolos turísticos e paisagísticos. Vele destacar os grupos étnicos que formam o Município, entre os quais destacam-se: os índios, negros e portugueses.

Ressalta-se que a Cidade de Vila Velha é rica em patrimônios materiais (arquiteturas que se tornaram lugares de memória), patrimônios imateriais, costumes e tradições, apresentando ricas manifestações culturais e uma grandiosidade de patrimônios naturais. Destacamos, a seguir, três espaços para o trabalho de Educação Patrimonial no Município de Vila Velha:



Complexo que agrega pontos históricos; dentre eles, destacamos Convento da Penha, a Gruta Frei Pedro Palácios, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Museu e Atelier Homero Massena e Museu Etnográfico, mais conhecido como Casa da Memória. A enseada histórica da Prainha foi o local onde aportou o primeiro donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho. É o local onde começou a colonização do Estado do Espírito Santo.



Criado em novembro de 2003, e com uma área de 168,30 hectares, o Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira está localizado no bairro Glória, às margens do canal da Baía de Vitória, na foz do rio Aribiri. É uma unidade de conservação ambiental com atividades voltadas para a preservação da natureza, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental e turismo ecológico.



É um balneário diferente no Município de Vila Velha, por suas origens históricas. Guarda tradições religiosas e folclóricas (congo é um dos ritmos locais), com festas e celebrações. A Barra do Jucu preserva, até hoje, suas características de vila e seu folclore, com as Bandas de Congo e a Festa de São Benedito. Durante a festa, o Congo da Barra do Jucu é acompanhado pela procissão percorrendo as ruas da vila e fincando o mastro em frente à Igreja da Glória, com muita música, dança e foguetes. A vila recebeu esse nome, por estar próxima à foz da Rio Jucu. Nos finais de tarde, a atração é a revoada das garças boiadeiras. Fazendo parte deste roteiro, além do congo, da fábrica de casacas e tambores e das praias belíssimas da redondeza, está a Reserva Ecológica de Jacarenema, área de preservação de restinga e manguezal, e o Atelier Kleber Galveas.

Para apresentar as potencialidades educativas do Município de Vila Velha elencou-se alguns lugares que são símbolos culturais da cidade.



É considerado o principal monumento religioso do Estado do Espírito Santo e símbolo de devoção a Nossa Senhora da Penha. Oito dias após a Páscoa, fiéis de todo o país se dirigem ao Convento em homenagem à santa. A origem do culto à Nossa Senhora da Penha teve início em 1558, quando o frei Francisco Pedro Palácio, vindo de Portugal, chegou a Vila Velha, trazendo um painel da santa. Segundo a versão popular, o quadro teria sumido da gruta onde o frei morava. A edificação da “Ermida das Palmeiras” teve sua construção iniciada por volta de 1560. A pequena capela feita pelo frei Pedro Palácios teve sua primeira modificação em 1651 Isso ocorreu a pedido do filho do donatário Vasco Coutinho e outros principais da Vila, que queriam construir um Convento no Espírito Santo, resultando em uma das mais belas construções do Brasil Colonial. Desde então, o convento passou por inúmeras reformas. A imagem da Penha, “Padroeira do Espírito Santo”, está exposta no seu interior. Com objetivo de possibilitar a todos os fiéis a apreciação deste acervo, foi criado o Museu do Convento de Nossa Senhora da Penha, como objetos vestimentas e demais artefatos utilizados pelos primeiros frades.

Endereço: Rua Vasco Coutinho s/nº. Prainha. (ao lado do Museu Homero Massena). http://conventodapenha.org.br/

Horário de funcionamento: diariamente de 7h30 às 17h.

Mais informações: (27) 3329-0420



Trata-se de um vão formado pela natureza embaixo de uma grande pedra situada no sopé da montanha. Possui, aproximadamente, um metro de altura em declive a partir da entrada. Segundo alguns historiadores, foi residência do frei Pedro Palácio por mais de seis anos. Nela dormia o frei, tendo como travesseiro uma pedra e nada mais, pois fazia parte da ordem viver na mais dura pobreza. Do mesmo lado, e adiante da gruta, está o nicho onde, segundo historiadores, o frei Pedro colocava o quadro de Nossa Senhora, que trouxera de Portugal, e diante do qual orava como povo.

Endereço: Rua Vasco Coutinho s/nº. Prainha. (localizado ao pé do Convento).

Área de proteção da Marinha.

Horário de funcionamento: diariamente.



A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é a mais antiga do Estado do Espírito Santo. Sua construção foi iniciada em 1535, logo após a chegada do donatário Vasco Fernandes Coutinho. Com a ajuda do jesuíta Afonso Brás e do irmão Leigo Simão Gonçalves, recebeu, naquela época, o acréscimo de uma nave maior e o nome de Igreja de Santa Catarina, sendo depois denominada de Igreja do Rosário. A praça da frente tem palmeiras imperiais e obeliscos em homenagem a Vasco Fernandes Coutinho e a Nossa Senhora dos Prazeres. A Igreja do Rosário é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), 20 de março de 1950.

Endereço: Praça da Bandeira, Prainha, Vila Velha – ES

Horário de funcionamento: diariamente de 7h30 às 17h00.

Mais informações: (27) 32393113



Transformada em museu, a casa foi onde o artista plástico Homero Massena passou os últimos 20 anos da sua vida. O artista foi um dos mais ilustres do Estado do Espírito Santo. Foi o fundador da Escola de Belas Artes do Espírito Santo, sétima do Brasil, que se transformou no Centro de Artes da (UFES). O interior da casa procura reconstituir o ambiente do artista, expondo objetos pessoais e cômodo onde era a oficina, assim como cerca de 20 quadros deixados pelo pintor.

Na casa em que o artista morou com a esposa Edy, o visitante pode conhecer um pouco mais do que foi o dia a dia de Massena. Livros, pincéis e um quadro não acabado permanecem intocáveis, deixando à vista os últimos passos do pintor. Varanda, sala, ateliê, dois quartos, banheiro e cozinha compõem a construção, típica de beira de praia das décadas de 1940 e 1950. Pinturas em todos cômodos e objetos pessoais remetem à criatividade do artista, que gostava de pintar nas rachaduras das paredes, dando um toque único e especial às ambientações da casa.

Endereço: Avenida Beira Mar, 175, Prainha, Vila Velha – ES http://www.vilavelha.es.gov.br/noticias/museu-homero-massena-opcao-de-lazer-para-turistas-1914

Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, e aos sábados, das 10 às 14 horas.

Mais informações: (27) 3388-4311



Imóvel tombado pelo Governo do Estado do Espírito Santo, com mais de 100 anos de construção, situado ao lado do Museu Homero Massena. A Casa da Memória promove exposição sobre o Convento da Penha, cerimônia comemorativa do termino Segunda Guerra Mundial, mostra permanente de fotos e objetos sobre o sítio histórico da Prainha e adjacências. O grande acervo remonta à cultura local, resgatando história e memória do Município e do Estado. É a mais recente instituição criada com a finalidade de incentivar o estudo da história e do desenvolvimento cultural de Cidade, sob todos os aspectos. Localizada no sítio histórico da Prainha, a Casa da Memória foi construída no fi nal do século XIX (datada em 1893) e é tombada pelo Conselho Estadual de Cultura. No espaço, existe um acervo permanente de fotos que tratam do sítio histórico da Prainha e adjacências, resgatando a história e memória do município e do Estado. As imagens expostas que retratam a evolução do Município ao longo dos últimos 100 anos, com o visitante podendo conhecer um pouco da história da cidade, com acervo histórico e cultural sobre a colonização do solo espírito-santense.

Endereço: Rua Luciano das Neves com Beira Mar. Área urbana. Prainha. (ao lado do Museu Homero Massena).

Horário de funcionamento: segunda a sexta, 8 às 17h.

Mais informações: (27) 3388-4344



Entre as obras que o artista Kleber Galvêas exibe em seu atelier estão pinturas de tamanhos, formatos, assuntos, cores e valores bem diferentes, mostrando sua impressão sobre trechos populares da paisagem do Estado do Espírito Santo. No ateliê do artista, além de conhecer suas obras, o visitante pode também, a partir de agenda específica, participar de lançamentos de livros.

Endereço: Rua: Antenor Pinto Carneiro, nº 66, Barra do Jucu, Vila Velha/ES

Horário de funcionamento: segunda a sexta, 8 às 17h.

Mais informações: Atelier Kleber Galvêas (27) 3244-7115

http://www.galveas.com

Capacidade: grupos de até 40 pessoas



A visita à fábrica de casacas (instrumento musical tradicional local) e tambores permite o conhecimento das técnicas utilizadas na confecção destes instrumentos, destacando os materiais utilizados antes e os materiais utilizados hoje, retratando a influência das novas tecnologias.

Endereço: Barra do Jucu – Vila Velha

Horário de funcionamento: 9h às 17h

Mais informações: Mestre Vitalino – Tel: 3244 7251 – 9926 71041 – email: mestrevitalino@hotmail.com

Capacidade: 40 pessoas (divisão em grupos menores durante a visita)



O Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira foi criado através da Lei Municipal nº 4105, de 13 de novembro de 1993, e apresenta área de 168,30 hectares. Ele está localizado no bairro Glória, às margens do canal de acesso ao Porto de Vitória, na foz do Rio Aribiri. Destaca-se o morro da Manteigueira onde, no início do século XX, existia uma casa com a arquitetura semelhante a uma manteigueira, dando origem ao nome atual do Parque.

O Parque abriga fragmentos da Mata Atlântica, em estágios inicial, médio e avançado de regeneração, tais como, o brejo herbáceo e o manguezal na foz do rio Aribiri. Apesar de estar localizado em uma área urbana, abriga rica e variada fauna.

A vegetação pode ser herbácea ou arbustiva, com ocorrência de árvores nas fendas das rochas com altura entre cinco e seis metros, sendo comum a ocorrência de Pita (Fourcroya gigantea), Gravatá (Vriesea marítima), Cactos (Pilosocereus arrabidae, Cereus fernambucensis, Coleocephaloscereus fl uminensis), Quaresmeira (Tibouchina), Capim gordura (Melinis minutifl ora), e aroeira (Schinus terebintifolius), dentre outras.

Na fauna do manguezal podem ser encontrados caranguejo Uçá (Ucides cordatus), Guaiamum (Cardisoma guanhumi), siri (Callinectes spp.), Chama maré (Uca spp.) e Aratu (Goniopsis cruentata). Mas devido à elevada carga de esgotos despejada pelo rio Aribiri, esse ambiente fica bastante prejudicado.

Em relação aos répteis, já foram observados lagartos e serpentes. A espécie mais vista é o calango (Tropidurus torquatus), que pode ser facilmente encontrado sob rochas em dias de sol, assim como o Teiú (Tupinambis teguixin). Este devido ao seu grande tamanho, é animal muito procurado por caçadores. A maior parte das serpentes são inofensivas, como Jiboia (Boa constrictor), cobra d’água (Liophis miliares) e cobra verde (Philodryas olfersii), somente duas serpentes são venenosas: preguiçosa (Botrhops jararaca) e coral (Micrurus corallinus).

As aves constituem o grupo de vertebrados mais notável e mais diversificado na área do Parque.

Nas áreas de vegetação arbustiva, podemos encontrar Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), rolinha (Columbina talpacoti), anu-preto (Crotophaga ani), coruja buraqueira (Atheni cunicularia), pica-pau (Colaptes campestres), dentre outros. Nos trechos de capoeira, além das aves já citadas, também podem ser encontradas Jacupemba (Penelope superciliares), Juriti (Leptotila sp.), Carcará (Polyborus plancus), beija-flor (Amazilia fimbriata), Sanhaço (Thraupis sayaca), e Trinca-ferro (Saltator similis). A espécie mais abundante, com ninhos na área do Parque, é o Urubu (Coragyps stratus).

Os mamíferos estão representados por poucas espécies de pequeno e médio portes. Entre elas sagüida- cara-branca (Callitrix geoffroyi), espécie endêmica, ou seja, ocorrendo no Estado do Espírito Santo, Sul da Bahia e Leste de Minas Gerais. Devido à restrição de fragmentos florestais, esta espécie esta ameaçada e, ao sair em busca de alimento nas áreas urbanas, está sujeito a atropelamentos e doenças comuns entre seres humanos e primatas. Além disso, a alimentação oferecida pelos moradores do entorno pode causar doenças ou subnutrição.

Com uma área total de 168,30 hectares, no Parque é comum avistar sagui de cara branca, teiú, picapau, beija flor, sabiá, gambá, entre outros animais silvestres. A vegetação é característica de Mata Atlântica com ipê, aroeira, orquídeas, bromélias, boleiras e outras espécies nativas. O Morro da Manteigueira possui aproximadamente 80 metros de altitude, possibilitando visão panorâmica de Vila Velha e da Baiía de Vitória.

O Parque possui sede administrativa e trilhas monitoradas pela educação ambiental. As visitas serão acompanhadas por mediadores que ficarão responsáveis pela caminhada em trilhas e pelas atividades ambientais com duração de uma um hora e meia.

Para as visitas de escolas, o atendimento é para grupos de até 40 pessoas. As visitas ocorrem de terça a domingo, das 8 às 17 horas. O contato pode ser feito pelos telefones 3339-8119 e 3388-4294.

Propomos, como sugestão, uma SD que tem por objetivo conscientizar o educando sobre a importância da preservação dos patrimônios, contribuindo para a construção da cidadania e valorização das riquezas culturais do Município de Vila Velha e promover a formação do espírito crítico por meio do respeito à identidade local. Cada cidade apresenta marcas características, o que contribui na formação dos conceitos de identidade e de lugar, expressos de diferentes formas: na consciência de que somos sujeitos da história; nas relações com lugares vividos (incluindo relações de produção); nos costumes que resgatam a nossa memória social; na identificação e comparação entre valores e períodos que explicam nossa identidade cultural. Permite, também, entender os arranjos espaciais oriundos das situações migratórias, que marcam suas identidades por meio de atividades culturais e religiosas, que ocupam, muitas vezes, os espaços públicos e que, via relações interfamiliares, compõem parte significativa da experiência de vida do aluno. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No momento da problematização, é importante que se lance a pergunta ‘‘O que é patrimônio?’’ Os alunos, normalmente, respondem que se trata de igrejas, escola, praças, monumentos, edificações, casas… ou seja: a maioria desconhece outros tipos de patrimônio (imaterial e natural). Em seguida, o professor pode lançar um desafio, sobre tudo o que os alunos gostariam de saber a respeito do assunto. Esse é o momento de contextualização do conteúdo a ser estudado, é a vivência individual e coletiva do conteúdo social que passa a ser reconstruída pelo aluno de forma sistematizada. Além disso, no momento de desafio quando os alunos expressaram o que mais gostariam de saber sobre o assunto o professor pode lançar outras questões como: ‘‘Por que os indivíduos não preservam seu patrimônio?’’ ‘‘Para que devemos preservar os patrimônios do Município?’’ ‘‘Quais são os patrimônios do Município?’’ ‘‘Qual a importância desses patrimônios para o Município?’’ ‘‘Existem leis de proteção patrimonial? Essas leis são cumpridas?’’ ‘‘Por que o congo e a moqueca capixaba são considerados patrimônios e devem precisam ser valorizados?’’ ‘‘Qual a importância dos patrimônios ambientais?’’ ‘‘O que é tombamento e para que serve?’’ ‘‘O congo é macumba ou folclore?’’ Essas questões podem ser divididas e ampliadas em várias dimensões, tais como:

Conceitual: O que é patrimônio?
Histórica: Como foram construídos esses patrimônios? Ao longo da história o homem destruiu ou modificou os patrimônios do município?
Social: Por que é necessário o equilíbrio do homem com os patrimônios locais? Como o homem interage com estes patrimônios?
Econômica: De que forma esses patrimônios contribuem com a renda da população e trazem lucros para o Município?
Política: O que a prefeitura e o Estado têm feito para preservar esses patrimônios?
Legal: Quais são as leis de proteção patrimonial?
Religiosa: De que forma a igreja tem influência sobre estes patrimônios?
Cultural: Quais as manifestações culturais do Município e qual sua importância na construção da identidade dos moradores da região?
Educacional: Qual o papel da escola na preservação dos patrimônios?
Apesar da lista de dimensões estabelecidas acima, algumas das problematizações poderão sofrer modificações e, desta forma, adaptadas à realidade dos alunos no decorrer da aplicação da SD.

Diante dessa problematização, é importante uma aula expositiva para tratar dos seguintes assuntos:
a) O que é Patrimônio – Conceituar o que é patrimônio, apresentando as diferenças entre o patrimônio material, imaterial e ambiental.
b) Patrimônio Material – Conhecer os patrimônios locais, buscando identificar sua importância social, cultural, econômica e histórica para o Município.
c) Patrimônio Imaterial – Conhecer as manifestações culturais ressaltando que a diversidade cultural compõe a identidade dos alunos.
d) Patrimônio Natural – Conhecer as influências do comportamento das pessoas nestes ambientes, compreendendo o processo de degradação do mesmo e reconhecer o valor do Patrimônio Ambiental, promovendo a consciência de sustentabilidade.

Durante a aplicação do conhecimento, algumas das perguntas lançadas na problematização são respondidas coletivamente. Nesta fase, o professor poderá utilizar, como ação pedagógica, jogos, confecção de fantoches, teatros com fantoches, confecção de casacas, aulas de campo nos patrimônios, produção de relatórios das aulas e produção de vídeos. Um exemplo de jogo é o que segue. Nesse jogo, tanto as perguntas quanto as respostas podem ser elaboradas pelos alunos a partir de pesquisa sobre o assunto.



As aulas de campo, realizadas durante a organização do conhecimento, objetivam promover a vivência sobre o conteúdo desenvolvido na sala de aula, reforçando a aprendizagem. Podem ser estruturadas para acontecer em dois dias, em três espaços do Município, no horário de aula dos alunos. No primeiro dia, os alunos podem conhecer o Patrimônio Imaterial da região, ou seja, a manifestação cultural e a história do Congo da Barra do Jucu. No segundo, os Patrimônios Materiais do Sítio histórico da Prainha; dentre eles, Gruta do frei Pedro Palácio, Museu Homero Massena, Casa da Memória, e Igreja do Rosário, podendo também contemplar, no alto do morro localizado na Prainha, o Convento da Penha, objetivando resgatar a história de cada Patrimônio, se apropriando de conhecimentos sobre os mesmos e, por fim, o Patrimônio Natural situado no Parque do Morro da Manteigueira para detenção de conhecimentos sobre a fauna e flora locais. Os roteiros para a programação das aulas de campo poderão ser realizados da seguinte forma:

a) Patrimônio Imaterial
1 – Saída da escola.
2 – Recepção na Barra do Jucu e encontro com o mestre de congo da banda da Barra do Jucu (Buchecha) e sua esposa.
3 – Ateliê Kleber Galvêas (conhecer a história e as obras do artista capixaba).
4 – Casa de Dona Dorinha, matriarca do congo da Barra e banda Tambor de Jacarenema, para conhecer tipos de tambores, casaca e mastro.
5 – Mestre Daniel (fotos da Fincada do Mastro).
6 – Fábrica de tambor (conhecer como esses instrumentos são produzidos) e ouvir a banda de congo do mestre Onório tocar.
7 – Fim do campo e retorno à escola

b) Patrimônio Material e Natural
1 – Saída em frente à escola.
2 – Chegada na Prainha e Gruta do Frei Pedro Palácio.
3 – Museu Homero Massena.
4 – Casa da Memória e Igreja do Rosário; divisão dos grupos para as filmagens.
5 – Parque do Morro da Manteigueira, Palestra (40 minutos). Trilha Ecológica – Mata Atlântica, fauna e flora local (vegetação arbustiva, cactos, de manguezal, mamíferos, aves, répteis, crustáceos e outros).
6 – Fim do campo e retorno à escola.

Durante as aulas de campo, os alunos conhecerão os patrimônios materiais e produzirão vídeos e fotografias sobre eles, respondendo o questionário elaborado pelo professor antes da visita (durante a organização do conhecimento) para a seguir produzirem um relatório.



Outro momento importante da SD proposta, na aplicação do conhecimento, é a criação de fantoches de material reciclável para realização de teatro. Esse instante requer muita criação, pois os alunos elaborarão peças de teatro bem como seus personagens.



Além da oficina de fantoches, podem ser propostas oficinas de casacas feitas com garrafas PET, como segue nas imagens e no quadro explicativo a seguir.



O impacto do consumismo e a globalização têm reduzido o interesse dos jovens pelos patrimônios locais, principalmente o patrimônio imaterial (congo), devido à ligação ao mundo do consumo, com as músicas importadas. Existe certa rejeição à cultura do Município, devido aos meios de comunicação que acabam por diminuir as tradições coletivas locais. Por isso, pode ser proposto também a elaboração de um Jornal no Laboratório de Informática.




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