1.1 Escola da Ciência Física de Vitória

ENDEREÇO:
Rua José de Anchieta, Parque Moscoso, Vitória-ES
Telefone: (27) 3233-3556
E-mail: cienciafi sica@gmail.com
CAPACIDADE:
até 45 alunos por mediador.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
de segunda a sexta-feira, de 8h às 12h e de 13h às 17h.
MAIS INFORMAÇÕES:
http://www.vitoria.es.gov.br/seme.php?pagina=escolafi sica

Foto: Josilene E. Werneck Machado

A Escola da Ciência Física faz parte do Circuito Metropolitano de Divulgação Científica do Município de Vitória-ES, sendo um dos quatro espaços de ciência, educação e cultura da cidade. Recebe, em média, 65.000 visitantes por ano, dos quais, a grande maioria, estudantes, pesquisadores e professores. Tendo a proposta de popularizar a Física, o museu é pensado de forma a despertar a curiosidade do público e auxiliar a compreender, de forma divertida, os fenômenos científicos, ao abordar conceitos relacionados à mecânica, eletricidade, acústica e ótica.

Nele, todos são convidados a tocar, a experimentar. O mediador é preparado para apresentar os equipamentos e interagir com os estudantes de forma lúdica e, ao mesmo tempo, problematizadora. O professor também tem o seu papel, pode e deve interferir, questionando e pontuando o que considerar importante.

Muito além de reforçar os conteúdos de sala de aula, um museu de Ciência é um ampliador da cultura geral e pode contribuir para a cultura científica dos alunos. As visitas são gratuitas para todos os cidadãos, em grupos ou não. Porém, grupos acima de 10 pessoas, por exigir mediadores exclusivos, precisam agendar a visita.

Segundo informações do diretor da Escola da Ciência e Física de Vitória, não há roteiro pré-definido para a visita. Durante a visitação, um monitor apresenta ao público os equipamentos presentes no museu de ciências. O que ocorre ao se percorrer os espaços é uma adaptação da linguagem de acordo com cada público, uma vez que este local permite a visitação de públicos com diversos níveis de escolaridade. O professor pode planejar o seu roteiro e definir como irá trabalhar com os alunos. Um dos objetivos deste espaço é despertar a vontade de aprender Ciência e trabalhar a divulgação científica.

Situada no Parque Moscoso, na região central da Cidade de Vitória, a Escola da Ciência Física ocupa um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, uma obra de arquitetura modernista inaugurada em 1952, no Governo de Jones dos Santos Neves, projetado pelo arquiteto Francisco Bolonha. Este prédio fica anexo ao Parque Moscoso em uma área construída de 2000 m², com exposições permanentes nos salões temáticos e exposições temporárias na galeria de arte.

Este centro de ciência foi idealizado pela Secretaria Municipal de Educação (SEME), tendo sido criado pela Lei Municipal 5.397/2001 e mantido pela Prefeitura Municipal de Vitória. Atende escolas públicas e privadas de todo o Estado, sendo uma referencia em Centro de Ciências no Estado.


Sendo um museu no estilo de um Science Center, ou seja, um Centro de Ciência, as atividades propostas são bastante interativas e as exposições focam fatos científicos, com o público sendo convidado a tocar, interagir e vivenciar fenômenos físicos especialmente. São cinco salas e uma área ao ar livre, contendo 55 aparelhos que demonstram, na prática, fenômenos científicos: mecânica, eletricidade, acústica, eletromagnetismo e ótica. Além disso, o espaço também conta com auditório, sala com laboratório de informática e robótica. Este conjunto permite que os conceitos possam ser construídos relacionando a Ciência com o cotidiano dos estudantes.



Nesse sentido, podemos listar alguns exemplos de aparatos interativos encontrados dentro da Escola da Ciência Física, com o intuito de oferecer dinamicidade ao processo de ensino e aprendizagem de conceitos, tanto a professor quanto a aluno:



Além de seu acervo que desenvolve muitos conceitos físicos, outro olhar pode ser lançado sobre elementos históricos da urbanização da capital e também em estilos de época, presentes na arquitetura modernista do prédio, assim como também nos painéis em mosaico de Anísio Medeiros (1922-2003) que revestindo as paredes do lugar.



A Escola da Ciência Física não é um espaço destinado apenas para professores e alunos de Física. Em seu plano expositivo, é possível estabelecer diálogos com conhecimentos da Biologia, Matemática, História, Geografia e outros. Cabe ao professor optar por uma abordagem pedagógica que favoreça o desenvolvimento da educação científica. Realizar um planejamento criativo, adequado à prática social de seus alunos, potencializando a capacidade educativa do museu, fazendo deste, um meio, e não o fim do processo de ensino e aprendizagem.

Dessa forma, este é um espaço muito adequado ao professor pretendendo promover atividades investigativas para favorecer o processo ensino-aprendizagem, pois tem muito a contribuir com a formação de cidadãos participativos, capazes de estabelecer relações entre os conhecimentos das ciências, e das tecnologias associadas aos saberes cotidianos e científicos. E, por conseguinte, avaliar as consequências destes para a sociedade.

Propomos, como sugestão, uma SD que tem como temática: “Corra da tempestade”. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos que o professor de Ciências a fim de despertar o interesse dos alunos quanto ao tema, proponha um diálogo com a turma sobre relâmpagos com o objetivo de verificar os conhecimentos prévios dos alunos quanto ao tema.

Possíveis mitos podem ser registrados no quadro. Como há uma série deles, pode-se supor que os alunos irão citar: “Raios nunca caem duas vezes no mesmo lugar”, “Raios sempre caem em lugares mais altos”, “Todo acidente com raio é fatal” e outros mais, dependendo da cultural local.

Sugerimos que o professor assista, com seus alunos, o filme brasileiro ‘Fragmentos de Paixão’. Este filme busca entender como os raios podem afetar a vida das pessoas, além de apresentar o tema sob perspectiva histórica, cultural e científica que aproxima a ciência de todos, em uma abordagem CTSA.

A relevância sobre o estudo pode ainda ser ressaltada na aula de Geografia, com uma pesquisa no site www.inpe.br/webelat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), no infográfico das mortes por raios e no ranking de Municípios que mostra as incidências de descargas elétricas na região em que moram em tempo real. Neste momento, o professor de Geografia poderá solicitar comparações entre os locais e as respectivas incidências de raios, e, também, solicitar que os alunos levantem hipóteses que possam explicar o fato de alguns lugares serem mais propícios à descargas elétricas do que outros.

Na quarta aula, na organização do conhecimento, propomos que o professor de Ciências trabalhe em sua aula os conteúdos conceituais relacionados à eletricidade, após a construção de um pêndulo elétrico pelos alunos. Esta atividade prática visa provocar maior interesse e curiosidade nos alunos.

Os alunos deverão anotar no roteiro fornecido pelo professor as observações feitas com o experimento. O professor também apresenta aos alunos fotos do Gerador de Van Graff e, a partir do que foi ensinado na aula, pede aos alunos para levantarem hipóteses quanto ao seu funcionamento.

Atividade: Roteiro para coleta de dados durante a realização do experimento “construção do pêndulo elétrico” e a “Visita a Escola Ciência- Física de Vitória”.

Após a participação nas atividades propostas pelo professor, preencha a tabela com atenção ao que se pede:

Foto: Josilene E. Werneck Machado

A partir da quinta aula, o professor de Ciências, juntamente com o de Geografia, leva seus alunos a uma visita à Escola de Ciência-Física, onde poderão ter contato com o conteúdo de cargas elétricas na visita a sala temática de eletricidade, além de conhecer o funcionamento do Gerador de Van de Graaff e vivenciar experiências eletrizantes, na aproximação e no contato com a esfera do gerador. Pedir para que os alunos anotem suas observações no roteiro fornecido na aula anterior.

Após a visita, na aula de Geografia, os alunos, no laboratório de informática, fazem uma pesquisa no site www.inpe.br/webelat e cartilha “Proteção contra raios” por informações e curiosidade sobre relâmpagos, que serão utilizadas na construção de um jogo nas próximas aulas. Neste momento, o professor de Geografia também solicitará aos alunos que pesquisem os elementos que favorecem a incidência de raios e os alunos irão verificar suas hipóteses levantadas na aula 2. Como atividade de casa, o professor retoma com alunos o que foi observado na visita à Escola de Ciência-Física e orienta para que, em grupos, elaborem, por escrito e com desenhos, uma explicação estabelecendo uma relação entre pêndulo elétrico, gerador Van de Graaff e formação dos relâmpagos. Nas duas últimas aulas, na aplicação do conhecimento, sugere-se que os professores de Ciências e Geografia orientem os alunos na construção de um jogo com o tema “Mitos ou verdades sobre os relâmpagos”, envolvendo os pontos pesquisados e discutidos nas aulas na escola e no museu. Este jogo poderá ser aplicado na própria sala de aula, ou até mesmo em momentos de lazer com a comunidade escolar.

Para saber mais sobre a importância do papel atribuído aos educadores a esse espaço, bem como as intencionalidades educativas ao planejarem atividades nesses espaços consulte: COELHO, Geide Rosa; BREDA, Vitor de Carvalho and BROTTO, Thales Renan de Aguiar. Atividades em um centro de ciências: motivos estabelecidos por educadores, suas concepções e articulações com a escola. Educ. Pesqui. [online]. 2016, vol.42, n.2, pp.525-538. http://dx.doi.org/10.1590/s1517-9702201606142837.



1.2 Escola da Ciência, Biologia e História

ENDEREÇO:
Avenida Dário Lourenço de Souza, 790, Bairro Mário Cypreste, Sambão do Povo, Vitória, ES
CAPACIDADE:
Grupos de 50 alunos, de acordo com o roteiro escolhido.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça a sábado, das 8h às 12h e das 14 às 18h.
MAIS INFORMAÇÕES:
Contato: (27) 3332-1612 / 3381-6994.
ecbh@vitoria.es.gov.br.
http://ecbhpmv.blogspot.com.br/ http://www.vitoria.
es.gov.br/seme.php?pagina=escolabiologiahistoria

Foto: Marcio A. F. Caniçali

A Escola da Ciência – Biologia e História (ECBH) é um Centro de Ciências que une natureza e cultura para falar da identidade capixaba. Esse espaço tem como objetivo democratizar a Ciência e permitir, de forma lúdica e interativa, o acesso da população capixaba aos conhecimentos sobre os ecossistemas e o patrimônio histórico do Estado do Espírito Santo. Há um destaque para a construção do espaço geográfi coda Ilha de Vitória, e também para a deterioração dos ecossistemas locais, principalmente o Mangue e a Mata Atlântica, ao longo do seu percurso histórico em consonância com a construção da histórica do país.

UM POUCO DA HISTÓRIA DE CRIAÇÃO DA ESCOLA DA CIÊNCIA-BIOLOGIA E HISTÓRIA
Na década de 1980 e início da seguinte, um movimento organizado de professores e intelectuais visava criar na cidade um grande espaço educativo – o Centro de Ciências de Vitória. Nesse lugar, previsto inicialmente para ser na Enseada do Suá, haveria imensos espaços expositivos e salas para conferências, onde se poderia discutir e fazer Ciência. Haveria também quatro módulos educacionais: Parque da Ciência, Centro de Informática Educacional, Centro Ecológico e Planetário de Vitória.


Entretanto, o Plano Diretor Urbano (PDU) não permitiu a construção naquela região de um edifício com a altura necessária para abrigar o Planetário. Isso paralisou a proposta, mas não a inviabilizou. No decorrer do tempo, os módulos foram sendo estabelecidos em localidades distintas, concretizando assim a proposta da criação de espaços educativos para o Município de Vitória. A ECBH é o mais recente dos atuais Centros de Ciência, Educação e Cultura de Vitória, sendo inaugurada em novembro de 2001.


Inicialmente, o maquetista Paulo Zuccherato foi contratado para produzir um conjunto de 30 maquetes relativas aos bens culturais arquitetônicos de Vitória e Vila Velha. Difi culdades posteriores ensejaram que apenas 23 fossem efetivamente realizadas e estão em exposição na instituição. Uma vez que, à época, não havia interesse da municipalidade em estimular os desfi les carnavalescos no atual Sambão do Povo, a ECBH foi lá instalada após a defi nição de uso de um de seus camarotes.

Todo trabalho arquitetônico foi realizado pelo arquiteto Fabio Pinho. A inspiração para a escolha desse acervo foi buscada por técnicos da Secretaria Municipal de Educação (SEME) em visitas a instituições similares, tais como: Estação Ciência da Universidade de São Paulo (USP); Casa da Ciência; Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e, Museu de Ciência e Tecnologia, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC – RS). A proposta da SEME era de democratizar a Ciência e permitir, de forma lúdica e interativa, o acesso da população aos conhecimentos sobre os ecossistemas e o patrimônio histórico do Estado do Espírito Santo. Atualmente a ECBH funciona no Sambão do Povo, atendendo a comunidade escolar assim como o público em geral, popularizando a Ciência e a História do Estado do Espírito Santo.

A ECBH, abriga diversos elementos que facilitam o aprendizado sobre a identidade capixaba, entre eles maquetes do patrimônio histórico regional, animais taxidermizados da Restinga e da Mata Atlântica, artefatos arqueológicos que provam a existência de populações pré-históricas em nossa região, bem como aquários. Em uma das salas, há a maquete do Município de Vitória. Nela, podem-se notar as áreas de aterro, o antigo percurso do bonde e seus limites geográficos. No espaço dedicado à região de Santo Antônio, o visitante poderá contemplar diversas fotos antigas e atuais do bairro mais antigo da capital, além da maquete da Basílica de Santo Antônio. De forma geral, seu acervo está organizado em duas grandes áreas: Biologia e História.

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS EM BIOLOGIA
Na ECBH os visitantes encontram muitas informações sobre diferentes ecossistemas, a saber: mar, rio, lagoa, manguezal, restinga e matas. Tais ecossistemas são trabalhados de forma que o visitante é estimulado a compreender cada um deles sob uma perspectiva geral, delineada em questões específicas. Sobre os mares, os visitantes encontram informações de sua porção mais próxima da costa e os impactos causados pela foz dos rios. Questões acerca de sedimentos, matéria orgânica, volume de água doce, flora e fauna típica desse ambiente são abordados. Busca-se discutir que todos esses fatores combinados permitem a formação de ecossistemas específicos e delicados, que, por sua vez, são povoados por espécies, muitas das quais específicas desses locais. Pode-se observar, também, a relação entre o fluxo de energia do encontro dos mares com rios, e conhecer um pouco sobre o nicho ecológico de espécies que habitam essa zona de transição.


Ainda sobre a temática do “mar”, o visitante poderá compreender muitas relações ecológicas existente no ambiente marinho e, ainda, as suas particularidades (zona costeira, nerítica, pelágica, abissal). Buscase realizar uma visitação coerente, a fim de que o conhecimento seja construído de forma integrada a partir de um olhar situado no Estado do Espírito Santo. Assim, são enfatizadas a formação geológica do Estado, sua biodiversidade marinha, questões da poluição provocada por seus centros urbanos e possíveis impactos gerados pela prática de pesca predatória.


Na parte em que o tema é água doce (rios, lagos, lagunas e córregos), o visitante encontrará as principais informações sobre esses ambientes, incluindo a relação dos mesmos com flora, fauna, nascentes d’água e bacias hidrográficas – destaque para Bacia do Rio Doce, Bacia do Rio Jucu, Bacia do Rio Santa Maria, Bacia do Rio Piraquê-Açú e Bacia do Rio Itapemirim.

Ganha preponderância, ao longo das abordagens feitas na ECBH, a problematização ambiental, no que diz respeito à preservação dos córregos e rios capixabas, desmatamento em áreas de nascentes, matas ciliares e contaminação dos ecossistemas por agrotóxicos. Estas questões se relacionam, coerentemente, na medida em que os modos de vida contemporânea (urbana e rural) são levantados e complexificados.


Traz-se para a reflexão, por exemplo, a questão dos efluentes industriais e domésticos em regiões onde não ocorrem os seus tratamentos, o que contribui para a contaminação e/ou eutrofização dos mananciais, inviabilizando, muitas vezes, o consumo de pescado e a balneabilidade desses locais. Soma-se a essas problemáticas a questão da pesca em ambientes de água doce, como durante o defeso, captura de criaturas jovens e uso de técnicas ilegais.

Na parte em que o tema é o manguezal, o espaço apresenta uma discussão sobre a baixa diversidade vegetal dos manguezais, sobretudo quando consideradas somente as plantas superiores, fato que em nada compromete a importância ecológica desses ambientes. Apresenta, ainda, a relação do ambiente com as oscilações de maré, salinidade, sedimento frouxo e as poucas espécies vegetais adaptados a sobreviver nestes ambientes.
Trabalha a questão da complexidade do fluxo energético e das cadeias e teias alimentares nesse ecossistema. Destacam-se inúmeras espécies de crustáceos e peixes que se utilizam desse espaço como sítios reprodutivos – tendo em vista a abundância de alimentos e abrigo – ,reforçando a lógica de que os manguezais são verdadeiros “berçários do mar”.

Na parte em que o tema é a restinga, a ECBH trabalha a diversidade geomorfológica da região costeira do Estado do Espírito Santo, apresentando esses ambientes ora relacionados com às falésias de Formações do Grupo-Barreiras, ora aos costões rochosos do Cristalino Pré-Cambriano. Apresenta, também, muitas informações sobre a vegetação de restinga, com destaque à sua heterogeneidade fisionômica, utilizando-se o Parque Estadual Paulo César Vinha (Município de Guarapari/ES) como exemplo desse tipo de ecossistema. A abordagem sobre restinga não negligencia a relação com a sua fauna de vertebrados geralmente lá encontrados (gambá, tamanduá-de-colete, várias espécies de tatu, cachorro-do-mato, sabiá-da-praia além de muitas outras espécies de aves e répteis).

Estuda-se também a problemática do impacto ambiental sofrido por esse ecossistema devido a desmatamentos ilegais para aproveitamento de madeira, expansão de pastagens e ocupação urbana irregular. Outros impactos ambientais signifi cativos também são colocados para exposição. Dentre eles, destacamos a caça e a extração predatória de espécies vegetais de uso ornamental (principalmente orquídeas e bromélias) que muitas vezes morrem por falta de cuidados antes mesmo de serem comercializadas.


Na parte em que o tema é a Mata Atlântica, a exposição realiza uma expressiva discussão, ressaltando um conjunto de características e informações primordiais relativas a subdivisões fi tofi sionômicas que pode ser assumida para esse ecossistema no Estado do Espírito Santo, a saber: Florestas Estaduais e Florestas Ombrófilas.

REPRESENTAÇÕES DE ALGUNS AMBIENTES NATURAIS

Aquários de água doce
Conta com representantes vivos de peixes de água doce, como espécies de ciclídios africanos, acará disco, acará bandeira, peixe zebra, cascudo e bagre africano.


Aquários de água salgada
Conta com representantes vivos de peixes de água salgada como a moreia ou caramuru, peixe cachaceiro, dentão, peixe tomate, carapeba, carapau, bodião papagaio e baiacu.


Aquário tátil

Conta com representantes vivos de grupos de animais de água salgada encontrados no litoral capixaba, como: equinodermos (bolacha-da-praia e estrelas-do-mar), crustáceos e peixes (cavalos-marinhos, arraia viola, entre outros). Nesse ambiente, o visitante pode fi car bem próximo dos tanques e animais ali presentes.


Aquário tátil

Foto: marcio A.F. Caniçali

Ecossistema manguezal
Podem ser observados exemplares vivos de plantas que compõem um manguezal, com a visualização do substrato que o constitui. Além dos espécimes de plantas nesse ambiente, foram inseridos alguns peixes, como o baiacu-mirim.


Diorama da Restinga
Neste ambiente, encontram-se espécies de animais taxidermizados expostos juntamente com troncos de plantas originárias do ecossistema de restinga. Pode ser observado o tipo de solo que compõe esse ambiente.


Diorama da Mata Atlântica
Neste ambiente, encontram-se espécimes taxidermizados de animais e representações de plantas nativas do bioma Mata Atlântica, como algumas bromélias e orquídeas. Pode ser observado o tipo de solo que compõe esse ambiente.


Diorama da Mata Atlântica

Foto: Márcio A. F Caniçali

POTENCIALIDADES EDUCATIVAS EM HISTÓRIA
Nesta parte da ECBH, os visitantes encontram muitas informações sobre a história da Cidade de Vitória.


A exposição se inicia com a história detalhada do bairro Mário Cypreste, onde está localizada a Escola. O visitante poderá conhecer detalhes sobre a fundação e ocupação da cidade de Vitória. Há uma maquete que muito facilita a localização do visitante, diferentes momentos da cidade, pontos mais altos, rios, dados sobre sua população, informações sobre sua vegetação natural, sobre fundadores e curiosidades sobre a Ilha do Príncipe e do Rochedo de Jucutuquara.

Apresenta-se exposição do patrimônio histórico e cultural da cidade e do Estado, construções iniciadas no primeiro século da colonização (Igreja Nossa Senhora do Rosário e o Convento da Penha, do Munícipio de Vila Velha, Capela de Santa Luzia, em Vitória). É exposta a contribuição das irmandades religiosas para a formação do patrimônio histórico Capixaba, as igrejas construídas e mantidas por iniciativas dessas instituições, e maquetes representando construções jesuítas (Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Convento da Penha – Cidade de Vila Velha, Capela de Santa Luzia, Igreja Nossa Senhora da Misericórdia, Igreja de São Gonçalo e Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Cidade de Vitória).


A ECBH oferece aos visitantes espaço considerável da exposição histórica, realçando as informações relativas à arquitetura jesuítica. Essa parte se inicia com a chegada do padre Afonso Brás e do irmão leigo Simão Gonçalves, em 1551. Na sala do Patrimônio Histórico, fi ca em exposição cinco maquetes que exemplificam e representam a arquitetura jesuítica no Estado do Espírito Santo: o Colégio de Vitória e a Igreja de São Tiago; a Igreja e Residência de Reis Magos; a Igreja e Residência de Nossa Senhora da Assunção; a Igreja de São João Batista e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.


Finaliza-se a exposição apresentando um grupo de maquetes que exemplifi cam a arquitetura eclética dos palácios da cidade de Vitória. Dentre eles, Colégio Maria Ortiz, Escola São Vicente de Paulo, Palácio Domingos Martins, Palácio Nestor Gomes, prédio da Escola Técnica Municipal de Teatro Dança e Música – FAFI e Teatro Carlos Gomes.

REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS
Sambaqui
Representação de um sambaqui. A palavra, de etimologia tupi, signifi ca “monte de conchas”. O sambaqui evidencia a existência de povos pré-históricos que viveram no litoral brasileiro, o qual poderia ser caracterizado por um local de realização de cultos e rituais funerários, dentre outros.


Representação artística de um sepultamento pré-histórico

Foto: Marcio A. F. Caniçali

Pinturas Rupestres
Também na ECBH encontramos representação de pinturas rupestres. Essas pinturas são fi guras deixadas por povos antigos mesmo antes do surgimento da escrita, uma das primeiras formas de manifestação cultural.


Cozinha rural
Neste cenário da ECBH, o visitante pode observar um fogão a lenha, com instrumentos para o cozimento, como panelas e possíveis alimentos, além de uma parede construída em estuque. Essa forma de construção ainda é encontrada em muitos Municípios brasileiros, inclusive no interior do Estado do Espírito Santo.


Foto: Manuella Villar Amado

ARTEFATOS LIGADOS A HISTÓRIA DO ESPIRITO SANTO
Líticos
Os líticos são artefatos materiais usados por povos caçadores e coletores, do período comumente conhecido por pré-história. Os líticios constituem lâminas de machados, perfuradores, raspadores, superfícies para polimentos, superfícies para lascamento, dentre outros exemplos. Estudos realizados por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) evidenciam a presença humana no Estado capixaba com cerca de 1500 a 5000 anos antes do presente.


Canoa
NA ECBH, é possível encontrar uma canoa com cerca de 60 anos de construção. A embarcação foi esculpida à partir de um único tronco de uma árvore, espécie popularmente conhecida por Oiticica, cujas características são favoráveis a esse tipo de produção.

MAQUETES EM EXPOSIÇÃO
Maquete da Cidade de Vitória
Representação espacial da cidade de Vitória destacando as áreas de manguezais, matas, aterros, morros e ilhas. Também são ressaltados os principais monumentos arquitetônicos da capital.


Foto: Manuella Villar Amado

Basílica de Santo Antônio – Vitória
A maquete da Basílica de Santo Antônio é destaque no acervo da ECBH, pois, de forma minuciosa, são observadas suas cúpulas e semicúpulas, as quais foram inspiradas na arquitetura renascentista. Vale destacar que essa basílica teve suas obras iniciadas na década de 1950, levando, aproximadamente, 20 anos para ter sua construção fi nalizada.


Foto: Manuella Villar Amado

Convento da Penha – Vila Velha
O Convento da Penha, localizado na Cidade de Vila Velha, estando a 154 metros de altitude e 500 metros do mar, teve o início de sua construção no século XVI, sob a liderança de Frei Pedro Palácios. Levou cerca de 300 anos para ser finalizado. Foi edificado em cima de uma elevação rochosa cercada por vegetação remanescente de Mata Atlântica. Após a morte de Pedro Palácios, em 1570, os moradores da vila reformaram e ampliaram a capela do alto da montanha que, mais tarde, foi repassada à ordem religiosa dos franciscanos.


Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Vila Velha
Considerada a segunda mais antiga do Brasil, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, localizada no Município de Vila Velha, foi edificada em alvenaria de pedra, rejuntada com argamassa composta de argila, água e areia fina.


Capela Santa Luzia – Vitória
É identificada pelos historiadores como a construção mais antiga da Cidade de Vitória. Edificada sob a ordem de Duarte Lemos, no século XVI, manteve atividades religiosas até 1928. Tombada pelo IPHAN em 1943,. após sua restauração, abrigou o Museu de Arte Sacra, Galeria de Arte e Pesquisa da UFES e a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).


Igreja Nossa Senhora da Misericórdia – Vitória
Foi construída no Largo Afonso Brás, em frente ao Colégio de Vitória, por iniciativa da Irmandade da Misericórdia e o apoio dos jesuítas. A igreja apresentava fachada com porta única e três janelas na parte superior. O frontão é em triangular, simples, com óculo lobulado. As três janelas retangulares, mais altas do que largas.


Igreja de São Gonçalo – Vitória
A Igreja de São Gonçalo pertence à Arquiconfraria de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção. A capela de Nossa Senhora do Amparo e da Boa Morte foi erguida, possivelmente, em 1707. Em documento datado de 1715, pede-se permissão para construir, no mesmo local, a Igreja dedicada a São Gonçalo Garcia, santo português cultuado pelos mestiços no Brasil. A consagração do templo ao santo ocorreu em 1766.


Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Vitória
Em 1765, o Bispado da Bahia autorizou a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos a construir uma igreja em terreno localizado Centro da Cidade de Vitória, na encosta do local conhecido como Morro de Pernambuco. As obras foram iniciadas e com a ajuda dos fiéis e, em menos de dois anos, a igreja já estava concluída.


Igreja e Residência Reis Magos- Serra
Inaugurada em 1615 no Município da Serra (Região Metropolitana da Grande Vitória). complexo arquitetônico está localizado em uma elevação, voltada de costas para o mar e de frente para uma praça retangular. A fachada do prédio da Residência apresenta quatro janelas no pavimento superior e a porta principal, no inferior, encimada por um medalhão colocado na época do Império. Esse prédio está ligado à igreja por meio de uma torre no mesmo alinhamento. O conjunto formado pela Igreja e Residência foi tombado pelo IPHAN em 1943.


Igreja de São João Batista – Serra
Construída por volta de 1584 no Município da Serra, a Igreja de São João Batista foi abandonada durante o século XVII, com construções retomadas em 1746. Apresenta nave pequena com capela-mor, coro e sacristia. A fachada é coroada por um frontão no estilo barroco, com óculo lobulado central. Só a nave parece ser original e, possivelmente, só ela e a torre estavam de pé quando se iniciou a reforma de 1746.

Além das acima descritas, podem ser vistas as maquetes e a história dos seguintes espaços:
Igreja de São João Batista – Carapina, Serra;
Igreja e Residência de Nossa Senhora da Assunção, Anchieta;
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Guarapari;
Igreja de São Tiago e Colégio de Vitória – Cidade Alta, Vitória;
Museu Solar Monjardim – Jucutuquara, Vitória;
Colégio Maria Ortiz – Cidade Alta, Vitória;
Escola São Vicente de Paulo – Cidade Alta, Vitória;
Palácio Domingos Martins – Cidade Alta, Vitória;
Palácio Nestor Gomes – Cidade Alta, Vitória;
Teatro Carlos Gomes – Centro, Vitória e
FAFI – Centro, Vitória.

Para os grupos formados por alunos da Educação Infantil, são apresentadas as seguintes recomendações:
• a escola visitante deve trazer as crianças identificadas por meio de crachás;
• os roteiros infantis são recomendados para a faixa etária de 3 a 6 anos;
• os roteiros “A vida na água” e “Vamos passear no bosque?” permitem que a ECBH possa receber até o limite de 50 crianças de uma só vez, sendo que o grupo, ao chegar, será dividido em dois de 25 crianças. Nesse caso, o grupo que fez um roteiro não faz o outro, isto é, não há troca;
• recomenda-se para visitação de crianças pequenas os primeiros (8h ou 14h) ;
• a participação do(a) professor(a) da turma durante a visita é importante para destacar aspectos que mais se relacionem com o projeto/conteúdo que esteja trabalhando em sala de aula.

Propomos uma SD para trabalhar com alunos dos últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio alguns aspectos socioambientais da Baía de Vitória.


DESCRIÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Título: Da Ilha da fumaça ao terminal Rodoviário: um olhar socioambiental sobre a Baía de Vitória.
Nesta SD, sugerimos trabalhar com os alunos um problema muito recorrente nos grandes centros urbanos: o lixo. Dessa forma, questiona-se: podem ser vistos impactos ambientais na Baía de Vitória? Quais são esses impactos? Que tipo de resíduos podem ser vistos na Baía de Vitória? Como a construção dos portos e dos terminais de carga contribuíram para a redução das áreas de manguezais da Baía de Vitória?
Vitória é cercada por belezas cênicas, que nos convidam a conhecer e desfrutar de ambientes especiais. No entanto, além da bela paisagem, nos deparamos com alguns problemas enfrentados diariamente pela população, como o acúmulo de lixo no fundo e nas margens da Baía de Vitória, e outros, como redução das áreas naturais de manguezais, aumento do tráfego de veículos, urbanização, depredação dos monumentos históricos, aterros e dragagem dos principais canais da baía. Destacamos que as pressões econômica e social também contribuem para o problema do lixo. Os aterros proporcionaram a expansão da cidade sobre os manguezais. Esses aterros passaram a ser parte integrante da paisagem. Os manguezais, conhecidos como “berçários do mar”, sofreram e ainda sofrem muitos desses impactos. Diversas espécies utilizam os manguezais para reprodução e, uma vez que esses ambientes sejam impactados, os indivíduos que habitam ou visitam esses ambientes para reprodução são diretamente afetados.


Vista Parcial da Avenida Beira Mar, Vitória

Foto: Marcio A. F. Caniçali

Nessa proposta de SD, os professores e professoras de Biologia, História e Geografi a poderão trabalhar conteúdos como biodiversidade, ecossistemas, manguezais, praias e impactos ambientais causados pela instalação do Porto de Vitória. Específi camente, ao tratar do Porto de Vitória, pode-se levantar processos históricos de construção dos portos e terminais, aspectos geográfi cos da formação da Baía de Vitória, bem como as condições propícias para a formação dos mangues.


No primeiro momento, os alunos poderão visitar a Baía de Vitória. Serão convidados a conhecê-la um pouco mais, observando e registrando cada detalhe por meio de fotografi as ou fi lmagens de importantes pontos que encontram-se relacionados, a baía tais, como Ilha da fumaça, Avenida Beira Mar e Terminal Rodoviário de Vitória. Na região da Avenida Beira Mar (Foto acima), proporciona uma vista privilegiada de parte da baía, podem ser identifi cados o Penedo (costão rochoso cujo cume está a 136m de altitude), Terminal Portuário de Vila Velha e percurso utilizado para entrada e saída de navios dos terminais.


Ainda no local, pode ser visto um remanescente de manguezal e acúmulo de lixo exposto. No ponto sugerido para segunda parada, próximo do Terminal Rodoviário de Vitória, os alunos poderão observar o outro ponto da baía de Vitória, visualizando Porto de Capuaba e parte do Porto de Vitória, além da Ponte do Príncipe (conhecida por Segunda Ponte) e da Ponte Florentino Avidos (conhecida por Cinco Pontes).


Ao chegarem à ECBH, os alunos poderão retomar os estudos sobre o tema manguezal, e aspectos da ocupação da baía, aterros, realizando o roteiro proposto, “Manguezais : capricho da natureza”.


Ponte Florentino Avidos

Foto: Marcio A. F Caniçali

Ao retornarem para sala de aula, os alunos poderão se organizar em grupos no Laboratório de Informática, onde classificarão as fotografias para elaborar apresentações multimídia ou confecção dos painéis sobre a Baía de Vitória. Cada grupo poderá identificar as legendas nas fotografias e classificá-las de acordo com o tema, por exemplo: lixo observado na Baía de Vitória, Porto de Vitória, Manguezal. É importante que nas fotografias sejam identificados o local da foto e uma breve descrição do mesmo.


Os grupos farão a exposição dos trabalhos por meio de uma apresentação multimídia ou na forma de painéis impressos (de acordo com a possibilidade da escola). Os alunos serão avaliados ao longo de todo o processo.


Para informações sobre a contextualização científico-culturais dos espaços de ciência e cultura de Vitória, indicamos a obra de Laércio Ferracioli (2011), intitulada “Espaços Não formais de Educação: Educação em Ciência, Tecnologia e Inovação na Região Metropolitana de Vitória, ES”.



1.3 Museu da Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo – MAES

ENDEREÇO:
Avenida Jerônimo Monteiro, 631, Centro, Vitória – ES.
CAPACIDADE:
40 alunos, que, durante a visita, são divididos em pequenos grupos, de 15 a 20 alunos.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De Terça a Sexta: 9h, 10:30h, 14h, 15:30h.
Sábados e Feriados: 10h e 14h.
MAIS INFORMAÇÕES:
Contato: (27) 3132-8390\ 3132-8393
E-mail: contato.maes@secult.es.gov.br
https://maesmuseu.wixsite.com/maes

Foto: Ivo Godoy

O Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES) é um dos representantes do Patrimônio Cultural do Estado do Espírito Santo, sendo o único museu do Estado dedicado exclusivamente às Artes Visuais. Possui dupla atribuição: acolher o patrimônio artístico estadual, responsabilizando-se por sua documentação, guarda, preservação e divulgação; e viabilizar ao público acesso às linguagens artísticas contemporâneas, por meio de sua inserção no circuito nacional e internacional das Artes Visuais.

O MAES, legado de mobilizações e reivindicações de artistas capixabas por um Museu de Arte no Estado, foi inaugurado em 1998. O prédio que o abriga foi concluído em 1925, projetado pelo tcheco Joseph Pitilick, sob infl uência do neoclássico. Alguns estudiosos inserem a construção no eclético, devido à mistura de estilos contemplada em sua arquitetura. A construção integra o patrimônio cultural capixaba e foi tombada em 12 de março de 1983.

O edifício se insere no projeto de modernização da Capital, especialmente na transformação de sua estrutura urbana. A modernização da Cidade de Vitória foi conduzida por um conjunto de ações orientadas por três preocupações centrais: embelezamento, salubridade e fl uidez. Construído na administração do governador Florentino Avidos (1924-1928), foi o primeiro imóvel inaugurado naquela gestão.
O prédio, inicialmente, foi sede do Serviço de Melhoramentos de Vitória. Posteriormente, na década de 1950, a edificação abrigou a Imprensa Oficial do Estado. A partir de 1972, ali passou a funcionar a Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos, até 1983. Desocupado nesse último ano, o edifício se manteve em desuso por quase uma década para. A seguir, restaurado e refuncionalizado segundo projeto de 1995, abriga o Museu de Artes do Espírito Santo.

O nome Museu de Arte do Espírito Santo é uma homenagem ao capixaba Dionísio Del Santo (1925-1999) um dos artistas do Estado de maior expressão nacional. Pintor, desenhista, serígrafo e xilógrafo, possui obras em outros acervos, como o Museu de Arte Contemporânea-MAC da Cidade de Niterói, o Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Arte Moderna-MAM, da Cidade do Rio de Janeiro e Bahia. Entre os museus nacionais, MAES abriga o maior número de obras do artista.


DEL SANTO, Dionísio. O lenhador, 1987. Têmpera óleo sobre tela. 75x100cm.
Coleção Museu de Arte do Espírito Santo /

Foto: Priscila Chisté

Dionísio Del Santo foi o primeiro artista a expor no MAES. As obras apresentadas foram doadas pelo artista e hoje compõem o acervo do museu, juntamente com trabalhos de artistas como Raphael Samú, Nice Nascimento, Maurício Salgueiro, Caribé, dentre outros. Algumas integram a memória e identidade da cultura capixaba, estabelecendo também um diálogo com outros acervos e obras brasileiras. Uma significativa variedade de técnicas é apresentada nesse acervo, composto por 88 obras, como gravuras, xilogravuras, serigrafias, desenhos e pinturas.
Atualmente, o MAES não conta com exposição fixa, trabalhando com exposições temporárias de artistas locais, nacionais e internacionais. Em algumas ocasiões, apresenta parte de seu acervo colocando-o em diálogo com as exposições temporárias.

O MAES possui dois andares e sua área expositiva é composta por cinco salas. O museu também possui um auditório com capacidade para 40 pessoas e uma biblioteca. O MAES conta com um Programa de Arte Educação, que visa a ativar experiências, compartilhando saberes e afetos que se processam no encontro do espectador com a obra de arte. A programação inclui a Formação de Professores, com apresentação de material educativo voltado para as exposições, ciclo de palestras, ofi cinas e o atendimento de visitas, estabelecendo uma relação ativa com a sociedade. Tal programa é desenvolvido pelo Núcleo de Ação Cultural e Educativa, que busca aproximar o público ao universo da arte por meio de diferentes ações educativas. Uma delas é a formação de professores, buscando-se apresentar ao professor os conceitos que envolvem a exposição, como também disponibilizar o material educativo referente àquela mostra.



A visita mediada faz parte do projeto MAES para Todos, em que os mediadores, por meio de uma conversa sobre a exposição, atendem tanto a visitantes espontâneos quanto grupos organizados, como os escolares. No momento da visita, normalmente, o grupo escolar é divido em pequenos grupos de 15 a 20 alunos. O mediador apresenta o prédio que abriga o museu e, depois, dirige-se a cada sala de exposição, conversando com os visitantes, de modo a possibilitar que todos participem da visita.


O MAES para Todos também possui um mediador que conduz a visita na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) a todos os interessados. A visita em LIBRAS é agendada e acontece aos sábados, às 14h.


Durante as exposições temporárias, são realizados Ciclos de Palestras. São encontros com os curadores e artistas para uma conversa sobre a exposição em voga, os processos de criação relacionados ao contexto de produção das obras de arte, bem como uma discussão, ampliação e aprofundamento sobre as temáticas abordadas pela mostra. Para participar das palestras é necessário que o visitante realize inscrição prévia.


Na maioria das exposições temporárias são realizadas oficinas relacionas á linguagem utilizada pelo artista ou a temática em questão. O objetivo é contribuir com o processo de conhecimento da exposição, fazendo com que os visitantes se aproximem da técnica utilizada e também reflitam sobre as discussões pontuadas pela mostra. Para participar das oficinas é necessário realizar inscrição prévia.

A biblioteca do MAES, que integra o setor de Documentação e Referência do Museu, está aberta tanto a pesquisadores da área como ao público em geral. O acervo bibliográfico conta com material de Artes Visuais, Arquitetura, Design, Patrimônio Histórico e Museologia. A biblioteca funciona de terça a domingo (exceto às quartas-feiras) de 10h às 18h. Orientação especializada e apoio à pesquisa acontecem de terça a sexta, de 10h à 13h30min.

O MAES não possui exposições fixas, assim, propomos uma SD a partir do olhar sobre a arquitetura do prédio que o abriga. A SD tem como temática as construções arquitetônicas da Cidade de Vitória do início do século XX inspiradas no estilo neoclássico. As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos que o professor de Arte apresente diferentes imagens de construções capixabas, dentre elas as elaboradas sob a influência neoclássica, buscando evidenciar as semelhanças e as diferenças entre os prédios. Existe, entre as imagens, um estilo que se repete? Qual seria o estilo dessas construções? A seguir, o professor pode solicitar uma pesquisa sobre os tipos de construção existentes no Centro de Vitória, no catálogo “Patrimônio Cultural do Espírito Santo: Arquitetura”, disponível em http://secult.es.gov.br/_midias/pdf/3909-4b86811f9d3e1.pdf.

Na sequência, durante a organização do conhecimento, pode-se realizar uma visita ao MAES. O objetivo da visita é, além de conhecer a exposição temporária que está à mostra (dependendo da exposição visitada, é possível estabelecer diálogos entre essa mostra e a SD em questão), observar também o prédio que abriga o museu, atentando para seus detalhes construtivos internos e externos. Ao sair da exposição temporária, solicite que os alunos fotografem diversos ângulos do prédio do Museu, do Teatro Carlos Gomes e também da FAFI (Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música).


De volta à escola, pode-se promover uma exibição das fotos, por meio de painéis, refletindo sobre as semelhanças e as diferenças entre essas construções, lançando as seguintes questões: A arquitetura capixaba construída no início do XX esteve influenciada por qual estilo arquitetônico? O que é o neoclássico? Por que o neoclássico influenciou as construções capixabas? Para ampliar as discussões, realize uma aula expositiva dialogada de Arte sobre o que foi o neoclássico e as características desse ideal artístico.


Propomos que o professor de História colabore com a temática fazendo um resgate histórico da capital do Estado do Espírito Santo no final do século XIX e início do século XX, a partir das mudanças sociais e econômicas, evidenciando assim a influência do neoclássico nas construções desse período. De modo a retratar as modificações na arquitetura capixaba, o professor poderá levar os alunos ao Laboratório de Informática para que acessem sites que mostrem fotografias da capital capixaba desse período. Sugerimos os sites: http://legado.vitoria.es.gov.br/baiadevitoria/ e http://fotosantigasdevitoria.blogspot.com.br/


A partir dessas discussões, o professor pode solicitar que os alunos comparem as fotos tiradas por eles com as imagens de prédios neoclássicos de outros lugares do Brasil e do mundo. O objetivo desta etapa é conhecer os elementos construtivos característicos neoclássicos, como as colunas decoradas, o frontão triangular, as esculturas de adorno etc. Diante das fotos tiradas e das imagens pesquisadas, solicite que os alunos criem projetos arquitetônicos de um prédio com características neoclássicas. A ideia é que eles partam do desenho da fachada e da planta baixa do MAES, recriando-as. Solicite que os alunos façam uma nova fachada para o museu com outras características neoclássicas, criando uma nova utilidade para o prédio e também alterando suas repartições internas para atender a essa finalidade. Nessa etapa, os
alunos estarão aplicando os conhecimentos apropriados nas etapas anteriores.


Ao final da SD, sugerimos que os alunos voltem ao Laboratório de Informática e criem blogs para apresentar seus projetos arquitetônicos. Além disso, é importante também expor, na forma de painéis, os projetos dos alunos, solicitando que eles expliquem suas ideias para os alunos de outras turmas.



1.4 Museu de Ciências da Vida

ENDEREÇO:
Universidade Federal do Espírito Santo – Av. Fernando Ferrari, 514 – Campus de Goiabeiras – Goiabeiras – CEP 29.075-910, Vitória- ES
CAPACIDADE:
Grupos de no máximo 35 alunos
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
De terça a sexta, de 8:30h às 12h e de 14h às 17:30h. Sábado, de 8:30h às 16h.
MAIS INFORMAÇÕES:
(27) 3145-5439
E-mail: ufes.mcv@gmail.com
http://www.mcv.ufes.br
https://www.facebook.com/museudecienciasdavida/
https://www.instagram.com/mcv.ufes/

Foto: Athelson Stefanon Bittencourt

O Museu de Ciências da Vida (MCV), da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES), é um espaço de popularização do conhecimento científi co relativo ao estudo da vida, sendo o único no Estado do Espírito Santo voltado à difusão do conhecimento relacionado ao corpo humano. É um local destinado a toda comunidade, aberto tanto ao público espontâneo como grupos organizados, dispondo de atividades diferenciadas para grupos escolares.

O MCV, foi criado em 2008, pelo Prof. Dr. Athelson Stefanon Bittencourt, motivado por antigo projeto de extensão universitária, denominado Corpo Humano, por ele também coordenado, cujo objetivo principal era receber alunos da educação básica e aproximar a comunidade e a Universidade através do estudo do corpo humano. Inicialmente constituído como Museu de Anatomia da UFES, a partir do ano 2011 passou a ter a denominação atual, identidade que abre as áreas de atuação da instituição, que além do compromisso de difusão e popularização científica sobre o corpo humano, passa a ter como perspectiva trabalhar o conhecimento científico da vida, adotando assim outras áreas de conhecimento além da anatomia humana, como histologia, anatomia comparada de vertebrados, patologia, fisiologia e evolução,
dentre outras.


O MCV, conta com mais de 280 peças compostas por material natural, em sua maioria plastinados, mas também conservados em formol ou mumificados. Também possui modelos didáticos interativos, esquemas, gravuras e réplicas realísticas de esqueletos e fósseis de animais e hominídeos. O espaço expositivo é amplo e permite uma boa circulação dos visitantes, com as áreas de exposição organizada em setores expositivos.


Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida

Atualmente, a instituição agrega atividades diversas relacionadas ao estudo da vida, desenvolvendo projetos de pesquisa, ensino e extensão. Alguns projetos são: Plastinação, Professor Protagonista e Exposição Evolução Humana, almejando, futuramente, ampliar a quantidade desses trabalhos, entendendo que um museu precisa ser dinâmico e vivo.

No MCV os alunos têm contato com o setor de anatomia comparada de vertebrados, sendo possível observar esqueletos de diversos vertebrados, incluindo peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. O professor visitante pode explorar as diferenças nas estruturas esqueléticas, como também os passos evolutivos dos grupos de animais expostos.


Em relação ao estudo do corpo humano, os setores expositivos estão organizados por sistemas. Assim, os alunos poderão percorrer um roteiro contemplando desde células e tecidos, passando pelos sistemas esquelético-locomotor, respiratório, cardiocirculatório, digestório, nervoso e reprodutor, de modo que o professor pode explorar em cada setor conteúdos relacionados à anatomia e à fisiologia desses sistemas.


Sequência de Esqueletos da Seção de Anatomia Comparada

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida

Seção de Evolução humana

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida

Alguns espécimes do MCV são raríssimos, como os do setor do sistema reprodutor, que conta com uma barriga grávida plastinada com o feto em posição cefálica (de nascimento) aos sete meses de gestação, como também uma sequência de desenvolvimento embrionário plastinado, que mostra embriões e fetos de seis semanas até o nascimento (37 semanas). Outro setor também conta com objetos que retratam anomalias e malformações congênitas.


Abdome com útero gravídico e o feto de sete meses de gestação plastinado

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida

No setor de sistema nervoso, destaca-se a possível observação de peças naturais plastinadas do desenvolvimento do encéfalo conforme a idade gestacional, onde nota-se que sulcos e giros se tornam mais desenvolvidos no encéfalo humano conforme a idade gestacional avança e depois no adulto.


Ao chegar ao MCV, o grupo escolar será recepcionado pelos monitores e conduzidos ao local onde ocorrem o acolhimento ao público e passagem de instruções referentes à visita. Após, todos são conduzidos ao espaço expositivo, onde podem ficar à vontade para conhecer a coleção, contando com o apoio de monitores capacitados, sempre disponíveis para troca de informações e esclarecimentos, promovendo a interação do público com a coleção e seu respectivo conteúdo.


Torso e Dissecação Profunda Plastinada

Foto: Acervo do Museu de Ciências da Vida

Propomos, como sugestão, uma SD que tem, como temática, Saúde é apenas ausência de doença? As etapas, o número de aulas e as atividades a serem desenvolvidas estão no quadro abaixo:

No início da SD, na problematização, sugerimos que o professor de Biologia promova uma conversa em sala levantando as seguintes perguntas: O que é saúde para você? Qual a diferença entre atividade física e exercício físico? Quais benefícios trazem para a saúde? O que é sedentarismo?


Após a conversa, explique aos alunos a diferença entre atividade física e exercício físico e o que é sedentarismo. Peça para cada aluno elencar quais exercícios físicos pratica e com que frequência, e, se não pratica, por quê? As respostas deverão ser registradas pelo professor no quadro, de modo a traçar um perfil da sala. Analise o resultado com a turma e discuta com eles se a sala apresenta um perfil voltado para a prática de exercício físico ou um perfil mais voltado para o sedentarismo. Reúna a sala em grupos e oriente-os a pesquisar sobre exercícios físicos mais adequados à faixa etária deles, como também locais próximos à escola ou a suas residências que possibilitem a prática de exercício.


Em um segundo momento, na organização do conhecimento, propomos que o professor de Educação Física realize uma aula de circuito, a fim de avaliar a aptidão física dos alunos. Antes da realização do circuito, o professor deverá registrar em uma ficha o Índice de Massa Corporal (IMC), aferir a pressão arterial e os batimentos cardíacos de cada aluno. Após a realização do circuito, afere novamente a pressão e os batimentos e registra o tempo que cada aluno levou para fazer o circuito. Deve-se perguntar também aos alunos o nível de cansaço ao realizar a atividade (de 1 a 5, considerando 1 como pouco cansado e 5 como muito cansado).


No terceiro e quarto momentos, o professor de Biologia, utilizando as informações de aptidão física dos alunos registradas pelo professor de Educação Física, pode ministrar uma aula de forma expositiva e dialogada sobre conteúdo de anatomia e fisiologia humana: respiração e circulação, relacionando o funcionamento dos sistemas com as informações de aptidão física dos alunos, trabalhando assim as principais contribuições da prática de exercício físico para a saúde. Em um quinto momento, sugerimos ao professor de Biologia que, juntamente ao professor de Educação Física, leve seus alunos ao MCV, a fim de observarem a anatomia dos órgãos que compõem os sistemas circulatório e respiratório, além de poder visualizar todos os sistemas do corpo humano, ampliando o entendimento sobre a anatomia e fisiologia humana.


No sexto momento, sugerimos que o professor retome com os alunos o que foi observado na visita ao museu e, logo após, os alunos apresentem a pesquisa solicitada na primeira aula, na problematização, sobre exercícios físicos mais adequados a faixa etária deles, como também locais próximos à escola ou a suas residências que possibilitem a prática de exercício.


No sétimo momento, a fim de ampliar a compreensão dos alunos quanto o que é saúde, sugere-se que na aula de Geografia, o professor promova um debate a partir do conceito de saúde adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é: “Saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. O professor pode utilizar dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nacional e estadual para orientador o debate e as reflexões. Desse modo, o professor poderá levantar discussões quanto à satisfação das necessidades básicas dos cidadãos, a saber: educação, moradia, trabalho, contato e participação com a herança cultural, entre outros.


No oitavo momento, na aplicação do conhecimento, sugerimos que os professores de Biologia e
Geografia levem juntos os alunos ao Laboratório de Informática, a fim de que criem a campanha #saúdeé, elaborando frases, imagens com textos ou desenhos que retratem o que é saúde para além da ausência de doença. Essa campanha criada pelos alunos poderá ser disseminada por eles mesmos em redes sociais como Facebook, Instagram, WhatsApp ou criação de um blog.



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