Quando nós, professores, profissionais da educação formal, optamos por levar os alunos para fora da escola fica implícito nesta escolha uma concepção de educação para além da educação formal. Certamente, é uma escolha que possibilita outros tipos de educação, como a educação não formal e a informal. Sair da escola, com profissionais da escola, permite ao aluno vivenciar a integração desses três tipos de educação (formal, não formal e informal). Esse ganho é único, é algo diferente de conhecer um museu ou qualquer espaço de educação não formal com a família, por exemplo.

Nesta página optamos caracterizar todos os espaços fora da escola com possibilidades educativas utilizando o termo “Espaço Potencialmente Educativo”. Com certeza, qualquer espaço tem potencial educativo, mas trabalhar os espaços fora da escola articulado com a educação formal é um grande desafio e é um olhar diferenciado. E é exatamente isso que se propõem nesta página.

Dentro dessa proposta, achamos importante criar algumas categorias para classificar esses espaços fora da escola. Então, os Espaços Potencialmente Educativos foram classificados da seguinte maneira:

  1. Museus e Centros de Divulgação Científica – museus, museus interativos, centros de ciências, institutos de pesquisa etc.
  2. Áreas Naturais e Centros de Educação Ambiental – Unidades de Conservação, como reservas, parques, locais com projetos de educação ambiental, aquários, estações de tratamento de esgoto, estações de tratamento da água, usinas de tratamento de lixo, usinas de reciclagem etc.
  3. Empresas e Áreas produtivas – empresas, fábricas e unidades de produção, unidades de produção animal, minas e pedreiras, campos agrícolas e locais de extração ou produção de matérias-primas, Infraestruturas produtoras de energia, empresas de tratamento de esgoto e de tratamento da água, usinas de tratamento de lixo, usinas de reciclagem etc.
  4. Infraestruturas de Valorização Cultural – exposições, espetáculos de dança, manifestações culturais, teatro, cinema, cineclubes etc.

Os conteúdos apresentados nesta página foram extraídos do Livro “ESPAÇOS POTENCIALMENTE EDUCATIVOS DO ESPIRITO SANTO Manuella Villar Amado e Luciléia Gilles (ORGANIZADORAS)” <– clique no título do livro para obter acesso ao e-book.

ENDEREÇO: Rua José de Anchieta, Parque Moscoso, Vitória-ES Telefone: (27) 3233-3556 E-mail: cienciafi sica@gmail.com
CAPACIDADE: até 45 alunos por mediador.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: de segunda a sexta-feira, de 8h às 12h e de 13h às 17h.
MAIS INFORMAÇÕES: http://www.vitoria.es.gov.br/seme.php?pagina=escolafi sica

O ESPAÇO EDUCATIVO

A Escola da Ciência Física faz parte do Circuito Metropolitano de Divulgação Científica do Município de Vitória-ES, sendo um dos quatro espaços de ciência, educação e cultura da cidade. Recebe, em média, 65.000 visitantes por ano, dos quais, a grande maioria, estudantes, pesquisadores e professores. Tendo a proposta de popularizar a Física, o museu é pensado de forma a despertar a curiosidade do público e auxiliar a compreender, de forma divertida, os fenômenos científicos, ao abordar conceitos relacionados à mecânica, eletricidade, acústica e ótica.

Nele, todos são convidados a tocar, a experimentar. O mediador é preparado para apresentar os equipamentos e interagir com os estudantes de forma lúdica e, ao mesmo tempo, problematizadora. O professor também tem o seu papel, pode e deve interferir, questionando e pontuando o que considerar importante.

Muito além de reforçar os conteúdos de sala de aula, um museu de Ciência é um ampliador da cultura geral e pode contribuir para a cultura científica dos alunos. As visitas são gratuitas para todos os cidadãos, em grupos ou não. Porém, grupos acima de 10 pessoas, por exigir mediadores exclusivos, precisam agendar a visita.

Segundo informações do diretor da Escola da Ciência e Física de Vitória, não há roteiro pré-definido para a visita. Durante a visitação, um monitor apresenta ao público os equipamentos presentes no museu de ciências. O que ocorre ao se percorrer os espaços é uma adaptação da linguagem de acordo com cada público, uma vez que este local permite a visitação de públicos com diversos níveis de escolaridade. O professor pode planejar o seu roteiro e definir como irá trabalhar com os alunos. Um dos objetivos deste espaço é despertar a vontade de aprender Ciência e trabalhar a divulgação científica.

Situada no Parque Moscoso, na região central da Cidade de Vitória, a Escola da Ciência Física ocupa um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, uma obra de arquitetura modernista inaugurada em 1952, no Governo de Jones dos Santos Neves, projetado pelo arquiteto Francisco Bolonha. Este prédio fica anexo ao Parque Moscoso em uma área construída de 2000 m², com exposições permanentes nos salões temáticos e exposições temporárias na galeria de arte.

Este centro de ciência foi idealizado pela Secretaria Municipal de Educação (SEME), tendo sido criado pela Lei Municipal 5.397/2001 e mantido pela Prefeitura Municipal de Vitória. Atende escolas públicas e privadas de todo o Estado, sendo uma referencia em Centro de Ciências no Estado.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

Sendo um museu no estilo de um Science Center, ou seja, um Centro de Ciência, as atividades propostas são bastante interativas e as exposições focam fatos científicos, com o público sendo convidado a tocar, interagir e vivenciar fenômenos físicos especialmente. São cinco salas e uma área ao ar livre, contendo 55 aparelhos que demonstram, na prática, fenômenos científicos: mecânica, eletricidade, acústica, eletromagnetismo e ótica. Além disso, o espaço também conta com auditório, sala com laboratório de informática e robótica. Este conjunto permite que os conceitos possam ser construídos relacionando a Ciência com o cotidiano dos estudantes.

Nesse sentido, podemos listar alguns exemplos de aparatos interativos encontrados dentro da Escola da Ciência Física, com o intuito de oferecer dinamicidade ao processo de ensino e aprendizagem de conceitos, tanto a professor quanto a aluno:

Além de seu acervo que desenvolve muitos conceitos físicos, outro olhar pode ser lançado sobre elementos históricos da urbanização da capital e também em estilos de época, presentes na arquitetura modernista do prédio, assim como também nos painéis em mosaico de Anísio Medeiros (1922-2003) que revestindo as paredes do lugar.

A Escola da Ciência Física não é um espaço destinado apenas para professores e alunos de Física. Em seu plano expositivo, é possível estabelecer diálogos com conhecimentos da Biologia, Matemática, História, Geografia e outros. Cabe ao professor optar por uma abordagem pedagógica que favoreça o desenvolvimento da educação científica. Realizar um planejamento criativo, adequado à prática social de seus alunos, potencializando a capacidade educativa do museu, fazendo deste, um meio, e não o fim do processo de ensino e aprendizagem.

Dessa forma, este é um espaço muito adequado ao professor pretendendo promover atividades investigativas para favorecer o processo ensino-aprendizagem, pois tem muito a contribuir com a formação de cidadãos participativos, capazes de estabelecer relações entre os conhecimentos das ciências, e das tecnologias associadas aos saberes cotidianos e científicos. E, por conseguinte, avaliar as consequências destes para a sociedade.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

 

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Corra da tempestade”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos que o professor de Ciências a fim de despertar o interesse dos alunos quanto ao tema, proponha um diálogo com a turma sobre relâmpagos com o objetivo de verificar os conhecimentos prévios dos alunos quanto ao tema.

Possíveis mitos podem ser registrados no quadro. Como há uma série deles, pode-se supor que os alunos irão citar: “Raios nunca caem duas vezes no mesmo lugar”, “Raios sempre caem em lugares mais altos”, “Todo acidente com raio é fatal” e outros mais, dependendo da cultural local.

Sugerimos que o professor assista, com seus alunos, o filme brasileiro ‘Fragmentos de Paixão’. Este filme busca entender como os raios podem afetar a vida das pessoas, além de apresentar o tema sob perspectiva histórica, cultural e científica que aproxima a ciência de todos, em uma abordagem CTSA.

A relevância sobre o estudo pode ainda ser ressaltada na aula de Geografia, com uma pesquisa no site www.inpe.br/webelat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), no infográfico das mortes por raios e no ranking de Municípios que mostra as incidências de descargas elétricas na região em que moram em tempo real. Neste momento, o professor de Geografia poderá solicitar comparações entre os locais e as respectivas incidências de raios, e, também, solicitar que os alunos levantem hipóteses que possam explicar o fato de alguns lugares serem mais propícios à descargas elétricas do que outros.

Na quarta aula, na organização do conhecimento, propomos que o professor de Ciências trabalhe em sua aula os conteúdos conceituais relacionados à eletricidade, após a construção de um pêndulo elétrico pelos alunos. Esta atividade prática visa provocar maior interesse e curiosidade nos alunos.

Os alunos deverão anotar no roteiro fornecido pelo professor as observações feitas com o experimento. O professor também apresenta aos alunos fotos do Gerador de Van Graff e, a partir do que foi ensinado na aula, pede aos alunos para levantarem hipóteses quanto ao seu funcionamento.

Atividade: Roteiro para coleta de dados durante a realização do experimento “construção do pêndulo elétrico” e a “Visita a Escola Ciência- Física de Vitória”.

Após a participação nas atividades propostas pelo professor, preencha a tabela com atenção ao que se pede:

A partir da quinta aula, o professor de Ciências, juntamente com o de Geografia, leva seus alunos a uma visita à Escola de Ciência-Física, onde poderão ter contato com o conteúdo de cargas elétricas na visita a sala temática de eletricidade, além de conhecer o funcionamento do Gerador de Van de Graaff e vivenciar experiências eletrizantes, na aproximação e no contato com a esfera do gerador. Pedir para que os alunos anotem suas observações no roteiro fornecido na aula anterior.

Após a visita, na aula de Geografia, os alunos, no laboratório de informática, fazem uma pesquisa no site www.inpe.br/webelat e cartilha “Proteção contra raios” por informações e curiosidade sobre relâmpagos, que serão utilizadas na construção de um jogo nas próximas aulas. Neste momento, o professor de Geografia também solicitará aos alunos que pesquisem os elementos que favorecem a incidência de raios e os alunos irão verificar suas hipóteses levantadas na aula 2. Como atividade de casa, o professor retoma com alunos o que foi observado na visita à Escola de Ciência-Física e orienta para que, em grupos, elaborem, por escrito e com desenhos, uma explicação estabelecendo uma relação entre pêndulo elétrico, gerador Van de Graaff e formação dos relâmpagos. Nas duas últimas aulas, na aplicação do conhecimento, sugere-se que os professores de Ciências e Geografia orientem os alunos na construção de um jogo com o tema “Mitos ou verdades sobre os relâmpagos”, envolvendo os pontos pesquisados e discutidos nas aulas na escola e no museu. Este jogo poderá ser aplicado na própria sala de aula, ou até mesmo em momentos de lazer com a comunidade escolar.

Para saber mais sobre a importância do papel atribuído aos educadores a esse espaço, bem como as intencionalidades educativas ao planejarem atividades nesses espaços consulte: COELHO, Geide Rosa; BREDA, Vitor de Carvalho and BROTTO, Thales Renan de Aguiar. Atividades em um centro de ciências: motivos estabelecidos por educadores, suas concepções e articulações com a escola. Educ. Pesqui. [online]. 2016, vol.42, n.2, pp.525-538. http://dx.doi.org/10.1590/s1517-9702201606142837.

ENDEREÇO: Avenida Dário Lourenço de Souza, 790, Bairro Mário Cypreste, Sambão do Povo, Vitória, ES
CAPACIDADE: Grupos de 50 alunos, de acordo com o roteiro escolhido.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: De terça a sábado, das 8h às 12h e das 14 às 18h.
MAIS INFORMAÇÕES:
Contato: (27) 3332-1612 / 3381-6994.
ecbh@vitoria.es.gov.br.
http://ecbhpmv.blogspot.com.br/ http://www.vitoria.
es.gov.br/seme.php?pagina=escolabiologiahistoria

O ESPAÇO EDUCATIVO

A Escola da Ciência – Biologia e História (ECBH) é um Centro de Ciências que une natureza e cultura para falar da identidade capixaba. Esse espaço tem como objetivo democratizar a Ciência e permitir, de forma lúdica e interativa, o acesso da população capixaba aos conhecimentos sobre os ecossistemas e o patrimônio histórico do Estado do Espírito Santo. Há um destaque para a construção do espaço geográfi coda Ilha de Vitória, e também para a deterioração dos ecossistemas locais, principalmente o Mangue e a Mata Atlântica, ao longo do seu percurso histórico em consonância com a construção da histórica do país.

UM POUCO DA HISTÓRIA DE CRIAÇÃO DA ESCOLA DA CIÊNCIA-BIOLOGIA E HISTÓRIA
Na década de 1980 e início da seguinte, um movimento organizado de professores e intelectuais visava criar na cidade um grande espaço educativo – o Centro de Ciências de Vitória. Nesse lugar, previsto inicialmente para ser na Enseada do Suá, haveria imensos espaços expositivos e salas para conferências, onde se poderia discutir e fazer Ciência. Haveria também quatro módulos educacionais: Parque da Ciência, Centro de Informática Educacional, Centro Ecológico e Planetário de Vitória.


Entretanto, o Plano Diretor Urbano (PDU) não permitiu a construção naquela região de um edifício com a altura necessária para abrigar o Planetário. Isso paralisou a proposta, mas não a inviabilizou. No decorrer do tempo, os módulos foram sendo estabelecidos em localidades distintas, concretizando assim a proposta da criação de espaços educativos para o Município de Vitória. A ECBH é o mais recente dos atuais Centros de Ciência, Educação e Cultura de Vitória, sendo inaugurada em novembro de 2001.


Inicialmente, o maquetista Paulo Zuccherato foi contratado para produzir um conjunto de 30 maquetes relativas aos bens culturais arquitetônicos de Vitória e Vila Velha. Difi culdades posteriores ensejaram que apenas 23 fossem efetivamente realizadas e estão em exposição na instituição. Uma vez que, à época, não havia interesse da municipalidade em estimular os desfi les carnavalescos no atual Sambão do Povo, a ECBH foi lá instalada após a defi nição de uso de um de seus camarotes.

Todo trabalho arquitetônico foi realizado pelo arquiteto Fabio Pinho. A inspiração para a escolha desse acervo foi buscada por técnicos da Secretaria Municipal de Educação (SEME) em visitas a instituições similares, tais como: Estação Ciência da Universidade de São Paulo (USP); Casa da Ciência; Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e, Museu de Ciência e Tecnologia, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC – RS). A proposta da SEME era de democratizar a Ciência e permitir, de forma lúdica e interativa, o acesso da população aos conhecimentos sobre os ecossistemas e o patrimônio histórico do Estado do Espírito Santo. Atualmente a ECBH funciona no Sambão do Povo, atendendo a comunidade escolar assim como o público em geral, popularizando a Ciência e a História do Estado do Espírito Santo.


 

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

A ECBH, abriga diversos elementos que facilitam o aprendizado sobre a identidade capixaba, entre eles maquetes do patrimônio histórico regional, animais taxidermizados da Restinga e da Mata Atlântica, artefatos arqueológicos que provam a existência de populações pré-históricas em nossa região, bem como aquários. Em uma das salas, há a maquete do Município de Vitória. Nela, podem-se notar as áreas de aterro, o antigo percurso do bonde e seus limites geográficos. No espaço dedicado à região de Santo Antônio, o visitante poderá contemplar diversas fotos antigas e atuais do bairro mais antigo da capital, além da maquete da Basílica de Santo Antônio. De forma geral, seu acervo está organizado em duas grandes áreas: Biologia e História.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS EM BIOLOGIA
Na ECBH os visitantes encontram muitas informações sobre diferentes ecossistemas, a saber: mar, rio, lagoa, manguezal, restinga e matas. Tais ecossistemas são trabalhados de forma que o visitante é estimulado a compreender cada um deles sob uma perspectiva geral, delineada em questões específicas. Sobre os mares, os visitantes encontram informações de sua porção mais próxima da costa e os impactos causados pela foz dos rios. Questões acerca de sedimentos, matéria orgânica, volume de água doce, flora e fauna típica desse ambiente são abordados. Busca-se discutir que todos esses fatores combinados permitem a formação de ecossistemas específicos e delicados, que, por sua vez, são povoados por espécies, muitas das quais específicas desses locais. Pode-se observar, também, a relação entre o fluxo de energia do encontro dos mares com rios, e conhecer um pouco sobre o nicho ecológico de espécies que habitam essa zona de transição.


Ainda sobre a temática do “mar”, o visitante poderá compreender muitas relações ecológicas existente no ambiente marinho e, ainda, as suas particularidades (zona costeira, nerítica, pelágica, abissal). Buscase realizar uma visitação coerente, a fim de que o conhecimento seja construído de forma integrada a partir de um olhar situado no Estado do Espírito Santo. Assim, são enfatizadas a formação geológica do Estado, sua biodiversidade marinha, questões da poluição provocada por seus centros urbanos e possíveis impactos gerados pela prática de pesca predatória.


Na parte em que o tema é água doce (rios, lagos, lagunas e córregos), o visitante encontrará as principais informações sobre esses ambientes, incluindo a relação dos mesmos com flora, fauna, nascentes d’água e bacias hidrográficas – destaque para Bacia do Rio Doce, Bacia do Rio Jucu, Bacia do Rio Santa Maria, Bacia do Rio Piraquê-Açú e Bacia do Rio Itapemirim.

Ganha preponderância, ao longo das abordagens feitas na ECBH, a problematização ambiental, no que diz respeito à preservação dos córregos e rios capixabas, desmatamento em áreas de nascentes, matas ciliares e contaminação dos ecossistemas por agrotóxicos. Estas questões se relacionam, coerentemente, na medida em que os modos de vida contemporânea (urbana e rural) são levantados e complexificados.


Traz-se para a reflexão, por exemplo, a questão dos efluentes industriais e domésticos em regiões onde não ocorrem os seus tratamentos, o que contribui para a contaminação e/ou eutrofização dos mananciais, inviabilizando, muitas vezes, o consumo de pescado e a balneabilidade desses locais. Soma-se a essas problemáticas a questão da pesca em ambientes de água doce, como durante o defeso, captura de criaturas jovens e uso de técnicas ilegais.

Na parte em que o tema é o manguezal, o espaço apresenta uma discussão sobre a baixa diversidade vegetal dos manguezais, sobretudo quando consideradas somente as plantas superiores, fato que em nada compromete a importância ecológica desses ambientes. Apresenta, ainda, a relação do ambiente com as oscilações de maré, salinidade, sedimento frouxo e as poucas espécies vegetais adaptados a sobreviver nestes ambientes.
Trabalha a questão da complexidade do fluxo energético e das cadeias e teias alimentares nesse ecossistema. Destacam-se inúmeras espécies de crustáceos e peixes que se utilizam desse espaço como sítios reprodutivos – tendo em vista a abundância de alimentos e abrigo – ,reforçando a lógica de que os manguezais são verdadeiros “berçários do mar”.

Na parte em que o tema é a restinga, a ECBH trabalha a diversidade geomorfológica da região costeira do Estado do Espírito Santo, apresentando esses ambientes ora relacionados com às falésias de Formações do Grupo-Barreiras, ora aos costões rochosos do Cristalino Pré-Cambriano. Apresenta, também, muitas informações sobre a vegetação de restinga, com destaque à sua heterogeneidade fisionômica, utilizando-se o Parque Estadual Paulo César Vinha (Município de Guarapari/ES) como exemplo desse tipo de ecossistema. A abordagem sobre restinga não negligencia a relação com a sua fauna de vertebrados geralmente lá encontrados (gambá, tamanduá-de-colete, várias espécies de tatu, cachorro-do-mato, sabiá-da-praia além de muitas outras espécies de aves e répteis).

Estuda-se também a problemática do impacto ambiental sofrido por esse ecossistema devido a desmatamentos ilegais para aproveitamento de madeira, expansão de pastagens e ocupação urbana irregular. Outros impactos ambientais signifi cativos também são colocados para exposição. Dentre eles, destacamos a caça e a extração predatória de espécies vegetais de uso ornamental (principalmente orquídeas e bromélias) que muitas vezes morrem por falta de cuidados antes mesmo de serem comercializadas.


Na parte em que o tema é a Mata Atlântica, a exposição realiza uma expressiva discussão, ressaltando um conjunto de características e informações primordiais relativas a subdivisões fi tofi sionômicas que pode ser assumida para esse ecossistema no Estado do Espírito Santo, a saber: Florestas Estaduais e Florestas Ombrófilas.

REPRESENTAÇÕES DE ALGUNS AMBIENTES NATURAIS

Aquários de água doce
Conta com representantes vivos de peixes de água doce, como espécies de ciclídios africanos, acará disco, acará bandeira, peixe zebra, cascudo e bagre africano.


Aquários de água salgada
Conta com representantes vivos de peixes de água salgada como a moreia ou caramuru, peixe cachaceiro, dentão, peixe tomate, carapeba, carapau, bodião papagaio e baiacu.


Aquário tátil

Conta com representantes vivos de grupos de animais de água salgada encontrados no litoral capixaba, como: equinodermos (bolacha-da-praia e estrelas-do-mar), crustáceos e peixes (cavalos-marinhos, arraia viola, entre outros). Nesse ambiente, o visitante pode fi car bem próximo dos tanques e animais ali presentes.

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Aquário tátil
Foto: Marcio A.F. Caniçali

Ecossistema manguezal
Podem ser observados exemplares vivos de plantas que compõem um manguezal, com a visualização do substrato que o constitui. Além dos espécimes de plantas nesse ambiente, foram inseridos alguns peixes, como o baiacu-mirim.


Diorama da Restinga
Neste ambiente, encontram-se espécies de animais taxidermizados expostos juntamente com troncos de plantas originárias do ecossistema de restinga. Pode ser observado o tipo de solo que compõe esse ambiente.


Diorama da Mata Atlântica
Neste ambiente, encontram-se espécimes taxidermizados de animais e representações de plantas nativas do bioma Mata Atlântica, como algumas bromélias e orquídeas. Pode ser observado o tipo de solo que compõe esse ambiente.

Diorama da Mata Atlântica

Foto: Márcio A. F Caniçali

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS EM HISTÓRIA
Nesta parte da ECBH, os visitantes encontram muitas informações sobre a história da Cidade de Vitória.


A exposição se inicia com a história detalhada do bairro Mário Cypreste, onde está localizada a Escola. O visitante poderá conhecer detalhes sobre a fundação e ocupação da cidade de Vitória. Há uma maquete que muito facilita a localização do visitante, diferentes momentos da cidade, pontos mais altos, rios, dados sobre sua população, informações sobre sua vegetação natural, sobre fundadores e curiosidades sobre a Ilha do Príncipe e do Rochedo de Jucutuquara.

Apresenta-se exposição do patrimônio histórico e cultural da cidade e do Estado, construções iniciadas no primeiro século da colonização (Igreja Nossa Senhora do Rosário e o Convento da Penha, do Munícipio de Vila Velha, Capela de Santa Luzia, em Vitória). É exposta a contribuição das irmandades religiosas para a formação do patrimônio histórico Capixaba, as igrejas construídas e mantidas por iniciativas dessas instituições, e maquetes representando construções jesuítas (Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Convento da Penha – Cidade de Vila Velha, Capela de Santa Luzia, Igreja Nossa Senhora da Misericórdia, Igreja de São Gonçalo e Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Cidade de Vitória).


A ECBH oferece aos visitantes espaço considerável da exposição histórica, realçando as informações relativas à arquitetura jesuítica. Essa parte se inicia com a chegada do padre Afonso Brás e do irmão leigo Simão Gonçalves, em 1551. Na sala do Patrimônio Histórico, fi ca em exposição cinco maquetes que exemplificam e representam a arquitetura jesuítica no Estado do Espírito Santo: o Colégio de Vitória e a Igreja de São Tiago; a Igreja e Residência de Reis Magos; a Igreja e Residência de Nossa Senhora da Assunção; a Igreja de São João Batista e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.


Finaliza-se a exposição apresentando um grupo de maquetes que exemplifi cam a arquitetura eclética dos palácios da cidade de Vitória. Dentre eles, Colégio Maria Ortiz, Escola São Vicente de Paulo, Palácio Domingos Martins, Palácio Nestor Gomes, prédio da Escola Técnica Municipal de Teatro Dança e Música – FAFI e Teatro Carlos Gomes.

REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS
Sambaqui
Representação de um sambaqui. A palavra, de etimologia tupi, signifi ca “monte de conchas”. O sambaqui evidencia a existência de povos pré-históricos que viveram no litoral brasileiro, o qual poderia ser caracterizado por um local de realização de cultos e rituais funerários, dentre outros.

Representação artística de um sepultamento pré-histórico

Foto: Marcio A. F. Caniçali

Pinturas Rupestres
Também na ECBH encontramos representação de pinturas rupestres. Essas pinturas são fi guras deixadas por povos antigos mesmo antes do surgimento da escrita, uma das primeiras formas de manifestação cultural.


Cozinha rural
Neste cenário da ECBH, o visitante pode observar um fogão a lenha, com instrumentos para o cozimento, como panelas e possíveis alimentos, além de uma parede construída em estuque. Essa forma de construção ainda é encontrada em muitos Municípios brasileiros, inclusive no interior do Estado do Espírito Santo.

Foto: Manuella Villar Amado

ARTEFATOS LIGADOS A HISTÓRIA DO ESPIRITO SANTO
Líticos
Os líticos são artefatos materiais usados por povos caçadores e coletores, do período comumente conhecido por pré-história. Os líticios constituem lâminas de machados, perfuradores, raspadores, superfícies para polimentos, superfícies para lascamento, dentre outros exemplos. Estudos realizados por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) evidenciam a presença humana no Estado capixaba com cerca de 1500 a 5000 anos antes do presente.


Canoa
NA ECBH, é possível encontrar uma canoa com cerca de 60 anos de construção. A embarcação foi esculpida à partir de um único tronco de uma árvore, espécie popularmente conhecida por Oiticica, cujas características são favoráveis a esse tipo de produção.

MAQUETES EM EXPOSIÇÃO
Maquete da Cidade de Vitória
Representação espacial da cidade de Vitória destacando as áreas de manguezais, matas, aterros, morros e ilhas. Também são ressaltados os principais monumentos arquitetônicos da capital.

Foto: Manuella Villar Amado

Basílica de Santo Antônio – Vitória
A maquete da Basílica de Santo Antônio é destaque no acervo da ECBH, pois, de forma minuciosa, são observadas suas cúpulas e semicúpulas, as quais foram inspiradas na arquitetura renascentista. Vale destacar que essa basílica teve suas obras iniciadas na década de 1950, levando, aproximadamente, 20 anos para ter sua construção fi nalizada.

Foto: Manuella Villar Amado

Convento da Penha – Vila Velha
O Convento da Penha, localizado na Cidade de Vila Velha, estando a 154 metros de altitude e 500 metros do mar, teve o início de sua construção no século XVI, sob a liderança de Frei Pedro Palácios. Levou cerca de 300 anos para ser finalizado. Foi edificado em cima de uma elevação rochosa cercada por vegetação remanescente de Mata Atlântica. Após a morte de Pedro Palácios, em 1570, os moradores da vila reformaram e ampliaram a capela do alto da montanha que, mais tarde, foi repassada à ordem religiosa dos franciscanos.


Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Vila Velha
Considerada a segunda mais antiga do Brasil, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, localizada no Município de Vila Velha, foi edificada em alvenaria de pedra, rejuntada com argamassa composta de argila, água e areia fina.


Capela Santa Luzia – Vitória
É identificada pelos historiadores como a construção mais antiga da Cidade de Vitória. Edificada sob a ordem de Duarte Lemos, no século XVI, manteve atividades religiosas até 1928. Tombada pelo IPHAN em 1943,. após sua restauração, abrigou o Museu de Arte Sacra, Galeria de Arte e Pesquisa da UFES e a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).


Igreja Nossa Senhora da Misericórdia – Vitória
Foi construída no Largo Afonso Brás, em frente ao Colégio de Vitória, por iniciativa da Irmandade da Misericórdia e o apoio dos jesuítas. A igreja apresentava fachada com porta única e três janelas na parte superior. O frontão é em triangular, simples, com óculo lobulado. As três janelas retangulares, mais altas do que largas.


Igreja de São Gonçalo – Vitória
A Igreja de São Gonçalo pertence à Arquiconfraria de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção. A capela de Nossa Senhora do Amparo e da Boa Morte foi erguida, possivelmente, em 1707. Em documento datado de 1715, pede-se permissão para construir, no mesmo local, a Igreja dedicada a São Gonçalo Garcia, santo português cultuado pelos mestiços no Brasil. A consagração do templo ao santo ocorreu em 1766.


Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Vitória
Em 1765, o Bispado da Bahia autorizou a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos a construir uma igreja em terreno localizado Centro da Cidade de Vitória, na encosta do local conhecido como Morro de Pernambuco. As obras foram iniciadas e com a ajuda dos fiéis e, em menos de dois anos, a igreja já estava concluída.


Igreja e Residência Reis Magos- Serra
Inaugurada em 1615 no Município da Serra (Região Metropolitana da Grande Vitória). complexo arquitetônico está localizado em uma elevação, voltada de costas para o mar e de frente para uma praça retangular. A fachada do prédio da Residência apresenta quatro janelas no pavimento superior e a porta principal, no inferior, encimada por um medalhão colocado na época do Império. Esse prédio está ligado à igreja por meio de uma torre no mesmo alinhamento. O conjunto formado pela Igreja e Residência foi tombado pelo IPHAN em 1943.


Igreja de São João Batista – Serra
Construída por volta de 1584 no Município da Serra, a Igreja de São João Batista foi abandonada durante o século XVII, com construções retomadas em 1746. Apresenta nave pequena com capela-mor, coro e sacristia. A fachada é coroada por um frontão no estilo barroco, com óculo lobulado central. Só a nave parece ser original e, possivelmente, só ela e a torre estavam de pé quando se iniciou a reforma de 1746.

Além das acima descritas, podem ser vistas as maquetes e a história dos seguintes espaços:
Igreja de São João Batista – Carapina, Serra;
Igreja e Residência de Nossa Senhora da Assunção, Anchieta;
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Guarapari;
Igreja de São Tiago e Colégio de Vitória – Cidade Alta, Vitória;
Museu Solar Monjardim – Jucutuquara, Vitória;
Colégio Maria Ortiz – Cidade Alta, Vitória;
Escola São Vicente de Paulo – Cidade Alta, Vitória;
Palácio Domingos Martins – Cidade Alta, Vitória;
Palácio Nestor Gomes – Cidade Alta, Vitória;
Teatro Carlos Gomes – Centro, Vitória e
FAFI – Centro, Vitória.

Para os grupos formados por alunos da Educação Infantil, são apresentadas as seguintes recomendações:
• a escola visitante deve trazer as crianças identificadas por meio de crachás;
• os roteiros infantis são recomendados para a faixa etária de 3 a 6 anos;
• os roteiros “A vida na água” e “Vamos passear no bosque?” permitem que a ECBH possa receber até o limite de 50 crianças de uma só vez, sendo que o grupo, ao chegar, será dividido em dois de 25 crianças. Nesse caso, o grupo que fez um roteiro não faz o outro, isto é, não há troca;
• recomenda-se para visitação de crianças pequenas os primeiros (8h ou 14h) ;
• a participação do(a) professor(a) da turma durante a visita é importante para destacar aspectos que mais se relacionem com o projeto/conteúdo que esteja trabalhando em sala de aula.


 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos uma SD para trabalhar com alunos dos últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio alguns aspectos socioambientais da Baía de Vitória.


DESCRIÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Título: Da Ilha da fumaça ao terminal Rodoviário: um olhar socioambiental sobre a Baía de Vitória.
Nesta SD, sugerimos trabalhar com os alunos um problema muito recorrente nos grandes centros urbanos: o lixo. Dessa forma, questiona-se: podem ser vistos impactos ambientais na Baía de Vitória? Quais são esses impactos? Que tipo de resíduos podem ser vistos na Baía de Vitória? Como a construção dos portos e dos terminais de carga contribuíram para a redução das áreas de manguezais da Baía de Vitória?
Vitória é cercada por belezas cênicas, que nos convidam a conhecer e desfrutar de ambientes especiais. No entanto, além da bela paisagem, nos deparamos com alguns problemas enfrentados diariamente pela população, como o acúmulo de lixo no fundo e nas margens da Baía de Vitória, e outros, como redução das áreas naturais de manguezais, aumento do tráfego de veículos, urbanização, depredação dos monumentos históricos, aterros e dragagem dos principais canais da baía. Destacamos que as pressões econômica e social também contribuem para o problema do lixo. Os aterros proporcionaram a expansão da cidade sobre os manguezais. Esses aterros passaram a ser parte integrante da paisagem. Os manguezais, conhecidos como “berçários do mar”, sofreram e ainda sofrem muitos desses impactos. Diversas espécies utilizam os manguezais para reprodução e, uma vez que esses ambientes sejam impactados, os indivíduos que habitam ou visitam esses ambientes para reprodução são diretamente afetados.

Vista Parcial da Avenida Beira Mar, Vitória

Foto: Marcio A. F. Caniçali

Nessa proposta de SD, os professores e professoras de Biologia, História e Geografi a poderão trabalhar conteúdos como biodiversidade, ecossistemas, manguezais, praias e impactos ambientais causados pela instalação do Porto de Vitória. Específi camente, ao tratar do Porto de Vitória, pode-se levantar processos históricos de construção dos portos e terminais, aspectos geográfi cos da formação da Baía de Vitória, bem como as condições propícias para a formação dos mangues.


No primeiro momento, os alunos poderão visitar a Baía de Vitória. Serão convidados a conhecê-la um pouco mais, observando e registrando cada detalhe por meio de fotografi as ou fi lmagens de importantes pontos que encontram-se relacionados, a baía tais, como Ilha da fumaça, Avenida Beira Mar e Terminal Rodoviário de Vitória. Na região da Avenida Beira Mar (Foto acima), proporciona uma vista privilegiada de parte da baía, podem ser identifi cados o Penedo (costão rochoso cujo cume está a 136m de altitude), Terminal Portuário de Vila Velha e percurso utilizado para entrada e saída de navios dos terminais.


Ainda no local, pode ser visto um remanescente de manguezal e acúmulo de lixo exposto. No ponto sugerido para segunda parada, próximo do Terminal Rodoviário de Vitória, os alunos poderão observar o outro ponto da baía de Vitória, visualizando Porto de Capuaba e parte do Porto de Vitória, além da Ponte do Príncipe (conhecida por Segunda Ponte) e da Ponte Florentino Avidos (conhecida por Cinco Pontes).


Ao chegarem à ECBH, os alunos poderão retomar os estudos sobre o tema manguezal, e aspectos da ocupação da baía, aterros, realizando o roteiro proposto, “Manguezais : capricho da natureza”.

Ponte Florentino Avidos

Foto: Marcio A. F Caniçali

Ao retornarem para sala de aula, os alunos poderão se organizar em grupos no Laboratório de Informática, onde classificarão as fotografias para elaborar apresentações multimídia ou confecção dos painéis sobre a Baía de Vitória. Cada grupo poderá identificar as legendas nas fotografias e classificá-las de acordo com o tema, por exemplo: lixo observado na Baía de Vitória, Porto de Vitória, Manguezal. É importante que nas fotografias sejam identificados o local da foto e uma breve descrição do mesmo.


Os grupos farão a exposição dos trabalhos por meio de uma apresentação multimídia ou na forma de painéis impressos (de acordo com a possibilidade da escola). Os alunos serão avaliados ao longo de todo o processo.


Para informações sobre a contextualização científico-culturais dos espaços de ciência e cultura de Vitória, indicamos a obra de Laércio Ferracioli (2011), intitulada “Espaços Não formais de Educação: Educação em Ciência, Tecnologia e Inovação na Região Metropolitana de Vitória, ES”.

 

ENDEREÇO:
Avenida Jerônimo Monteiro, 631, Centro, Vitória – ES.
CAPACIDADE:
40 alunos, que, durante a visita, são divididos em pequenos grupos, de 15 a 20 alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De Terça a Sexta: 9h, 10:30h, 14h, 15:30h.
Sábados e Feriados: 10h e 14h.
MAIS INFORMAÇÕES:
Contato: (27) 3132-8390\ 3132-8393
E-mail: contato.maes@secult.es.gov.br
https://maesmuseu.wixsite.com/maes

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES) é um dos representantes do Patrimônio Cultural do Estado do Espírito Santo, sendo o único museu do Estado dedicado exclusivamente às Artes Visuais. Possui dupla atribuição: acolher o patrimônio artístico estadual, responsabilizando-se por sua documentação, guarda, preservação e divulgação; e viabilizar ao público acesso às linguagens artísticas contemporâneas, por meio de sua inserção no circuito nacional e internacional das Artes Visuais.

O MAES, legado de mobilizações e reivindicações de artistas capixabas por um Museu de Arte no Estado, foi inaugurado em 1998. O prédio que o abriga foi concluído em 1925, projetado pelo tcheco Joseph Pitilick, sob infl uência do neoclássico. Alguns estudiosos inserem a construção no eclético, devido à mistura de estilos contemplada em sua arquitetura. A construção integra o patrimônio cultural capixaba e foi tombada em 12 de março de 1983.

O edifício se insere no projeto de modernização da Capital, especialmente na transformação de sua estrutura urbana. A modernização da Cidade de Vitória foi conduzida por um conjunto de ações orientadas por três preocupações centrais: embelezamento, salubridade e fl uidez. Construído na administração do governador Florentino Avidos (1924-1928), foi o primeiro imóvel inaugurado naquela gestão.
O prédio, inicialmente, foi sede do Serviço de Melhoramentos de Vitória. Posteriormente, na década de 1950, a edificação abrigou a Imprensa Oficial do Estado. A partir de 1972, ali passou a funcionar a Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos, até 1983. Desocupado nesse último ano, o edifício se manteve em desuso por quase uma década para. A seguir, restaurado e refuncionalizado segundo projeto de 1995, abriga o Museu de Artes do Espírito Santo.

O nome Museu de Arte do Espírito Santo é uma homenagem ao capixaba Dionísio Del Santo (1925-1999) um dos artistas do Estado de maior expressão nacional. Pintor, desenhista, serígrafo e xilógrafo, possui obras em outros acervos, como o Museu de Arte Contemporânea-MAC da Cidade de Niterói, o Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Arte Moderna-MAM, da Cidade do Rio de Janeiro e Bahia. Entre os museus nacionais, MAES abriga o maior número de obras do artista.

DEL SANTO, Dionísio. O lenhador, 1987. Têmpera óleo sobre tela. 75x100cm.
Coleção Museu de Arte do Espírito Santo /

Foto: Priscila Chisté

Dionísio Del Santo foi o primeiro artista a expor no MAES. As obras apresentadas foram doadas pelo artista e hoje compõem o acervo do museu, juntamente com trabalhos de artistas como Raphael Samú, Nice Nascimento, Maurício Salgueiro, Caribé, dentre outros. Algumas integram a memória e identidade da cultura capixaba, estabelecendo também um diálogo com outros acervos e obras brasileiras. Uma significativa variedade de técnicas é apresentada nesse acervo, composto por 88 obras, como gravuras, xilogravuras, serigrafias, desenhos e pinturas.
Atualmente, o MAES não conta com exposição fixa, trabalhando com exposições temporárias de artistas locais, nacionais e internacionais. Em algumas ocasiões, apresenta parte de seu acervo colocando-o em diálogo com as exposições temporárias.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

O MAES possui dois andares e sua área expositiva é composta por cinco salas. O museu também possui um auditório com capacidade para 40 pessoas e uma biblioteca. O MAES conta com um Programa de Arte Educação, que visa a ativar experiências, compartilhando saberes e afetos que se processam no encontro do espectador com a obra de arte. A programação inclui a Formação de Professores, com apresentação de material educativo voltado para as exposições, ciclo de palestras, ofi cinas e o atendimento de visitas, estabelecendo uma relação ativa com a sociedade. Tal programa é desenvolvido pelo Núcleo de Ação Cultural e Educativa, que busca aproximar o público ao universo da arte por meio de diferentes ações educativas. Uma delas é a formação de professores, buscando-se apresentar ao professor os conceitos que envolvem a exposição, como também disponibilizar o material educativo referente àquela mostra.

A visita mediada faz parte do projeto MAES para Todos, em que os mediadores, por meio de uma conversa sobre a exposição, atendem tanto a visitantes espontâneos quanto grupos organizados, como os escolares. No momento da visita, normalmente, o grupo escolar é divido em pequenos grupos de 15 a 20 alunos. O mediador apresenta o prédio que abriga o museu e, depois, dirige-se a cada sala de exposição, conversando com os visitantes, de modo a possibilitar que todos participem da visita.


O MAES para Todos também possui um mediador que conduz a visita na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) a todos os interessados. A visita em LIBRAS é agendada e acontece aos sábados, às 14h.


Durante as exposições temporárias, são realizados Ciclos de Palestras. São encontros com os curadores e artistas para uma conversa sobre a exposição em voga, os processos de criação relacionados ao contexto de produção das obras de arte, bem como uma discussão, ampliação e aprofundamento sobre as temáticas abordadas pela mostra. Para participar das palestras é necessário que o visitante realize inscrição prévia.


Na maioria das exposições temporárias são realizadas oficinas relacionas á linguagem utilizada pelo artista ou a temática em questão. O objetivo é contribuir com o processo de conhecimento da exposição, fazendo com que os visitantes se aproximem da técnica utilizada e também reflitam sobre as discussões pontuadas pela mostra. Para participar das oficinas é necessário realizar inscrição prévia.

A biblioteca do MAES, que integra o setor de Documentação e Referência do Museu, está aberta tanto a pesquisadores da área como ao público em geral. O acervo bibliográfico conta com material de Artes Visuais, Arquitetura, Design, Patrimônio Histórico e Museologia. A biblioteca funciona de terça a domingo (exceto às quartas-feiras) de 10h às 18h. Orientação especializada e apoio à pesquisa acontecem de terça a sexta, de 10h à 13h30min.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos uma SD para trabalhar com alunos dos últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio alguns aspectos socioambientais da Baía de Vitória.


DESCRIÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Título: Da Ilha da fumaça ao terminal Rodoviário: um olhar socioambiental sobre a Baía de Vitória.
Nesta SD, sugerimos trabalhar com os alunos um problema muito recorrente nos grandes centros urbanos: o lixo. Dessa forma, questiona-se: podem ser vistos impactos ambientais na Baía de Vitória? Quais são esses impactos? Que tipo de resíduos podem ser vistos na Baía de Vitória? Como a construção dos portos e dos terminais de carga contribuíram para a redução das áreas de manguezais da Baía de Vitória?
Vitória é cercada por belezas cênicas, que nos convidam a conhecer e desfrutar de ambientes especiais. No entanto, além da bela paisagem, nos deparamos com alguns problemas enfrentados diariamente pela população, como o acúmulo de lixo no fundo e nas margens da Baía de Vitória, e outros, como redução das áreas naturais de manguezais, aumento do tráfego de veículos, urbanização, depredação dos monumentos históricos, aterros e dragagem dos principais canais da baía. Destacamos que as pressões econômica e social também contribuem para o problema do lixo. Os aterros proporcionaram a expansão da cidade sobre os manguezais. Esses aterros passaram a ser parte integrante da paisagem. Os manguezais, conhecidos como “berçários do mar”, sofreram e ainda sofrem muitos desses impactos. Diversas espécies utilizam os manguezais para reprodução e, uma vez que esses ambientes sejam impactados, os indivíduos que habitam ou visitam esses ambientes para reprodução são diretamente afetados.

Vista Parcial da Avenida Beira Mar, Vitória

Foto: Marcio A. F. Caniçali

Nessa proposta de SD, os professores e professoras de Biologia, História e Geografi a poderão trabalhar conteúdos como biodiversidade, ecossistemas, manguezais, praias e impactos ambientais causados pela instalação do Porto de Vitória. Específi camente, ao tratar do Porto de Vitória, pode-se levantar processos históricos de construção dos portos e terminais, aspectos geográfi cos da formação da Baía de Vitória, bem como as condições propícias para a formação dos mangues.


No primeiro momento, os alunos poderão visitar a Baía de Vitória. Serão convidados a conhecê-la um pouco mais, observando e registrando cada detalhe por meio de fotografi as ou fi lmagens de importantes pontos que encontram-se relacionados, a baía tais, como Ilha da fumaça, Avenida Beira Mar e Terminal Rodoviário de Vitória. Na região da Avenida Beira Mar (Foto acima), proporciona uma vista privilegiada de parte da baía, podem ser identifi cados o Penedo (costão rochoso cujo cume está a 136m de altitude), Terminal Portuário de Vila Velha e percurso utilizado para entrada e saída de navios dos terminais.


Ainda no local, pode ser visto um remanescente de manguezal e acúmulo de lixo exposto. No ponto sugerido para segunda parada, próximo do Terminal Rodoviário de Vitória, os alunos poderão observar o outro ponto da baía de Vitória, visualizando Porto de Capuaba e parte do Porto de Vitória, além da Ponte do Príncipe (conhecida por Segunda Ponte) e da Ponte Florentino Avidos (conhecida por Cinco Pontes).


Ao chegarem à ECBH, os alunos poderão retomar os estudos sobre o tema manguezal, e aspectos da ocupação da baía, aterros, realizando o roteiro proposto, “Manguezais : capricho da natureza”.

Ponte Florentino Avidos

Foto: Marcio A. F Caniçali

Ao retornarem para sala de aula, os alunos poderão se organizar em grupos no Laboratório de Informática, onde classificarão as fotografias para elaborar apresentações multimídia ou confecção dos painéis sobre a Baía de Vitória. Cada grupo poderá identificar as legendas nas fotografias e classificá-las de acordo com o tema, por exemplo: lixo observado na Baía de Vitória, Porto de Vitória, Manguezal. É importante que nas fotografias sejam identificados o local da foto e uma breve descrição do mesmo.


Os grupos farão a exposição dos trabalhos por meio de uma apresentação multimídia ou na forma de painéis impressos (de acordo com a possibilidade da escola). Os alunos serão avaliados ao longo de todo o processo.


Para informações sobre a contextualização científico-culturais dos espaços de ciência e cultura de Vitória, indicamos a obra de Laércio Ferracioli (2011), intitulada “Espaços Não formais de Educação: Educação em Ciência, Tecnologia e Inovação na Região Metropolitana de Vitória, ES”.

ENDEREÇO:
Universidade Federal do Espírito Santo – Av. Fernando Ferrari, 514 – Campus de Goiabeiras – Goiabeiras – CEP 29.075-910, Vitória- ES
CAPACIDADE:
Grupos de no máximo 35 alunos
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça a sexta, de 8:30h às 12h e de 14h às 17:30h. Sábado, de 8:30h às 16h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3145-5439
E-mail: ufes.mcv@gmail.com
http://www.mcv.ufes.br
https://www.facebook.com/museudecienciasdavida/
https://www.instagram.com/mcv.ufes/

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Museu de Ciências da Vida (MCV), da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES), é um espaço de popularização do conhecimento científi co relativo ao estudo da vida, sendo o único no Estado do Espírito Santo voltado à difusão do conhecimento relacionado ao corpo humano. É um local destinado a toda comunidade, aberto tanto ao público espontâneo como grupos organizados, dispondo de atividades diferenciadas para grupos escolares.

O MCV, foi criado em 2008, pelo Prof. Dr. Athelson Stefanon Bittencourt, motivado por antigo projeto de extensão universitária, denominado Corpo Humano, por ele também coordenado, cujo objetivo principal era receber alunos da educação básica e aproximar a comunidade e a Universidade através do estudo do corpo humano. Inicialmente constituído como Museu de Anatomia da UFES, a partir do ano 2011 passou a ter a denominação atual, identidade que abre as áreas de atuação da instituição, que além do compromisso de difusão e popularização científica sobre o corpo humano, passa a ter como perspectiva trabalhar o conhecimento científico da vida, adotando assim outras áreas de conhecimento além da anatomia humana, como histologia, anatomia comparada de vertebrados, patologia, fisiologia e evolução,
dentre outras.


O MCV, conta com mais de 280 peças compostas por material natural, em sua maioria plastinados, mas também conservados em formol ou mumificados. Também possui modelos didáticos interativos, esquemas, gravuras e réplicas realísticas de esqueletos e fósseis de animais e hominídeos. O espaço expositivo é amplo e permite uma boa circulação dos visitantes, com as áreas de exposição organizada em setores expositivos.

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida

Atualmente, a instituição agrega atividades diversas relacionadas ao estudo da vida, desenvolvendo projetos de pesquisa, ensino e extensão. Alguns projetos são: Plastinação, Professor Protagonista e Exposição Evolução Humana, almejando, futuramente, ampliar a quantidade desses trabalhos, entendendo que um museu precisa ser dinâmico e vivo.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

No MCV os alunos têm contato com o setor de anatomia comparada de vertebrados, sendo possível observar esqueletos de diversos vertebrados, incluindo peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. O professor visitante pode explorar as diferenças nas estruturas esqueléticas, como também os passos evolutivos dos grupos de animais expostos.


Em relação ao estudo do corpo humano, os setores expositivos estão organizados por sistemas. Assim, os alunos poderão percorrer um roteiro contemplando desde células e tecidos, passando pelos sistemas esquelético-locomotor, respiratório, cardiocirculatório, digestório, nervoso e reprodutor, de modo que o professor pode explorar em cada setor conteúdos relacionados à anatomia e à fisiologia desses sistemas.

Sequência de Esqueletos da Seção de Anatomia Comparada

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida


 

Seção de Evolução humana

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida

 

Alguns espécimes do MCV são raríssimos, como os do setor do sistema reprodutor, que conta com uma barriga grávida plastinada com o feto em posição cefálica (de nascimento) aos sete meses de gestação, como também uma sequência de desenvolvimento embrionário plastinado, que mostra embriões e fetos de seis semanas até o nascimento (37 semanas). Outro setor também conta com objetos que retratam anomalias e malformações congênitas.

Abdome com útero gravídico e o feto de sete meses de gestação plastinado

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida


 

No setor de sistema nervoso, destaca-se a possível observação de peças naturais plastinadas do desenvolvimento do encéfalo conforme a idade gestacional, onde nota-se que sulcos e giros se tornam mais desenvolvidos no encéfalo humano conforme a idade gestacional avança e depois no adulto.


Ao chegar ao MCV, o grupo escolar será recepcionado pelos monitores e conduzidos ao local onde ocorrem o acolhimento ao público e passagem de instruções referentes à visita. Após, todos são conduzidos ao espaço expositivo, onde podem ficar à vontade para conhecer a coleção, contando com o apoio de monitores capacitados, sempre disponíveis para troca de informações e esclarecimentos, promovendo a interação do público com a coleção e seu respectivo conteúdo.

Torso e Dissecação Profunda Plastinada

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem, como temática, Saúde é apenas ausência de doença? As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos que o professor de Biologia promova uma conversa em sala levantando as seguintes perguntas: O que é saúde para você? Qual a diferença entre atividade física e exercício físico? Quais benefícios trazem para a saúde? O que é sedentarismo?


Após a conversa, explique aos alunos a diferença entre atividade física e exercício físico e o que é sedentarismo. Peça para cada aluno elencar quais exercícios físicos pratica e com que frequência, e, se não pratica, por quê? As respostas deverão ser registradas pelo professor no quadro, de modo a traçar um perfil da sala. Analise o resultado com a turma e discuta com eles se a sala apresenta um perfil voltado para a prática de exercício físico ou um perfil mais voltado para o sedentarismo. Reúna a sala em grupos e oriente-os a pesquisar sobre exercícios físicos mais adequados à faixa etária deles, como também locais próximos à escola ou a suas residências que possibilitem a prática de exercício.


Em um segundo momento, na organização do conhecimento, propomos que o professor de Educação Física realize uma aula de circuito, a fim de avaliar a aptidão física dos alunos. Antes da realização do circuito, o professor deverá registrar em uma ficha o Índice de Massa Corporal (IMC), aferir a pressão arterial e os batimentos cardíacos de cada aluno. Após a realização do circuito, afere novamente a pressão e os batimentos e registra o tempo que cada aluno levou para fazer o circuito. Deve-se perguntar também aos alunos o nível de cansaço ao realizar a atividade (de 1 a 5, considerando 1 como pouco cansado e 5 como muito cansado).


No terceiro e quarto momentos, o professor de Biologia, utilizando as informações de aptidão física dos alunos registradas pelo professor de Educação Física, pode ministrar uma aula de forma expositiva e dialogada sobre conteúdo de anatomia e fisiologia humana: respiração e circulação, relacionando o funcionamento dos sistemas com as informações de aptidão física dos alunos, trabalhando assim as principais contribuições da prática de exercício físico para a saúde. Em um quinto momento, sugerimos ao professor de Biologia que, juntamente ao professor de Educação Física, leve seus alunos ao MCV, a fim de observarem a anatomia dos órgãos que compõem os sistemas circulatório e respiratório, além de poder visualizar todos os sistemas do corpo humano, ampliando o entendimento sobre a anatomia e fisiologia humana.


No sexto momento, sugerimos que o professor retome com os alunos o que foi observado na visita ao museu e, logo após, os alunos apresentem a pesquisa solicitada na primeira aula, na problematização, sobre exercícios físicos mais adequados a faixa etária deles, como também locais próximos à escola ou a suas residências que possibilitem a prática de exercício.


No sétimo momento, a fim de ampliar a compreensão dos alunos quanto o que é saúde, sugere-se que na aula de Geografia, o professor promova um debate a partir do conceito de saúde adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é: “Saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. O professor pode utilizar dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nacional e estadual para orientador o debate e as reflexões. Desse modo, o professor poderá levantar discussões quanto à satisfação das necessidades básicas dos cidadãos, a saber: educação, moradia, trabalho, contato e participação com a herança cultural, entre outros.


No oitavo momento, na aplicação do conhecimento, sugerimos que os professores de Biologia e
Geografia levem juntos os alunos ao Laboratório de Informática, a fim de que criem a campanha #saúdeé, elaborando frases, imagens com textos ou desenhos que retratem o que é saúde para além da ausência de doença. Essa campanha criada pelos alunos poderá ser disseminada por eles mesmos em redes sociais como Facebook, Instagram, WhatsApp ou criação de um blog.

ENDEREÇO:
Av. José Ruschi, Nº 4, Santa Teresa – ES.
CAPACIDADE:
Grupos de até 45 alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça-feira a domingo, de 8h às 17h.
Visitas mediadas de terça a sexta-feira, de 8h às 17h. Tempo médio: 2 horas.
MAIS INFORMAÇÕES:
Telefax: (27) 3259-1182 / (27) 3259-1696 / (27) 3259-2100
http://www.museudebiologiamelloleitao.gov.br/index.asp
e-mail: agendamento@inma.gov.br

O ESPAÇO EDUCATIVO

O antigo Museu de Biologia Melo Leitão (MBML), atualmente Instituto Nacional da Mata Atlântica, está situado no Município de Santa Teresa, na Região de Montanhas do Estado do Espirito Santo. Possui 77.000 metros quadrados de área, sendo a maior parte deles arborizada com espécies nativas da Mata Atlântica. O Instituto possui viveiros, jardins e edificações que dão suporte a visitas mediadas, atividades administrativas e de pesquisa. Entre seus objetivos institucionais destaca-se a promoção de ações educativas e
de difusão da Ciência.

O MBML foi criado em 26 de junho de 1949, por Augusto Ruschi, pesquisador local de grande renome nacional. O nome é uma homenagem a Cândido Firmino de Mello Leitão, professor e amigo de Ruschi, que iniciou os contatos do pesquisador capixaba com o Museu Nacional (RJ). A instituição esteve vinculada ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), órgão federal do Ministério da Cultura. Por força da Lei 12.954/2014, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, em 5 de fevereiro de 2014, o Museu Mello Leitão foi transferido do Ministério da Cultura para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, passando a receber a denominação de Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA).

Lei 12.954/2014, Art. 2o “Fica transferido, da estrutura do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM para a estrutura básica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Museu de Biologia Professor Mello Leitão, bem como alterada a sua denominação para Instituto Nacional da Mata Atlântica”.

O INMA tem, como objetivos principais, colecionar espécimes de animais e plantas para fins de estudos científicos, desenvolver a pesquisa científica, especialmente relacionada à Mata Atlântica e à biodiversidade, promover ações educativas e de difusão científica e também contribuir para a preservação da memória de Augusto Ruschi. A sede administrativa atual é uma das primeiras casas construídas em Santa Teresa (datada de 1875) e foi residência de Augusto Ruschi durante 49 anos.

No INMA são realizadas ações educativas voltadas para a conscientização ambiental para estudantes e público em geral, por meio de visitas guiadas e organização e exposições de trabalhos. Possui uma ampla coleção de espécimes da flora e da fauna de Mata Atlântica, uma biblioteca aberta ao público com mais de 21 mil exemplares de obras e periódicos voltados às áreas de biologia, ecologia, ambiente e cultura.


Desde o ano de sua fundação, edita o periódico “Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão”, distribuído para várias instituições do Brasil e de outros países, divulgando os resultados de pesquisas científicas em diversos ramos da Biologia.


Nos últimos cinco anos, recebeu, em média, 65.000 visitantes por ano, sendo os meses de julho e setembro os de maior procura. Em 2013, a Secretaria de Educação do Estado do Espirito Santo (SEDU) registrou 28 pedidos de escolas para transporte de alunos para o Instituto, sendo o segundo espaço de educação não formal mais procurado pelos professores da rede estadual, atrás apenas do planetário da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES).

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

Fonte: http://www.museudebiologiamelloleitao.gov.br/museuVisitaVirtual.asp

 

O INMA está aberto à visitação pública semanalmente, de terça-feira a domingo, inclusive feriados, no horário de 8:00h às 17:00horas. As visitas guiadas, com grupos de no máximo 40 alunos (divididos em dois grupos de 20 durante a visita) devem ser agendadas previamente pelo site http://www.inma.gov.br ou pelo telefone (27) 3259-1182, e acontecem de terça-feira a sexta-feira, com entrada gratuita.

 

Pavilhão de Botânica

Fotos: Josilene Erlacher Werneck Machado

 

O Pavilhão de Botânica foi concebido inicialmente com o intuito de ser um local destinado
especificamente para exposição de amostras de plantas originárias da Mata Atlântica.

Atualmente, ele abriga exposições itinerantes, de temas variados, como foi o caso da exposição “Evolução Humana”, do Museu de Ciências da Vida, e a exposição fotográfica “Redescobrindo a Mata Atlântica”, do Instituto Últimos Refúgios. Como as exposições são itinerantes, o professor deve buscar tais informações com antecedência.

 

Jardim Rupestre

Fotos: Josilene Erlacher Werneck Machado

 

O Jardim Rupestre é um espaço que reproduz ambientes pedregosos. Podem ser encontradas plantas nativas da Mata Atlântica do Estado do Espirito Santo, adaptadas para a sobrevivência em ambientes rochosos e ensolarados, e sujeitas a muitas variações de temperatura e umidade, onde podem ser exploradas as características morfológicas e fi siológicas que permitem a sobrevivência dessas plantas nesse tipo de ambiente, bem como os mecanismos evolutivos que levaram à seleção de tais características.

 

Viveiros/Ofi diário

Foto: Josilene Erlacher Werneck Machado

 

O Instituto possui amplos viveiros, que abrigam animais, principalmente aves, apreendidos em ações de fiscalização ou entregues voluntariamente pela população. Alguns desses animais não conseguem se readaptar a viver no ambiente natural e permanecem no local. Já os que são capazes de voltar ao seu estado selvagem são devolvidos à natureza, ou entregues a centros de triagem especializados. O Viveiro das Cobras (ofidiário) permite que o visitante observe e conheça algumas das principais espécies de serpentes brasileiras.

 

Casa das Epífitas

Fotos: Josilene Erlacher Werneck Machado

 

A Casa das Epífitas oferece a oportunidade de estar em contato com uma coleção viva de plantas nativas da nossa Mata Atlântica, como samambaias, cactus, bromélias e orquídeas de diferentes tamanhos, cores e formas. As epífitas são plantas que utilizam outras plantas como suporte, sem prejudicá-las. O espaço permite explorar as relações ecológicas harmônicas entre diferentes espécies de seres vivos, além de ser uma interessante experiência sensorial (formas, cores e aromas).

 

Pavilhão de Ornitologia

Fotos: Kleber Roldi

 

Fotos: Josilene Erlacher Werneck Machado

 

A ornitologia é a parte da zoologia que estuda as aves. No Pavilhão de Ornitologia, estão expostas diversas espécimes da avifauna brasileira e também alguns exemplares de mamíferos. Esses animais, geralmente, são encontrados mortos e taxidermizados (vulgarmente chamados de “empalhados”) para serem utilizados como peças de exposição. Além de visualizar os animais taxidermizados, o professor pode levar os alunos a uma reflexão sobre as possíveis causas da morte desses animais (atropelamentos, perda de habitat, caçada, morte natural etc).

 

Bosques

Fotos: Kleber Roldi

Durante a caminhada pelos espaços do Instituto, os visitantes mantêm contato constante com a natureza, transitando entre áreas arborizadas e tendo a oportunidade de interagir com o ambiente. O Instituto também é responsável pela administração da Estação Biológica de Santa Lúcia e a Estação Biológica de São Lourenço, áreas naturais onde são desenvolvidos diversos estudos sobre biodiversidade. As visitas a essas estações são mais restritas e dependem de autorização prévia.

 

 

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Redescobrindo a Mata Atlântica”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na etapa de problematização, sugerimos que os alunos leiam o texto “Era uma vez a Mata Atlântica” e assistam ao documentário “Redescobrindo a Mata atlântica”, com duração de 20 minutos. Ao final dessas duas atividades, o professor deve lançar algumas questões com a finalidade de problematizar sobre a Mata Atlântica, sua destruição e preservação. Entre as perguntas que podem ser feitas, sugerimos algumas: O que pode ter causado essa enorme diminuição da Mata Atlântica? Será possível preservar o que resta da nossa Mata Atlântica? Quais seriam os motivos para tentar preservá-la? Essas atividades podem ser feitas em duas aulas.

Documentário “Redescobrindo a Mata atlântica”
Sinopse: O documentário “Redescobrindo a Mata Atlântica” é uma narrativa visual que exalta as belezas da Mata Atlântica, tendo como personagem principal o Muriqui, o maior macaco das Américas. Dentro deste contexto, o documentário mostra a visão de pesquisadores, professores e estudantes que participaram do Programa Difusão da Biodiversidade. O Programa Difusão da Biodiversidade da Mata Atlântica estimula, em crianças e adolescentes, o interesse pela ciência da biodiversidade e a introdução desses jovens em temas relacionados ao conhecimento e conservação da Mata Atlântica.

Duração: 20 minutos
Produção: Instituto Últimos Refúgios
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TjYAwYJJoy4&hd=1

Nas quatro aulas seguintes, tendo iniciado a etapa de organização do conhecimento, o professor fará aulas expositivas dialogadas. Nas duas primeiras, tendo como objetivo o reconhecimento das diferentes estratificações do bioma Mata Atlântica conforme sua localização geográfica e suas características morfológicas, o professor deve caracterizar as diferentes formações florestais da Mata Atlântica (vegetação ombrófila densa, mista e aberta, vegetação estacional decidual e semidecidual) e ecossistemas associados (restingas, manguezais e campos de altitude). Nessas aulas sugerimos, a utilização de imagens de satélite, fotografias aéreas e mapas, a fim de facilitar a compreensão do conteúdo. Nas duas aulas seguintes, tendo como objetivo a identificação dos elementos vivos e não vivos de um ambiente e as relações que estabelecem entre si para a garantia de sobrevivência e reprodução, o professor deve abordar o conteúdo de Ecologia (habitat e nicho ecológico, fatores bióticos e abióticos, cadeias e teias alimentares, relações ecológicas). Nessas aulas, sugerimos a utilização de recursos audiovisuais.

Em seguida às aulas expositivas dialogadas, os alunos deverão fazer uma pesquisa no Laboratório de Informática da escola sobre o histórico de ocupação do solo no Estado do Espirito Santo, os principais imigrantes que chegaram, em qual região se instalaram e os principais tipos de alimentos cultivados na época. O objetivo dessa aula é que sejam analisados os processos históricos do uso e ocupação do solo, especialmente nas regiões de ocorrência da Mata Atlântica. Essa atividade tem duração de duas aulas.

A fim de que os alunos conheçam diferentes linguagens artísticas e obras de arte relacionadas ao tema Mata Atlântica, sugerimos que, em uma aula, pesquisem imagens fotográficas do tema e façam a análise e leitura de imagens de instalações artísticas de Franz Krajcberg.



A fim de sistematizar os conhecimentos construídos ao longo da SD, os alunos serão conduzidos ao Laboratório de Informática da escola, para que, em grupos, e utilizando o Movie Maker, produzam um documentário sobre o INMA com duração de até cinco minutos. Serão disponibilizadas duas aulas para esse momento. No caso do grupo não conseguir terminar o trabalho nessas aulas, poderão finalizá-lo em casa.
Por fim, na última aula da SD, os grupos irão apresentar seus documentários e debater sobre os temas abordados.

ENDEREÇO:
Está situada na área rural do Município de Cariacica, entre as coordenadas de 20º14’04’’ e 20º18’30’’ S e 40º28’01’’ e 40º32’07’’ W, distante 27 km da capital do Estado
CAPACIDADE:
Grupos de 30 alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Terça, quarta e quinta-feira, de 8h30min às 11h30min, e de 13h às 16h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3636-2586
rebiodb@iema.es.gov.br

O ESPAÇO EDUCATIVO

A Reserva Biológica de Duas Bocas representa um importante fragmento florestal de Mata Atlântica em bom estado de conservação e abriga fauna rica e diversificada, com espécies raras e ameaçadas de extinção. Com área aproximada de 2.910 hectares, localiza-se na área rural do Município de Cariacica. A designação consagrada na tradição local, advém do encontro dos rios Panelas e Naiá-Açú (palmeira grande no idioma Tupi), cuja desembocadura deu origem ao topônimo: Duas Bocas. Oficialmente, trata-se da Reserva Biológica Paulo Fraga Rodrigues (Lei Estadual nº 8488 de 19 de Abril de 2007).

Em 1894 foram iniciadas as primeiras captações de água nos rios Pau Amarelo, Panela e Naia-Assú, para abastecer a população das áreas urbanas que se proliferavam em torno da capital do Estado do Espirito Santo a Cidade de Vitória. No governo de Jerônimo de Souza Monteiro (1908-1912), ocorreram as primeiras desapropriações (cerca de 30 propriedades), na região de Duas Bocas, no Município de Cariacica, para fins de captação no manancial do rio Pau Amarelo, com a construção da primeira represa.


A construção da segunda represa de Duas Bocas ocorreu entre 1909 e 1912 e prosseguidas nos governos posteriores, sendo a principal fonte abastecedora de Vitória, Cariacica e da Cidade de Vila Velha até o início da década de 1950. Neste período, a água era enviada para as casas em estado bruto, sem tratamento.


No início da década de 1950, continuaram as desapropriações (cerca de 90 propriedades). Em virtude do crescimento dos centros urbanos e o aumento das demandas de abastecimento foi necessária a construção da terceira barragem de Duas bocas, com uma área muito maior que as duas primeiras. As desapropriações na região foram concluídas pelo governo de Jones dos Santos Neves e foi construído o novo reservatório ainda em operação, embora não desempenhe mais papel tão primordial no abastecimento da Região Metropolitana da Grande Vitória como outrora, mas com oferta de água para consumo da população de Cariacica.


A Reserva de Duas Bocas foi criada em 1965, inicialmente como Reserva Florestal. Em 1991, por meio da Lei Estadual nº 4.503, teve sua categoria redefinida para Reserva Biológica. A Reserva Biológica é uma das mais restritas unidades de conservação. Por isso, há o limite de alunos para utilização do espaço.

Na primeira metade da década de 1990, com a recategorização da antiga reserva florestal para Reserva Biológica e a consolidação de seu Plano de Manejo, são construídas estruturas físicas financiadas com recursos de instituições financeiras internacionais, como o Banco da Reconstrução (Alemanha), o Banco Mundial e o Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), dentro das diretrizes do Plano Nacional de Meio Ambiente (PNMA).


Sua área sofreu alterações antrópicas pelo cultivo de banana, café e atividades de pastoreio. Nesta reserva, está localizada a Represa de Duas Bocas, inaugurada pelo presidente Getúlio Vargas, e abastecida pelos rios Pau Amarelo, Panelas e Naia-Assú, como pode ser observado no mapa. A unidade faz parte do Corredor Ecológico Duas Bocas – Mestre Álvaro. As principais atividades desenvolvidas na Reserva referem-se à recepção de escolas e às pesquisas científicas. A Represa de Duas Bocas é responsável pelo abastecimento de 15% de toda água consumida em Cariacica.



Infraestrutura do local: Barragem, estação de captação de água, recepção, banheiros, auditório, museu, laboratório, biblioteca, trilhas ecológicas, alojamento e estacionamento; não dispõe de refeitórios e lanchonetes. Tudo a ser consumido deve ser levado pelos educandos e professores. A entrada é gratuita e são agendadas apenas duas visitas por semana.


O número de alunos por grupo deve ser de no máximo 20. É permitido o uso de máquinas fotográficas e filmadora em toda área da reserva. O estacionamento comporta dois ônibus.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

Reserva possui recepção, auditório, museu (com acervo de diferentes perfis de solos, casas de João de Barro, animais da Mata Atlântica taxidermizados), laboratório, biblioteca e trilhas, oferecendo visita: à barragem e à estação de captação de água.


Foto: Manuella Villar Amado

Os educandos são recepcionados pelo mediador e conduzidos até o auditório, equipado com 42
carteiras, computador, data show e quadro branco. A palestra inicial apresenta a instituição e o histórico da área, com uma duração de 15 a 20 minutos. Ao lado do auditório encontram-se dispostos banheiros e bebedouro. Caso seja de interesse dos professores, é realizado uma visita à biblioteca.

Centro de Visitantes


Foto: Manuella Villar Amado

Foto: Manuella Villar Amado

Foto: Manuella Villar Amado

No museu, estão expostos alguns registros em argila de pegadas de onça-parda, fotografada na área da reserva, couro de veado, casa de João de Barro, gaiolas e objetos humanos encontrados na mata, colmeia, fotos de diferentes locais dentro da reserva, perfis de solo, coleções de sementes de espécies típicas de Mata Atlântica, coleções de insetos e animais taxidermizados, dentre outros objetos. Em 30 minutos, é possível explorar satisfatoriamente esse ambiente.

Laboratório


Foto: Elaine Cristina Rossi Pavani

O laboratório pode ser utilizado para realização de pesquisas acadêmicas, mas precisa de projeto previamente aprovado para sua utilização. Este espaço conta com bancada, 15 cadeiras, duas pias, balança eletrônica, lupa e toda parte de vidraria.

Biblioteca


Foto: Elaine Cristina Rossi Pavani

A biblioteca dispõe de variado acervo para consulta no local. Os livros não podem ser emprestados e não há equipamentos para reprodução do material no local.

Trilhas


Fotos: Elaine Cristina Rossi Pavani e Manuella Villar Amado

Para percorrer a trilha ecológica interativa é necessário que todos estejam devidamente trajados e com calçados fechados. O percurso tem 7 km, ida e volta. Durante a caminhada, existem algumas regras a serem cumpridas, como silêncio para não espantar os animais, não andar na frente do guia e prestar muita atenção onde pisa. Na trilha, podemos conhecer a formiga 12 horas, orelha de pau, joaninhas e outros.

No percurso inicial da trilha também existem muitas jaqueiras (Artocarpus heterophyllus) espécie exótica que remonta à civilização Harappana, que floresceu na Ásia, entre o Paquistão e o Noroeste da Índia, no período entre 2500 a 1000 a.C, introduzida no Brasil pelo Nordeste, em meados do século XVII. Embora as jaqueiras estejam presentes numa área de vegetação secundária em regeneração na Reserva Biológica de Duas Bocas, ocupam área total de 19,45 ha, representando 0,67% da Reserva. Nesse contexto, o professor pode evidenciar sobre as possibilidades de uma espécie exótica se tornar uma espécie invasora em longo prazo e abordar a implantação de medidas para sua erradicação.

 


Fotos: Manuella Villar Amado

O mediador realiza a dinâmica das folhas para explicar sobre a biodiversidade. Em uma área de Mata Atlântica preservada, o professor divide a turma em grupos e pede para que eles recolham diferentes tipos de folhas da serrapilheira (camada ou cobertura existente sobre o solo de uma mata). Em outro ponto de observação no Jaqueiral dos Pereira, o mediador repete a mesma atividade e começa a questionar o grupo quanto à quantidade de folhas diferentes que eles coletaram ali e na primeira parada: onde há mais espécies? Por que nessa outra área tem menos espécies? O que é biodiversidade? Dessa forma, ele estabelece uma relação indireta do número de espécies com a diversidade de folhas coletadas em cada um dos locais. Nas outras paradas da trilha são observados fungos, mata ciliar, diferentes espessuras da
serrapilheira, presença de bananeiras e cafezais, nascentes, até chegar a segunda represa construída em Duas Bocas, em 1909.


Após a realização da trilha, os educandos podem repousar nas sombras das árvores e observar a beleza da mata preservada nos topos dos morros e a imensidão de água na represa. Outras explicações são realizadas na barragem e na estação de captação de água.


Nas aulas de campo na reserva, comumente, os professores adotam o seguinte roteiro de atividades: primeiro, ouvem a palestra no auditório; depois seguem para a visitação ao museu, que pode ser explorado por cerca de 30 minutos e fazem uma breve visita à biblioteca. Antes de iniciar a trilha, é realizada uma pausa de 15 minutos, para o lanche, e os alunos são orientados a ir ao banheiro e tomar água. A trilha interativa tem 3,5 Km (totalizando 7 km ida e volta), mas os professores podem optar por fazer apenas a metade do percurso até a Jaqueira dos Pereira e não chegar à barragem antiga.


Outros ambientes também podem ser encontrados na reserva, como as barragens, estação de captação de água, alojamento, e barcos que fazem a fiscalização da reserva por meio de vias fluviais.

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem, como Temática: “De onde vem a água que abastece as nossas casas?”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos solicitar que os alunos tragam para a sala de aula uma conta de água de sua residência. Após uma análise inicial das contas, explorar as informações registradas nestes talões e questionar os alunos sobre a quantidade de água consumida mensalmente em suas casas, propor cálculos para descobrir o consumo diário/por pessoa, comparar o valor da água fornecida pelas empresas de abastecimento com o valor das garrafas de água mineral, listar os diferentes usos da água e questionar de onde vem a água que abastece nossas casas.

Na aula seguinte, os alunos podem ser levados ao Laboratório de Informática para realizar pesquisas na Internet a fim de descobrir e registrar as principais informações sobre o abastecimento de água do Município onde residem. Interessante levantar questionamentos como: qual é a empresa que fornece água para sua residência? Quais são os rios onde essa empresa capta a água? Qual é estação elevatória mais próxima de sua casa? Quais os processos pelas quais essa água passa desde a captação nos rios até chegar à sua residência? Quais são os programas ambientais desenvolvidos pela empresa de captação de água para preservação deste recurso natural? E outras mais.

Em outra aula, sugerimos a exibição do documentário sobre a Reserva de Duas Bocas, a fim de prepará-los e motivá-los a participar da aula de campo. Para a realização da aula de campo, recomendamos, no mínimo, cincos aulas (uma manhã ou uma tarde inteira) para que possam ser realizadas as visitas aos espaços e pelo menos um trecho da trilha.

A área de Duas Bocas reserva aos estudantes e pesquisadores um importante fragmento florestal de Mata Atlântica em bom estado de conservação e abriga fauna rica e diversificada, com espécies raras e ameaçadas de extinção. Além das áreas mais preservadas, ainda podem ser estudadas aquelas degradadas pela ação antrópica, com plantações de café, bananeiras e jaqueiras, além de utilizadas como pastagens do gado bovino das fazendas desapropriadas para serem integradas à área da reserva.

Outro elemento que pode ser observado pelos educandos e pesquisadores são as áreas em estágio de recuperação, onde a Mata Atlântica está se regenerando. É possível diferenciar e estabelecer relações entre os três estágios (conservado, degradado e em regeneração) em um curto espaço de caminhada (cerca de 3,5 Km) na trilha.

Além da fauna e da flora que compõem o ecossistema de Mata Atlântica, outras atividades podem ser desenvolvidas no local, tais como palestra, visita ao museu e à biblioteca, conhecer a barragem e a estação de captação de água.

Após a aula de campo, o professor de Biologia pode preparar uma aula com apresentação de slides utilizando as fotos da aula de campo para trabalhar os conteúdos: biodiversidade da Mata Atlântica, reino Fungi e relações harmônicas e desarmônicas entre os seres vivos. O professor de Geografia pode exibir o documentário da Globosat sobre o ecossistema da Mata Atlântica, ou outro de sua preferência, para a organização do conhecimento sobre este ecossistema.

O professor de Geografia pode aplicar uma dinâmica sobre a importância dos elementos, realizada da seguinte forma: o professor cola cartazes em diferentes pontos da sala de aula antes dos alunos chegarem. Em cada cartaz aparecerá uma imagem do ambiente e o título (recursos hídricos/foto dos rios; Mata Ciliar/foto da trilha; perfil de solos/fotos dos perfis no museu; Serrapilheira foto e título). Nesta etapa, pede-se que os alunos se agrupem próximo a cada elemento. Cada grupo vai escrever um cartaz sobre a importância deste elemento e escolher um representante para apresentar. Sugerimos que as socializações ocorram com as carteiras dispostas em “U”, de forma a afixar o cartaz e deixar o representante expressar
as idéias do grupo.

Na aula de História, o professor pode utilizar duas estratégias diferentes para montar um resgate histórico sobre o abastecimento de água na cidade em estudo; a primeira, por meio de pesquisas na Internet, livros e revistas; e, a segunda, elaborando e aplicando uma entrevista aos familiares dos educandos.

Na aula de Arte, o professor pode utilizar as fotografias e desenhos realizados durante a aula de campo para produzir telas, exposições fotográficas e relatos de experiência.

Sugerimos, como atividade final, que todos os professores que participaram da elaboração e desenvolvimento desta SD levem os alunos para o Laboratório de Informática, a fim de montarem um breve documentário (entre 5 e 10 minutos) sobre todos os conteúdos.

Interessante que, na finalização, toda a escola se mobilize para a exibição dos resultados dos estudos realizados pelos educandos, por meio de uma exposição aberta a toda comunidade escolar.

Apresentamos no quadro a seguir a SD já descrita, de forma estruturada, contendo seus objetivos específicos, conteúdos a serem mobilizados e as atividades de aprendizagem referentes a cada aula.

ENDEREÇO:
Rodovia Serafi m Derenzi, S/N – Bairro Grande Vitória
CAPACIDADE:
Grupo de até 30 alunos para as trilhas
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça a domingo, das 8h às 16h40min.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3382-6576 ou 3381-3521

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Parque da Fonte Grande localiza-se na Área de Proteção Ambiental (APA) do Maciço Central da Ilha de Vitória e possui 218 hectares de área. Sua posição geográfica possibilita a visualização panorâmica de todo o Município de Vitória e dos Municípios limítrofes por meio de mirantes. O topo do morro da Fonte Grande situa-se a 308 metros de altitude, sendo o ponto mais alto do Município. Existem fontes e bicas em suas encostas e possui um Centro de Educação Ambiental na sede. É um espaço de passeios por trilhas, que podem ser agendados por telefone para grupos de até 30 pessoas. São oferecidas visitas monitoradas, durante as quais é possível a observação de uma fauna variada (répteis, invertebrados, pequenos mamíferos e aves) e vegetação característica da Mata Atlântica.

O Parque Estadual da Fonte Grande é a maior área de proteção ambiental do Maciço Central da Ilha de Vitória. A importância dos seus mananciais deu origem ao nome do Parque, local de abastecimento de água no período colonial.

Na década de 1980, devido a manifestações populares, da comunidade científica e ao parecer técnico da Secretaria Estadual de Agricultura, essa foi decretada como área de preservação permanente de 257 hectares. Posteriormente, a Lei Estadual nº 3.875 de 1986 confirmou a proteção da área, com a criação do Parque que teve sua área reduzida para 218 hectares.

Essa Unidade Estadual de Conservação é a maior área de proteção integral da APA do Maciço Central, tendo todos os seus limites de atuação como zona de amortecimento de impactos. Em 1996, foi assinado um convênio entre o Município de Vitória e o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Espirito Santo (IDAF), dando início a sua gestão municipal, tal qual é atualmente.


Fonte: GRIFFO e SILVA, 2013

O Parque, também conhecido como Mirante das Torres de TV, devido à presença de aproximadamente 23 torres de comunicação próximas ao seu ponto culminante, e dispõe de cinco mirantes, sete trilhas, portaria central de informações, sede administrativa com auditório e Centro de Educação Ambiental (CEA) possui também um plano de manejo, elaborado em 1996, ainda não atualizado.


As características geológicas representam os condicionantes da rede hidrográfica do parque. Os cursos d’água são de pequena extensão, formados por nascentes e fontes, algumas intermitentes. Atualmente, os limites do parque estão protegidos por diferentes formações florestais, como rupestre, campos e estágios inicial, médio e médio-avançado de regeneração da Mata Atlântica. Em aspectos gerais, o plano de manejo classifica a vegetação do parque como Floresta Ombrófila Densa, submontana de influência eólica (GRIFFO e SILVA, 2013).

O parque é circundado por ocupações urbanas. Apesar das alterações provocadas por essas ocupações, ainda apresenta uma fauna representativa do ecossistema. Esse processo de ocupação urbana foi reduzido. Porém, em alguns locais, ainda ocorre de forma desordenada, decorrente do baixo número de agentes de fiscalização e da falta de uma política habitacional do Município.

Infraestrutura do local: área expositiva ampla, elevador de acesso, banheiros (incluindo de acessibilidade), bebedouro, cantina da universidade e estacionamento.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

A visita monitorada é acompanhada pelos educadores ambientais do parque, que recepcionam os visitantes, direcionando-os ao auditório, na Sede Administrativa. No auditório, os visitantes assistem a um vídeo com duração média de 15 minutos, com informações sobre o Parque, como sua história, fundação, fauna, flora, tamanho e trabalhos desenvolvidos na área de Educação Ambiental. Ao final do vídeo, os monitores explicam aos alunos a dinâmica da visita, e estes são orientados a irem ao banheiro e a beber água antes de iniciar as trilhas.

Nesses espaços, os professores e alunos podem interagir com os monitores fazendo perguntas e colocações sobre os assuntos abordados.


No auditório, os visitantes também podem observar algumas espécies da fauna, encontradas mortas no Parque.

No Parque Estadual da Fonte Grande, o visitante tem a oportunidade de percorrer diversas trilhas. É importante observar a extensão delas e considerar o nível de exigência de cada uma, atendendo os diferentes públicos e os objetivos apontados pelos grupos que visitam este lugar.
O monitor aborda, ao passar por estas trilhas, a localização destas de acordo com os pontos cardeais, ou colaterais, tendo como referência a bússola ou a posição dos astros, no caso o Sol, solo, vegetação e incidência de luz, já que se trata de uma mata.


Características de algumas trilhas do Parque:

Trilha dos Pau’s D’Alho (Sul) Extensão de 320 metros – Nessa trilha, é possível observar algumas árvores popularmente denominadas como Pau d’Alho, atingindo alturas de até 25 metros. Seu tronco, de casca dura, um pouco rugosa, possui glândulas produtoras de uma essência com aroma semelhante ao do alho. O professor orienta os alunos a explorarem através da sensibilização pelos órgãos do sentido, vedando os olhos de alguns, para que eles percebam as características da árvore, seu tronco e o aroma emitido por elas, explicando que essas árvores são utilizadas como plantas medicinais para o tratamento de reumatismo, gripes e para banhar.. Pode-se propor uma pesquisa sobre as possibilidades de uso desta espécie, apontando para a necessidade de sua preservação e do seu uso sustentável.

Trilha da Pedra da Batata (Sul) Extensão 320 metros – Durante a trilha, os alunos podem visualizar uma grande rocha em forma de uma batata. O monitor aborda questões de desmatamento nesse momento da visita, e o professor poderá trabalhar a respeito da constituição dessa “pedra”, cuja formação se caracteriza por ser rocha magmática, de formação granítica, muito presente no Estado do Espírito Santo e no parque como um todo, já que ele se localiza no Maciço Central.

Essa trilha leva ao Mirante do Sumaré. Situado sobre um grande bloco rochoso, tem-se uma visão panorâmica em 280 graus, com visão do Porto de Vitória até o Mestre Álvaro.


O professor poderá explorar a questão da urbanização e a importância do porto, o Mestre Álvaro como ponto importante para a localização dos portugueses quando aqui chegaram e também a constituição granítica do monte. Também é possível observar os limites geográficos dos Municípios circunvizinhos a Vitória. Com a utilização de uma bússola, é possível abordar os pontos cardeais e o conceito de campo magnético da Terra. Sabendo-se que a Terra comporta-se como um grande imã, cujo polo norte magnético está localizado na região sul geográfica e cujo polo sul magnético está localizado na região norte geográfica. A agulha imantada de uma bússola se orienta segundo as linhas do campo magnético da Terra, permitindo assim localizar os pontos cardeais.

Vista do Mirante do Sumaré


Trilha do Sagui-da-Cara-Branca (Sul) – 450 metros – O professor poderá explorar a questão da fauna presente no parque e a importância da preservação dessa espécie. Ele é endêmica no Brasil, no Estado do Espírito Santo e no Estado de Minas Gerais.


Trilha do Caracol (Sul) – 390 metros – Nessa trilha, após percorrer 25 minutos, em meio a florestas e palmeiras nativas, chega-se ao Mirante da Cidade, uma beleza rara. Dele é possível visualizar o manguezal da Baía Noroeste, toda a região continental do Município de Vitória, até o Porto de Tubarão. É importante lembrar que Vitória é uma das raras cidades do mundo cujo porto pode ser visto próximo à área urbana.

Vista do Mirante da Cidade


Trilha da Caverna dos Morcegos (Norte) 3.220 metros – Essa trilha possui aproximadamente 960 metros e é a de maior interesse, do ponto de vista ecológico, pois a vegetação é constituída de Mata Atlântica secundária, em estágio avançado de regeneração, com vários representantes da fl ora original. A trilha é fechada pela copa das árvores, podendo ser observados, durante o trajeto, indivíduos de grande porte de espécies nativas, incluindo um espécime do gênero Aderne, com cerca de 20 metros de altura, coberto de epífitas de várias espécies. Uma laje de pedra forma, em conjunto com outros matacões, uma espécie de gruta, abrigando pequenos mamíferos. Existe ainda um pequeno córrego, que serve de bebedouro aos animais da floresta. A Trilha da Caverna inicia-se no vale central, próximo ao recanto da floresta e não oferece dificuldades de percurso, que pode ser realizado em uma hora de caminhada. Necessita ser complementada para permitir o retorno por outro trajeto.


Trilha do Vale dos Deuses (Norte) 1.760 metros – Inicia-se no vale central e encontra-se, em grande parte, em área fora do Parque. Em alguns trechos, a floresta apresenta-se com dossel alto e, em outros, em estágio inicial de regeneração. O Vale dos Deuses é uma formação de rochas dispersas, com vegetação primitiva rupestre, abrigando pequeno lago em seu interior, com cerca de 300 metros quadrados de superfície, em fase adiantada de colmatação. Apresenta lâmina d’água com espécies aquáticas vegetais e animais. Esse é um local de beleza panorâmica que deverá ser incorporado ao Parque. É uma das trilhas mais significativas da APA do Maciço Central, com presença de vários mirantes naturais formado por afloramentos rochosos.


Também há a trilha do Alpinista (Norte) – 2.020 metros, destinada à prática de rapel.

A localização privilegiada no Maciço Central e a sua altitude tornaram o local ideal para a instalação de antenas de telecomunicações. Atualmente, com 23 torres de recepção e transmissão de sinais de rádio e televisão, o espaço proporciona abordar os conceitos físicos de campo e ondas eletromagnéticas, seus tipos e suas aplicações.


As antenas são dispositivos destinados a transmitir ou receber ondas eletromagnéticas. Quando ligadas a um transmissor (de rádio, TV, radar etc.), convertem os sinais elétricos em ondas eletromagnéticas. Quando ligadas a um receptor, captam essas ondas e as convertem em sinais elétricos, amplificados e decodificados pelo aparelho receptor (de rádio, televisão, radar, etc). De acordo com a aplicação, as antenas terão formas diferentes. Essas instaladas na área do Parque Fonte Grande permitem a abordagem dos diferentes usos e aplicações tecnológicas.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Qual é o nosso espaço na cidade?” A ideia da problematização dessa SD surgiu a partir de uma atividade prática, na qual foi utilizado um terrário para observação da sobrevivência ou não de plantas e animais. Ao serem questionados por que algumas plantas e animais sobreviveram e outros não, os estudantes chegaram à conclusão, de que o espaço físico e ambiental do terrário limitava a vida de algumas espécies e propiciavam a vida de outras.

Transpondo essa prática para a realidade vivida pelos alunos, ao se sentirem incomodados com os problemas ambientais e sociais que os circundam na escola, fizeram a pergunta:

“Constatamos os limites ambientais de alguns seres vivos, mas e os nossos limites, quais são? Qual é o nosso espaço na cidade?” A proposta é para que conheçamos os espaços em que moramos, os trajetos que fazemos diariamente, os problemas ambientais e sociais desses espaços vividos pelas pessoas. Como os bairros e as cidades se formaram, suas características, seus históricos e seus limites territoriais.


As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

O professor pode começar a primeira aula da SD levando os alunos a pensarem sobre os problemas ambientais e sociais, vivenciados por eles na escola e no bairro onde moram. Nesse momento, serão levantados os conhecimentos prévios dos alunos, que serão trabalhados e aprofundados ao longo da SD. Possivelmente os problemas relatados serão: lixo nas ruas, esgotos e bueiros abertos, barulho, lotes vagos, indústrias, fumaça dos ônibus e carros, região de tráfico de drogas e assaltos etc. Após a explanação oral dos alunos sobre os problemas, sugerimos pedir que eles façam um desenho do percurso de suas casas até a escola, destacando os locais dos problemas relatados.

Na segunda aula, com o objetivo de organizar os conhecimentos, buscaremos explicações para justificar os problemas ambientais e sociais relatados. Em aula expositiva dialogada o professor apresentará gráficos e mapas, demonstrando o processo de industrialização e urbanização por regiões do Brasil, com explicação para os problemas de ocupação populacional, transformando as cidades em pólos atrativos de crescimento econômico. Estes gráficos e mapas podem ser pesquisados no site da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Na terceira aula, os alunos serão conduzidos até o Laboratório de Informática, onde utilizarão a
ferramenta Google Maps para refazerem o caminho de suas casas até a escola, retomando a atividade da primeira aula (desenho), buscando assim investigar mais detalhadamente adensamentos urbanos, favelização, regiões remanescentes de mata ou floresta na cidade, vias de circulação e limites entre os Municípios. E, em grupos, o trajeto anterior (casa-escola) será ampliado para o caminho até o Parque da Fonte Grande, observando, anotando ou desenhando os mesmos problemas ambientais, sociais e características citados nos percursos e abordagens anteriores.


Nas quarta e quinta aulas, propomos uma investigação em grupos sobre a história de formação dos bairros dos alunos, primeiramente, destacando um exemplo através do documentário “Lugar de toda pobreza” disponível em https://www.youtube.com/watch?v=QyK-yusEtaY.


Na sexta aula, o professor inicia um debate com os alunos sobre vídeo, propondo-os relacionar o conteúdo do vídeo com a história de formação do bairro onde moram. Os alunos farão uma pesquisa/ entrevista sobre a história de formação do bairro onde eles moram com os seus moradores mais antigos.

Nas perguntas da entrevista, deverão constar questionamento dos estudantes baseados na história do documentário da aula anterior: Como surgiu o bairro? O que havia na região antes das pessoas chegarem? Quem eram estas pessoas? De onde vinham? Vinham com qual objetivo? Estes objetivos foram alcançados por elas? Como aconteceu o processo de urbanização? Ainda há algum remanescente do que existia antes no local? Como você vê é o bairro hoje? Propor aos estudantes a construção de um livro documentando a história de surgimento dos bairros, com registros de fotos, entrevistas, relatos e os mapas que produziram.

A sétima aula é a visita ao Parque da Fonte Grande, mediada por educadores ambientais do parque. Sugerimos dividir a turma em dois grupos e distribuir o roteiro de observação com questionamentos a respeito: Grupo 1 – características da Mata Atlântica e do mangue; Grupo 2 – adensamentos urbanos das áreas verticalizadas, trânsito, poluição (ar, sonora, solo e água), limites territoriais das cidades observadas nos mirantes. Também podem ser incluídos em ambos os roteiros questões como a utilização da bússola e reconhecimento dos pontos cardeais e observação das antenas de rádio e TV.

SUGESTÃO DE QUESTIONAMENTOS QUE PODEM CONTER NOS ROTEIROS DE OBSERVAÇÃO E
REGISTRO
Faça o registro por meio de anotações e fotografia dos seguintes tópicos:
• Qual a primeira impressão que você teve do Parque da Fonte Grande?
• Respira fundo… Como é o ar aqui? E o som? Onde você se sente melhor? Por quê?
• Tamanho das árvores, copas das árvores;
• Distanciamento entre as árvores, presença de cipós;
• A mata é primária, secundária ou nativa?
• Características das folhas e troncos;
• Presença de líquens? E de fungos? Onde?
• A matéria orgânica do solo, descreva…
• Incidência solar e temperatura;
• Áreas de concentração da vegetação;
• Presença de rochas ou solo;
• Animais observados;
• Dos mirantes, quais são os Municípios observados?
• Quais rios, lagos e mares conseguiram ver?
• Quais as características do manguezal podem ser observadas daqui de cima?
• Onde se concentram as áreas verticalizadas; elabore uma explicação para o fato.
• Você observou se na área do Parque tem algum tipo de moradia?
• Observação dos pontos cardeais (quais são?) e limites territoriais;
• Utilize a bússola para definir os pontos cardeais de cada Município identificado no mirante.
• Explique porque as antenas estão localizadas no meio do parque.
• Compare o espaço do Parque com seu bairro e com o bairro da escola; quais as semelhanças e diferenças? Encontre uma explicação para elas.
• O que mais te chamou atenção e por quê?

Voltando da visita, na aula seguinte, utilizaremos o roteiro de observação e registro para a sistematização dos trabalhos por meio de aula dispositiva dialogada abordando os conceitos trabalhados sobre as características da fauna e flora da Mata Atlântica, adensamentos urbanos, áreas verticalizadas, geologia do solo, limites e características territoriais, pontos cardeais dos Municípios limítrofes ao da capital, Vitória. A visita faz uma interligação com todo o conteúdo abordado nas aulas anteriores, associada à história da realidade vivenciada pelos estudantes em seus bairros.

No encerramento da SD, para a aplicação do conhecimento, retomamos a proposta da construção de um livro no qual os alunos relatarão suas experiências construídas ao longo das aulas. São elas: entrevista feita aos moradores contando a história dos seus bairros, desenhos e mapas produzidos, observações e fotos da visita ao Parque da Fonte Grande. Posterior à organização e confecção do livro, faremos uma festa para lançamento do mesmo, convidando toda a comunidade escolar a participar.

ENDEREÇO:
Rodovia ES-060, km 37,5, Setiba, Guarapari.
CAPACIDADE:
Grupos de até 40 pessoas por turno
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Aberto diariamente, das 8h às 17h. Visitas monitoradas, às 8h e 13h, com duração aproximada de 3 horas.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 99727-6295; (27) 3242-3665
E-mail: pepcv@iema.es.gov.br
Agendamento: Tel.: 3636 2522 / Agendamento com no mínimo de 5 dias de antecedência

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV), localizado no Município de Guarapari, está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba. É uma unidade de conservação de proteção integral de restinga, sendo permitido seu uso indireto para pesquisa, recreação e lazer, representando também um importante espaço de educação ambiental.

O PEPCV, inicialmente chamado de Parque Estadual de Setiba, foi criado pelo decreto Estadual Nº 2.993-N/90. Por meio da lei Estadual Nº 4.903/94, denominou-se Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, em homenagem ao biólogo e ambientalista Paulo César Vinha. Ele liderava uma campanha pela preservação das áreas de restinga e combatia a construção de prédios à beira-mar, nas regiões do Município de Vila Velha e do Município de Guarapari. Sua atitude perseverante, inclusive junto aos órgãos públicos, era vista como um empecilho para empresários do ramo de extração de areia e da construção civil. Por defender as questões ambientais e impedir a retirada ilegal de areia, o biólogo vinha recebendo diversas ameaças, mas não parou com seu trabalho, sendo assassinado no dia 28 de abril de 1993, na Praia d’Ulé, em Guarapari.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

O PEPCV está inserido no bioma Mata Atlântica, possuindo vários ecossistemas associados como, por exemplo, a grande reserva de restinga, além de ambiente costeiro, áreas de alagado e lagoas. A APA possui uma extensão de 12.000 hectares, compreendendo, além da parte continental, a área marinha, na qual estão localizadas as Três Ilhas, famosas pela sua elevada biodiversidade. O PEPCV possui, aproximadamente, 1500 hectares. O espaço tem grande potencialidade pedagógica para trabalhar conceitos relacionados à ecologia (relações ecológicas, diferenciação entre ambientes aquáticos e terrestres, adaptações dos vegetais a diferentes condições ambientais, como salinidade, ventos e disponibilidade de água), conceitos de geomorfologia (diferenças entre os tipos de solo, histórico de formação dos ambientes), além de questões sociais, econômicas e históricas, visto que o local possui conflitos em relação à retirada de recursos minerais (areia) e espécies da fauna e da flora, tráfego de veículos nas praias e vegetação, contaminação do lençol freático e deposição de lixo, além de ser uma região de grande interesse imobiliário.

O parque é uma área de conservação de proteção integral, sendo permitido seu uso indireto para pesquisa, recreação e lazer. E realiza importantes projetos de educação ambiental descritos sucintamente abaixo.

Biblioteca itinerante: através desse projeto, escolas no entorno do parque têm a oportunidade de receber a biblioteca itinerante durante um mês. Nesse período, além das atividades de leitura realizadas pelos alunos, semanalmente, uma mediadora vai até a unidade escolar realizar contação de histórias, teatro e dinâmicas, dentre outras atividades relacionadas ao parque.

Projeto Sagui: realizado anualmente pelo PEPCV, seu objetivo é capacitar alunos de ensino médio, técnico e de graduação, para atuarem como mediadores durante a visitação de escolas. O projeto é realizado, com cerca de 40 estudantes e, para trabalhar como mediador no parque, é necessário ter mais de 18 anos de idade.

Trilha cidadã: através desse projeto, são oportunizadas visitas a pessoas que, habitualmente, não frequentam o parque, como idosos moradores de asilos, alunos com necessidades especiais (oralauditivos, cegos, cadeirantes) e toxicômanos. O PEPCV possui uma cadeira de rodas especializada para o circular na areia e materiais sensoriais, como mapa do parque em Braille e pasta de pegadas de animais em alto relevo.

Comemoração de datas relacionadas ao meio ambiente: com programações especiais ou levando ao ambiente escolar palestras relacionadas ao tema, o PEPCV realiza ações de educação ambiental nas escolas do entorno.

Infraestrutura do local: o parque possui sede administrativa, centro de vivência para os visitantes, área para lanche com mesas e bancos, estacionamento para automóveis de pequeno porte, bebedouros, banheiros masculino e feminino.

O parque possui um livro intitulado “PEPCV – Preservando o nosso quintal”, no qual constam importantes informações a respeito do local. O livro esta disponível para download no site do Instituto Estadual do Meio Ambiente (IEMA), através do link: https://iema.es.gov.br/pepCV

A sede administrativa possui biblioteca e três salas pequenas nas quais são resolvidas questões
burocráticas relacionadas à administração do parque. O Centro de Vivência é utilizado para exibição do vídeo institucional do parque (aproximadamente 5 minutos) e para esclarecimento de dúvidas e passagem de orientações para a visitação. Na área externa ao Centro de Vivência, há mesas e bancos disponíveis para lanche e descanso. Entretanto, o Centro de Vivência encontra-se desativado no momento, necessitando de revitalização.

A Trilha da Clúsia até a praia possui aproximadamente 1,5km de extensão e, nesse percurso, o professor pode trabalhar uma variedade de assuntos, como relações ecológicas (parasitismo, epifitismo, sociedade e mutualismo, entre outras), diferentes características da formação da restinga (formação aberta de clúsia, floresta periodicamente alagada, floresta permanentemente alagada, mata seca de restinga, brejos), característica e diferenciação do tipo de solo (arenoso, lodoso, argiloso), importância das áreas de conservação e abordar ainda os problemas socioambientais enfrentados pelo parque.

Chegando à praia, percorrendo mais 1km à direita, chega-se ate a Laguna de Caraís, mais conhecida como “Lagoa da Coca Cola”, totalizando 2,5km de caminhada. Nesse ambiente, o professor pode abordar a questão da coloração marcante da água, causada pela decomposição de raízes. Ainda pode diferenciar os três tipos de formação – lagoa, laguna e lago – e elencar as diferenças entre os ambientes aquáticos marinhos e dulcícolas. É importante ressaltar a característica lodosa e instável do solo de lagoas e lagunas, o que pode acarretar a presença de desníveis mais profundos, dependendo da época do ano e do regime de chuvas. Desta forma, o professor deve estar atento e alertar os estudantes sobre tais características antes do banho na Laguna de Caraís.

Atenção: o banho na laguna só é permitido mediante o acompanhamento de guarda-vidas, que pode ser solicitado na Secretaria de Saúde do Município de Guarapari, através dos contatos: tel.: (27) 3361-4970 ou 99776-1202; e-mail: gabsaude@guarapari.es.gov.br.

No mirante, é possível obter uma visão panorâmica da lagoa, bem como da formação de restinga de maior porte. Os mediadores do parque estão implantando uma trilha pela laguna, com utilização de caiaques. Para essa atividade, é necessário um número menor de alunos (máximo de 12), além do pagamento de um valor extra para utilização dos equipamentos. Até o fim do presente ano, essa opção estará disponível para os visitantes.

Geralmente, ao visitar o parque, os professores são recepcionados pelo mediador e vão ao Centro de Vivência, onde permanecem por aproximadamente 15 minutos. Antes da trilha, os alunos vão ao banheiro, passam protetor solar, repelente e abastecem a garrafa de água. A trilha completa, ida e volta, até a lagoa dura aproximadamente três horas.

VISITAÇÕES
O PEPCV está aberto à visitação pública diariamente, inclusive domingos e feriados, no horário de 8:00h as 17:00h. As visitas podem ser guiadas por mediadores ambientais capacitados e devem ser agendadas previamente pelo site do IEMA. Os guias trabalham com grupos de, no máximo, 30 alunos.

Atenção: a contratação do mediador ambiental deve ser realizada pelo professor. Na página de agendamento, há nome e telefone de mediadores capacitados pelo PEPCV através do projeto Sagui realizado anualmente pelo parque com estudantes da região. O preço da monitoria deve ser combinado previamente entre professor e mediador.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Como sugestão, propomos uma SD que tem como temática: “Os conflitos socioambientais do Parque Estadual Paulo César Vinha: a luta de um ambientalista”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro a seguir:

No início da SD, na etapa de problematização, sugerimos que os alunos assistam ao documentário “Mataram irmã Dorothy”. Como o filme tem duração de 94 minutos, o ideal é que seja assistido durante uma aula geminada. Ao final do documentário, o professor pode levantar algumas questões, a fim de problematizar sobre problemas ambientais e interesses econômicos e políticos existentes. Entre as perguntas, sugerimos algumas: Por que mataram a irmã Dorothy? O que faz um ambientalista? Esses casos acontecem somente do Estado do Pará? Você conhece algum caso semelhante que aconteceu no Estado do Espírito Santo?

Na terceira aula, ainda prosseguindo com a problematização, o professor pode levar os alunos para a Sala de Informática da escola, para que pesquisem sobre as possíveis causas da morte do biólogo Paulo César Vinha, abordando o contexto de brigas em torno da extração de areia da restinga e sobre o histórico de formação do Parque Estadual Paulo César Vinha. “Os alunos devem ser orientados a anotar as informações principais. Algumas perguntas norteadoras poderão ser realizadas para aguçar a curiosidade dos alunos, como: Quais os principais recursos extraídos da região?”; “Há outros interesses econômicos e políticos envolvidos além da extração de recursos naturais?” O objetivo dessa atividade é que os alunos reconheçam os principais motivos que levaram à morte do biólogo Paulo César Vinha, bem como identificar
os principais conflitos ainda existentes na região do parque e da APA.

Na quarta aula, será iniciada a etapa de organização do conhecimento. Nesse momento, o professor propõe uma aula expositiva dialogada, abordando o conceito de ecologia, a caracterização dos ambientes costeiro, restinga e laguna e a diferenciação de lago, lagoa e laguna, por meio da utilização de recursos audiovisuais. Nessa aula, os alunos poderão conhecer mais profundamente os ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica como restinga, ambiente costeiro e laguna.

Na quinta aula, o professor, ainda por meio de aula expositiva dialogada, pode abordar o conceito de espécies de fauna e flora das diferentes regiões encontradas no parque, os conceitos de comunidade e população e as relações ecológicas harmônicas e desarmônicas. Ao final da aula, os alunos serão capazes de identificar as categorias taxonômicas dos seres vivos encontrados na reserva. Na aula seguinte, os alunos são levados para uma aula de campo, no Parque Estadual Paulo César Vinha. No local, poderão visualizar as características da restinga, ambiente costeiro e laguna, além de colher informações sobre os principais conflitos que ocorrem no entorno do parque. O professor pode aproveitar o momento para conversar com seus alunos sobre a importância das áreas de conservação (pesquisa, recreação, lazer), sustentabilidade e manejo sustentável. Na aula seguinte à aula de campo, os alunos serão orientados a ler reportagens sobre as queimadas que ocorrem na região da reserva. Após a leitura dos textos, o professor deverá realizar uma discussão sobre a reação de combustão, causas e efeitos das queimadas na reserva, influência das queimadas no ambiente e interesses econômicos e políticos existentes na região, que poderiam motivar a realização de queimadas. Para a discussão, o professor poderá abordar os conceitos de combustão completa e incompleta, produção de gases poluentes, efeito estufa e aquecimento global. Ao final da aula, os alunos serão capazes de identificar as possíveis causas e efeitos das queimadas na reserva, diferenciar os tipos de combustão, além de discutir sobre o aquecimento global.

1) Área queimada no Parque Estadual Paulo César Vinha é de 100 hectares: http://www. folhadacidade.inf.br/ler.asp?cod_materia=7632#.U7ILa5RdVu4

2) Incêndio queimou 599 hectares de parque no ES, conclui relatório: http://g1.globo.com/ espirito-santo/noticia/2014/04/incendio-queimou-599-hectares-de-parque-no-es-concluirelatorio.html

3) Iema conclui relatório sobre incêndio no Parque Paulo César Vinha: http://www.es.gov.br/ Noticias/169329/iema-conclui-relatorio-sobre-incendio-no-parque-paulo-cesar-vinha.htm

Na oitava aula, inicia-se a etapa de aplicação dos conteúdos. Os alunos podem ser divididos em grupos, cada um sendo responsável pela construção de um mapa conceitual sobre um determinado tema. Como sugestão de temas, podem ser trabalhados assuntos como extração ilegal de areia, queimadas, condicionantes da concessionária Rodosol e poluição do ambiente. Com isso, serão debatidos os principais conflitos socioambientais que ocorrem no entorno do Parque Estadual Paulo César Vinha, bem como será possível sistematizar os conhecimentos construídos ao longo da SD.

Na última aula, os grupos apresentam os mapas conceituais produzidos e montam um painel integrado com as temáticas discutidas e vivenciadas durante a SD, tendo o Parque Paulo César Vinha como tema central. Com essa atividade, será possível sistematizar os conhecimentos construídos ao longo da SD.

ENDEREÇO:
Comunidade de Três Pontões, distante 9 km da sede do Município de Afonso Cláudio.
CAPACIDADE:
Grupos de 20 a 40 alunos
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De acordo com a demanda da escola. O horário ideal de visitação é de 8h às 12h.
MAIS INFORMAÇÕES:
Verificar taxa de entrada. É possível contratar serviço de alimentação (café e almoço) na Pousada Cantinho dos Três Pontões, por um valor acessível. (27) 99914-0290
E-mail: cantinho3pontoes@gmail.com

O ESPAÇO EDUCATIVO

No Município de Afonso Cláudio, na Região de Montanhas do Estado de Espírito Santo, encontramos dois espaços próximos: O Pico dos Três Pontões e o Museu das Grandes Guerras, podendo ser visitados em um mesmo dia, de forma a aproveitar a saída da escola. O Pico ou Pedra dos Três Pontões possui 1.300 metros de altitude, sendo um símbolo do município de Afonso Cláudio e um cenário de rara beleza. A formação rochosa pode ser vista a quilômetros de distância.

O Município de Afonso Cláudio está localizado na macrorregião Metropolitana e na microrregião Sudoeste Serrana, apresentando abundância de recursos hídricos, o que garante a agricultura e revela a beleza do local.

O principal ícone desta região é a Pedra dos Três Pontões. Esse pico tem uma rampa natural para voo livre, além de estar preparado para a prática do rapel e escaladas. Afonso Cláudio vive num contexto tipicamente rural, a economia se baseia na agropecuária ou nas pequenas atividades caseiras como, agroindústrias, agroturismo e produção de artesanato.

O Museu das Grandes Guerras, também localizado em Afonso Cláudio, é uma iniciativa particular e se mantêm por meio da visitação. Os proprietários residem na mesma propriedade em que está localizado o museu e seu acervo foi importado, peça a peça, da Europa. Rolf Hoffmam montou todos os cenários, com auxílio da esposa Dalva Kempin, e do filho, Nilson. Seu avô participou da Primeira Guerra Mundial e o seu pai, da Segunda.

O Museu possui um acervo que retrata parte da primeira metade do século XX, em especial as duas grandes guerras. Conta com mais de 1.500 peças; Objetos que estavam no campo de batalha, hoje estão no museu: fardas, medalhas e armas, em meio a artigos da época, somam-se os cenários de guerra. São mais de 60 bonecos uniformizados, incluindo personagens, como Hitler e Napoleão.

Infraestrutura do local: na pousada Cantinho dos Três Pontões, de onde partem as trilhas para o Pico dos Três Pontões, os proprietários põem à disposição dos grupos um amplo refeitório, banheiros e estacionamento para ônibus. No Museu das Grandes Guerras estão disponíveis banheiros, bar, loja de souvenires, áreas de exposição abertas e fechadas. Não há local para estacionamento, devido à sua localização, à margem da ES-165, o que dificulta o desembarque e embarque dos alunos.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

 

Os espaços educativos do Pico dos Três Pontões e do Museu das Grandes Guerras possuem muitas potencialidades educativas, dentre elas, a diferenciação da vegetação de Mata Atlântica de acordo com a altitude e a ocupação antrópica; o turismo rural ou agroturismo; diferentes processos erosivos: físicos, químicos e biológicos; espécie endêmica; aves; paineiras; relevo; serrapilheira; Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial.

Ao elencarmos estes dois espaços com uma proposta de trabalho integrada, levamos em consideração a proximidade e a organização dos tempos/espaços para um melhor aproveitamento da saída dos alunos da escola. As visitas podem ser agendadas em parceria com o Cantinho dos Três Pontões e o Museu das Grandes Guerras. Na parte da manhã, é possível estudar os aspectos físicos, químicos, biológicos e geográficos no Pico dos Três Pontões, após o almoço, os aspectos históricos no Museu das Grandes Guerras. As atividades realizadas são intensas e precisam de disposição e engajamento para aproveitar ao máximo as potencialidades educativas destes espaços de educação não formais.

A pousada conta com amplo refeitório, de onde partem as caminhadas pelas trilhas que levam ao Pico dos Três Pontões. A capacidade para alojamento é de aproximadamente 20 pessoas nos chalés e dispõem também de ampla área para camping. O local possui cobertura de telefonia móvel e internet.

A caminhada é feita por uma trilha em trechos de formação rochosa e trechos de mata nativa até o Pico dos Três Pontões. Com cerca de 6 km (ida e a volta), a trilha começa na sede da pousada com uma altitude de 820 metros e se encerra no alto da pedra em uma altitude de 1.110 metros acima do nível do mar. A caminhada dura aproximadamente quatro horas, pois são muitas paradas para contemplação da paisagem, fotos e descanso.

Durante a trilha, podem ser observadas as mudanças na vegetação, o relevo da região, processos erosivos, espécies de fauna e fl ora da Mata Atlântica (bromélias, musgos, liquens, paineiras, pássaros, calangos e cabritos selvagens, dentre outros).

O Museu das Grandes Guerras pertence a Rolf Hoffman e sua família – esposa, fi lho e cachorro (pastor alemão), que só obedece aos comandos em alemão, e que é uma atração à parte. Os alunos podem contemplar os cenários de guerra, objetos que Hoffman colecionou a vida toda e organizou em cenas de acordo com a ordem cronológica dos conflitos. Qualquer duvida sobre os objetos e cenários da exposição é só perguntar a Hoffman ou sua esposa, Dalva. Neste espaço, o mediador deve ser o professor responsável pelo grupo.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma sequência didática que tem como Temática: “Pico dos Três Pontões e Museu das Grandes Guerras: produzindo um documentário”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

Os educandos do 3º ano do Ensino Médio estão vivendo um momento de grande apreensão em suas vidas, pois, ainda muito jovens, têm de se deparar com escolhas que nortearão seus futuros profissional e pessoal. A escolha de qual curso superior irá realizar os deixam muito tensos e indecisos, o que pode dificultar o processo de assimilação de certos conteúdos, que, de alguma forma, já foram vistos ao longo dos 12 anos de escolarização a que foram submetidos.

A realização de uma aula de campo multidisciplinar pode ajudá-los a rever muitos destes conteúdos e torná-los conhecimentos práticos adquiridos. A problematização dos conteúdos deverá ser realizada em duas aulas, no Laboratório de Informática da escola, onde, por meio de sites previamente selecionados pelos professores, os educandos irão responder às questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e de vestibulares na Área das Ciências Humanas e Ciências da Natureza.

Observadas as propostas de avaliações destes sistemas, os professores de Biologia, Geografia, História e Sociologia podem trabalhar de forma articulada para relembrar conceitos importantes, como a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, os diferentes processos erosivos, a diferenciação da vegetação de Mata Atlântica de acordo com a altitude e as relações estabelecidas entre os seres humanos e o ambiente.

O professor de Biologia vai apresentar os conteúdos: Mata Atlântica e a biodiversidade; espécies endêmicas e bioindicadores da qualidade do ar, por meio de uma aula expositiva com auxílio de slides. Na aula de Geografia, o professor utilizará o livro didático para trabalhar os assuntos: processos erosivos; relevo e ecossistema da Mata Atlântica de altitude. Na aula de Sociologia, os alunos vão assistir ao filme “O livro de Eli” e as discussões serão orientadas pelo professor.

O professor de História deve revisar os conteúdos relacionados à Primeira e a Segunda Guerras Mundiais por meio de uma aula expositiva com apresentação de slides. As orientações sobre a realização da aula de campo fica a cargo de todos os professores envolvidos na SD, bem como as autorizações e o recolhimentos dos recursos referentes ao transporte, alimentação e ingresso no museu.

A aula de campo é o ponto alto desta SD. Os educandos ficam exaustos e felizes com as descobertas empíricas realizadas no decorrer do dia. Os trabalhos começam às sete horas da manhã, com a organização dos alunos para sair da escola com destino a Afonso Cláudio. Na Pousada Cantinho dos Três Pontões, o guia Itamar passa as orientações, os alunos lancham e se inicia a caminhada em direção ao Pico dos Três Pontões. A aula de campo contribui para uma melhor compreensão dos conteúdos ao relacionar a teoria proposta em sala de aula com os estudos e análises práticas das paisagens do ambiente observado, ampliando os horizontes ao ir além dos textos e fotografias do livro didático. Ao permitir o desenvolvimento de diversas habilidades nos alunos, tais como identificar, distinguir e ampliar o conhecimento adquirido nas instituições de ensino, comparando-o com a realidade do lugar em que os envolvidos estão habituados, as aulas de campo favorecem, portanto, uma experiência com o complexo.

Na trilha, é possível observar o relevo e a vegetação, conhecer a paineira e também uma espécie de bromélia endêmica dessa região. Geralmente, é possível ver grupos de cabritos selvagens que correm sobre as pedras. Em um trecho mais íngreme, é necessário o auxílio de cordas para subir. Podemos observar de perto, e até mesmo tocar, exemplos de erosão diferencial e de esfoliação esferoidal.

O caminho de volta é ainda mais interessante: passa por um trecho de Mata Atlântica de altitude bem fechada, com a presença de musgos e líquens, bioindicadores da qualidade do ar. e várias espécies de bromélias, cipós, flores e cactos. A trilha passa por uma rampa de parapente e uma grande antena de TV. Após realizar, a trilha os educandos retornam à pousada, almoçam e descansam.

Após o almoço, a aula de campo prossegue no Museu das Grandes Guerras, bem próximo à pousada, cerca de 30 minutos de ônibus. No Museu, os alunos contemplam os cenários de guerra montados pelo alemão Rolf Hoffman, que apresenta os objetos expostos. O professor de História atua como mediador entre os cenários e as histórias das guerras. Todos os momentos da aula de campo devem ser registradas pelos alunos e professores por meio de fotografias, filmagens e anotações para utilizar estas informações na produção dos documentários.

De volta à escola, as aulas seguintes devem ser direcionadas para a composição dos grupos de três a cinco alunos e a escolha dos temas de cada documentário: 1) Mata Atlântica; 2) Processos erosivos; 3) Primeira e Segunda Guerra Mundiais; 4) As relações entre as pessoas e o meio ambiente; 5) Compacto da Aula de Campo. Os alunos são levados para o Laboratório de Informática e orientados sobre os programas existentes para a produção de pequenos vídeos. Após essa orientação inicial, os educandos terminam de realizar essa tarefa em casa e, na data marcada para a exibição, os professores promovem na escola uma “Mostra de Curtas” sobre as temáticas estudadas.

Segue o planejamento detalhado por aulas da SD, intitulada “Pico dos Três Pontões e Museu das Grandes Guerras: Produzindo um documentário”.

ENDEREÇO:
Rodovia ES-010 – Santa Cruz, Aracruz / ES
CAPACIDADE:
Grupos de 30 alunos para as trilhas e passeio de escuna.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De segunda a sexta, das 7h às 16h.
MAIS INFORMAÇÕES:
Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMAM
(27) 3296-7515
Passeio de Escuna Viking:
(27) 3250-6260 / 9-9914-3941 ou
email: vikingecoturismo-nautico@yahoo.com.br
Para passeio de escuna também tem a opção de contactar Luiza Turismo pelo telefone (27) 3250-1941 / 9-9985-1964 ou
email: luizaturismopdm@hotmail.com

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Ecossistema Manguezal dos rios Piraquê-açú e Piraquê-mirim está localizado na localidade de Santa Cruz, Distrito do Município de Aracruz. O ecossistema faz parte da Reserva Ecológica de Desenvolvimento Sustentável dos Manguezais Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim, com aproximadamente 1.650 hectares. É considerado um local de lazer, educação ambiental e preservação ambiental permanente com restrições de uso.

A área de manguezal do Município de Aracruz é navegável em quase toda sua extensão, com profundidades que variam de 2m até mais de 15m, possuindo águas salobras ricas em espécies marinhas e terrestres. Esta área é considerada o maior manguezal do Estado do Espírito Santo, avançando aproximadamente 13km continente adentro, se tratando também da maior penetração de maré do Estado. Na reserva, são encontradas diferentes espécies de animais e também uma flora que se desenvolve sobre substrato lodoso – mistura de lama e areia. Apresenta espécies da flora manguezal dos três tipos de mangue (vermelho, preto e branco). Entretanto, existe predominância do mangue vermelho, o que pode ser observado na trilha do manguezal e durante o percurso no passeio de escuna.

O ecossistema manguezal forma uma imensa biodiversidade de grande importância para as comunidades em seu entorno, pois sobrevivem dos seus recursos, como pesca artesanal, coleta de mariscos e fabricação de artesanatos.


Infraestrutura do local: O ponto de partida para o passeio de escuna, tem estacionamento para ônibus e banheiros.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

A reserva possui um local apropriado para trilha no manguezal e passeios de escuna particulares, com valor de visitação por pessoa, tendo local de estacionamento de ônibus.

O ponto de referência para se chegar ao Mangue é próximo ao Hotel Praia de Coqueiral, em frente à Polícia Rodoviária Estadual, onde o ônibus pode ficar estacionado. A trilha do manguezal fica próxima ao local do estacionamento. O mediador pode aproveitar esse espaço para trabalhar de forma dialogada com seus alunos questões pertinentes, como, por exemplo: Qual é a importância do rio para o Município e o Estado?; Quais tipos de espécies de fauna e fl ora encontramos no mangue?; Qual a importância econômica, cultural do manguezal para o Município?; Quais atitudes devem ser realizadas para manter a preservação daquele espaço; O que é uma reserva desenvolvimento sustentável? Qual é a diferença de parque para reserva? O lixo encontrado aqui faz parte do ambiente natural?

No manguezal, o mediador pode realizar uma atividade de investigação para reconhecimento das espécies de caranguejo presentes. Para perceber a diferença, pode-se observar a coloração, revestimento do corpo, formato dos buracos que utilizam, número de patas e, apêndices, dentre outras características visuais perceptíveis.

Para cada caranguejo observado é importante que se mostre mais do que um exemplar. O mediador pode solicitar aos alunos que, durante a visita, façam seus registros percebidos do local, e, por meio da interação do diálogo, percebam sobre habitat, reprodução, alimentação e distribuição geográfica das espécies do mangue.

Durante este percurso no manguezal, o mediador poderá encontrar, junto com seus alunos, caranguejouçá (Ucides cordatus), goiamum (Cardisoma), aratu (Aratus pisonii), siri-açú (Callinectes danae), sururu (Mytella sp) e, principalmente, as ostras do mangue (Crassostrea rhizophorae), presentes em grandes quantidades, sendo chamadas “ostras da maré”, as quais os pescadores capturam para comerem cruas ou assadas na brasa e com farinha.

Lembrando: é importante o mediador deixar um tempo livre para os alunos terem uma maior percepção do local sendo visitado.

As informações registradas poderão ser complementadas com pesquisas no retorno para escola, sendo trabalhadas de forma interdisciplinar com as diferentes disciplinas.


É possível realizar uma trilha ecológica no mangue próximo à aldeia Tupiniquim, no sítio arqueológico indígena, cerca de 10 minutos do posto de guarda rodoviário estadual. Recomendam-se grupos de no máximo, 30 alunos para a realização da trilha. Essa trilha pode proporcionar um maior aprofundamento sobre o ecossistema manguezal e estimular os alunos a atingir um nível elevado de percepção do ambiente. A caminhada na trilha dura em torno de 40 minutos aproximadamente.

É importante observar e evidenciar que o mangue está localizado em região estuarina. O estuário é um ambiente aquático de transição entre um rio e o mar. Nesse ambiente, podemos observar plantas de mangues com raízes escoras e diferentes tipos de plantas típicas do manguezal, entre elas: manguevermelho (Rhizophora mangle), mangue-preto, siriúba ou sereíba (Avicennia shaueriana), mangue-branco ou tinteira (Laguncularias). Também encontramos, como parte da fl ora, capoeira, gravatá, sapê, caraguatá, cipó, samambaia, taquara, capim e bromélias.

Vale lembrar que o mediador pode explorar informação sobre a predominância do mangue-vermelho (Rhizophora mangle), também conhecido como sapateiro, espécie típica desse manguezal. Ela recebe esse nome pois, quando sua casca é raspada, apresenta coloração avermelhada, característica da espécie.

A respiração das plantas de mangue é realizada por meio de raízes (pneumatóforas). A espécie reproduzse através de sementes (propágulos), que germinam ainda presas à planta-mãe, aumentando as chances de se propagar.

Em relação à fauna, temos predominância de diversidades de peixes, aves (araponga, guará, anu, xexéu, garças) e crustáceos, como aratu, siri, guaiamu e poti (camarão). Também ressaltamos ser possível encontrar tartarugas e mamíferos como sagui, coati e botos, dentre outros.

O mediador consegue intensificar as percepções da turma, solicitando que, durante o trajeto, os alunos façam silêncio. O silêncio e a escuta atenta possibilita-os sentir as diferentes impressões que o ambiente pode proporcionar, estabelecendo, assim, maior contato com toda a riqueza do local e potencializando suas curiosidades e conhecimentos a serem adquiridos e compartilhados por todos.

O passeio de escuna em meio à reserva do manguezal inclui um tour de uma hora e meia, com parada em um fl utuante, para apreciar as belezas do local. O roteiro conduz um passeio pelos rios Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim que se bifurcam logo após a ponte de Santa Cruz, sendo navegável pelo rio Piraquê-mirim, com largura e profundidade adequada para o trajeto até o ancoradouro do flutuante. O professor precisa previamente entrar em contato com uma das empresas de turismo que fazem o passeio de escuna e acertar o valor por aluno.

Durante o percurso, são realizadas paradas para explicações e explanações pelo responsável da escuna, sobre o manguezal em questão, dando ênfase também às curiosidades do entorno e da região. O mediador pode aproveitar esse momento para aprofundar determinados temas relacionados ao manguezal, detalhando certas curiosidades para seus alunos.

Durante 30 minutos, a embarcação fi ca parada em um ancoradouro, conhecido como Mangue Bar, onde os alunos podem visualizar e apreciar a beleza do estuário, localizado no meio do mangue. Lá, é possível apreciar a visão da Pedra Piraquê-mirim, além de toda a extensão do manguezal. O professor pode liberar o banho no estuário para os alunos, desde que fi quem no cordão do isolamento determinado pelo responsável da escuna.

Na visita à reserva, geralmente, adotamos, enquanto professor, o seguinte roteiro de atividades: primeiro, visitamos o manguezal no sítio arqueológico indígena, onde os alunos realizam a trilha no mangue por 40 min; em seguida, retomamos para o passeio de escuna, localizado como ponto de referência próximo ao hotel de praia de Coqueiral, em frente à Polícia Rodoviária Estadual. Próximo à embarcação da escuna, há banheiros que podem ser utilizados.

Dentro da escuna, fazemos um lanche. Como são crianças do ensino fundamental, a escuna oferece água. Também durante o passeio, são realizadas paradas para explicação do estuário, feita pelo próprio responsável da embarcação. Após toda a programação da visita, os alunos retornam à escola.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “O Ecossistema Manguezal rico em Biodiversidade” As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos que os alunos realizem a dinâmica ”Reconhecendo as espécies do manguezal”. Os alunos deverão receber por grupo 10 imagens coladas em papel cartão, contendo paisagens de diferentes ecossistemas e terão que retirar cinco imagens que o grupo acredita reconhecer serem características pertencentes ao ecossistema manguezal, fazendo o registro no caderno das características que o grupo consideram ser relacionadas ao mangue.

Em seguida, sugerimos uma aula orientada no Laboratório de Informática, no site da Prefeitura do Município de Aracruz, no link conheça Aracruz, título Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim, em busca das seguintes respostas: Qual a localização do manguezal. Quais as principais características que determinam o ecossistema manguezal. Tipos de espécies de fauna e flora encontradas? Importância desse ecossistema?

Após a pesquisa, é importante que o mediador confronte as ideias registradas no caderno pelos alunos sobre as características escritas do manguezal e as características pesquisadas. É importante ressaltar que o uso da informática, nesse momento, pode ser ferramentas importante para motivar e facilitar a compreensão de um determinado tema e apresentar o conteúdo de forma mais interativa para os alunos.

O principal objetivo desta etapa da SD é articular os temas abordados com o cotidiano do aluno e fazer com que o próprio educando seja conduzido a estruturar relações integrada de saberes, entre as situações reais com o seu dia a dia, além de despertar uma curiosidade mais abrangente para um novo conhecimento. Ressaltamos que esse conhecimento integrado, está sugerido nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Já no segundo MP, organização do conhecimento, os conceitos escolhidos como imprescindíveis para a compreensão dos temas e da problematização inicial são ordenadamente estudados, com o apoio do mediador.

Sendo assim, com os alunos realizamos uma visita ao Manguezal Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim, onde o mediador aproveita o espaço local para trabalhar de forma dialogada com seus alunos questões pertinentes sobre o manguezal conforme relato descritos nos instantes de 1 a 5. Neste momento, já no manguezal, perfazendo a trilha, são aproveitadas oportunidades para desenvolver percepção, e observação dos alunos para com o ambiente, além de promover questionamentos instigando-os. Em vários momentos durante a trilha, o mediador contribui com informações relevantes sobre o tema, sempre no intuito de provocar e ampliar as reflexões.

Já na escola, o mediador, em uma aula expositiva, coloca nos slides fotos da visita ao Ecossistema Manguezal. Nesse momento, o mediador da disciplina de Ciências/Biologia aproveita para aprofundar e explorar conteúdos sobre o tema como habitat, reprodução e crescimento os filhotes de vários espécies, matéria orgânica, respiração aeróbia e anaeróbia dos seres vivos no mangue, poluição ambiental, estruturas adaptativas, unidades de conservação, diversidade de fauna e flora, preservação ambiental, sustentabilidade entre outros.

Também buscando uma interdisciplinaridade com o mediador da disciplina de Geografia, este apresenta slides e vídeos explicando a localização geográfica do ecossistema visitado, diferenças e similaridades particulares das características de outros ecossistemas, aproveitando para fazer um paralelo geral do ecossistema visitado, enfocando economia, social, cultura, riquezas e artesanatos e a subsistência presentes nesse ambiente, reserva de desenvolvimento sustentável e de preservação.

Ainda no segundo MP, dentro de uma proposta integrada com a disciplina de Língua Portuguesa, são produzidos textos, história em quadrinhos e relatório da visita, de modo a promover a ampliação de conhecimento sobre a importância do ecossistema manguezal para o Município e o Estado, visando a formação de um aluno dentro de uma perspectiva CTSA, buscando a reflexão, discussões pertinentes, problematização e contextualização com o cotidiano.

No terceiro MP, aplicação do conhecimento, almeja-se que este momento vá além de simplesmente capacitar os educandos ao emprego do conhecimento. Desta forma, propõe-se a confecção e aplicação do jogo sustentável, e também de um painel integrado produzido pelos próprios alunos, de modo que estes vinculem a informação que obtiveram de diferentes maneiras dentro de uma abordagem interdisciplinar, com a construção de um saber que priorize a compreensão da importância do ecossistema manguezal para o Município e nosso Estado.

Nessa etapa, buscamos entender como o aluno se apropriou dos conhecimentos adquiridos e trabalhados durante as atividades. Sendo assim, procuramos oportunizar que este coloque em prática os assuntos abordados durante o processo. Então, o mediador solicita que, em pequenos grupos, de cinco alunos cada, estes elaborem e produzam jogos de trilha com materiais reutilizáveis. Após a confecção dos jogos, o mediador oportunize momentos para que os alunos possam brincar e socializar, promovendo um ambiente escolar de alegria e conhecimento.

É interessante que o mediador solicite aos alunos que estes aproveitam a oportunidade e desenvolvam cada vez mais a imaginação, criando suas próprias regras, normas, para jogar o jogo da trilha sustentável, tendo como imagem de fundo da trilha, por exemplo, uma foto ampliada da visita realizada no manguezal.

Após os trabalhos desenvolvidos, para concluir essa etapa, solicitamos aos alunos, em dupla, que façam desenhos livres sobre o tema em questão e, depois de todo trabalho realizado, o mediador, junto com os seus alunos, expõe os desenhos, montando um painel integrado para ser visualizado e socializado com toda a escola os diferentes conhecimentos adquiridos e produzidos.

ENDEREÇO:
Rodovia Angelo Girardi (Rota do Lagarto), Km 2 – Pedra Azul – Domingos Martins.
CAPACIDADE:
10 a 30 integrantes.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Terça-feira a domingo, das 08:00 h às 17:00h O acesso às trilhas é de 08:00h às 14:30h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3248-1156 / (27) 99846-3489
Site: pepaz@iema.es.gov.br
email: luizaturismopdm@hotmail.com

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Parque Estadual Pedra azul teve seu decreto de criação datado em 1991, com objetivo de preservação da Mata Atlântica e da exuberante formação geológica local. É considerado um espaço de lazer, esporte e educação ambiental e a área total compreende 1.240 hectares, localizando-se nos Municípios de Domingos Martins e Vargem Alta.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

O Parque Estadual Pedra Azul surgiu como iniciativa de proteger a biodiversidade da Mata Atlântica e da formação geológica, e possui opções de trilhas guiadas com fi ns de lazer e educação ambiental.

A flora da região é composta por espécies nativas da Mata Atlântica e apresenta-se em diferentes estágios e sucessão ecológica, visto que alguns locais sofreram a ação humana de desmatamento.

A fauna é composta por animais da Mata Atlântica, sendo que alguns podem ser observados nas trilhas. Também possui espécies endêmicas, como anfíbio de coloração alaranjada, em processo de pesquisa.

Infraestrutura do local: Além dos espaços naturais como trilha; o parque conta com módulo de exposição de espécies taxidermizadas, jogos educativos, banheiros, área livre com espaço para contemplação e área aberta para recepção de grupos, com bebedouro com água da nascente.

Após a chegada dos imigrantes no Brasil, algumas dessas populações vieram para o Estado do Espírito Santo e adentraram e ocuparam as regiões serranas. Dentre estas, Domingos Martins, que possui clima semelhante os quais estavam acostumados nas terras natal.

A principal ocupação econômica das pessoas, na época, era o trabalho com a terra, e, como a região era coberta por mata, utilizaram técnicas de desmatamento para criar os espaços de produção agrícola.

Esse impacto, somado com a construção da BR-262, ligando o Estado do Espírito Santo ao Estado de Minas Gerais, contribuíu para diminuir a área total de Mata Atlântica.

Com o aumento da população na região, e a crescente preocupação com o desmatamento das áreas naturais, principalmente relacionadas à Mata Atlântica, foi necessário à criação de espaços de preservação do bioma, considerado de grande importância ecológica, por causa da biodiversidade da fauna e flora. É nesse contexto de preservação da Mata Atlântica, somado a beleza da formação geológica, que surge o Parque Estadual de Pedra Azul.

Todo o parque é um convite ao conhecimento. Em seus principais ambiente podem ser desenvolvidas diversas ações educativas. No espaço de recepção de grupos, em área aberta ou coberta, que conta com quadro e mapa da região, os guias do parque explicam sobre os limites do parque e suas particularidades da fauna e fl ora. O espaço conta com disponibilidade de água mineral e um livro de presença.

O modulo de Educação Ambiental, conta com exposição de animais taxidermizados, quebra baça gigante, fixado na parede, imagem da Pedra Azul e jogo sobre animais da Mata Atlântica. Há ainda, banheiros masculino e feminino.

A área livre do parque conta com bancos de contemplação da paisagem da região e um painel onde é possível interagir para retirar fotos simulando ser um animal da Mata Atlântica. Os professores podem aproveitar esse espaço para realização de dinâmicas e realizar um lanche coletivo.

As duas trilhas são para observação da fauna e fl ora da Mata Atlântica, e nessa atividade, o professor pode aproveitar para reforçar conceitos biológicos e geológicos, além de atentar para a importância da atividade física em oposição ao sedentarismo; incentivar a técnica de fotografar e exercitar, junto aos alunos, a apreciação da natureza.

Existe a necessidade do professor atentar-se ao grupo de alunos, pois a trilha das piscinas naturais exige um pouco de esforço, em especial, na subida em uma pedra com auxílio de corda e também no caminho que apresenta partes com desnível, com risco de queda.

Um dos pontos fortes da visita ao parque é a caminhada nas trilhas. São duas: uma em direção às piscinas naturais na Pedra Azul, considerada de nível médio para difícil; e, a outra, em direção ao Mirante da Região Serrana, de nível fácil.

As duas trilhas são para observação da fauna e fl ora da Mata Atlântica, e nessa atividade o professor pode aproveitar para reforçar conceitos biológicos e geológicos, além de atentar para a importância da atividade física em oposição ao sedentarismo; incentivar a técnica de fotografar, e exercitar junto aos alunos, a apreciação da natureza.

Existe a necessidade do professor atentar-se ao seu grupo de alunos, pois a trilha das piscinas naturais, exige um pouco de esforço, em especial, na subida em uma pedra, com auxílio de corda, e também no caminho, que apresenta partes com desnível e com risco de queda.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Como sugestão para a aula no Parque Estadual de Pedra Azul, segue uma proposta de SD interdisciplinar, com enfoque CTSA, intitulada “No rastro do lagarto”. As etapas, o número de aulas e a descrição das atividades estão no quadro a seguir:

Esse espaço educativo permite desenvolver diversos assuntos, tanto em abordagem mais específica como interdisciplinar. Nessa SD, optamos por conferir abordagem interdisciplinar no contexto de prática investigativa na forma de um jogo em equipes na trilha do cedro sentado e das piscinas no Parque Estadual da Pedra Azul.

Na primeira aula, ao apresentar o tema aos alunos, o professor fala um pouco sobre o contexto do parque. Em linhas gerais, aborda seu histórico, localização e importância para a região. Assim também destaca a sua biodiversidade no contexto da formação ombrófila densa, do afloramento rochoso em gnaisse do pico e processos de intemperismo e ciclo das rochas. Também discute os conceitos de preservação e conservação relativos à unidade de conservação a ser visitada.

O professor também propõe a realização de uma aula de campo. Discute com os alunos a realização de um jogo no Parque Estadual da Pedra Azul. Este jogo tem por objetivo tornar a visita atrativa e engajar os alunos nas atividades propostas de forma lúdica, aproximando-os na prática de conteúdos teóricos à medida que avancem pelas trilhas.

Como se trata de prática investigativa, o professor oferecerá alguns elementos para instrumentalizar o trabalho. No entanto, é ideal que os alunos construam estratégias, interpretem as pistas e busquem resolver as questões propostas correlacionando teoria e prática.

Para tanto, é importante que os alunos agrupem-se em quatro equipes e recebam um kit de investigação contendo as instruções e roteiro para o jogo e os mapas para instrumentalizar o trabalho, o qual estão a seguir:

Depois de cumpridas, as tarefas serão entregues aos professores para registrarem a pontuação.

Na aplicação do conhecimento, nas duas últimas aulas da SD, os professores divulgam a pontuação e abrem espaço para discussão sobre a experiência vivida. Depois, solicitam aos alunos que, individualmente, escrevam um texto jornalístico a respeito de alguma espécie do parque ou de algum fenômeno observado.

Os texto serão expostos em um jornal-mural na escola junto a algumas fotografias.

Na aula 1, na problematização, o professor de Biologia apresenta fotos para os alunos sobre o Parque, levanta questionamentos sobre as características da Pedra do Lagarto e introduz conceitos básicos da ecologia, como, por exemplo, relações ecológicas, biodiversidade, habitat, nicho, fatores bióticos e abióticos, plantas exóticas etc.

Na aula 2, o professor de Geografia explica a aula de campo no Parque e introduz conceitos de geologia e relevo, utilizando projetor de slides.

Nas aulas 3 a 7, serão no Parque por meio do jogo de trilha sem tabuleiro; os alunos recebem o roteiro do jogo e as equipes, com auxilio do guia local, realizam as tarefas de fotografar e registrar informações.

Na aula 8, os alunos debatem sobre as informações coletadas no jogo, a fim de organizar as ideias, tirar dúvidas e, com auxílio do professor, apontar os conceitos de biogeografia trabalhados. O professor pode levar algumas palavras misturadas em um saquinho e ir tirando aos poucos, revelando os conceitos mais importantes utilizados no jogo.

Na aula 9, o professor de Lingua Portuguesa demonstra os principais elementos presentes no gênero texto jornalístico e incentiva os alunos na construção de texto para uma exposição.

Na aula 10, os professores organizam, com os alunos, uma exposição sobre os textos produzidos, junto com material fotográfico produzido.

ENDEREÇO:
Av. Oceano Atlântico s/n, lado norte, Guriri
São Mateus –ES.
CAPACIDADE:
50 pessoas por visitação.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Atende grupos escolares com agendamento prévio, de segunda a sexta, das 8 às 17:30 horas. Eventualmente, abre para o público em geral, em datas comemorativas de meio ambiente e soltura de filhotes de tartarugas.

MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 99600-9248.
E-mail: kelly.bonach@icmbio.gov.br
www.icmbio.gov.br

O ESPAÇO EDUCATIVO

A Base Avançada do Centro TAMAR/ICMBio, de Guriri, também registrada como Museu Aberto das Tartarugas Marinhas, está localizado a 17 minutos do centro da Cidade de São Mateus, no Norte do Estado do Espírito Santo, e se apresenta como um referencial no trabalho de estudos e preservação ambiental, mas, principalmente, como espaço de Educação Ambiental nessa região.

O Projeto TAMAR tem a missão de conservação das tartarugas marinhas envolvendo as comunidades costeiras diretamente no seu trabalho socioambiental, desenvolvendo atividades de pesquisa, conservação e manejo de cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, ameaçadas de extinção, ao longo de 1.100km do litoral brasileiro – cabeçuda ou mestiça (Caretta caretta); de pente ou legítima (Eretmochelys imbricata); de couro ou gigante (Dermochelys coriácea); verde ou Aruanã (Chelonia mydas); e Oliva (Lepidochelys olivácea).

Além das tartarugas marinhas, o Centro TAMAR/ICMBio também está envolvido com o monitoramento da biodiversidade do bioma marinho costeiro no Mar do Leste brasileiro e dos impactos de empreendimentos e demais atividades antrópicas, além de auxiliar com manejo e criação das Unidades de Conservação federais.

O Projeto Tamar está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses animais, no litoral e ilhas oceânicas, em nove Estados brasileiros. No Estado do Espírito Santo está presente em Guriri, no Município de São Mateus; Pontal do Ipiranga, Povoação e Regência, no Município de Linhares; e na capital, Vitória; além da Ilha de Trindade, no Oceano Atlântico.

A base do TAMAR de Guriri é gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e da Biodiversidade Marinha do Leste, com administração do Centro TAMAR/ICMBio. Além do Governo Federal, tem sido auxiliada pelo Ministério do Meio Ambiente por meio do Programa GEF-Mar, pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (IEMA), através da Área de Preservação Ambiental (APA) do Município de Conceição da Barra por meio de condicionantes ambientais e projetos, e pela Justiça Federal, por meio de recursos oriundos do cumprimento de penas criminais.

A sua implantação, em Guriri, se deu em 1988, numa sede provisória, no Centro do balneário, mudando-se para a sede atual em 1992, com o Centro de Visitação, apresentando-se como um referencial nos trabalhos de Educação Ambiental juntos às escolas de São Mateus e dos Municípios vizinhos, recebendo cerca de 70 mil visitantes por ano.


A ilha de Guriri, no Município de São Mateus, no Norte capixaba, possui, aproximadamente, 12 mil moradores, apresentando-se como um balneário de veraneio, podendo apresentar até 100 mil pessoas no período de alta temporada. Tem a peculiaridade de possuir praias conservadas, adequando-se quanto à iluminação e a construção quiosques nas áreas de desovas de tartaruga marinha.

A manutenção e permanência do Centro TAMAR/ICBio de Guriri é de fundamental importância para os trabalhos educativos que ela desenvolve, pelas carências de espaços potencialmente educativos como esse no Norte do Estado do Espírito Santo.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

Suas instalações possuem bebedouros com água potável, sanitários masculinos e femininos. Tem, como principais atrativos, aquário e três tanques de observação de tartarugas, sala de vídeo e exposição de réplicas e silhuetas em tamanho natural das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no litoral Brasileiro.

Uma característica dessa base como um espaço educativo é sua capacidade de interatividade com a natureza, que se justifica pela sua localização estratégica e de fácil acesso à restinga de Guriri, além de, na temporada reprodutiva, durante o verão, possibilitar acompanhamento pelos visitantes, da soltura de filhotes nos finais de tarde.

Bem à vista dos visitantes, o Projeto Tamar de Guriri é fácil de ser localizado, tendo, já na recepção, a oportunidade de serem recebidos com as primeiras orientações sobre a base. Vale ressaltar que, atualmente, o espaço só é aberto para o atendimento do público escolar e, eventualmente, em datas comemorativas de meio ambiente e soltura de tartarugas marinhas, sendo desenvolvido trabalho direcionado à Educação Ambiental, não contando mais com tartarugas em tanques.

Tradicionalmente, os monitores desenvolvem a trilha explicativa, um curto caminho onde os alunos são apresentados ao trabalho realizado pelo Projeto, com informações orientando sobre atividades de pesquisa e outras gerais que situem os alunos sobre a realidade da instituição no Brasil e no mundo. É composto de banners ilustrativos, dos quais os estudantes podem coletar e anotar informações que julguem relevantes sobre o que foi exposto.


É importante ressaltar que, atualmente, essa prática tem sido substituída por outras propostas
pedagógicas com a mesma finalidade informativa e adequadas de acordo com as limitações estruturais da base, sendo recomendado que, no momento do agendamento da visita, sejam realizados esclarecimentos sobre as possibilidades das atividades a serem desenvolvidas.

O aquário é um espaço onde sempre foram apresentados aos alunos os primeiros exemplares de tartarugas marinhas, aguçando a curiosidade e favorecendo a interatividade com os animais de uma forma a evidenciarem seus hábitos pela observação, na parte inferior, protegido por um vidro.

Possui três tanques de observação, sendo um deles, o maior, onde os mediadores do museu faziam uma abordagem sobre as principais características dos exemplares expostos. A presença dos animais sempre foi uma atração e tornava o espaço rico para obtenção de informações que o professor podem explorar com os alunos, incentivando-os a serem questionadores, além de lhes remeter a outros momentos de aprendizado pelos quais já tenham passado, fazendo inferências que contribuam para a construção significativa de conhecimentos sobre os temas abordados. Atualmente, sem os exemplares vivos, os tanques são utilizados como espaços de desenvolvimento de outras práticas didáticas com fins informativos para os visitantes.

Nos três tanques menores, ocorrem apresentações sobre educação ambiental.

A maquete do ninho de tartaruga marinha é outra atração à disposição dos visitantes, ilustrando como é sua composição e o momento da eclosão dos ovos, demonstrando-se o deslocamento das tartaruguinhas recém-nascidas para o mar. Uma dica interessante será a exploração, pelo professor, nesse espaço, das características gerais de reprodução dos répteis e a importância de peculiaridades evolutivas do ovo amniótico para a adaptação desses grupos de animais ao ambiente terrestre, dentre outras informações relevantes para sua adaptação atual às condições climáticas do nosso planeta. Pesquisar com os alunos como o aumento da temperatura terrestre nas últimas décadas influencia o maior número de tartarugas fêmeas ou machos pode tornar muito rico a exploração desse espaço disponível na visitação.

O Museu da Tartaruga Marinha de Gurirí possui sala de vídeo. O espaço é equipado com aparelho de televisor e DVD, sendo possível a conexão de cabo HDMI. Durante a visita, são apresentados curtas documentários sobre a história do Projeto Tamar e sua ação educativa junto às comunidades pesqueiras. Dependendo do tempo disponível para permanência dos alunos no museu, o professor pode combinar previamente com os mediadores um momento de ressignificação das informações obtidas, promovendo uma discussão sobre o temas abordados ao longo das apresentações.

O Projeto Tamar Guriri possui material biológico – cascos e esqueletos de tartarugas apreendidos ou encontrados na praia, além de ovos, que ficam expostos num espaço atrás da sala de vídeos e numa tenda para demonstração aos visitante. É um ambiente propício à exploração de informações pelos alunos sobre algumas espécies de tartarugas, principalmente por perceberem, por exemplo, dentre outras características, a textura dos cascos expostos, o tamanho dos ovos e de filhotes.

Estão dispostas no espaço aberto do Projeto silhuetas de madeira e réplicas em resina de exemplares de tartarugas marinhas que motivam os alunos, chamando-os à atenção para o tamanho que podem atingir esses animais. É um espaço que sugere a exploração das peculiaridades dos animais e seu potencial migratório, além dos dados sobre as pesquisas desenvolvidas pelo Projeto Tamar Guriri.

Área de lazer, com mesas para acomodação dos alunos em momento de lanches ou outras atividades propostas pelo professor; tenda interativa, onde geralmente são realizadas atividades lúdicas com os visitantes; e um playground completam a estrutura.

O Museu Aberto da Tartaruga Marinha – Projeto Tamar Guriri possui uma estratégia de apresentação diferenciada ao receberem grupos de visitação, turmas de alunos do Ensino Básico, por exemplo, promovendo a interação entre todos os espaços apresentados, numa exploração da base que se dá geralmente entre 40 minutos a uma hora, de acordo com o interesse e participação dos grupos.

Os alunos são recebidos pelos mediadores já na chegada, recebendo as primeiras orientações sobre os procedimentos que devem adotar em relação as tartarugas marinhas à medida que forem conhecendo os espaços do Projeto. São imediatamente direcionados por uma breve trilha, onde são apresentados dados gerais sobre do Projeto Tamar em aspectos nacionais e locais, até chegarem no aquário, o primeiro espaço de observação das tartarugas marinhas, passando em seguida aos tanques de observação, onde são explicadas as principais características desses animais, seus hábitos e importância ecológica.

Na sala de vídeo, é apresentado documentário que, dentre outras informações, conta da importância do Projeto junto às comunidades de pescadores e do trabalho de conscientização desenvolvido em relação à preservação da tartaruga-marinha.

Após o documentário e as inferências dos monitores que acompanham a turma, são apresentados as réplicas em resina e as silhuetas de madeira em tamanho real das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, expostas em espaço aberto do Projeto, além do material biológico (cascos e esqueletos de tartarugas obtidos em apreensões ou encontrados na praia), apresentado numa tenda informativa.

Geralmente, após essas etapas, os alunos ficam à vontade no espaço de lazer, onde os visitantes podem lanchar, além de descontrair no playgroud da base.

Principais Atividades Desenvolvidas
Numa proposta inovadora, a Museu oferece também trilha na restinga próxima à área da base, a Trilha do Sagui, finalizando na praia com a sensibilização sobre a conservação das tartarugas marinhas. Também possui trilha para a vivência sensorial, na qual os visitantes, vendados, poderão ter contato com a natureza por meio do tato, olfato, paladar e audição. A prática mais conhecida é o Tour TAMAR, que, como já apresentado, é onde os visitantes conhecem de perto as peças do Museu Aberto das Tartarugas Marinhas.

A base do Centro TAMAR de Guriri oferece, também, oficinas de educação ambiental ao público escolar, desenvolvendo trabalho lúdico com brincadeiras, teatros, músicas, gincanas, produção de materiais, caminhadas em trilhas, tudo baseado em temas que envolvem o ambiente costeiro-marinho (deposição de lixo e poluição ambiental, restinga, água, caça, prevenção e combate a incêndios, pesca, impactos ambientais provocados por empreendimentos costeiros e biodiversidade marinha)

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propõe-se, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Por que preservar?” As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

Essa SD tem o intuito de familiarizar os alunos das séries finais do ensino fundamental com o conceito de biodiversidade, a partir do reconhecimento de elementos da fauna brasileira e principalmente, do Estado do Espírito Santo que se apresentam em risco de extinção.

É sugerida na tentativa de criar espaço de diálogo sobre o tema buscando uma estratégia de reflexão sobre as problemáticas ambientais, vislumbrando, a partir dos trabalhos de preservação e conservação das espécies da fauna brasileira desenvolvidos por institutos e projetos nacionais, a sensibilização dos alunos e a formação de futuras gerações conscientes sobre as questões ambientais.

Vale ressaltar que “preservar” e “conservar” são termos que geram, ainda, confusão entre os discentes do ensino básico, de forma que vale ao professor esclarecer essas possíveis dúvidas, estimulando os alunos no entendimento dos seus conceitos.

Nas duas primeiras aulas, sugere-se a motivação dos alunos a partir do vídeo “Biodiversidade Brasileira”, do Instituto Chico Mendes, com duração de 10:47 minutos, onde são apresentados de forma sucinta os biomas do Brasil e alguns dados sobre a situação da sua biodiversidade e os trabalhos de pesquisa realizados por todo o país nos seus centros de apoio. Caberá ao professor instigar os alunos sobre o que entendem por biodiversidade direcionando uma reflexão sobre o tema e após o vídeo abordá-los com o questionamento: “Porque preservar a biodiversidade brasileira? ”.

O próximo passo é relevante no estímulo aos alunos para se sentirem participativos do processo de construção do conhecimento sobre o tema, de forma que será pertinente ao professor motivá-los a investigarem sobre quais são os trabalhos de pesquisa de preservação e conservação ambiental desenvolvidos no Brasil, levantando dados que possam suscitar uma discussão a partir da sua apresentação numa mesa redonda (terceira aula). A investigação poderá ocorrer com formação de grupos com, no máximo, cinco alunos, no Laboratório de Informática, com auxílio da Internet.

A realização de uma mesa redonda com alunos é uma estratégia que lhes oferece voz para exporem suas descobertas. Sugere-se que o professor seja o mediador, comandando falas curtas e estimulando o debate entre os grupos.

Para a SD proposta, a interatividade com alguma instituição ou projeto de conservação é importante para o processo de apropriação das informações pesquisadas. Dessa forma, sugere-se dois momentos: uma palestra com integrantes da Polícia Ambiental (quarta aula), explorando-se a importância dos órgãos de fiscalização ambiental e uma visita técnica à um instituto ou projeto de pesquisa (quinta aula), nesse caso, o Museu Aberto das Tartarugas Marinhas, Base Tamar Guriri.

Pensando a realidade Norte capixaba, o Projeto Tamar da Praia de Guriri, em São Mateus, é uma opção riquíssima para realização dessa visitação, por todo o contexto que o envolve na temática desenvolvida nessa SD. Caberá, porém, ao professor, pensar essa prática como um momento de consolidação do conhecimento construído até esse momento do desenvolvimento da SD estimulando os alunos a serem participativos e questionadores durante a visita.

Considera-se importante que os alunos entendam a missão do Projeto, a forma como desenvolvem o trabalho de conservação das tartarugas marinhas como um animal da fauna brasileira, quais são as principais espécies que frequentam o litoral capixaba e do Município de São Mateus, e a importância das suas pesquisas para efetivação dessa proposta.

É importante que o professor conheça bem o espaço de visitação a que se propõe com os alunos. Geralmente, um primeiro reconhecimento antes de levar o grupo é recomendado. Porém, nem sempre é possível, por toda peculiaridade da rotina desse profissional. Sendo assim, os espaços e a prática educativa do Museu Aberto da Tartaruga Marinha de Gurirí foram descritos nesse capítulo no intuito de familiarizar o professor que pretende levar seus alunos a essa base, adiantando esse passo no planejamento dessa visitação.

Nas duas últimas aulas dessa SD, sugere-se a elaboração de uma redação pelos alunos, na qual possam relatar sobre a visita técnica ao Projeto Tamar, relacionando as informações obtidas e o conhecimento construído desde a primeira aula sobre os temas abordados e, a partir desse trabalho, a elaboração de folhetos informativos que divulguem a ideia de preservação da fauna brasileira e do Estado do Espírito Santo.

O processo ensino-aprendizagem deve ocorrer de forma holística e relacional (MORIN, 2007; HERNÁNDEZ, 1998; HERNANDEZ; VENTURA, 1998), provendo o diálogo entre os diferentes conteúdos e disciplinas curriculares. Dessa forma, é primordial para o sucesso dessa SD a interatividade entre as diversas áreas de conhecimentos as quais estão submetidos os alunos nas escolas.

ENDEREÇO:
Rodovia do Contorno, Km 275, Carapina – Serra/ES.
CAPACIDADE:
Grupos de até 40 pessoas/alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De segunda à sexta, de 8h30 às 16h30
Visitas Mediadas: 08h30 às 11h30 e de 13:30 às 16:30 h
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3318 0438 – CEA | (27) 3291 2400 – PMS/SEMMA
contato.ceajacuhy@gmail.com
t_avieira@alphaville.com.br

MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 99600-9248.
E-mail: kelly.bonach@icmbio.gov.br
www.icmbio.gov.br

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Centro de Educação Ambiental Jacuhy (CEA), localizado no Município de Serra, Estado do Espírito Santo, funciona em uma estrutura física de 345 m², construída de forma sustentável e integrada à vegetação remanescente que o circunda. É um espaço voltado para a educação patrimonial e ambiental, onde a sustentabilidade é o foco na teoria e na prática, sendo uma administração compartilhada entre a Fundação Alphaville e a Prefeitura Municipal da Serra.

O CEA tem como objetivo propiciar à comunidade um local para realização de Cursos de Capacitação e Exposições Itinerantes, além da educação patrimonial e ambiental, onde se possa discutir sobre sustentabilidade, estimulando o convívio social, além de ser, também, um espaço aberto a visitações e eventos de cunho ambiental.

A construção do CEA partiu do empreendimento imobiliário Residencial Alphaville Jacuhy, no km 275 da Estrada do Contorno, no Município de Serra, que apresentava, no seu entorno, uma região que viria a ser a Área de Proteção Ambiental (APA) Manguezal Sul. Além disso, na avaliação do local, foram detectados fragmentos históricos caracterizando a existência de sítios arqueológicos. Esses fatos favoreceram a construção do CEA, tem como objetivo resguardar e expor esses resquícios arqueológicos, bem como, desenvolver, atividades voltadas para a educação ambiental e patrimonial. O CEA foi entregue a Prefeitura Municipal da Serra e inaugurado no dia 23 de junho de 2012, local onde funciona a sede, tem gestão compartilhada entre setor público e setor privado.

O CEA desenvolve projetos para a comunidade estudantil do seu entorno, entre eles, o Programa Jovem Sustentável, que teve início em 2013, com a formação de duas turmas, com média de 35 alunos cada e com a duração de quatro meses. O projeto atende jovens matriculados na rede pública de ensino, com faixa etária entre 13 e 15 anos. Divididos em quatro módulos, os temas abordados são: ambiente, cultura, economia e arte, além das aulas de educomunicação, que permeiam todo o curso. O objetivo do programa é formar jovens multiplicadores de sustentabilidade, que possam atuar em suas comunidades.

Outro projeto desenvolvido é o Curumim Sustentável, que tem como objetivo oferecer, para os alunos de séries iniciais, visitas ao CEA, que enfatizem os quatro elementos da natureza (Terra, Ar, Fogo e Água), por meio de brincadeiras e contação de histórias. Ainda é desenvolvido no CEA o projeto Professor Sustentável, com objetivo de capacitar professores por meio da abordagem das temáticas cidadania e sustentabilidade integral.

Infraestrutura do local: Recepção; banheiros masculino e feminino, ambos com espaços exclusivos para cadeirantes; auditório equipado; sala de exposição arqueológica; espaço para exposição artística/artesanatos; sala de múltiplos uso; sistema de captação de água de chuva; eletroposto (veículos elétricos) e estacionamento.

Os alunos iniciam a visita sendo recepcionados pelos mediadores do CEA no miniauditório. Eles apresentam uma palestra sobre um assunto que está sendo trabalhado pelo professor relacionado com o espaço ou com a EA (temas sugeridos: manguezal, consumismo, água, sustentabilidade, desperdício de alimentos, alimentação saudável, jogos cooperativos e sustentabilidade integral), que deve ser previamente acordados no momento de agendar a visita. Em seguida, os alunos são levados para o Espaço de Exposição Artística e visitam as obras de arte expostas. A seguir, para a Sala de Exposição Arqueológica Permanente, onde podem observar os objetos presentes, acompanhados por som ambiente retratando os cantos das aves locais.

Na sequência, os mediadores organizam o grupo e se dirigem para o eletroposto, onde podem entender a respeito dos carros elétricos e sua forma de abastecimento por meio da energia elétrica. Em seguida visitam o sistema de captação de água de chuva e conversam sobre a importância dessa atividade nos dias atuais. Após a visita, o mediador do CEA conduz os alunos pela trilha ecológica. Uma pausa para o lanche coletivo na varanda do espaço é realizada em seguida. Finalizando a visita, é realizada uma atividade interativa que dependerá do tempo e do interesse do professor, podendo ser a oficina de reaproveitamento de materiais ou um ecojogo.

Para realizar as visitas, é necessário fazer o agendamento para grupos maiores de cinco pessoas. A duração das visitas é de no máximo três horas. Todavia, dependerá das atividades que o professor e/ou visitante deseja realizar e dos espaços que deseja visitar. Em caso de chuva, a visita não será cancelada, porém, as atividades sofrerão alterações. Caso a escola ou grupo de visitantes considerar inviável a visita nos dias chuvosos, a mesma deverá ser remarcada via e-mail, ou telefone.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

Auditório – O espaço possui auditório equipado com capacidade para até 50 pessoas. O CEA oportuniza a utilização desse auditório para palestras, que podem ser ministradas pela equipe do centro. O auditório também pode ser utilizado para o desenvolvimento de atividades com alunos e ou professores, tais como oficinas e seminários, dentre outras.

Sala de exposição arqueológica permanente – O CEA Jacuhy conta com sala de exposição arqueológica, espaço com ambientação e comunicação visual, cujo objetivo é trazer o visitante para o universo da atividade arqueológica desenvolvida na região da Baía de Vitória durante as pesquisas. Na sala, encontram-se peças retiradas do solo capixaba, retratando a história do local, além de Mapa de Sítios Arqueológicos da região, linha do tempo, estratigrafia de solos, ilustração de sepultamento e acessórios e ferramentas utilizadas por arqueólogos. A mostra é permanente e está aberta ao público e às escolas.

Exposições itinerantes – O CEA realiza, em média, três exposições itinerantes durante o ano, com o objetivo de apresentar obras de arte e artesanato, divulgando a cultura regional e enfatizando as produções artísticas da comunidade local.

Trilha ecológica – O CEA é circundado por trilhas ecológicas que podem ser percorridas para demonstração e reconhecimento de espécies vegetais e animais características do ecossistema manguezal, possibilitando a vivência dos alunos com a biodiversidade. O percurso é acompanhado por mediadores do centro.

Oficina de reaproveitamento e ou jogos sustentáveis – os alunos das escolas visitantes participam de oficinas de reaproveitamento de materiais, conhecendo as possibilidades de sua reutilização. São aplicados, ainda, jogos sustentáveis, propiciando a aquisição de novos conhecimentos a partir de atividades lúdicas.

Durante a visita, os presentes recebem instruções sobre a mobilidade elétrica, diante de um totem instalado pela (EDP), o qual encontra-se em via pública, em frente à edificação, possibilitando a recarga de veículos elétricos (carros, motos e/ou bicicletas). Os alunos têm, ainda, a oportunidade de visualizar e conhecer melhor a placa de energia solar, também instalada no local. Com o objetivo de demonstração, a placa alimenta bomba que movimenta uma cascata d`água, a qual é ativada no momento da explanação sobre este mecanismo.

Outras possibilidades de atividades:
Eventos Pontuais – Em comemoração às datas relativas ao meio ambiente, o CEA mantém o calendário ecológico, enfatizando as ações de sustentabilidade junto à comunidade. Como exemplo, podem ser citados o Dia da Água, comemorado em 22 de março, o Dia do Meio Ambiente, em 5 de junho e o Dia da Árvore, comemorado em 21 de setembro.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Com o intuito de utilizar os espaços não formais de educação para trabalhar a temática ambiental de forma lúdica, motivadora e diversificada, é apresentada uma SD (Quadro I), intitulada “Trilhando os caminhos do manguezal”.

Essa SD é uma sugestão para o professor que pretende trabalhar conteúdos curriculares de forma interdisciplinar com a inclusão das questões ambientais, sociais e históricas, estimulando, no aluno, a importância de se conhecer e preservar o ecossistema existente na sua comunidade.

Aula 1
Neste primeiro momento, sugerimos que o professor apresente aos alunos a proposta das atividades que serão realizadas. Em seguida, realize um debate sobre o ecossistema manguezal para diagnosticar os conhecimentos prévios dos alunos.

Aulas 2 e 3
Sugerimos a exibição do filme “Os sem Floresta”, escolhido por apresentar uma situação ambiental de fácil analogia à temática abordada e ao espaço não formal Jacuhy, localizado próximo a um condomínio residencial. No final da aula, os alunos recebem um roteiro de perguntas relativas às questões ambientais apresentadas no filme, para responderem em casa, com o objetivo de organizar as informações obtidas com a atividade proposta e fomentar um debate posterior.

Aula 4
Sugerimos iniciar a aula com um debate, deixando os alunos se expressam em relação ao filme “Os sem floresta”, para discutirem as situações apresentadas pela trama, expondo suas ideias em relação às questões ambientais que os mesmos conseguirão identificar. Logo em seguida, com o intuito de fomentar uma discussão crítica em relação às questões implícitas e aquelas que não forem elucidadas pelos alunos, poderá ser realizado um segundo momento de discussão, agora, a partir das questões do roteiro de estudo respondido em casa.

Aulas 5 e 6
Sugerimos solicitar aos alunos que façam, no diário de bordo, um desenho sobre o manguezal, com o intuito de conhecer a concepção que os mesmos têm sobre o ecossistema. Em seguida, pode-se realizar uma aula dialogada no auditório da escola, por meio de exibição de slides, apresentando os aspectos geográficos do ecossistema manguezal, elucidando as intervenções humanas, a importância deste ecossistema para a vida e para todo o sistema planetário, destacando as características do ecossistema manguezal a ser visitado pelos mesmos. No final da aula, sugerimos realizar um pré-campo com orientações para organizar a visita ao espaço não formal.

Aula 7
Sugerimos que o professor de Ciências trabalhe, alguns conceitos pertinentes, como o de biodiversidade, enfatizando as características do manguezal; de espécie, população, comunidade e ecossistema; e equilíbrio e desequilíbrio ambientais. Os alunos podem fazer as anotações no diário de bordo.

Aulas 8 e 9
Sugerimos que o professora de História ministre aula discutindo, com os alunos, o processo de
formação de um bairro situado próximo a uma área de manguezal, destacando os aspectos históricos, sociais, políticos e ambientais dessa comunidade. Em seguida, sugerimos entregar aos alunos, uma folha com uma proposta de entrevista que estes realizarão com um morador antigo de um bairro situado numa área próxima de um ecossistema manguezal. No segundo momento, o professor poderá mediar um debate em que os alunos apresentarão os dados de sua pesquisa e discutirão os assuntos relacionados com a temática proposta.

Aulas 10, 11, 12 e 13
Aqui se inicia a visita ao CEA Jacuhy. No primeiro momento da visita, sugerimos uma palestra no auditório sobre o ecossistema manguezal, com enfoque para APA Manguezal Sul, onde o CEA está localizado. Os alunos podem fazer as anotações em seu diário de bordo, relatando a visita e descrevendo as suas observações acerca do centro.

O segundo momento da visita pode ser a trilha ecológica do manguezal, que precisa ser realizada com o acompanhamento da educadora ambiental do CEA. Durante o percurso, a educadora ambiental geralmente aponta as principais características do ecossistema, assim como as intervenções humanas no ambiente.

No terceiro momento da visita, o CEA realiza uma oficina de reaproveitamento de materiais ou de jogos educativos, de acordo com o tempo ou pretensão da escola.

Aula 14
Nesta aula, sugerimos realizar uma conversa abordando as questões referentes à visita ao CEA Jacuhy, para que os alunos apresentem as suas sensações, curiosidades e aprendizados em relação às temáticas trabalhadas na aula de campo.

Aulas 15 e 16
Nesta aula, sugerimos que seja realizado um debate com um catador de caranguejo, com o intuito de conhecerem a sua história de vida, ofício e conhecimentos sobre o manguezal. Em seguida, deverá ser realizada uma entrevista com o catador. Sugerimos, também, uma atividade semelhante com uma associação comunitária ligada ao ecossistema manguezal (artesãs, ceramistas, paneleiras, etc).

Aula 17
Nesta aula, os alunos podem se organizar em grupos para confeccionar um desenho ampliado em uma folha de papel A3 do ecossistema manguezal, sendo orientados a discutir, em grupo, sobre tudo aquilo que foi apresentado em relação à temática e, após a discussão, realizarão um desenho para ser exposto na atividade de encerramento.

Aula 18
Momento de encerramento da SD, no qual, os alunos poderão apresentar seu desenho, compartilhando, com os demais colegas, os frutos das discussões e dos momentos que participaram durante todo o desenvolvimento das atividades.

ENDEREÇO:
Avenida dos Expedicionários, s/n, Jardim Camburi, Vitória-ES
CAPACIDADE:
40 alunos e dois professores para as trilhas
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça a domingo, das 9h às 17h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3333-6200
visitas.es@vale.com

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Parque Botânico da Vale em Vitória possui 33 hectares de área, sendo considerado um espaço de lazer, cultura e de educação ambiental, tendo como um de seus principais objetivos formar um cinturão verde por meio de restauração da cobertura florestal e preservação de remanescentes de Mata Atlântica.

A empresa Vale foi fundada no Governo de Getúlio Vargas, no ano de 1942, e foi privatizada em 1997. Suas atividades se concentram em pesquisa, extração, produção e comércio de minerais, em especial o minério de ferro.

Além dessas atividades, a Vale oferece serviços de transporte ferroviário, geração de energia e serviços portuários. Todas essas atividades, de alguma forma, geram impactos ambientais e, como medida mitigatória para tais problemas, realiza atividades sócioambientais.

Uma das iniciativas socioambientais da empresa é o Parque Botânico da Vale, criado em 2004, com o objetivo de formar um cinturão verde, que funciona como uma rede e que diminui a saída do pó de minério de ferro, levado pelas correntes de ar em direção aos bairros do entorno da empresa.

Essa ação de criação do Parque Botânico visa cumprir a legislação ambiental nacional (Lei 9985/2000- Art.36), que determina que toda empresa que gera impactos no ambiente compense a sociedade de alguma forma, para minimizar os danos socioambientais.

Infraestrutura do local: além dos espaços naturais, como trilhas, jardins e orquidário o parque conta com infraestrutura composta por anfiteatro, parque infantil, lanchonete, módulos para exposição, auditório, salas para oficinas e cursos, biblioteca, banheiros, estacionamento, ônibus de trajeto industrial e área livre.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

A empresa Vale construiu o parque com uma infraestrutura que permite ao professor o desenvolvimento de diferentes práticas pedagógicas, auxiliando alcançar melhor resultado na aprendizagem.

O anfiteatro é utilizado para apresentações, como palestras, teatro e concertos musicais. No chão do anfiteatro, é possível visualizar um mapa do Brasil, evidenciando seus principais ecossistemas. O professor pode aproveitar esse amplo espaço para trabalhar, de forma lúdica, com seus alunos, por meio de um jogo ou gincana.

O orquidário apresenta espécies de orquídeas que compõem a fl ora da Mata Atlântica brasileira e o professor pode utilizar o espaço para introduzir e/ou discutir conceitos de biodiversidade, plantas exóticas, plantas nativas e biopirataria. Para o desenvolvimento de atividades nesse espaço, o professor precisa atentar-se para o horário, pois está aberto apenas de 10:00 às 11:00 horas do período da manhã.

Um dos pontos fortes da visita ao Parque Botânico é a caminhada nas trilhas para observação da fauna e flora da Mata Atlântica. Nessa atividade, o professor pode aproveitar para reforçar conceitos biológicos, atentar para a importância da atividade física em oposição ao sedentarismo, incentivar a técnica de fotografar e exercitar junto aos alunos a apreciação da natureza.

Flora que compõe o parque é composta por mais de 140 espécies de árvores, como, por exemplo, pau-brasil, jacarandá e ipê, além de espécies nativas da Mata Atlântica. A fauna do Parque é formada por animais silvestres, como caticocos, gambás, saguis e várias espécies de aves, que podem ser vistas nas trilhas ecológicas disponíveis para visitação.

O professor precisa atentar-se aos horários da trilha na hora de planejar o roteiro da aula, a fi m de usufruir o máximo possível com os alunos das atividades propostas e alcançar os objetivos pedagógicos da aula em espaço de educação não formal.

Os horários devem ser agendados previamente por telefone ou e-mail da empresa. No momento da marcação, é importante verificar e organizar o tempo de maneira que seja possível realizar a trilha e a visita de ônibus na área industrial.

A área industrial compreende a parte da aula onde será possível conhecer o processo realizado pela empresa para produção de pelota de minério de ferro, consumida tanto nacionalmente como internacionalmente.

Na área industrial, o professor, junto ao mediador, pode apresentar aos alunos as etapas que fazem parte do processo industrial, e estimulá-los a questionar sobre os impactos ambientais nos processos industriais, sobre a legislação ambiental e efi ciência nas ações realizadas a respeito dos impactos gerados pela empresa frente aos lucros que produz.

No planejamento, o professor precisa orientar os alunos a respeito das normas de segurança dentro da empresa e as consequências que podem ocasionar caso sejam desobedecidas. Além disso, o professor pode elaborar um roteiro de questões a serem esclarecidas durante o trajeto, como, por exemplo, contemplar a parte histórica da industrialização no Brasil.


 

O jardim recebeu este nome por possibilitar a exploração dos sentidos, já que plantas possuem diferentes cores, cheiros e texturas. Além disso, estão em ambiente com som de água. O professor pode aproveitar o espaço para trabalhar a percepção ambiental nos alunos direcionando para cada sentido.

No jardim sensorial, é possível observar plantas que podem ter propriedades aromatizantes, ornamentais, alimentícias, medicinais e cosméticas. Todas as espécies estão identificadas com placas que contam com a linguagem em braile, nome popular, nome científico da espécie, família taxonômica e principal uso para o ser humano.

Neste sentido, o professor pode aproveitar o espaço para problematizar sobre questões relacionadas à saúde e automedicação, valorizar conhecimentos populares que fazem parte da vida do aluno e introduzir conceitos científicos sobre botânica. Em apenas 30 minutos, é possível explorar satisfatoriamente esse ambiente.

Segue um quadro para auxiliar em informações básicas sobre algumas plantas encontradas no jardim:

No Parque, existem outros espaços com potencial educacional, como o anfiteatro, que recebe palestrantes de vários locais do país; exposição da Mata Atlântica; exposição do processo industrial de pelotização e salas para desenvolvimento de oficinas e cursos oferecidos por educadores.

Neste sentido, o professor deve acessar o site ou pedir informações pelo telefone, para garantir que o seu planejamento possa ser cumprido e os objetivos para aprendizagem dos alunos alcançados.

Dessa forma, para aperfeiçoar o tempo da aula, os professores do Ensino Médio podem planejar o seu roteiro, iniciando com lanche reforçado e, pontualmente às 8 horas da manhã, visitar o jardim sensorial por 30 minutos; em seguida, a trilha guiada por uma hora; depois a área industrial com o ônibus por cerca de mais uma hora; e, para finalizar, durante 30 minutos, visita ao orquidário.

Caso a visita seja no turno vespertino, os professores podem optar em iniciar pelo jardim sensorial às 13 horas, após, fazem um lanche reforçado e seguem para a trilha das 14 horas, com duração de uma hora, e, depois visitam a área industrial, às 15 horas, encerrando as 16:30 horas com alguma atividade na sala de oficina, considerado que o orquidário só abre de manhã.

Quando são crianças do Ensino Fundamental, menores de seis anos, pode-se substituir a trilha por atividade no parque infantil e visita à área industrial por atividades nas salas de oficinas. Por isso, é importante o professor conhecer a programação disponível para o dia da aula.

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Como sugestão para utilizar o Parque Botânico da Vale como espaço de educação não formal, segue uma proposta de SD, interdisciplinar, com enfoque CTSA, intitulada: “Existe solução para o pó preto que suja as casas de Vitória?”.

A SD auxilia o professor a se organizar com um conjunto de atividades com objetivos pedagógicos específicos, proporcionando a inclusão de questões socioambientais relevantes. Além disso, a SD foi organizada nos três momentos pedagógicos: problematização, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento. E também dedica-se a desenvolver os conteúdos procedimentais e atitudinais, sem deixar de apontar conceitos que auxiliem na alfabetização científica dos alunos.

Na problematização, o professor pode iniciar exibindo uma reportagem sobre o pó preto lançado sobre a cidade de Vitória, (existem vários vídeos na Internet), estimulando a participação dos alunos com levantamento de questões como: O que é o pó preto que os moradores de Vitória reclamam? Qual a origem do pó? Quais os principais problemas causados pelo pó preto? Que tipos de soluções podem auxiliar na diminuição dos problemas com o pó preto?

a organização do conhecimento que inicia na aula 2, o professor aproveita as informações da aula anterior e apresenta aos alunos doenças que afetam o sistema respiratório humano, utilizando slides com imagens do sistema respiratório; se possível, imagens animadas.

Na aula 3, o professor apresenta um vídeo sobre a Mata Atlântica, debate sobre os aspectos de ocupação do espaço natural pelo ser humano ao longo da história e relaciona os impactos que o bioma sofreu e os fragmentos que são remanescentes desse processo histórico.

Na aula 4, os alunos visitam a trilha ecológica e o Parque Botânico da Vale, utilizando as potencialidades educativas desses espaços. No final do capítulo, segue uma proposta de guia que pode ser referência para o aluno na visita.

Na aula 5, o professor pode trabalhar com uma prática experimental onde se permite enxergar linhas magnéticas com limalhas de ferro. Para isso, precisará de limalhas de ferro, imã e cartolina. O procedimento da atividade consiste em colocar um imã debaixo da cartolina (14 cm de distância aproximadamente), depois, jogar a limalha de ferro na parte de cima, e deslocar o imã, observando-se o que aconteceu.

Interessante o professor provocar os alunos com questionamentos como: Por que a limalha de ferro sofre ação do imã? Por que são formadas linhas quando colocamos a limalha de ferro sobre a cartolina? Em que época da história os humanos descobriram essa capacidade magnética do imã? Como funciona um imã? Qual a relação do imã e do minério de ferro com o planeta?

Na organização do conhecimento que começa na aula 6, sugerimos separar os alunos em dois grupos, para que argumentem sobre pontos de vista diferentes em relação à presença de uma mineradora em área urbana. Para isso, o professor necessita mediar o debate de forma que os alunos possam ouvir e falar de maneira organizada. No fim do debate, pode-se pedir para que os alunos construam um texto argumentativo sobre o tema.

Na aula 7, o professor de Português pode apresentar aos alunos diferentes gêneros textuais (quadrinho, charge, poesia) e, a partir de toda a vivência na SD, os alunos podem construir seus textos de acordo com um gênero textual escolhido, como por exemplo, charge ou quadrinhos. Pode-se organizar uma última aula para a apresentação dos textos aos colegas.



ENDEREÇO:
Rua Alfredo Alcure, 201 – Campo Grande, Cariacica – ES, 29146-220
CAPACIDADE:
40 pessoas por visita.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
A visitação ocorre de de 9h às 11h ou de 14h às 16h. As visitas podem ser marcadas previamente, por meio de uma agenda oferecida pela Marca Ambiental, a partir do dias 15 de cada mês.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 2123-7750
Email para: visitas@marcaambiental.com.br
Site: http://www.marcaambiental.com.br

O ESPAÇO EDUCATIVO

A MARCA AMBIENTAL é uma empresa especializada em gerenciamento integrado de resíduos, localizada no Município de Cariacica/Estado do Espírito Santo. Sua central de tratamento possui área de mais de 2 milhões de m2 e está preparada e licenciada para receber resíduos Classes I e II, A e B de Municípios, indústrias, portos, aeroportos e de estabelecimentos de serviços de saúde, dentre outros.

A Central de Tratamento de Resíduos MARCA (CTR Marca) iniciou suas atividades em 18 de agosto de 1995, com a operação do primeiro aterro sanitário privado do Estado, e foi certificada em 2006, pela ISO 9001, para os serviços de Tratamento e Destinação Final de Resíduos.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

O programa “Visitantes São Bem-Vindos” constitui-se em visitas orientadas por mediadores, sendo uma das ações da área de Educação Ambiental desenvolvida pela empresa. Com as visitações, criou-se a oportunidade de demonstrar ao público, a sistemática do tratamento de resíduos em todas a suas fases, contribuindo, assim, para uma entendimento da forma como são gerenciados na central de tratamento.

Antes de iniciar a visitação, os alunos são recebidos pelo mediador da visita, no auditório localizado no Centro de Educação Ambiental, onde é realizada uma palestra sobre o sistema de tratamento dos resíduos e as potencialidades do espaço.

A empresa gerencia resíduos seguindo a classificação definida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na norma NBR10004:2004 da seguinte forma:

GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS PERIGOSOS REFERENTES À CLASSE I

Como são resíduos que podem apresentar características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade, são tratados isoladamente, conforme sua origem e tecnologia requerida, nas áreas de: Estocagem Temporária, Galpão de Beneficiamento de Resíduos (GASBARI), Tratamento de Lâmpadas Fluorescentes, Separador Agua e Óleo e Disposição Final em Células.

GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS – NÃO INERTES: CLASSE II A

Esses resíduos geralmente apresentam algumas características, como: biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água. São destinados às unidades de disposição final constituídas por células impermeabilizadas, contendo: camadas de argila compactada, impermeabilização com mantas de polietileno de alta densidade (PEAD), rede de drenagem e tratamento de líquidos percolados (chorume), sistema de tratamento do biogás e, ao final, processo de recomposição de taludes e revegetação.

GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS – INERTES: CLASSE IIB

Essa classe abrange resíduos que, quando submetidos ao contato com água, à temperatura ambiente, não têm nenhum de seus constituintes solubilizados. Como exemplos, resíduos de construção e demolição. Esse tipo é enviado às unidades de destinação final, constituídas de células específicas para o recebimento.


GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE – RSS

O tratamento dos Resíduos de Serviços de Saúde exige cuidados específicos de manuseio, acondicionamento, transporte, tratamento e disposição final. Devido ao seu potencial infectante, a CTR MARCA faz uso de técnicas e processos térmicos, com utilização de autoclave e incinerador.

GERENCIAMENTO DE EFLUENTE
A CTR Marca possui um sistema para receber, armazenar e tratar efluentes e resíduos semissólidos de terceiros, utilizando tecnologias que garantem a operacionalidade para o exercício dessas atividades. São elas: estação de tratamento de efluentes (Figura a seguir) e Geotube®.

Além das etapas do gerenciamento dos resíduos, são apresentadas, durante a visita, as ações desencadeadas na empresa em relação à reciclagem, como a do papel e sua utilização para a produção de artesanatos, e do plástico pós-consumo, para fabricação de sacolas 100% recicladas. Também é possível reconhecer o processo de reaproveitamento das cascas de coco para produção de substratos agrícolas, e de logística, reversa do óleo residual vegetal (usado).

A MARCA Ambiental também mantém programas de Educação Ambiental, conduzidos de acordo com uma filosofia que prioriza o despertar da consciência crítica e a mudança do comportamento ambiental. Por isso, a empresa realiza atividades que valorizam o respeito ao meio ambiente e à biodiversidade, além de promover conceitos como cidadania e sustentabilidade.

As ações beneficiam inúmeras pessoas e têm, ao longo dos anos, despertado a sensibilização ambiental entre os envolvidos, principalmente em relação às questões que envolvam resíduos e seus impactos no meio ambiente. Com palestras, redes de informações ambientais, coleta seletiva, visitas monitoradas, participação em feiras, dentre outras atividades, a MARCA Ambiental vem desenvolvendo ações embasadas em três pilares: INFORMAR, SENSIBILIZAR E INCENTIVAR.

Os principais projetos que compõem o Programa de Educação Ambiental da MARCA são:

Campanhas Educativas: Promovem o conhecimento teórico e o enfoque prático para sensibilização coletiva e construção do bem-estar comum. Nas campanhas, há divulgação de temas, como: resíduos sólidos, coleta seletiva, preservação do meio ambiente e sustentabilidade.

Marca Recicla: Incentiva a prática da coleta seletiva entre os colaboradores, promovendo a reciclagem dos materiais gerados diariamente nos escritórios e áreas de trabalho, sob o ideário da política dos 4 Rs: repensar, reutilizar, reaproveitar e reciclar.

Participações em Eventos: A empresa acredita que, participando de feiras, congressos, simpósios, e seminários, dentre outros, tem a oportunidade de promover o conhecimento coletivo sobre a temática dos resíduos sólidos e seus possíveis impactos ao meio ambiente, tornando assim a sociedade mais atenta a essas questões.

Palestras Educativas: Por meio de palestras educativas, promove o conhecimento ambiental para a sociedade com uma abordagem que valoriza informações relacionadas ao conhecimento técnico da empresa, enfatizando, nas explanações, a importância da gestão de resíduos.

Ecofone: Auxilia no desenvolvimento de trabalhos acadêmicos que tenham a temática voltada para a gestão de resíduos. Subsidia a realização de trabalhos científicos por meio de atendimento específico.

Infraestrutura do local: recepção, banheiros, auditório equipado com multimídias, sala de oficinas, estacionamento.

Para usufruir das visitas orientadas por mediadores, cada instituição poderá fazer apenas dois agendamentos por mês. Caso aconteça de serem agendadas mais de duas visitas para uma mesma instituição, serão consideradas apenas as duas primeiras datas, sendo as demais automaticamente desmarcadas. Para marcar sua visita, é preciso verificar a agenda, à disposição no site da empresa, lembrando que as visitas são agendadas somente pelo site e validadas por meio de envio de e-mail da equipe Marca Ambiental. A visita será cancelada por motivos de chuva, avisado previamente, uma vez que a área é a céu aberto.

O professor responsável pelo acompanhamento do grupo é também responsável pela disciplina deste no deslocamento (ida e vinda) e pelo cumprimento adequado das normas acima estabelecidas nas instalações da Central de Tratamento de Resíduos – CTR Marca Ambiental.

Quanto aos visitantes universitários ou empresários, devem passar seu perfil e a área do seu interesse, para que o atendimento seja montado de modo a atender às expectativas de cada grupo específico.

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Como sugestão, apresenta-se uma SD que tem como temática: “Lixo: problema nosso de cada dia”.

No início da SD, na problematização, sugere-se que o professor apresente imagens de resíduos lançados de forma incorreta em diferentes ambientes. Diante das imagens, levantar os seguintes questionamentos: Como contornar esse problema? Para onde é levado esse resíduo? Que tipo de resíduo pode ser aproveitado? Pode gerar renda? Após a discussão, levar todos os alunos ao Laboratório de Informática para pesquisar quais Municípios fazem tratamentos adequados de seus resíduos, de que forma é feito esse tratamento e quais as vantagens e desvantagens de cada uma delas.

Na segunda aula, na organização do conhecimento, propomos que o professor de Química explique a pesquisa investigativa para determinação da composição do lixo doméstico. Deverá entregar a cada aluno três sacos de 20 litros e os alunos deverão selecionar e pesar na balança (pode ser utilizada a balança de uma farmácia) e anotar quanto de lixo cada família produziu, durante três dias da semana, para determinação da composição do lixo doméstico.

Na terceira aula, o professor de Química pode utilizar o óleo de frituras coletados pelos alunos e fazer, em uma área apropriada, o experimento da produção do sabão caseiro (através das orientações presentes no seguinte endereço eletrônico: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=37872).

Da quarta à sétima aulas, os professores farão a visita técnica à empresa Marca Ambiental com os alunos, conforme agendamento prévio. Toda a visita será registrada no guia/diário de bordo dos alunos (Anexo B).

Na oitava aula, será realizada uma discussão com a turma sobre os resultados do roteiro de investigação (ANEXO A) do levantamento sobre os descartes dos resíduos produzidos nas residências e comparação do perfil de consumo de cada família, com uma reflexão do que pode ser feito para diminuir a produção de lixo doméstico.

Na nona aula, a professora de Língua Portuguesa orientará como os alunos farão a produção de um vídeo com duração entre três a cinco minutos sobre o consumo consciente e reaproveitamento de resíduos.

A turma será dividida em cinco diferentes temas de pesquisa, como segue:

Tema 1-Reaproveitamento de casca de coco;

Tema 2-Reaproveitamento de óleo;

Tema 3-Reaproveitamento das pilhas e baterias;

Tema 4-Reaproveitamento de lata de alumínio;

Tema 5-Reaproveitamento de sacos plásticos.

Por fim, na décima aula, serão apresentados os vídeos produzidos pelos alunos com o intuito de sensibilizar a comunidade escolar sobre produção, descarte e reaproveitamento de resíduos.

As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro a seguir:

ROTEIRO DE INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL
LIXO NOSSO DE CADA DIA
NOME do aluno
:
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DO LIXO DOMÉSTICO

O objetivo dessa pesquisa é selecionar e quantificar quanto de lixo cada família produz, durante um determinado tempo.

1) Pegue com sua professora três sacos de lixo de 20 Litros.

2) Coloque-o na lixeira da sua casa e oriente sua família a jogar em cada saco o respectivo material: papel, vidro e plástico, durante três dias (sexta, sábado e domingo). Após esses dias, leve-os até uma farmácia que tenha uma balança e meça a massa de cada saco cheio de lixo.

3) Calcule a massa (mtotal) e o volume total (Vtotal) do lixo coletado. Preencha o Quadro 1 com os valores.


4) Calcule a porcentagem, em massa e em volume, de cada tipo de material em relação à massa e ao volume total de lixo coletado nos três dias e preencha o Quadro 2.

5) Qual dos tipos de lixo coletado apresenta menor densidade? Justifique considerando a constituição dos materiais.

6) Calcule a massa diária de lixo produzido por morador (mdiaria/morador) de sua residência, dividindo a massa total coletada (mtotal) pelo número de residentes (Nresidentes) de sua casa e pelo número de dias (Ndias) em que a coleta foi realizada. Observação: m_(diária/morador)=m_total/N_ (residentes x N_dias ) .

7) Calcule o volume diário de lixo produzido por morador (Vdiaria/morador) de sua residência, dividindo a volume total coletada (Vtotal) pelo número de residentes (Nresidentes) de sua casa e pelo número de dias (Ndias) em que a coleta foi realizada. Observação: V_(diária/morador)=V_total/N_(residentes x N_dias )

8) Trace um perfil de consumo para sua família. Indique o produto mais consumido em sua casa.

9) Quais as razões para o uso desse produto?

10) O que você acha que poderia ser feito para diminuir a produção de lixo associada ao consumo desse tipo de produto?

ENDEREÇO:
Rua Miguel Arcanjo Moreira, s/n, Joana D’arc, Vitória
CAPACIDADE:
Grupos de, no máximo, 30 alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Normalmente, de terça a quinta, e, eventualmente, aos sábados. A visita da manhã acontece às 9:30h e a da tarde, às 14:30h. Cada visita tem duração de 1h30min a 2h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 2127-5111/2127-5104
educa.ambiental@cesan.com.br

O ESPAÇO EDUCATIVO

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Mulembá, localizada no bairro Joana d’Arc, na Cidade de Vitória, possui 8.185 m2 de área e pertence à Companhia Espírito Santense de Abastecimento (Cesan). É considerada a maior estação de Tratamento de Esgoto de Vitória e a única do Município que recebe alunos para visitas guiadas.

A ETE de Mulembá foi aberta à visitação em outubro de 2011, após a ampliação de sua segunda etapa, denominada Mulembá II. Com a ampliação da ETE, a capacidade de receber esgoto doméstico saltou de 210 litros/segundo para 570l/s, com um tratamento capaz de devolver água limpa para a natureza. Antes da ampliação da ETE Mulembá, a Baía de Vitória recebia 18 milhões de litros de esgoto tratado por dia, agora, recebe até 49 milhões de litros por dia.

Após essa ampliação, 60% do esgoto da Capital serão tratados nesse local, beneficiando 144 mil habitantes. A ETE Mulembá foi projetada para acompanhar o crescimento de Vitória por 35 anos.

Totalmente automatizada, a ETE de Mulembá é operada pela Odebrecht Engenharia Ambiental (OEA), por meio do processo biológico de tratamento do esgoto doméstico. A tecnologia empregada, além de mais eficiente e barata, é inodora e está despoluindo o manguezal e as praias do Estado. A OEA também é responsável pela manutenção das redes de esgoto da Região Metropolitana da Grande Vitória.

Infraestrutura do local: : auditório, banheiro, salas de trabalho dos funcionários, ante sala com maquete do local, estações de tratamento I e II.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

No início da visitação, os alunos são recepcionados pelos técnicos da ETE de Mulembá no auditório, no qual é realizada uma apresentação explicando o funcionamento da ETE, o Sistema de Esgotamento Sanitário com as Estações Elevatórias e as Redes Coletoras de Esgoto. Também é abordada a importância do tratamento do esgoto e a funcionalidade da caixa de gordura das residências nesse processo; as principais doenças causadas pela falta de saneamento e as tecnologias utilizadas pela Cesan para tratamento de esgoto. O nível de aprofundamento das abordagens, bem como o destaque a algumas questões, pode variar, dependendo da solicitação do professor responsável. É importante destacar que a ETE realiza visitas mediadas para alunos de cursos técnicos, turmas de Educação para Jovens e Adultos
(nível médio), terceiro ano (nível médio regular) e cursos superiores.

Maquete da ETE Mulembá
No corredor de entrada para o auditório, está exposta uma maquete da ETE de Mulembá na qual os alunos podem ter uma visão geral de toda a área da estação, bem como das etapas do tratamento do esgoto.

Auditório No auditório, os professores e alunos podem interagir com os técnicos durante a apresentação, fazendo perguntas e colocações sobre o assunto.

Após a apresentação, os alunos são direcionados aos tanques de esgoto para acompanhar as fases de tratamento até que a água saia limpa para o ambiente.

Estação de Tratamento de Esgoto
O esgoto bruto chega à ETE de Mulembá por meio do bombeamento feito pelas estações elevatórias. Nessas estações, é feita uma remoção inicial dos sólidos grosseiros por meio de grades. O esgoto que chega à ETE de Mulembá segue para a etapa de tratamento preliminar, onde tem início a visita guiada.

Tratamento Preliminar ou Primário
Nessa etapa, ocorre a remoção de sólidos grosseiros e em suspensão, tipo areia, papéis, plásticos, cabelos e outros resíduos que seguem pelas tubulações devido ao uso incorreto do vaso sanitário e redes coletoras de esgoto. Para separar esse material, o tratamento preliminar é constituído de tanques de gradeamento e desarenadores. Primeiro, o esgoto passa pelo gradeamento, quando é realizada a remoção dos materiais sólidos, por meio de quatro grades: duas grossas e manuais e duas fi nas mecanizadas. Após o gradeamento, o esgoto passa pelas caixas de areia aeradas, nas quais é removida a areia.

Tratamento Biológico ou Secundário
Em seguida, os alunos são direcionados para observar a fase de tratamento secundário. Esse é um processo biológico, do tipo lodo ativado, ou do tipo filtro biológico, no qual a matéria orgânica (poluente) é consumida por microrganismos (MO) aeróbios nos reatores biológicos contínuos. A ETE de Mulembá possui cinco tanques, sendo dois fixos, que só fazem aeração; dois que alteram entre decantar e aerar e um que não faz aeração (tanque anóxico). O esgoto que sai da aeração contém grande quantidade de microrganismos, que são, em grande parte, removidos por sedimentação nos decantadores. A eficiência de um tratamento secundário pode chegar a 95%.

Tratamento Terciário
Por fim, é observada a última fase do tratamento, o terciário. Antes do lançamento fi nal no corpo receptor, é necessário realizar a desinfecção da água residual tratada para a remoção dos organismos patogênicos ou, em casos especiais, a remoção de determinados nutrientes, como o nitrogênio, que podem causar a proliferação de algas nos corpos receptores em que serão despejadas. Na ETE de Mulembá a remoção é feita por radiação ultravioleta, que age sobre o núcleo das células dos MO’s.

Tratamento do lodo
O lodo é resultado do processo de decomposição da matéria orgânica presente no esgoto. O tratamento é realizado pelos MO’s (principalmente bactérias) nos tanques de digestão. Nesses tanques, é feita a estabilização aeróbia do lodo mediante o processo de autodigestão, visando reduzir a concentração de matéria orgânica, organismos vivos e volume. A estabilização é fundamental para evitar a formação de odores e a proliferação de vetores. Depois de digerido, o lodo é enviado ao adensador, por meio de bombas, com o objetivo de aumentar a concentração de matéria sólida. Na entrada de cada um dos adensadores existe um tanque de fl oculação, onde é adicionada uma solução de polímero para facilitar o processo de coagulação do lodo. Depois de adensado, o lodo segue para as centrífugas, para a separação da parte líquida da parte sólida. A parte sólida segue para a caçamba de lodo, podendo ser reutilizado.

O lodo tem sido muito utilizado na agricultura, por ser orgânico e rico em nutrientes, trazendo diversos benefícios, como o aumento da fertilidade e do teor de matéria orgânica no solo, contribuindo, assim, para o aumento da produtividade.

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “E depois do ralo, para onde vai a água?” As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

Na primeira aula da SD, a fim de problematizar, sugerimos que o professor separe os alunos em grupos, de cerca de cinco componentes, e entregue a cada um, algumas informações sobre o esgoto. Entre essas informações, fotos de esgoto a céu aberto, reportagens sobre contaminação da água pelo esgoto; surto de doenças causadas em determinada população em virtude da água contaminada pelo esgoto; outras capazes de provocar reflexões sociais, ambientais e econômicas nos alunos. Depois de analisarem as informações e refletirem em grupo, os alunos poderão apresentar as reflexões para todos os colegas da sala.

Como sugestão de informações, podemos citar algumas reportagens, disponíveis na Internet.

• O professor pode imprimir e levar para os alunos.

• Mais da metade da população não tem rede de tratamento de esgoto Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/10/mais-da-metade-dapopulacao-nao-tem- ede-de-tratamento-de-esgoto.html

•A perigosa poluição das águas Disponível em: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_perigosa_poluicao_das_aguas.html

• Brasileiros ainda adoecem por falta de saneamento básico Disponível em: http://www.ecoagencia.com.br/?open=noticias&id=VZlSXRlVONlYHpkeTxGahN2aKVVVB1TP

• Água poluída mata mais que violência no mundo, diz ONU Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1539558-5603,00-AGUA+POLUIDA+MATA+MAIS+QUE+VIOLENCIA+NO+MUNDO+DIZ+ONU.html

• Moradores de Teresina convivem com esgoto a céu aberto Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/05/moradores-de-teresinaconvivem-com-agua-de-esgoto-ceu-aberto.html

• Fiscais flagram esgoto a céu aberto dentro de um quarto de trabalhador rural no ES Disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/06/fiscais-flagram- esgotoaberto-dentro-de-quarto-de-trabalhador-rural-no-es.html

• Água contaminada pode ser responsável por epidemia de hepatite B em Boa Esperança. Disponível em: http://www.uniara.com.br/ageuniara/artigos.asp?Artigo=2044

Como material complementar de estudo, o professor pode utilizar a apostila de Tratamento de Esgoto produzida pela Cesan. Essa apostila foi revisada em 2013 e trata do sistema de esgotamento sanitário, redes coletoras, poço de vista, importância do tratamento, tecnologias utilizadas para o tratamento, etapas do processo, desinfecção do efluente, lodo, tratamento de emissões de compostos orgânicos voláteis e odores e utilização eficiente de um sistema de esgotamento sanitário. Encontra-se disponível em: http://www.cesan.com.br/wp-content/
uploads/2013/08/APOSTILA_TRATAMENTO_ESGOTO.pdf

Nas duas aulas seguintes, o professor pode abordar o tratamento de esgoto (etapa de tratamento: tratamento preliminar, secundário e terciário; e tipos de tratamento: lagoa de estabilização, reator anaeróbio de manta ativada (UASB), lodo ativado etc), por meio de aula expositiva dialogada. Além disso, pode abordar questões sociais, ambientais, econômicas e de saúde relacionadas ao esgoto, retomando as informações trabalhadas na aula anterior.

Após conhecer sobre o tratamento de esgoto e suas relações, sugerimos que o professor reserve duas aulas para os alunos conhecerem os microrganismos (MO) que contribuem para a degradação do esgoto e as doenças que este podem causar. Para tanto, as características de bactérias e fungos, bem como as doenças causadas por esses MO quando em contato com a água, podem ser abordadas por meio de aulas expositivas dialogadas. Nessa aula, o professor também pode retomar as informações trabalhadas na primeira aula.

A fim de que os alunos conheçam o processo de fermentação, o professor pode dar uma aula expositiva sobre o assunto, com realização de atividade prática ao final. No caso da escola ter um laboratório disponível, o professor pode levar os alunos a esse local para fazer o experimento. Caso contrário, pode ser feito dentro da sala de aula mesmo. Os alunos podem ser divididos em grupo, de cerca de cinco componentes, para realizar o experimento. Se a escola não puder adquirir os materiais necessários para a atividade prática, o professor pode solicitar aos alunos que tragam de casa.

Para que os alunos conheçam uma ETE, sugerimos a visita mediada à de Mulembá. No local, poderão conhecer as etapas e os tipos de tratamento feitos naquela estação, e em outras estações da empresa; verificar os produtos da fermentação nos tanques de tratamento; verificar a película de óleo formada sobre o efluente; e conhecer a importância e a necessidade do tratamento do esgoto para o ambiente e para a saúde da população.

Como os alunos irão verificar a película de óleo formada sobre o efluente durante a visita, sugerimos que o professor dedique as duas aulas seguintes para trabalhar a composição e a nomenclatura dos principais óleos utilizados para o preparo dos alimentos; conceitos de polaridade e miscibilidade; impactos do óleo no ambiente; além do descarte e reutilização do óleo residual de cozinha. Para tanto, pode utilizar aula expositiva dialogada, com auxílio de recursos audiovisuais. Nessa aula, o professor pode enfatizar a necessidade de dar destino correto ao óleo e, com isso, sugerir que os alunos ensinem aos familiares a coletar o óleo residual de cozinha em garrafas pets e doar em postos coletores.

A fim de ilustrar uma forma de reutilização do óleo residual de cozinha, o professor pode fazer uma aula prática de produção de sabão. Por questão de segurança, sugerimos que essa prática seja feita pelo professor e observada pelos alunos. Ao longo dessa aula, o professor pode abordar a reação de saponificação e relembrar sobre ácidos e bases, polaridade, miscibilidade e formação de micelas.

Como aplicação do conhecimento, sugerimos que, na última aula, sejam exibidos os documentários produzidos pelos alunos acerca de algumas temáticas relacionadas ao esgoto. Ao final da exibição dos filmes, pode ser feita uma discussão sobre as questões trabalhadas.

Os alunos devem ser orientados desde o início da SD a se dividirem em grupos, de cerca de cinco componentes, para pesquisarem e então produzirem um documentário, de, no máximo cinco minutos, sobre o tema sorteado pelo professor.

 

ENDEREÇO:
R. Chafi c Murad, 902 – Ilha de Monte Belo, Vitória – Espírito Santo, 29053-315.
CAPACIDADE:
Grupos de até 30 alunos.
Idade mínima: 12 anos
Escola: os alunos devem estar acompanhados de dois profissionais da instituição.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Segundas e quartas-feiras, às 14h. A visita tem duração de 1h a 1h30min.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3321-8454 ou (27) 3321-8179
comunicacao@redegazeta.com.br

O ESPAÇO EDUCATIVO

O grupo de comunicação Rede Gazeta, localizado na Ilha de Monte Belo, na Cidade de Vitória, possui área construída com mais de 15 mil metros quadrados. É considerado o maior grupo de comunicação do Estado do Espírito Santo e está presente nos 78 Municípios capixabas.

Para atuar em todo o Espírito Santo, a empresa conta também com regionais no Município de Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Estado; Município de Colatina, na Região Noroeste; e Município de Linhares, no Norte.

A Rede Gazeta foi fundada em 1928, com a criação do jornal A Gazeta, que entrou em circulação no dia 11 de setembro desse mesmo ano. Sua antiga sede funcionava na Rua General Osório, no Centro da Cidade de Vitória.

Em 1969, tem início a impressão do jornal pelo sistema off-set e a instalação do fotolito. Dez anos depois, em 1976, entra no ar a TV Gazeta, a 18ª afiliada da Rede Globo. A Rádio Gazeta FM é inaugurada três anos depois.

Com o passar dos anos e a ampliação de atuação, a Rede Gazeta muda, em 1983, para a atual sede e é inaugurada a Rádio Gazeta AM. Em 1992, A Gazeta passou a ter suas edições diárias impressas em cores. Em maio de 1996, é lançado o portal Gazeta Online e entra no ar a Rádio CBN.

Em 1999, a Rede Gazeta inaugura o seu novo parque gráfico, com a impressora Newsliner, usada nos principais jornais de todo o mundo. Em 2000 a Rede Gazeta lança o tabloide “Notícia Agora”, que, em 2010, completa uma década e fecha o ano com recorde de circulação.

Hoje, a Rede Gazeta possui 21 negócios de mídia, além de produtos de comunicação em diversas plataformas: dois jornais impressos diários, portal de anúncios online, dois portais de notícias, acervo de fotos jornalísticas, nove rádios, quatro emissoras de TV aberta afiliadas à Rede Globo, empresa de marketing promocional e empresa de soluções para grupos de mídia.

A Rede é responsável pela produção, edição e transmissão de conteúdo jornalístico e de entretenimento em mídias eletrônicas e impressas, fazendo uso de terceirização apenas para serviços de suporte administrativo, como limpeza, segurança e informática.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

A Rede Gazeta oferece o programa de visitas “Portas Abertas” para que a população possa conhecer história, instalações e funcionamento de seus veículos.

Na visita técnica, é possível conhecer estúdios das rádios Gazeta AM e Litoral FM; Redação da TV Gazeta; Redação Integrada Multimídia, englobando os jornais A Gazeta e NA!, Gazeta Online e Rádio CBN Vitória; além do Parque Gráfi co, local onde são impressos os jornais.

Na Redação Integrada Multimídia é feita uma abordagem pelo mediador explicando como as notícias são produzidas, selecionadas e direcionadas a cada veículo de comunicação (impresso, online e rádio) visando atender ao público específi co de cada um deles.

Nos estúdios de rádio, os locutores dialogam interagindo com os visitantes. A visita nos estúdios de rádio, como no de TV, é rápida em função da dinâmica de trabalho realizada pelos locutores e apresentadores.

O professor poderá abordar as tecnologias de comunicação, explicando brevemente o funcionamento dos mecanismos de transmissão de informação que os alunos estão presenciando na visita.

EQUIPAMENTOS ANTIGOS
No decorrer da visita técnica, os alunos irão encontrar com dois equipamentos antigos: uma das primeiras máquinas de impressão do jornal, exposta no hall de entrada, e uma câmeras de TV, exposta no segundo piso.

O professor poderá fazer uma abordagem histórica referente ao avanço da ciência e da tecnologia e sua relação com a sociedade, a partir da comparação desses equipamentos com os que estão vendo em funcionamento na visita.

O Parque Gráficofica situado em um prédio anexo, logo atrás do edifício principal, e faz parte do roteiro de visita. Neste local, os alunos têm a oportunidade de conhecer os equipamentos de impressão.

Os jornais são impressos à noite, após fechamento da edição. Por questões de segurança, não é permitida a visita no momento da impressão.

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Quem não se comunica, se trumbica”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

Nas duas primeiras aulas da SD, a fim de problematizar, sugerimos ao professor que, em roda de conversa, faça a brincadeira “telefone sem fio”. Em seguida, distribuir para os alunos a letra da música ‘‘Notícias do Brasil’’, de Milton Nascimento, com uma das cinco questões relacionadas abaixo, para que acompanhem a letra enquanto escutam a música e depois respondam à pergunta no caderno.

Promova um debate envolvendo, a princípio, os alunos que estiverem com à mesma pergunta, abrindo em seguida espaço para os demais participarem.

Uma notícia está chegando lá do Maranhão.
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão.
Veio no vento que soprava lá no litoral
de Fortaleza, de Recife e de Natal.
A boa nova foi ouvida em Belém, Manaus,
João Pessoa, Teresina e Aracaju
e lá do norte foi descendo pro Brasil Central
Chegou em Minas, já bateu bem lá no sul!
Aqui vive um povo que merece mais respeito!
Sabe, belo é o povo como é belo todo amor.
Aqui vive um povo que é mar e que é rio,
E seu destino é um dia se juntar.
O canto mais belo será sempre mais sincero.
Sabe, tudo quanto é belo será sempre de
espantar.
Aqui vive um povo que cultiva a qualidade,
ser mais sábio que quem o quer governar!
A novidade é que o Brasil não é só litoral!
É muito mais, é muito mais que qualquer zona
sul.
Tem gente boa espalhada por esse Brasil,
que vai fazer desse lugar um bom país!
Uma notícia está chegando lá do interior.
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão.
Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil,
não vai fazer desse lugar um bom país!
(Repete última Estrofe)

Na discussão indicamos relacionar a brincadeira “telefone sem fio” com a possibilidade de distorção de notícias. Elencamos alguns pontos que o professor poderá observar se estão sendo contemplados no debate: Importância e abrangência dos meios de comunicação; ética; imparcialidade; compromisso, criticidade, ano de eleição; propaganda enganosa.

Para fechar a discussão, pode-se montar um mapa conceitual coletivamente no quadro, a partir da expressão “meios de comunicação”.

Para a atividade das próximas aulas, solicite aos alunos que pesquisem junto aos seus familiares e vizinhos tipos de jornais impressos e, caso tenham acesso a algum, trazer para a sala de aula.

Nesse momento, o professor poderá propor para os alunos a construção de um jornal online da turma utilizando o site www.wikijornal.com.br ou outro que o professor preferir. Esse é um site que permite fazer jornais online de forma colaborativa e gratuita.

Caso o professor opte por utilizar esse site, sugerimos fazer a inscrição de criação da página do jornal com antecedência, pois leva em média até dois dias para retorno da senha de acesso ao jornal.

Para as duas próximas aulas, com o objetivo de abordar as características do texto jornalístico, o professor poderá trabalhar com os jornais que os alunos levaram para a escola. Pergunte quem trouxe e quais são. Evidencie que existem diversos tipos de jornais (online, impresso, televisivo) e propor uma atividade em grupo, na qual cada grupo analisará um jornal a partir do instrumento sugerido abaixo, abordando as características do texto jornalístico, e lembrando os demais estilos textuais que já foram trabalhados em aulas anteriores.

Sugestão de instrumento de análise dos jornais:

Em seguida, fazer um painel com apresentação e discussão dos grupos.

Após trabalhar as características do texto jornalístico, sugerimos uma aula para análise de notícia. O professor, de posse de três jornais diferentes, mas da mesma data, selecionará uma notícia comum aos três e fará junto com os alunos uma discussão de como a mesma notícia pode ser circulada de maneiras diferentes.

Para que os alunos conheçam como o jornal é produzido, sugerimos uma visita técnica à Rede Gazeta de Comunicação. Na visita, os alunos poderão conhecer os estúdios das rádios Gazeta AM e Litoral FM; a Redação da TV Gazeta; a Redação Integrada Multimídia, onde funcionam os jornais A Gazeta e NA!, o Gazeta Online e a Rádio CBN Vitória; além do Parque Gráfico, local onde são impressos os jornais. Poderão ainda conversar com locutores e demais funcionários como jornalistas e editores.

Na aula seguinte, visando à construção do jornal, dividir a turma em equipes, sendo um grupo para cada seção do jornal. Escolher junto com os alunos o nome do jornal e orientá-los para a elaboração das notícias a partir das seções abaixo. Incentive os alunos a se organizarem nos grupos em horários extraclasses para levantamento e produção das notícias.

No Laboratório de Informática, orientar os alunos a fazerem suas inscrições no jornal online e explorar a página do jornal e suas ferramentas. Essa inscrição é automática, diferentemente da inscrição de criação da página do jornal.

Sugerimos reservar uma aula para iniciar a sistematização das notícias em sala, com a orientação do professor. Os alunos podem continuar em casa ou na escola no contra-turno. Nesse último caso, reservar o Laboratório de Informática para os alunos que desejarem.

Nas próximas duas aulas, no laboratório de informática, finalizar a produção do jornal, com a publicação das notícias e com as correções que se fizerem necessárias.

Com o objetivo de interação escola/comunidade, sugerimos fazer o lançamento do jornal para toda a comunidade escolar. Esse momento pode ser feito no pátio, na quadra ou no auditório, de acordo com a realidade da escola. A equipe de Editorial (alunos e professores) pode apresentar as fotos tiradas durante o desenvolvimento das atividades, explicando como aconteceu e apresentar o jornal. Sugerimos ainda reservar o Laboratório de Informática nesse dia para a comunidade.

 

ENDEREÇO:
Praça do Santuario, 240 | Centro, Cidade de Anchieta, Espírito Santo 29230-000, Brasil
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Museu: de segunda a segunda; das 8h às 17h
Igreja: de segunda a segunda; das 8h às 20h
MAIS INFORMAÇÕES:
(28) 3536-1251
e-mail: contato@santuarioanchieta.com
www.santuarioanchieta@gmail.com

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Circuito Anchieta é formado por vivências no Museu Nacional São José de Anchieta e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Papagaios (no contexto do Projeto “Conhecendo o Benevente”). Juntos permitem abordar aspectos naturais e culturais do lugar. Localizados no litoral Sul do Estado do Espírito Santo, no Município de Anchieta, esses dois espaços de ambiente costeiro encontram-se muito próximos um do outro, o que permite o trajeto entre eles ser feito por rápida caminhada, além de, ambos, se completarem.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

O espaço educativo apresenta grande possibilidades para se realizar um trabalho interdisciplinar. É possível realizar abordagens dos pontos de vistas histórico, biológico, geográfico, matemático e outros mais. Como, também, abordar aspectos da arte e literatura, o que poderá variar de acordo com objetivo da visita.

Como primeira parte do circuito, temos o Museu Nacional São José de Anchieta, em um ponto estratégico da cidade. Este museu, criado em 1965, em homenagem ao Padre Anchieta que, junto aos índios puris e tupiniquins, construiu, no século XVI, o primeiro núcleo de adoração e de ensino religioso da região, na Aldeia de Reritiba, o que corresponde hoje à Cidade de Anchieta, sendo um marco de urbanização para a cidade. O acervo do museu apresenta peças de arte sacra e arqueológicas, além de material referente ao Padre Anchieta, como sua história, obras e documentos, è o próprio prédio além de conjunto jesuítico tombado em 1943, pelo Instituto do Padrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O Santuário Nacional e o Museu localizam-se em uma encosta chamada de Morro do Benevente, permitindo vista panorâmica de parte da cidade, mar e região da foz do rio.

A compreensão do processo de urbanização da região passa pela história do jesuíta José de Anchieta, que, segundo informações do museu, mediou conflitos entre os autóctones e portugueses, em uma época em que o Brasil era colônia de exploração de Portugal.

A Aldeia de Reritiba (atual Anchieta) localizava-se às margens de um rio, mais precisamente em sua foz, em um lugar considerado parte da bacia hidrográfica do Rio Benevente. Hoje, mais de quatro séculos depois, confi gura-se como área densamente povoada, pois é polo de atração populacional devido aos grandes investimentos industriais. O impacto da urbanização e seus efeitos nas mais diversas formas de ocupação e apropriação fi zeram surgir problemas ambientais por toda a região, mitigados com a criação de unidades de conservação.

Na região de foz do Rio Benevente, foi criada a (RDS), de Papagaios. Nessa reserva é desenvolvido o Projeto Conhecendo o Benevente, pela colônia de Pescadores, Z4 Marcílio Dias de Anchieta. Com sede própria junto ao cais do pequeno porto, a colônia de pescadores liderada pelo Sr. Jaldemar, conduz os visitantes por uma incrível visita à Reserva.

A visita à (RDS), de Papagaios está organizada da seguinte forma: ao chegar à sede da colônia, os visitantes são recebidos pelos pescadores em um auditório. Um vídeo de seis minutos aborda brevemente a caracterização geral do espaço e também normas de segurança são apresentadas. Após o vídeo, um tempo é dedicado a uma conversa informal com o grupo. A visita completa dura entre duas horas e duas horas e meia, com trajeto de barco e caminhada até as ruínas. Antes de sair, sugere-se que todos usem o banheiro e carreguem garrafi nhas de água. No passeio de barco, o uso dos coletes salva-vidas é obrigatório.

Ao sair do porto, a embarcação navega pelo Rio Benevente e alguns afluentes, em especial, o Rio Salinas. No percurso, o manguezal pode ser facilmente observado nas duas margens. À medida que se avança rio acima, é possível notar a transição da vegetação. Em um ponto estratégico do Salinas, a embarcação atraca, os visitantes podem sair e uma caminhada de minutos os leva as Ruínas do Rio Salinas. É um local misterioso, em especial pela sua origem. O conjunto de ruínas é tombado como Monumento de Valor Histórico e Cultural.

Esta pequena caminhada do barco até as ruínas é feita em uma passarela de madeira que passa sobre um sambaqui, um sítio arqueológico, local que permite refletir sobre a pré-história brasileira e inferir sobre a organização e os costumes destes povos que habitaram o litoral brasileiro.

Em síntese, na imagem abaixo, apresentamos um mapa do espaço educativo, indicando os trajetos a serem percorridos e a infraestrutura do local.

Os espaços e a estrutura disponíveis no Município de Anchieta são excelentes opções para práticas pedagógicas de aula de campo. Estes ambientes reforçam a importância da vivência e da convivência como meios de desenvolver uma metodologia de aprendizagem significativa. Para organizar as aulas de campo, é de fundamental importância a participação dos alunos envolvidos em grupo de interesse comum.

Os professores de Ciências do Ensino Básico necessitam de suporte teórico, prático e metodológico para atuarem em aulas de campo. É importante que o professor tenha conhecimento sobre a diversidade dos ecossistemas regionais a serem explorados, para caracterizar e analisar o potencial educacional e interdisciplinar da região.

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Uma infinidade de conhecimentos pode ser trabalhada a partir deste espaço educativo. Nesta SD, optamos por trabalhar de forma interdisciplinar a apropriação e transformação deste local pela sociedade ao longo dos tempos.

A fase de problematização já começa com a apresentação do tema. Ao apresentá-lo aos alunos, o professor já pode solicitar que, tentem inferir sobre o assunto a ser tratado nas próximas aulas. É importante que, desde o início, fique claro que esta será uma prática investigativa em campo, que todos os percursos dos momentos pedagógicos serão permeados pela investigação que farão no espaço em questão e também em consulta à literatura. E que, ao término do trabalho, apresentarão o resultado deste trabalho na forma de um relatório e um pequeno vídeo em Stop Motion.

Dois trechos de reportagem são apresentados aos alunos para que se desenvolvam as perguntas problema e as hipóteses. São trabalhos relativos à primeira década do séc. XXI, sobre a utilização de recursos hídricos da Bacia do Rio Benevente e entraves sociais decorrentes desse processo. É importante que, neste momento, já comece a organização dos grupos de investigação (plano de trabalho), para que busquem, na literatura, informações biogeográficas e históricas sobre o local que irão visitar e também planejar as estratégias que utilizarão na investigação em campo.

Neste momento, é importante que o professor também auxilie, sugerindo alguma estratégia. Caso os alunos não apresentem a ideia, é conveniente que o professor solicite a elaboração de um croqui, no sentido de construir um mapa de campo e a construção de um teodolito para auxiliar na coleta de dados que serão importantes na construção dos resultados.

O momento da organização do conhecimento compreende a aula de campo no Circuito Anchieta. Partindo da premissa que o espaço geográfico é construído por todas as relações entre humanidade e natureza, começar a investigação no museu da cidade e nele realizar uma leitura crítica é muito enriquecedor. Desta forma, o professor entrega aos grupo um guia de visita para colaborar na coleta de dados:

Após a visita ao museu, o grupo é conduzido à zona de pesca, que fica na foz do Rio Benevente. Depois de assistir a um vídeo institucional, o responsável pelo projeto “Conhecendo o Benevente” fala dos impactos ambientais da região e também a respeito da relação da comunidade com a natureza e o que tem sido feito para minimizar esses problemas.

O grupo é convidado a se organizar para fazer o trajeto de barco e traçam a rota e os pontos de parada para realizar as medidas, coletar amostras de sedimentos, fazer anotações e registros fotográficos para a futura produção do vídeo. O roteiro abaixo servirá de apoio.

Na aplicação dos conhecimentos, depois dos dados coletados e organizados, é importante que o grupo desenvolva um breve relatório sobre as conclusões obtidas em resposta às perguntas iniciais. As imagens capturadas servirão para desenvolver um vídeo curto usando a técnica de stop motion. A revista Nova Escola traz orientações de como fazer estas animações. Está no link http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/como-fazer-animacoes-stop-montion-643173.shtml. É interessante que os vídeos sejam apresentados em uma “roda de vídeo e conversa”, em uma atividade interclasse, para socialização do conhecimento.

 

ENDEREÇO:
Distrito de Pacotuba, Município de Cachoeiro de
Itapemirim – ES
CAPACIDADE:
Grupos de 10 a 40 visitantes (a combinar).
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Todos os dias da semana, a partir das 8h, com possibilidade de estadia e trilha noturna.
MAIS INFORMAÇÕES:
Tel: 28 99917 0842 – Leonardo;
E-mail: bichodomatoma@hotmail.com
Site:https://www.facebook.com/ComunidadeQuilombola-DeMonteAlegreBichoDoMato

O ESPAÇO EDUCATIVO

A Comunidade Quilombola de Monte Alegre está próxima a uma área localizada no Distrito de Pacotuba, Município de Cachoeiro de Itapemirim – Sul do Estado do Espírito Santo. Os moradores convivem de forma integrada na zona de amortecimento da Floresta Nacional (FLONA) de Pacotuba, e desenvolvem relevante trabalho de conservação ambiental da floresta e de suas conexões de fragmentos florestais, contribuindo para a formação dos corredores ecológicos no Sul do Estado Capixaba.

As Comunidades quilombolas são caracterizadas através do decreto 4887/031, como grupos étnicoraciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específi cas e com ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. O nome da Comunidade Quilombola de Monte Alegre é originário da Fazenda de Monte Alegre. A comunidade se formou “por negros já alcançados pela Lei Áurea, que tornava extinta a escravidão em todo o território nacional em 13 de maio de 1888” (ATAYDE, 2013/2014, p.6).

A Comunidade Quilombola de Monte Alegre localiza-se em uma região de bioma Mata Atlântica,
que possui os únicos remanescentes florestais significativos do Município, tendo cobertura vegetal predominante de Floresta Estacional Semidecidual, conhecida como Corredor Ecológico Burarama-Pacotuba-Canfundó, que integra as oito Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) reconhecidas no Estado do Espírito Santo. Próximo a ela encontra-se a RPPN Cafundó, com 517ha e distante apenas 2km da Floresta Nacional (FLONA) de Pacotuba. Mais amplamente, podemos considerar que este espaço possui uma vasta biodiversidade com um dos maiores números de plantas arbóreas do mundo, sendo um centro de endemismo considerável para borboletas e vertebrados.

Os próprios membros da comunidade organizam roteiros de visitação ao espaço, variando para crianças, alunos, visitantes e pesquisadores, mas que buscam, sempre, priorizar e destacar os preceitos da sua cultura afro-brasileira e da relação comunidade e ecossistema do entorno. Dos trabalhos desenvolvidos durante a visita, um dos mais significativos é a preservação da história oral, onde há a valorização dos conhecimentos que passam de geração em geração por meio da oralidade.

Assim, uma visitação à Comunidade Quilombola de Monte Alegre pode ser bastante enriquecedora para alunos da educação básica, tanto como oportuna para professores, principalmente se considerarmos que a Lei 10.639/032 estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, como também a instituição do Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), em homenagem à data da morte do líder quilombola negro Zumbi dos Palmares. Com base no currículo, temas como a luta dos negros no Brasil, o negro na formação da sociedade nacional e sua contribuição para as áreas sociais, econômicas e políticas, plantas medicinais afro-indígenas podem ser trabalhados a partir da visitação.

Essa comunidade também é conhecida por participação e composição do grupo “Bicho do Mato”, no qual membros fizeram um curso de formação de condutores em ecoturismo, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), desenvolvendo um trabalho de educação ambiental na região com ênfase no turismo pedagógico, na perspectiva da sustentabilidade. Nessa conduta, foram criadas três trilhas temáticas: Trilha do Escravo Adão (noturna), Trilha do Mangula e Trilha das Árvores Centenárias. As trilhas funcionam como ferramenta capaz de aproximar os visitantes dos elementos naturais da floresta em integração com elementos culturais.

 

Curiosidade: Recentemente, em 25.06.2013, o grupo “Bicho do Mato” produziu, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Cachoeiro de Itapemirim, o Guia de Aves da Floresta, composto por 78 espécies. Trabalho resultante de fotos tiradas por membros da comunidade, incluindo crianças. Fotos flagradas em vários ambientes naturais no interior da mata e em áreas de reflorestamento do Micro Corredor Ecológico Burarama-Pacotuba-Cafundó.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

SEDE ADMINISTRATIVA
A sede da comunidade Quilombola de Monte Alegre conta com espaço para recepção dos visitantes constituído de área gramada, com pequeno lago, e restaurante, com mesas e cadeiras, onde o responsável realiza relato oral sobre a importância do resgate da identidade cultural do povoado. O valor para a visitação, refeições e apresentações culturais deve ser combinado previamente durante o agendamento da visita.

TRILHA DAS ÁRVORES CENTENÁRIAS
Próximo à sede da comunidade quilombola, encontra-se a Floresta Nacional de Pacotuba (FLONA de Pacotuba), na qual é possível cruzar trilha ecológica denominada Trilha das Árvores Centenárias, com aproximadamente 1.200 metros. Outra alternativa é percorrer 300 ou 800 metros, dependendo da disponibilidade do grupo. Durante o percurso, a visita é mediada pelo professor e pelo guia, que conta histórias dos antigos moradores da região, ainda da época da escravidão, e aponta o uso dos recursos naturais utilizados, como madeira para construção civil e plantas de uso medicinal. Pelo caminho, são avistadas algumas espécies de árvores nativas com cerca de 500 anos de idade. É possível também observar diversas espécies da fauna e ouvir o som de alguns primatas, como o macaco bugio.

CULINÁRIA
O restaurante da sede, denominado Cozinha de Senzala, oferece culinária típica utilizando ingredientes vindos da própria região. É oferecido almoço com cardápio variado, constituído de pratos como xinxim de galinha, pela égua, mamão verde refogado, frigideira de carne-seca, moqueca, frango com urucum, angu de abóbora, angu de banana verde com peixe seco e feijoada, dentre outros. O lanche da tarde conta com variados tipos de bolos, biscoitos, sucos, leite, frutas e outros. O cardápio fi ca a critério do estabelecimento, levando em consideração a disponibilidade de ingredientes para a preparação dos alimentos. Ao mesmo tempo que oferece alimentação previamente agendada, este é um espaço onde, sugerimos ao professor, pode ser feita sobre os produtos utilizados na preparação do alimento oferecido, alguns dos quais são
retirados diretamente da horta orgânica. Tal apontamento pode ser despertado através da disciplina de Ciências, sobre saúde e alimentação e Geografia, com olhar sobre uso do espaço, e de História, sobre aspectos culturais da comida servida.

APRESENTAÇÃO CULTURAL
Visando o resgate da cultura afro-brasileira, pode-se solicitar previamente uma apresentação de dança, realizada por crianças e jovens da comunidade, que ensaiam o Jongo, ou Caxambu, de origem africana, dançada ao som de tambores. A apresentação cultural pode ser introduzida com alguns temas para despertar o interesse dos alunos, como uso das vestimentas, cores e dança, através da disciplina de Artes, e Matemática, no que tange às formas geométricas dos tecidos indo além, direcionar o olhar através da disciplina de História, para o Jongo no Estado do Espírito Santo.

AGRONEGÓCIO
Na região de Monte Alegre, é possível encontrar propriedades que produzem hortaliças no sistema de hortas orgânicas, com variedades de alface, cebolinha, pimentão, salsa e outros, sem uso de agrotóxicos, e com a utilização de plantas naturais para controle de pragas. Encontramos na região propriedades que fazem consórcio com outros moradores, utilizando espaços particulares para a produção das hortaliças. Algumas hortas já possuem certificado de orgânico emitido pelos órgãos competentes e outras encontram-se em processo de adequação para recebimento do selo de produção orgânica.

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “A comunidade quilombola e a floresta: entre trilhas e lendas”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

Essa SD foi elaborada como base para realização de aula de campo no que cabe um projeto pedagógico, visando contribuir para utilização e divulgação dos espaços de educação não formais.

As temáticas cultural e ambiental podem ser trabalhadas a partir da interação com a comunidade quilombola e o uso que ela faz dos recursos naturais, incluindo as trilhas guiadas, como possibilidades potencialmente educativas numa visão interdisciplinar.

Estamos sugerindo ao professor que, através da aula de campo, trabalhe os conteúdos curriculares de forma atrativa, correlacionando teoria e prática com a inclusão das questões ambientais, sociais, históricas e científicas. Assim, pretende-se estimular nos alunos a importância de valorização dos saberes, respeito e cidadania, implantando noções de proteção ambiental, trabalho comunitário e vivência cultural, agregando criticidade e significado ao conhecimento.

Nas duas primeiras aulas, propomos apresentação de imagens da fauna e flora, impactos ambientais (uso do solo, desmatamento, queimadas, fragmentação da floresta etc.) e mapas da localização da Mata Atlântica, com sua área de ocupação no início da colonização e atualmente, a fim de problematizar a situação quanto à biodiversidade e o processo de preservação. Além disso, rever conceitos que busquem os conhecimentos, prévios tais como: O que é Mata Atlântica? Qual a importância de se preservar a Mata Atlântica? Como o Governo brasileiro protege áreas naturais? É possível usar a floresta de forma sustentável?

Na aula seguinte, sugerimos apresentação do “Anuário da Mata Atlântica 2012”, para trabalhar questões conceituais, localização, espécies, biodiversidade, sustentabilidade e preservação, com a possibilidade de debate sobre o papel da sociedade nesse processo. O professor pode utilizar relatos de exemplos e experiências do entorno da escola para motivar os alunos, assim como o material de pesquisa que os alunos fizeram em casa.

A quarta e quinta aulas podem ser utilizadas para localizar a Mata Atlântica na realidade do Estado do Espírito Santo, e no contexto da comunidade Quilombola de Monte Alegre, iniciando com a apresentação do documentário “Redescobrindo a Mata Atlântica” (20 min.)3, do Instituto Últimos Refúgios. Na sequência, pode ser realizado novo debate para sensibilização sobre a importância da preservação/conservação do meio ambiente. Depois, no Laboratório de Informática, os alunos podem visitar a página da “Comunidade Quilombola de Monte Alegre”4 e promover uma leitura dinâmica (intercalada entre os alunos) da apresentação inicial, de forma a abrir espaço para que eles possam refletir e interagir com o site frente a um questionamento: como essa comunidade pode intervir no uso e preservação/conservação dos recursos naturais?

Na sexta e sétima aulas, sugerimos a exibição de um filme, que fica à escolha do professor (vide sugestões), podendo tratar de diferentes assuntos como: preservação ambiental, unidades de conservação (com ênfase nas Florestas Nacionais) e uso sustentável da floresta pelas comunidades tradicionais. Atentamos que, independentemente da escolha, esse seria bom momento para ressaltar a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da nossa sociedade, visto que, antes contextualizamos a comunidade quilombola na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, buscando valorizar, portanto, o pensamento e ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.

Na oitava aula, o professor, junto à equipe pedagógica, pode promover um momento para interação entre a comunidade escolar e o tema proposto. Nesta ocasião, pretende-se apresentar informações básicas sobre a temática “comunidade quilombola e a preservação da Mata Atlântica”, através de uma palestra, utilizando como vídeo introdutório o episódio cinco da série “Raízes – A história do Espírito Santo”, que conta a história dos negros africanos que chegaram ao Brasil durante a colonização.

Posteriormente, na nona aula, ocorre a visita à comunidade quilombola de Monte Alegre com o
objetivo de relacionar o conhecimento adquirido em contraste com o cenário observado. A partir deste momento, sugerimos que os alunos registrem, por meio de fotos e vídeos, a unidade de conservação, mais especificamente a Floresta Nacional de Pacotuba, a relação da comunidade com a mata, a conservação e biodiversidade da unidade, além da história e cultura afro-brasileira presentes neste contexto.

Para a finalização das atividades, sugerimos dois momentos. No primeiro, denominado “café reflexivo”, os alunos deverão correlacionar os conteúdos entre sociedade, sustentabilidade, cultura, arte, biodiversidade e preservação através de uma exposição dos materiais e registros coletados na aula em campo. No segundo, denominado “Café Quilombola”, produzido em estande temáticos (cultura afro-brasileira), com apresentações artísticas e gastronômicas, envolvendo escola e comunidade.

Assim, segue o planejamento detalhado por aulas da SD, intitulada “A comunidade quilombola e a floresta: entre trilhas e lendas”.

 

ENDEREÇO:
Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AITG) Aldeia Caieiras Velha.
FUNAI – Local Caieiras Velha
CAPACIDADE:
A definir com cacique.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
A definir com cacique
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3250-2358
As visitas às aldeias deverão ser agendadas diretamente com os caciques. O telefone acima poderá auxiliar neste primeiro contato.

O ESPAÇO EDUCATIVO

As Terras Indígenas (TI) Tupiniquim, Guarani e Comboios estão localizadas no Município de Aracruz, Estado do Espírito Santo, distante do Município de Vitória cerca de 80 km. A TI Tupiniquim e Guarani possui área de 14.282ha, está localizada mais ao Sul, limitada pelo estuário do rio Piraquê-Açú e é formada por quatro aldeias Tupiniquim (Caieiras Velha, Pau-Brasil, Irajá e Areal) e quatro aldeias Guarani (Boa Esperança, Três Palmeiras, Piraquê-Açú e Olho d’Água). A TI Comboios, situada às margens do rio Comboios, Riacho e Santa Joana, possui área de 3.872ha e conta com duas aldeias Tupiniquins (Comboios e Córrego do Ouro).
(ECI/VALE, 2013).

Originalmente, a área ocupada pelas terras Indígenas apresentava cobertura vegetal de Mata Atlântica com alta diversidade ecológica. Com o passar do tempo, estas áreas naturais foram substituídas pelo cultivo de eucalipto, para produção de celulose, atividades de pecuária extensiva, ocupação imobiliária e obras como gasodutos e oleodutos. Hoje, as áreas naturais restantes ocupam 31,24% das terras Indígenas. A monocultura do eucalipto (em diversos estágios) ocupa 53,20% e as áreas cultiváveis representam 3,51% das terras ocupadas.

Ainda assim, mesmos os trechos onde foram retirados os eucaliptos, a sucessão ecológica encontra dificuldade de acontecer de forma natural, devido ser uma espécie exótica, de grande competição com as espécies nativas, impedindo sua germinação. Além disso, de forma geral, os remanescentes de Mata Atlântica apresentam muitos sinais de degradação, baixa diversidade de espécies e invasão de espécies exóticas. A TI Comboios apresenta uma particularidade na sua cobertura vegetal por apresentar extensa área de restinga em estado razoável de conservação.

A história do Município de Aracruz, antes da chegada dos portugueses, é caracterizada pela presença dos nativos goitacaz, tupiniquim e botocudo, próximo ao rio Piraquê-Açú e Riacho. Aos poucos, com a invasão dos portugueses, aldeias jesuíticas foram sendo criadas, os povos indígenas foram sendo dizimados, restando apenas os tupiniquins no litoral Norte do Estado do Espírito Santo. As terras indígenas foram progressivamente tomadas por fazendeiros e posseiros que, nas décadas de 1960 e 1970. Venderamnas para uma fábrica de celulose. Nessa época, chegaram os guaranis, vindos do Sul, que ajudaram os tupiniquins na luta pela recuperação da posse das terras de seus ancestrais. Esse movimento de demarcação das terras Indígenas Tupiniquim e Guarani em Aracruz durou 30 anos.

Atualmente, o município de Aracruz tem, em seu território, duas etnias – tupiniquim (que habita a TI Tupiniquim e Guarani e a TI Comboios) e Guarani (que habita a TI Tupiniquim e Guarani). Nas 10 aldeias indígenas formadas em Aracruz, existem 3.268 índios organizados em 898 famílias. Do total, 305 pertencem à etnia Guarani e 2.963, à etnia Tupiniquim.

Quanto à moradia, as casas são, em sua maioria, de alvenaria mas ainda encontram-se algumas construídas com estuque. Nos quintais, há pequenas hortas, nas quais cultivadas hortaliças e plantas medicinais, pomares variados, roças de mandioca, cana e feijão. Há criação de aves, bovinos e equinos em algumas aldeias. Os limites entre os vizinhos são definidos por cercas, árvores e caminhos.

As aldeias indígenas contam com abastecimento de água por meio de captação em poço artesiano comunitário ou nascente. A maioria direciona o esgoto para fossa sanitária. Algumas aldeias começam a receber tratamento de esgoto domiciliar, como a de Caieiras Velha atendida pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Piraquê-Açú, situada na aldeia Três Palmeiras. O sistema utilizado são as chamadas “lagoas de estabilização”. A coleta de lixo é realizada pela Prefeitura, que o deposita no aterro sanitário.

Segundo o setor de Educação Indígena de Aracruz (2014), as aldeias Guarani contam com escolas indígenas. Uma delas está localizada na aldeia Três Palmeiras e oferece turmas de 1º ao 9º ano. Na aldeia Boa Esperança, há uma pequena escola indígena que oferece turmas do 1º ao 3º ano. Os estudantes das aldeias de Boa Esperança e Olho d’Água dão continuidade aos estudos na escola de Três Palmeiras.

Nas aldeias Tupiniquim, em Caieiras Velha, há um Centro Municipal de Educação Infantil Indígena (CEMEI) e uma escola de ensino fundamental, com turmas de 1º ao 9º ano, que atende também alunos de Areal e Irajá, sendo a maioria de seus professores indígenas. Em Pau-Brasil e Irajá, existem duas escolas que possuem turma de Educação Infantil de 4 e 5 anos e oferecem ensino de 1º ao 5º ano. Nestas aldeias, os estudantes dão continuidade aos estudos na escola de Caieiras Velhas e na Cidade de Aracruz. A aldeia de Comboios possui escola que atende do 1º ao 9º ano. Também possui turma de Educação Infantil de quatro e cinco anos. A continuidade dos estudos é feita nas escolas de Vila do Riacho, distrito mais próximo.

 

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

Algumas particularidades de cada aldeia serão apresentadas a seguir, tendo em vista promover e estimular estudos e atividades educativas em defesa do patrimônio natural e cultural das terras indígenas e dos ecossistemas a elas articulados. Outro ponto a destacar, durante a visita, é a valorização dos saberes indígenas quanto à compreensão da natureza. Estes são transmitidos exclusivamente pela memória oral dos mais velhos e lideranças locais. Neste sentido, este espaço oportuniza o diálogo entre culturas de forma crítica e criativa, a fim de enriquecer o ensino e aprendizagem da escola. Para isso, o professor que deseja levar seus alunos nestes espaços precisa ter planejamento com objetivos bem definidos e claros, uma vez que as aldeias não contam com roteiros de visitação pré-definidos, sendo necessário um contato prévio com as lideranças indígenas.

Serão apresentadas, a seguir, primeiramente, as aldeias de etnia Tupiniquim e, em seguida, as Guarani.

 

 

É a maior aldeia Tupiniquim: conta com 1.314 indígenas, organizados em 372 famílias (Censo,2013). Nela, encontra-se a Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AITG), situada à margem da rodovia ES 456. Trata-se de uma instituição indígena responsável em gerir os recursos repassados à TI, como também um espaço político de organização e tomada de decisões sobre a vida da comunidade. Mais recentemente, foi criada a Associação de Pescadores e Catadores Indígenas de Caieiras Velhas (APECI), para qualificar e agregar valor na entrega dos mariscos, caranguejos e peixes ao consumidor. A organização em associações, como forma de oportunizar espaço para o diálogo e fortalecimento na comunidade, e tema de discussão para o professor na sala de aula.

Localiza-se próximo à sede da Cidade de Aracruz e possui 507 indígenas. O manguezal é apontado como fonte de subsistência de diversas famílias de pescadores artesanais. Nas épocas permitidas pela legislação ambiental, é possível comprar o caranguejo ao longo da rodovia ES-456, que atravessa a aldeia. O professor pode aproveitar para conhecer a Reserva Ecológica dos Manguezais Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim e buscar, entre os catadores, informações sobre o ciclo reprodutivo do caranguejo-uçá (Ucides cordatus), espécie de grande valor comercial. Além disso, pode-se investigar na comunidade os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais que envolvem esta relação entre o catador, o manguezal e o caranguejo.

Aldeia mais próxima da sede do Município, conta com 117 indígenas, organizados em 37 famílias. Cultivam mandioca, milho, feijão, abóbora, cana em meio aos tocos de eucalipto dos antigos plantios da fábrica de celulose. Os rios Sahy e Morobá passam próximo a aldeia estão impróprios para a pesca, devido, principalmente, à poluição por esgoto doméstico. Outro agravante é a presença de um aterro sanitário próximo à cabeceira do rio Morobá. O espaço oportuniza ao professor a discussão de temas ligados às questões socioambientais, como, por exemplo, a diminuição de populações de peixes ao longo dos anos, ausência da mata ciliar ao longo do curso dos rios, lançamento de esgotos urbanos e industriais sem tratamento e impactos ambientais de um aterro sanitário.

A aldeia está localizada entre os rios Sahy e Guaxindiba. Também sofre com os impactos ambientais causados pelo plantio do eucalipto e lançamento de esgotos urbanos e industriais sem tratamento. Possuem 516 indígenas, organizados em 143 famílias. O acesso é pela rodovia ES-257, no trecho que liga a sede do Município à fábrica de celulose e ao Distrito de Barra do Riacho. Os tupiniquins vivem da pesca e do cultivo da mandioca, café e abacaxi. A produção de farinha é frequente nas casas de farinha (quitungo), individuais ou comunitárias, além de outros derivados (goma, tapioca, polvilho). A coaba é uma bebida fermentada a partir do aipim macerado elaborado pelos tupiniquins. Este espaço oportuniza a valorização das contribuições indígenas na alimentação e o diálogo entre o conhecimento indígena e científico na sociedade, em relação a aspectos como: reprodução vegetal, diversidade biológica, hábitos alimentares e biotecnologia indígena.

Distantes da sede do Município cerca de 40 km, ficam localizadas, no litoral próximo ao Distrito de Vila do Riacho. Para chegar às aldeias, é preciso seguir pela rodovia ES-257 e, depois, na ES-010, com sentido ao distrito, a aldeia Córrego do Ouro está localizada mais ao Sul da TI Comboios. Já o acesso à aldeia Comboios, localizada as margens do rio Comboios, acontece pela entrada principal, através da utilização de pequenos barcos. Vivem em Comboios cerca de 509 índios, organizados em 125 famílias. A aldeia está localizada em TI que possui um solo arenoso, com vegetação predominantemente de restinga. Na época dos frutos da aroeira, planta adaptada à restinga, a comunidade se organiza em torno da sua coleta e venda para a produção de cosméticos. Ao Norte, a aldeia faz limite com a Reserva Biológica de Comboios, onde existe uma base do Projeto Tamar. O professor pode verificar junto às lideranças indígenas a possibilidade de fazer uma trilha em meio à restinga e aproveitar para explorar temas socioambientais, como: impactos ambientais das indústrias ao redor, extração de areia, corredor ecológico, adaptações da flora e fauna e ciclo reprodutivo de espécies em extinção, dentre outros.

Os Guaranis que habitam as terras Indígenas Tupiniquim e Guarani formam uma população de 305 indígenas, distribuídos em quatro aldeias: Boa Esperança (Tekoa Porá), Três Palmeiras (Boapy Pindó), Piraquê-Açú e Olho d’Água. As três primeiras estão localizadas próximas à foz do rio Piraquê-Açú e a última localizada mais ao norte da TI. O acesso às aldeias pode ser feito pela rodovia ES-010, próximo ao bairro Coqueiral de Aracruz. Os artesanatos produzidos pelos Guaranis são feitos, principalmente, de bambu e taquara, constituem uma das principais fontes de renda. Nestas aldeias, encontram-se as áreas com remanescentes de Mata Atlântica mais preservadas. Neste sentido, o professor pode verificar, junto às lideranças indígenas, a possibilidade de realização de trilhas em meio à vegetação. Em seguida, estabelecer comparação entre ambientes com e sem interferência humana. Próximo ao rio Piraquê-Açú, foi construída uma aldeia temática guarani, Tekoa Mirim, que pertence a todas as três aldeias, local que poderá ser incluído no roteiro da visita.

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Da mandioca a farinha”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No momento da problematização, sugerimos que o professor de Ciências, a fim de despertar a curiosidade e interesse dos alunos pelo tema da SD, proponha um diálogo com a turma em torno da letra da música ‘‘Farinha’’ do compositor e cantor Djavan. Em seguida, solicite que, em grupos pequenos façam, uma entrevista com um familiar mais idoso, sobre sua experiência com a fabricação da farinha e consumo de mandioca no passado.

Na segunda aula, o professor de História poderá assistir, com seus alunos, a reportagem exibida pelo programa Globo Rural (2003) ‘‘O Reino da mandioca’’ que apresenta as características desta planta, suas variedades e utilidades, além de buscar a valorização da contribuição indígena na domesticação do tubérculo. Outro recurso, que poderá ser utilizado como suporte, é a cartilha ‘‘Mandioca, a Raiz do Brasil’’ produzida pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), ressaltando em forma de poemas a importância histórica, cultural, econômica e nutricional da mandioca.

Na terceira aula, os mesmos grupos poderão investigar as propriedades nutricionais da farinha de mandioca, a partir de busca de informações em rótulos de alimentos e livros didáticos. Ao final, pedir a elaboração de conclusões quanto à classificação da farinha de mandioca quanto ao grupo de alimentos. Para aproximar os alunos das pesquisas científicas na área de melhoramento genético, sugerimos que o professor, de Ciências oportunize, ao final a discussão, o texto de divulgação científica a ‘‘Mandioca vitaminada’’(anexo).

Na quarta aula, os professores de Ciências e História levam seus alunos a uma aldeia indígena, a fim de conhecer a plantação de mandioca e as etapas de fabricação da farinha. É importante que seja combinado previamente com as lideranças indígenas o objetivo da visita ao local, para que possa ser verificado o dia e horário que será produzida a farinha. Os grupos deverão registrar, por escrito e em fotografias, as etapas observadas na plantação de mandioca e na de casa de farinha. Na quinta e sexta aula, no Laboratório de Informática da escola, os grupos selecionam algumas fotos para serem utilizadas na exposição ‘‘Da mandioca a farinha’’. Todas as fotos deverão trazer um texto-legenda descrevendo ou acrescentando algo mais à imagem.

Na aula de História, o professor poderá, após a visita, oportunizar debate entre os grupos que são a favor e contra as casas de farinha. Os alunos poderão, primeiramente, discutir em pequenos grupos suas ideias a partir do que observaram na visita aquele espaço, como também poderão buscar outras opiniões a respeito do assunto, antes de participarem do debate na sala de aula que será mediado pelo professor. Alguns aspectos importantes que podem ser levantados pelos grupos são: valorização das farinhas artesanais, valorização das tradições, fonte de renda, segurança alimentar e questão de qualidade.

No momento de aplicação do conhecimento, o professor de História poderá orientar o seminário “A farinha da mandioca no prato brasileiro.” Cada grupo poderá fazer o levantamento de comidas típicas feitas à base de farinha de mandioca por região brasileira. Será solicitado que cada grupo faça uma receita para o momento de confraternização ‘‘Farofas e pirões’’. Neste momento, também será apresentado a exposição de fotografias ‘‘Da mandioca a farinha’’ e o relato de experiências de alguma pessoa entrevistada pelos grupos.

 

ENDEREÇO:
Parque da Prainha, Vila Velha/ES
CAPACIDADE:
Grupos de até 40 alunos
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Área resguardada pelo Exército, aberta para visitação todos os dias. Os pontos históricos do sítio possuem horários específicos de atendimento.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3149-7200 – PMVV – Site: http://www.vilavelha.es.gov.br

O ESPAÇO EDUCATIVO

O Município de Vila Velha é o mais antigo do Estado do Espírito Santo, conhecida como a cidade capixaba mais populosa, litorânea, localizada ao Sul da capital, o Município de Vitória. Suas estruturas urbanas destruíram a maior parte de seus elementos naturais, consolidando ambiente fragilizado, onde as paisagens naturais foram alteradas em função de uma paisagem construída.

A cidade possui o maior centro comercial do Estado e também um grande porte Industrial. São 32 quilômetros de litoral recortado por praias, constituindo importantes símbolos turísticos e paisagísticos. Vele destacar os grupos étnicos que formam o Município, entre os quais destacam-se: os índios, negros e portugueses.

Ressalta-se que a Cidade de Vila Velha é rica em patrimônios materiais (arquiteturas que se tornaram lugares de memória), patrimônios imateriais, costumes e tradições, apresentando ricas manifestações culturais e uma grandiosidade de patrimônios naturais. Destacamos, a seguir, três espaços para o trabalho de Educação Patrimonial no Município de Vila Velha:

Complexo que agrega pontos históricos; dentre eles, destacamos Convento da Penha, a Gruta Frei Pedro Palácios, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Museu e Atelier Homero Massena e Museu Etnográfico, mais conhecido como Casa da Memória. A enseada histórica da Prainha foi o local onde aportou o primeiro donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho. É o local onde começou a colonização do Estado do Espírito Santo.

Criado em novembro de 2003, e com uma área de 168,30 hectares, o Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira está localizado no bairro Glória, às margens do canal da Baía de Vitória, na foz do rio Aribiri. É uma unidade de conservação ambiental com atividades voltadas para a preservação da natureza, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental e turismo ecológico.

É um balneário diferente no Município de Vila Velha, por suas origens históricas. Guarda tradições religiosas e folclóricas (congo é um dos ritmos locais), com festas e celebrações. A Barra do Jucu preserva, até hoje, suas características de vila e seu folclore, com as Bandas de Congo e a Festa de São Benedito. Durante a festa, o Congo da Barra do Jucu é acompanhado pela procissão percorrendo as ruas da vila e fincando o mastro em frente à Igreja da Glória, com muita música, dança e foguetes. A vila recebeu esse nome, por estar próxima à foz da Rio Jucu. Nos finais de tarde, a atração é a revoada das garças boiadeiras. Fazendo parte deste roteiro, além do congo, da fábrica de casacas e tambores e das praias belíssimas da redondeza, está a Reserva Ecológica de Jacarenema, área de preservação de restinga e manguezal, e o Atelier Kleber Galveas.

 

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS DO ESPAÇO

Para apresentar as potencialidades educativas do Município de Vila Velha elencou-se alguns lugares que são símbolos culturais da cidade.

É considerado o principal monumento religioso do Estado do Espírito Santo e símbolo de devoção a Nossa Senhora da Penha. Oito dias após a Páscoa, fiéis de todo o país se dirigem ao Convento em homenagem à santa. A origem do culto à Nossa Senhora da Penha teve início em 1558, quando o frei Francisco Pedro Palácio, vindo de Portugal, chegou a Vila Velha, trazendo um painel da santa. Segundo a versão popular, o quadro teria sumido da gruta onde o frei morava. A edificação da “Ermida das Palmeiras” teve sua construção iniciada por volta de 1560. A pequena capela feita pelo frei Pedro Palácios teve sua primeira modificação em 1651 Isso ocorreu a pedido do filho do donatário Vasco Coutinho e outros principais da Vila, que queriam construir um Convento no Espírito Santo, resultando em uma das mais belas construções do Brasil Colonial. Desde então, o convento passou por inúmeras reformas. A imagem da Penha, “Padroeira do Espírito Santo”, está exposta no seu interior. Com objetivo de possibilitar a todos os fiéis a apreciação deste acervo, foi criado o Museu do Convento de Nossa Senhora da Penha, como objetos vestimentas e demais artefatos utilizados pelos primeiros frades.

Endereço: Rua Vasco Coutinho s/nº. Prainha. (ao lado do Museu Homero Massena). http://conventodapenha.org.br/

Horário de funcionamento: diariamente de 7h30 às 17h.

Mais informações: (27) 3329-0420

Trata-se de um vão formado pela natureza embaixo de uma grande pedra situada no sopé da montanha. Possui, aproximadamente, um metro de altura em declive a partir da entrada. Segundo alguns historiadores, foi residência do frei Pedro Palácio por mais de seis anos. Nela dormia o frei, tendo como travesseiro uma pedra e nada mais, pois fazia parte da ordem viver na mais dura pobreza. Do mesmo lado, e adiante da gruta, está o nicho onde, segundo historiadores, o frei Pedro colocava o quadro de Nossa Senhora, que trouxera de Portugal, e diante do qual orava como povo.

Endereço: Rua Vasco Coutinho s/nº. Prainha. (localizado ao pé do Convento).

Área de proteção da Marinha.

Horário de funcionamento: diariamente.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é a mais antiga do Estado do Espírito Santo. Sua construção foi iniciada em 1535, logo após a chegada do donatário Vasco Fernandes Coutinho. Com a ajuda do jesuíta Afonso Brás e do irmão Leigo Simão Gonçalves, recebeu, naquela época, o acréscimo de uma nave maior e o nome de Igreja de Santa Catarina, sendo depois denominada de Igreja do Rosário. A praça da frente tem palmeiras imperiais e obeliscos em homenagem a Vasco Fernandes Coutinho e a Nossa Senhora dos Prazeres. A Igreja do Rosário é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), 20 de março de 1950.

Endereço: Praça da Bandeira, Prainha, Vila Velha – ES

Horário de funcionamento: diariamente de 7h30 às 17h00.

Mais informações: (27) 32393113

Transformada em museu, a casa foi onde o artista plástico Homero Massena passou os últimos 20 anos da sua vida. O artista foi um dos mais ilustres do Estado do Espírito Santo. Foi o fundador da Escola de Belas Artes do Espírito Santo, sétima do Brasil, que se transformou no Centro de Artes da (UFES). O interior da casa procura reconstituir o ambiente do artista, expondo objetos pessoais e cômodo onde era a oficina, assim como cerca de 20 quadros deixados pelo pintor.

Na casa em que o artista morou com a esposa Edy, o visitante pode conhecer um pouco mais do que foi o dia a dia de Massena. Livros, pincéis e um quadro não acabado permanecem intocáveis, deixando à vista os últimos passos do pintor. Varanda, sala, ateliê, dois quartos, banheiro e cozinha compõem a construção, típica de beira de praia das décadas de 1940 e 1950. Pinturas em todos cômodos e objetos pessoais remetem à criatividade do artista, que gostava de pintar nas rachaduras das paredes, dando um toque único e especial às ambientações da casa.

Endereço: Avenida Beira Mar, 175, Prainha, Vila Velha – ES http://www.vilavelha.es.gov.br/noticias/museu-homero-massena-opcao-de-lazer-para-turistas-1914

Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, e aos sábados, das 10 às 14 horas.

Mais informações: (27) 3388-4311

Imóvel tombado pelo Governo do Estado do Espírito Santo, com mais de 100 anos de construção, situado ao lado do Museu Homero Massena. A Casa da Memória promove exposição sobre o Convento da Penha, cerimônia comemorativa do termino Segunda Guerra Mundial, mostra permanente de fotos e objetos sobre o sítio histórico da Prainha e adjacências. O grande acervo remonta à cultura local, resgatando história e memória do Município e do Estado. É a mais recente instituição criada com a finalidade de incentivar o estudo da história e do desenvolvimento cultural de Cidade, sob todos os aspectos. Localizada no sítio histórico da Prainha, a Casa da Memória foi construída no fi nal do século XIX (datada em 1893) e é tombada pelo Conselho Estadual de Cultura. No espaço, existe um acervo permanente de fotos que tratam do sítio histórico da Prainha e adjacências, resgatando a história e memória do município e do Estado. As imagens expostas que retratam a evolução do Município ao longo dos últimos 100 anos, com o visitante podendo conhecer um pouco da história da cidade, com acervo histórico e cultural sobre a colonização do solo espírito-santense.

Endereço: Rua Luciano das Neves com Beira Mar. Área urbana. Prainha. (ao lado do Museu Homero Massena).

Horário de funcionamento: segunda a sexta, 8 às 17h.

Mais informações: (27) 3388-4344

Entre as obras que o artista Kleber Galvêas exibe em seu atelier estão pinturas de tamanhos, formatos, assuntos, cores e valores bem diferentes, mostrando sua impressão sobre trechos populares da paisagem do Estado do Espírito Santo. No ateliê do artista, além de conhecer suas obras, o visitante pode também, a partir de agenda específica, participar de lançamentos de livros.

Endereço: Rua: Antenor Pinto Carneiro, nº 66, Barra do Jucu, Vila Velha/ES

Horário de funcionamento: segunda a sexta, 8 às 17h.

Mais informações: Atelier Kleber Galvêas (27) 3244-7115

http://www.galveas.com

Capacidade: grupos de até 40 pessoas

A visita à fábrica de casacas (instrumento musical tradicional local) e tambores permite o conhecimento das técnicas utilizadas na confecção destes instrumentos, destacando os materiais utilizados antes e os materiais utilizados hoje, retratando a influência das novas tecnologias.

Endereço: Barra do Jucu – Vila Velha

Horário de funcionamento: 9h às 17h

Mais informações: Mestre Vitalino – Tel: 3244 7251 – 9926 71041 – email: mestrevitalino@hotmail.com

Capacidade: 40 pessoas (divisão em grupos menores durante a visita)

O Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira foi criado através da Lei Municipal nº 4105, de 13 de novembro de 1993, e apresenta área de 168,30 hectares. Ele está localizado no bairro Glória, às margens do canal de acesso ao Porto de Vitória, na foz do Rio Aribiri. Destaca-se o morro da Manteigueira onde, no início do século XX, existia uma casa com a arquitetura semelhante a uma manteigueira, dando origem ao nome atual do Parque.

O Parque abriga fragmentos da Mata Atlântica, em estágios inicial, médio e avançado de regeneração, tais como, o brejo herbáceo e o manguezal na foz do rio Aribiri. Apesar de estar localizado em uma área urbana, abriga rica e variada fauna.

A vegetação pode ser herbácea ou arbustiva, com ocorrência de árvores nas fendas das rochas com altura entre cinco e seis metros, sendo comum a ocorrência de Pita (Fourcroya gigantea), Gravatá (Vriesea marítima), Cactos (Pilosocereus arrabidae, Cereus fernambucensis, Coleocephaloscereus fl uminensis), Quaresmeira (Tibouchina), Capim gordura (Melinis minutifl ora), e aroeira (Schinus terebintifolius), dentre outras.

Na fauna do manguezal podem ser encontrados caranguejo Uçá (Ucides cordatus), Guaiamum (Cardisoma guanhumi), siri (Callinectes spp.), Chama maré (Uca spp.) e Aratu (Goniopsis cruentata). Mas devido à elevada carga de esgotos despejada pelo rio Aribiri, esse ambiente fica bastante prejudicado.

Em relação aos répteis, já foram observados lagartos e serpentes. A espécie mais vista é o calango (Tropidurus torquatus), que pode ser facilmente encontrado sob rochas em dias de sol, assim como o Teiú (Tupinambis teguixin). Este devido ao seu grande tamanho, é animal muito procurado por caçadores. A maior parte das serpentes são inofensivas, como Jiboia (Boa constrictor), cobra d’água (Liophis miliares) e cobra verde (Philodryas olfersii), somente duas serpentes são venenosas: preguiçosa (Botrhops jararaca) e coral (Micrurus corallinus).

As aves constituem o grupo de vertebrados mais notável e mais diversificado na área do Parque.

Nas áreas de vegetação arbustiva, podemos encontrar Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), rolinha (Columbina talpacoti), anu-preto (Crotophaga ani), coruja buraqueira (Atheni cunicularia), pica-pau (Colaptes campestres), dentre outros. Nos trechos de capoeira, além das aves já citadas, também podem ser encontradas Jacupemba (Penelope superciliares), Juriti (Leptotila sp.), Carcará (Polyborus plancus), beija-flor (Amazilia fimbriata), Sanhaço (Thraupis sayaca), e Trinca-ferro (Saltator similis). A espécie mais abundante, com ninhos na área do Parque, é o Urubu (Coragyps stratus).

Os mamíferos estão representados por poucas espécies de pequeno e médio portes. Entre elas sagüida- cara-branca (Callitrix geoffroyi), espécie endêmica, ou seja, ocorrendo no Estado do Espírito Santo, Sul da Bahia e Leste de Minas Gerais. Devido à restrição de fragmentos florestais, esta espécie esta ameaçada e, ao sair em busca de alimento nas áreas urbanas, está sujeito a atropelamentos e doenças comuns entre seres humanos e primatas. Além disso, a alimentação oferecida pelos moradores do entorno pode causar doenças ou subnutrição.

Com uma área total de 168,30 hectares, no Parque é comum avistar sagui de cara branca, teiú, picapau, beija flor, sabiá, gambá, entre outros animais silvestres. A vegetação é característica de Mata Atlântica com ipê, aroeira, orquídeas, bromélias, boleiras e outras espécies nativas. O Morro da Manteigueira possui aproximadamente 80 metros de altitude, possibilitando visão panorâmica de Vila Velha e da Baiía de Vitória.

O Parque possui sede administrativa e trilhas monitoradas pela educação ambiental. As visitas serão acompanhadas por mediadores que ficarão responsáveis pela caminhada em trilhas e pelas atividades ambientais com duração de uma um hora e meia.

Para as visitas de escolas, o atendimento é para grupos de até 40 pessoas. As visitas ocorrem de terça a domingo, das 8 às 17 horas. O contato pode ser feito pelos telefones 3339-8119 e 3388-4294.

 

UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

ropomos, como sugestão, uma SD que tem por objetivo conscientizar o educando sobre a importância da preservação dos patrimônios, contribuindo para a construção da cidadania e valorização das riquezas culturais do Município de Vila Velha e promover a formação do espírito crítico por meio do respeito à identidade local. Cada cidade apresenta marcas características, o que contribui na formação dos conceitos de identidade e de lugar, expressos de diferentes formas: na consciência de que somos sujeitos da história; nas relações com lugares vividos (incluindo relações de produção); nos costumes que resgatam a nossa memória social; na identificação e comparação entre valores e períodos que explicam nossa identidade cultural. Permite, também, entender os arranjos espaciais oriundos das situações migratórias, que marcam suas identidades por meio de atividades culturais e religiosas, que ocupam, muitas vezes, os espaços públicos e que, via relações interfamiliares, compõem parte significativa da experiência de vida do aluno. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No momento da problematização, é importante que se lance a pergunta ‘‘O que é patrimônio?’’ Os alunos, normalmente, respondem que se trata de igrejas, escola, praças, monumentos, edificações, casas… ou seja: a maioria desconhece outros tipos de patrimônio (imaterial e natural). Em seguida, o professor pode lançar um desafio, sobre tudo o que os alunos gostariam de saber a respeito do assunto. Esse é o momento de contextualização do conteúdo a ser estudado, é a vivência individual e coletiva do conteúdo social que passa a ser reconstruída pelo aluno de forma sistematizada. Além disso, no momento de desafio quando os alunos expressaram o que mais gostariam de saber sobre o assunto o professor pode lançar outras questões como: ‘‘Por que os indivíduos não preservam seu patrimônio?’’ ‘‘Para que devemos preservar os patrimônios do Município?’’ ‘‘Quais são os patrimônios do Município?’’ ‘‘Qual a importância desses patrimônios para o Município?’’ ‘‘Existem leis de proteção patrimonial? Essas leis são cumpridas?’’ ‘‘Por que o congo e a moqueca capixaba são considerados patrimônios e devem precisam ser valorizados?’’ ‘‘Qual a importância dos patrimônios ambientais?’’ ‘‘O que é tombamento e para que serve?’’ ‘‘O congo é macumba ou folclore?’’ Essas questões podem ser divididas e ampliadas em várias dimensões, tais como:

Conceitual: O que é patrimônio?
Histórica: Como foram construídos esses patrimônios? Ao longo da história o homem destruiu ou modificou os patrimônios do município?
Social: Por que é necessário o equilíbrio do homem com os patrimônios locais? Como o homem interage com estes patrimônios?
Econômica: De que forma esses patrimônios contribuem com a renda da população e trazem lucros para o Município?
Política: O que a prefeitura e o Estado têm feito para preservar esses patrimônios?
Legal: Quais são as leis de proteção patrimonial?
Religiosa: De que forma a igreja tem influência sobre estes patrimônios?
Cultural: Quais as manifestações culturais do Município e qual sua importância na construção da identidade dos moradores da região?
Educacional: Qual o papel da escola na preservação dos patrimônios?
Apesar da lista de dimensões estabelecidas acima, algumas das problematizações poderão sofrer modificações e, desta forma, adaptadas à realidade dos alunos no decorrer da aplicação da SD.

Diante dessa problematização, é importante uma aula expositiva para tratar dos seguintes assuntos:
a) O que é Patrimônio – Conceituar o que é patrimônio, apresentando as diferenças entre o patrimônio material, imaterial e ambiental.
b) Patrimônio Material – Conhecer os patrimônios locais, buscando identificar sua importância social, cultural, econômica e histórica para o Município.
c) Patrimônio Imaterial – Conhecer as manifestações culturais ressaltando que a diversidade cultural compõe a identidade dos alunos.
d) Patrimônio Natural – Conhecer as influências do comportamento das pessoas nestes ambientes, compreendendo o processo de degradação do mesmo e reconhecer o valor do Patrimônio Ambiental, promovendo a consciência de sustentabilidade.

Durante a aplicação do conhecimento, algumas das perguntas lançadas na problematização são respondidas coletivamente. Nesta fase, o professor poderá utilizar, como ação pedagógica, jogos, confecção de fantoches, teatros com fantoches, confecção de casacas, aulas de campo nos patrimônios, produção de relatórios das aulas e produção de vídeos. Um exemplo de jogo é o que segue. Nesse jogo, tanto as perguntas quanto as respostas podem ser elaboradas pelos alunos a partir de pesquisa sobre o assunto.

As aulas de campo, realizadas durante a organização do conhecimento, objetivam promover a vivência sobre o conteúdo desenvolvido na sala de aula, reforçando a aprendizagem. Podem ser estruturadas para acontecer em dois dias, em três espaços do Município, no horário de aula dos alunos. No primeiro dia, os alunos podem conhecer o Patrimônio Imaterial da região, ou seja, a manifestação cultural e a história do Congo da Barra do Jucu. No segundo, os Patrimônios Materiais do Sítio histórico da Prainha; dentre eles, Gruta do frei Pedro Palácio, Museu Homero Massena, Casa da Memória, e Igreja do Rosário, podendo também contemplar, no alto do morro localizado na Prainha, o Convento da Penha, objetivando resgatar a história de cada Patrimônio, se apropriando de conhecimentos sobre os mesmos e, por fim, o Patrimônio Natural situado no Parque do Morro da Manteigueira para detenção de conhecimentos sobre a fauna e flora locais. Os roteiros para a programação das aulas de campo poderão ser realizados da seguinte forma:

a) Patrimônio Imaterial
1 – Saída da escola.
2 – Recepção na Barra do Jucu e encontro com o mestre de congo da banda da Barra do Jucu (Buchecha) e sua esposa.
3 – Ateliê Kleber Galvêas (conhecer a história e as obras do artista capixaba).
4 – Casa de Dona Dorinha, matriarca do congo da Barra e banda Tambor de Jacarenema, para conhecer tipos de tambores, casaca e mastro.
5 – Mestre Daniel (fotos da Fincada do Mastro).
6 – Fábrica de tambor (conhecer como esses instrumentos são produzidos) e ouvir a banda de congo do mestre Onório tocar.
7 – Fim do campo e retorno à escola

b) Patrimônio Material e Natural
1 – Saída em frente à escola.
2 – Chegada na Prainha e Gruta do Frei Pedro Palácio.
3 – Museu Homero Massena.
4 – Casa da Memória e Igreja do Rosário; divisão dos grupos para as filmagens.
5 – Parque do Morro da Manteigueira, Palestra (40 minutos). Trilha Ecológica – Mata Atlântica, fauna e flora local (vegetação arbustiva, cactos, de manguezal, mamíferos, aves, répteis, crustáceos e outros).
6 – Fim do campo e retorno à escola.

Durante as aulas de campo, os alunos conhecerão os patrimônios materiais e produzirão vídeos e fotografias sobre eles, respondendo o questionário elaborado pelo professor antes da visita (durante a organização do conhecimento) para a seguir produzirem um relatório.

Outro momento importante da SD proposta, na aplicação do conhecimento, é a criação de fantoches de material reciclável para realização de teatro. Esse instante requer muita criação, pois os alunos elaborarão peças de teatro bem como seus personagens.

Além da oficina de fantoches, podem ser propostas oficinas de casacas feitas com garrafas PET, como segue nas imagens e no quadro explicativo a seguir.

O impacto do consumismo e a globalização têm reduzido o interesse dos jovens pelos patrimônios locais, principalmente o patrimônio imaterial (congo), devido à ligação ao mundo do consumo, com as músicas importadas. Existe certa rejeição à cultura do Município, devido aos meios de comunicação que acabam por diminuir as tradições coletivas locais. Por isso, pode ser proposto também a elaboração de um Jornal no Laboratório de Informática.

 
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Ana
Ana
9 meses atrás

Gente que material bem feito.Parabéns a equipe envolvida!!!

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